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As técnicas são comumente utilizadas para dinamizar processos, servindo ao desenvolvimento de determinado trabalho. Em razão das sugestões e preferências manifestas no questionário diagnóstico (todos os docentes afirmaram desejar cursar uma capacitação para a utilização de mídias digitais interativas na educação) e também como resultado da observação pessoal sobre as dificuldades dos docentes em relação ao uso da tecnologia, nesta pesquisa priorizou-se utilizar imagens, sons e vídeos como requisitos técnicos para instrumentalizar o professor na sua tarefa docente. Considerou-se que estes recursos são básicos para que o docente, leigo em informática, decida-se em incorporar metodologias mais dinâmicas em seu trabalho e consequentemente melhore a sua qualidade de aula.

Não há dúvidas de que tais ferramentas podem provocar mudanças consideráveis e positivas para o ensino, transformando e dinamizando o espaço da sala de aula em que predomina o quadro de giz e a voz do professor (KENSKI, 2012). Longe da pretensão de que seja este o único caminho, o momento educacional está a exigir atitudes protagonistas em relação ao uso da tecnologia e dentre as alternativas possíveis, o estudo em rede, ocupa lugar como modalidade de aprendizagem. Isto é de fato moderno e inovador.

Sabe-se das inúmeras experiências com tecnologia que lograram sucesso quando incorporada em objetos de aprendizagem47, como também outras tantas que se estenderam pouco além do seu planejamento. Kenski (2012) alerta que para integrar tecnologia em educação é necessário primeiro ensinar sobre elas. Assim, um novo produto, serviço ou comportamento precisa ser aprendido para ser utilizado. O grande acréscimo qualitativo agregado a cada pessoa, estudante, docente ou outro aprendiz é a motivação para o desafio de sempre aprender, seja desta ou de outra maneira.

A acepção de que o aluno de hoje não é mais o mesmo aluno do passado, considerando, evidentemente, suas aspirações em relação ao que a escola tem a lhe oferecer, tem sido corriqueira no ambiente escolar. ”Os estudantes de hoje não são mais aqueles para os quais nosso sistema educacional foi projetado” (PRENSKY, 2001, apud TORI, 2010, p. 218).

Muito se tem discutido a respeito, e o que se tem de consenso, dentre outras razões que se atém a estudos específicos, é que “as tecnologias existentes no ciberespaço, amplificaram, exteriorizaram e modificaram numerosas funções cognitivas humanas” (LÉVY, 1999, p. 27).

Os alunos, hoje presentes nas salas de aula estão multiconectados, sem necessariamente possuírem aparelhos eletrônicos, já que muitas vezes o poder aquisitivo das famílias não permite tais luxos. Estão no mínimo acostumados com o dinamismo dos programas televisivos. Assim, uma aula tradicional, narrada lenta e de forma monótona, os deixam extremamente distraídos. Tal comportamento, muitas vezes, se confunde com a adolescência, com a indisciplina, com o desinteresse ou com a falta de perspectivas para o futuro.

Na opinião de muitos alunos e professores, o que acontece é que a aula como está sendo ofertada não está mais adequada, fica incompreensível e desarticulada. A aprendizagem deixou de ser exclusivamente linear, embora isso seja bastante relativo. Kenski (2012) explica que os jovens leem grandes livros, como os da série Harry Potter, contudo, embora as estruturas sejam lineares, as

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Destaca-se, como exemplo, a iniciativa do MEC na disponibilização de um Repositório com objetos educacionais de acesso público, em vários formatos e para todos os níveis de ensino, disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/>. Nesse momento, o Banco possui 19.838 objetos publicados, 178 sendo avaliados ou aguardando autorização dos autores para a publicação e um total de 6.370.847 visitas de 190 países.

ações são dinâmicas e múltiplas. Nos livros de RPG, o leitor interage com a história e o desfecho só é conhecido a partir da atuação dos personagens na história.

Sem nenhuma controvérsia, é possível afirmar que a integração de imagens e sons no mundo virtual, empresta àquele que os observa, uma compreensão infinita de conhecimentos e em grande parte das vezes, também de sentimentos. Para que se possa documentar qualquer narrativa, seja ela formal como uma notícia ou informal como uma viagem familiar, é preciso acrescentar fotos ou vídeos.

“A imagem é capaz de nos comunicar mensagens tais como as palavras o fazem” (GODOY, 2013, p. 29). Esta linguagem de comunicação presente na cultura do homem desde os seus primórdios, tem sido utilizada com grande intensidade, tornando-se imensamente popular, dado o grau de sua imersão em conteúdos da Internet. É capaz, dentre outros fatores de estimular a percepção e o interesse de qualquer pessoa que as observa, ou como prefere Bittencourt (2009) suscitar outras imagens mentais de modo que seus receptores produzam textos também mentais, relacionando a imagem vista com outras pensadas. “[...] as imagens acham-se impregnadas de memória e fabulação, verdades ou mentiras, coisas boas ou ruins, enfim, de valores e visões de mundo” (SCHILICHTA, 2011, p. 371).

Os estudos sobre as imagens, frequentemente aqueles que utilizam a terminologia “Linguagem Visual” são facilmente encontrados na área de Publicidade e Propaganda (GODOY, 2013). Estes profissionais, atentos à forma de sensibilizar os consumidores na escolha de determinado produto apostam no sentido da visão para transmitir suas mensagens de forma rápida e precisa.

Em Educação, o uso de imagens tem lugar de destaque em diversas disciplinas, sobrepondo-se, muitas vezes, ao texto impresso. O Ensino de História, por exemplo, permite que através das imagens seja possível conhecer as tradições mais antigas da cultura de qualquer local do mundo. Imagens obtidas por satélite, agregam ao ensino da Geografia uma forma de compreender a superfície terrestre de maneira instantânea. A leitura da imagem no ensino de Artes, permite que os observadores venham a se apropriar do valor artístico, da época, da cultura, do estilo para além do objeto. A utilização de imagens em Educação, não é, pois, apenas um caso de escolha metodológica, mas a busca de uma consequência prática.

No Ensino de Ciências, o uso de imagens permite ao ser humano, conhecer um pouco mais do universo e, sobretudo, da própria existência humana e da vida

que ocupa este espaço imensurável, “devem promover junto aos alunos compreensão mais dinâmica e articulada entre os fenômenos da natureza próximos e distantes, atuais e remotos” (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2009, p. 88).

Vê-se, que o uso competente das mídias no espaço de aula pode inserir o jovem aluno neste contexto mais movimentado do mundo em que vive. Mas, ainda é bastante comum, professores exibirem vídeos longos, descontextualizados do seu conteúdo a não ser por uma cena ou outra. Este é apenas um dos aspectos da utilização precária de vídeos em aula.

Há muitos jovens que desejaram um aparelho celular moderno e foram contemplados por seus familiares. Em uma sala de aula, há alguns aparelhos disponíveis. Com um bom planejamento o professor pode direcionar o conteúdo da sua matéria para que o aluno produza vídeos clipes, grave sons diversos, realize entrevistas, enfim, construa e aprofunde seus saberes com a tecnologia audiovisual à sua disposição. Seja qual for o recurso tecnológico disponível, é preciso conhecer suas potencialidades.