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2.2 Política Científica, Tecnológica e de Inovação

2.2.3 Em Minas Gerais

A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) é a responsável por todas as ações setoriais relativas ao desenvolvimento e ao fomento da pesquisa, à geração e à aplicação de conhecimento científico e tecnológico. O objetivo da Sectes é formular e implementar políticas públicas que assegurem o desenvolvimento científico e tecnológico, a inovação e o ensino superior em Minas Gerais.

Compete à Sectes:

• Formular e coordenar a política estadual de ciência e tecnologia, supervisionando sua execução nas instituições estaduais de ensino superior, bem como o impacto dessas políticas;

• Elaborar planos e programas em articulação com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e acompanhar a execução de projetos desenvolvidos por órgãos e entidades do Poder Executivo na área de ciência e tecnologia;

• Estimular a execução de pesquisas básicas e aplicadas por meio do aperfeiçoamento da infra-estrutura de prestação de serviços técnico- científicos no Estado;

• Articular-se com organizações de pesquisa científica e tecnológica e de prestação de serviços técnico-científicos, públicas ou privadas, objetivando a compatibilização e a racionalização de políticas e programas na área de ciência e tecnologia e a promoção da inovação tecnológica, tendo em vista a transferência de tecnologia para o setor produtivo no Estado e o aumento da competitividade;

• Promover o levantamento sistemático de oferta e demanda de ciência e tecnologia e difundir informações para órgãos e entidades;

• Manter intercâmbio com entidades nacionais e estrangeiras para o desenvolvimento de planos, programas e projetos de interesse da área de ciência e tecnologia;

• Participar do Sistema Nacional de Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial - INMETRO;

• Incentivar o conhecimento científico e tecnológico mediante a pesquisa, a extensão e a formação de recursos humanos em nível universitário e técnico- profissionalizante;

• Regular, supervisionar e avaliar o ensino superior estadual em regime de colaboração com o Conselho Estadual de Educação, observada a legislação pertinente.

Junto às demais ações da Sectes, a aprovação da Lei Mineira de Inovação em 2008 (nº 17.348 de 17/01/2008) tem como objetivo oferecer suporte legal ao sistema de inovação do estado de Minas Gerais. A lei prevê:

• Condições para parcerias e prestação de serviços pelas ICT´s MG e seus servidores às Empresas de Base Tecnológica (EBT´s) e ICT´s Privadas para à Inovação;

• Apoio e incentivos financeiros às empresas para projetos de inovação tecnológica no Estado por meio do Fundo de Incentivo à Inovação Tecnológica (FIIT), independente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG);

• No interesse público, as instituições estaduais podem encomendar projetos cooperativos com empresas ou redes para solução de seus problemas tecnológicos;

• A implantação de Núcleos de Incentivo à Inovação (NIT) nas ICT´s, estimula inventor independente e apoia a criação de incubadoras de Empresas de base tecnológica (EBT); parques tecnológicos, redes cooperativas para Inovação e centros de P&D nas empresas, inclusive estrangeiras.

Dessa forma, a Lei Mineira de Inovação torna-se um instrumento importante para a política de desenvolvimento econômico e atração de empresas de base tecnológica para Minas.

Mais um articulador importante para as ações de CT&I em Minas é a FAPEMIG. Esta é a única agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico do governo estadual vinculada à Sectes, com recursos financeiros assegurados pela Constituição do Estado.

A missão da FAPEMIG é induzir e fomentar a pesquisa e a inovação científica e tecnológica para o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais. Sua ambição é ser reconhecida como o principal agente indutor do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação no Estado de Minas Gerais. Em 2009, seu orçamento chegou a 1% do total do estado, R$ 245 milhões.

Para avaliar os impactos socioeconômicos de programas e projetos públicos e privados em Minas Gerais, foi criado Centro de Estudos de Políticas Públicas (Lei Delegada nº159, de 25 de janeiro de 2007). Ao Centro de Estudos de Políticas Públicas Paulo Camilo de Oliveira Penna (CEPP) compete também a produção indicadores de desenvolvimento humano e de gestão municipal, análises, diagnósticos, elaboração de propostas e avaliação de políticas públicas para o desenvolvimento econômico e social. O CEPP ainda realiza pesquisas e projetos voltados para o desenvolvimento municipal e regional em seus aspectos ambiental, territorial, urbano, econômico, social e institucional, além de realizar estudos nas áreas de história, sociologia, patrimônio cultural, turismo e economia da cultura.

O Centro foi criado para atender à nova estrutura orgânica da Fundação João Pinheiro, e é composto por uma equipe multidisciplinar organizada em quatro núcleos3:

• Núcleo de Avaliação de Políticas Públicas – responsável por desenvolver projetos e programas de avaliação e formulação de políticas públicas para o estado de Minas Gerais.

• Núcleo de Indicadores – responsável pela produção de indicadores e índices de desenvolvimento humano e de gestão municipal, com destaque para o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a Lei Robin Hood (Lei 13.803/2000). • Núcleo de Projetos Especiais – responsável pela elaboração de projetos de

modernização administrativa e reforço da capacidade institucional nos setores público e privado, planos diretores municipais e regionais nas diversas áreas abrangidas pela gestão municipal e territorial, pesquisas, diagnósticos e análises nas áreas de história, turismo e sobre economia da cultura. Entre outros projetos, também compete ao Núcleo a realização da Pesquisa Mineira por Amostra de Domicílios, nos moldes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

• Núcleo de Estudos em Segurança Pública – responsável pelo desenvolvimento de pesquisa científica e concepção de políticas públicas para diversos aspectos do sistema de justiça criminal brasileiro, assim como participa das ações de treinamento e formação de recursos humanos para essas organizações, especialmente as organizações policiais.

Vê-se, portanto, que já existe uma preocupação por parte do estado em avaliar os impactos dos programas e políticas públicas implementadas em Minas Gerais. O CEPP é uma referência em indicadores que servem de base para orientar o governo na avaliação e assim, na tomada de decisões quanto à manutenção ou mudanças necessárias para que as ações públicas atinjam a demanda da sociedade.

2. 3 Avaliação de Políticas Públicas

Os métodos e práticas de avaliação evoluíram ao longo do tempo, assim como as tecnologias e as políticas científicas (PAPACONSTANTINOU; POLT, 2007). Segundo estes autores, os modelos que focavam a qualidade da pesquisa científica e o número de citações em publicações remontam do período pós-guerra, indo ao encontro das políticas ofertistas adotadas naquela época. Desde então, novas metodologias foram desenvolvidas em diferentes campos de estudo para estimar os impactos econômicos e sociais da PCTI’s de acordo com o objetivo que se pretende atingir (VELHO, 2010).

O ‘sucesso’ de um instrumento de política não se mede mais apenas pelos resultados dos projetos financiados em termos de produção acadêmica (número de publicações e citações), ainda que esses indicadores continuem a ser chave e usados de maneiras e em situações em que têm pouca legitimidade (VELHO, 2010, p. 34).