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EMOTIONAL SKILLS OF NURSES IN EMERGENCY SERVICE

Sandra Novo, Sandra Rodrigues e Pedro Rodrigues1

Enfermeiros da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSN), Serviço de Urgência

1Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica

Resumo

As competências emocionais desempenham atualmente um papel relevante na interpretação de comportamentos. São definidas por Xavier, Nunes e Basto (2014) como o conjunto de capacidades que permitem conhecer, regular e gerir emoções, para construir e manter relações interpessoais. Goleman (2009) defende que todas as emoções são impulsos para agir, sendo que a inteligência, está ligada à forma como se negoceiam as nossas emoções. A inteligência emocional representa esta capacidade de autoconsciência, controle de impulsos, persistência, empatia e habilidade social.

A inteligência emocional constitui uma parte fundamental das competências dos enfermeiros, representando a capacidade de usar de forma hábil a comunicação, os conhecimentos, as habilidades técnicas, o raciocínio clínico, as emoções e os valores através da reflexão da sua prática profissional diária. Com base nesta premissa definimos como objetivo da proposta teórica compreender a influência das competências emocionais dos enfermeiros na prestação de cuidados no serviço de urgência.

Palavras-chave: Emoções; Inteligência emocional; Enfermeiros; Serviço de urgência

Abstract

The emotional skills currently play a major role in behaviors interpretation. They are defined by Xavier Nunes and Basto (2014) as the set of abilities that allow us to know, regulate and manage emotions, to build and maintain interpersonal relationships. Goleman (2009) argues that all emotions are impulses to act, and the intelligence is connected to the way we negotiate our emotions. Emotional intelligence is the ability of self-awareness, impulse control, persistence, empathy and social skills.

Emotional intelligence is an essential component of nurse’s skills, representing the ability to use

communication, knowledge, technical skills, clinical reasoning, emotions and values through reflection of their daily professional practice.

Based on this premise we define the objective of theoretical proposal to understand the influence of emotional competencies of nurses in providing care the emergency department.

LIVRO DE ATAS DO II SEMINÁRIO INTERNACIONAL EM INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 2015

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183 INTRODUÇÃO

As emoções constituem um permanente desafio à capacidade do ser humano pensar sobre si e sobre a sua relação com o mundo que o rodeia (Xavier, Nunes & Basto, 2014). Entender e valorizar os processos e competências emocionais que condicionam o comportamento reflete, segundo Leach, Ward e Sylvester (2009) uma responsabilidade na compreensão do desempenho profissional dos enfermeiros.

A enfermagem é uma profissão do “cuidar” que implica o contacto contínuo com o utente e a sua família, no sentido de estabelecer relações terapêuticas, sendo que o processo de trabalho dos enfermeiros se realiza na relação com aquele que necessita de assistência. Nesta perspetiva os enfermeiros necessitam de desenvolver competências e habilidades específicas, que incluem a necessidade de identificar e compreender emoções do utente e a capacidade de utilizar as emoções de ambos no sentido de iniciar uma relação assistencial centrada nas necessidades do mesmo.

Entender as competências emocionais é decisivo para compreender as intervenções dos enfermeiros em contexto hospitalar, sendo um fator primordial no sucesso e desenvolvimento pessoal, profissional e social (Silva, 2011).

A capacidade do enfermeiro compreender as suas emoções bem como o contexto emocional que o envolve no seu quotidiano são fulcrais no momento de prestar cuidados e de desenvolver as suas competências socioprofissionais. Consideramos que a gestão das emoções é relevante nos cuidados ao doente no serviço de urgência, na medida em que os enfermeiros ocupam muito do seu tempo no contato com o mesmo e seus familiares, em situações de constantes mudanças emocionais (Carvalho, 2013).

Competências emocionais dos enfermeiros no serviço de urgência

Conhecer a perceção que os enfermeiros têm sobre a temática permite compreender como o perfil competencial das emoções influencia a prestação de cuidados. Como considera Veiga Branco (2004, p.65) “Uma pessoa com elevada competência emocional é aquela que tem também uma alta perceção daquilo que consegue ou não controlar, a partir de energia emocional dentro de si”.

Os enfermeiros podem manifestar dificuldades em relação à interação com os utentes, familiares e com equipa multidisciplinar quando confrontados com situações indutoras de “stress” emocional na prestação de cuidados no serviço de urgência, como a notificação de más noticias, a comunicação com doentes com prognóstico reservado, a preocupação e a necessidade em dar respostas rápidas e resolutivas perante situações críticas.

