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HELPING RELATIONSHIP IN WOMAN WITH BREAST CANCER

Eduarda Barreira,1, Liliana Fernandes 1, Gorete Baptista² (O.C.)

¹Estudantes Mestrado em Envelhecimento Ativo - Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico (IPB), edubarreira4@hotmail.com

²Professora na Escola Superior de Saúde de Bragança-IPB, Corpos sociais da PAIDEIA

Resumo

Introdução: A mulher com cancro da mama vivencia grande sofrimento, desde que lhe é diagnosticado o cancro e durante os tratamentos, pelo que necessita de ajuda para enfrentar as dificuldades. A relação de ajuda é um elemento fulcral e indiscutível na atividade dos cuidadores sejam eles formais ou informais, exercendo um papel central na resposta às necessidades concretas de cada pessoa. Trata-se de uma troca entre seres, tanto verbal como não-verbal, que ultrapassa a superficialidade e favorece a criação do clima de compreensão e apoio de que a pessoa tem necessidade.

Objetivo: verificar a importância da relação de ajuda como estratégia no alívio do sofrimento da mulher com cancro da mama.

Metodologia: Foi utilizada a estratégia PICO, procedendo-se a uma revisão da literatura publicada no período temporal 2009-2015, sendo selecionados 10 artigos, retirados da base de dados: B-ONE