Na perspetiva de Carvalho (2013) para um bom desempenho, os enfermeiros necessitam, além da inteligência intelectual, de flexibilidade mental, equilíbrio emocional, bem como de capacidade de autoconhecimento e de autoperceção, para saberem lidar com os sentimentos e possuir autocontrole. As competências emocionais são essenciais nas interações sociais porque,

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184 segundo a mesma autora, emoções, alimentam funções comunicativas e sociais, além de que conterem informações sobre os pensamentos e intenções das pessoas.

É importante controlar e administrar as emoções, levando-as a serem influenciadas pelos objetivos, assim como pela motivação pessoal. É a inteligência emocional que contribui com um número muito maior das qualidades que nos tornam mais plenamente humanos (Goleman, 2009).

Modelos de competências emocionais de enfermagem

A revisão teórica mostra a existência de distintos modelos, evidenciando uns, as competências emocionais, outros as sociais, salientando alguns autores os modelos mistos, que consideram a inteligência emocional como um conjunto mais generalizado de competências que englobam tanto as competências sociais como as emocionais.

Na conceção dos modelos mistos de Aradilla-Herrero, Gual e Tómas-Sábado (2011) são definidas as competências sociais e emocionais de uma forma ampla, considerando que as mesmas se podem aprender, que estão centradas na pessoa e que permitem formar pessoas conscientes de si mesmas e dos outros, capazes de tomar decisões responsáveis, socialmente competentes, que mostram respeito pelos outros e que respeitam as normas sociais (Tabela 1).

Tabela 1- Modelo de competências emocionais de enfermagem Competências

emocionais Competências sociais

Competências de autocuidado pessoal

Perceção Empatia Autoestima

Compreensão Assertividade Atitude positiva

Assimilação Escuta ativa Resiliência

Gestão emocional Resolução de conflitos Tolerância ao stress

Trabalho em equipa Habilidades sociais básicas

Comunicação verbal e não verbal efetiva Comunicação em situações complexas Respeito pelo outro

Aceitação da diversidade

Segundo Landa, Montes-Berges e Martos (2011) a inteligência emocional está relacionada com quatro fatores:

1. Perceção emocional: habilidade para perceber, avaliar e expressar emoções com exatidão 2. Integração emocional: habilidade para aceder e/ou gerar sentimentos que facilitem o

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185 3. Compreensão emocional: habilidade para compreender emoções, ter conhecimento

emocional e raciocinar emocionalmente

4. Regulação emocional: habilidade para controlar as próprias emoções promovendo um crescimento emocional e intelectual.

Conclusões

A educação emocional representa um processo educativo contínuo e permanente que pretende potenciar a aquisição de competências no âmbito emocional como elemento essencial no desenvolvimento e evolução numa dimensão psico-sociocultural e profissional.

A inteligência emocional é, segundo Carvalho (2013) o equilíbrio das emoções e atitudes, através do qual o enfermeiro desenvolve o seu autocontrole, sendo importante para o sucesso pessoal, social e profissional, representando uma caraterística que contribui com um incremento das qualidades que tornam os enfermeiros mais plenamente humanos.

Profissionais com elevados níveis de competência emocional possuem maior capacidade para compreender os comportamentos das outras pessoas e os seus sentimentos, criando uma melhor relação de trabalho em equipa e maior flexibilidade (Aveleira, 2013). A inteligência emocional é um aspeto que não se pode ignorar tendo cada vez mais um papel de destaque em ambiente hospitalar, como defende Alves, Ribeiro e Campos (2012).

A inteligência emocional envolve a capacidade de perceber, de avaliar e de expressar emoções (Carvalho, 2013). Compreende, segundo a autora, a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento, a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional, assim como de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. Portanto, a Inteligência Emocional é o equilíbrio das emoções e atitudes, por meio do qual o profissional de enfermagem desenvolve seu autocontrole.

Referências Bibliográficas

Alves, J., Ribeiro, C., & Campos, S. (2012). A inteligência emocional em enfermeiros responsáveis por serviços hospitalares. Referência, 7, 34.

Aradilla-Herrero, Gual & Tómas-Sábado (2011). Modelo de Competencias Emocionales en Enfermeria en el contexto del Espaco Europeo de Educación Superior. In P. Fernández- Berrocal, N. Extremera, R. Palomera, D. Ruiz-Aranda, J. M. Salguero & R. Cabello.

Inteligencia Emocional:20 años de investigación y desarrollo. (pp. 525-530). II Congresso

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186 Aveleira, J. J. C. (2013). A inteligência emocional, o desempenho e a satisfação laboral em funções comerciais. Tese de Especialidade em Psicologia das Organizações. Instituto Universitário Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa.

Carvalho, C. G. (2013). Importância da inteligência emocional para a efetiva ação de uma assistência de enfermagem mais humanizada. Revista da Universidade Vale do Rio Verde,

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Goleman, D. (2009). Inteligência Emocional. 13ª ed. Camarate. Edição Temas e Debates do Círculo de Leitores.

Landa, Montes-Berges & Martos (2011). El impacto de la Inteligencia Emocional Percibida, balanza afectiva y variables socio-demograficas sobre el estrés ocupacional y la satisfacción laboral en profesionales de enfermeria. In P. Fernández-Berrocal, N. Extremera, R. Palomera, D. Ruiz-Aranda, J. M. Salguero & R. Cabello. Inteligencia Emocional:20 años de

investigación y desarrollo. (pp. 241-246). II Congresso Internacional de Inteligência

Emocional. Santander

Leach, R., Ward, J., & Sylvester. (2009). Compêndio de Medicina Intensiva. Lisboa: Piaget Editora. Silva, C. (2011). Estudo das competências emocionais e sua correlação com o auto-conceito. (Tese

de mestrado), Universidade Fernando Pessoa, Porto.

Veiga Branco, A. (2004). Auto-motivação. Coimbra: Quarteto Editora.

Xavier, S., Nunes, L., & Basto, M. L. (2014). Competência emocional do enfermeiro: A significância do constructo. Pensar Enfermagem, 18 (2), 3-19.

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187 PERTINÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE EM CUIDADOS PALIATIVOS DA RNCCI

SPIRITUALITY PERTINENCE IN RNCCI PALLIATIVE CARE

Carolina Lopes1, Daniel Batista1, Maria Veiga-Branco2 (O.C.), Gorete Baptista2(O.C.)

1.Mestrandos em Cuidados continuados. ESSa, IPB, Bragança, Portugal carolinafatimallopes@gmail.com 2. PhD, ESSa, IPB, Direção PAIDEIA,

Coordenadora da Pós graduação em Educação Emocional, PhD, ESSa, IPB, Corpos Sociais da PAIDEIA, Investigadora da RECI

Resumo

Introdução - A espiritualidade é uma componente essencial do cuidar. A European Association for

Paliative Care, definiu espiritualidade como “uma dimensão dinâmica da vida que relaciona a maneira

com que cada individuo (ou comunidade) expressa, vive ou busca significado, propósito ou transcendência, e a maneira com que cada um se conectam ao momento, a si mesmo, aos outros, à natureza e ao sagrado”. Nos cuidados paliativos esta assume a essência na sua plenitude, tendo um alto poder terapêutico, o que faz com que a esperança aumente, refletindo-se num aumento de bem estar, o que leva à promoção de conforto, diminuição de sofrimento, culminando numa melhor qualidade de vida. Objetivos - Despertar a atenção dos profissionais de saúde para a pertinência da espiritualidade no cuidar em paliativos.

Metodologia – Revisão de Literatura. Foi efetuada uma pesquisa na base de dados do RCAAP,

delimitada entre 2007 e 2015, usando com estratégia de pesquiza os seguintes termos para extração dos «abstracts» e seleção dos estudos: “Espiritualidade em Cuidados Paliativos”. Foram extraídos 12 estudos e selecionados 4 para a fase final.

Resultados - Os cuidados paliativos proporcionam medidas de conforto para diminuir o sofrimento físico, social e psíquico quer do doente quer da família nunca podendo dissociar-se da espiritualidade. O profissional de saúde cada vez mais, tem que estar desperto para as necessidades espirituais do doente e essencialmente aperceber-se qual a melhor estratégia para aliviar o sofrimento da pessoa. Nos cuidados paliativos a melhoria de qualidade de vida do doente está sempre presente, e a espiritualidade assume um papel fundamental na esperança e na fé do individuo.

Conclusão - no contexto de cuidados paliativos, a espiritualidade assume vários significados para todas as pessoas, quer doentes, quer profissionais de saúde, quer família, dependendo das diversas ações e atitudes que se praticam e tomam de modo a promover qualidade de vida para o doente.

Palavras-chave: Espiritualidade e Cuidados Paliativos. Abstract

Introduction - Spirituality is an essential component of care. The European Association for Paliative Care, defined spirituality as "a dynamic dimension of life. This relates the way in which each individual (or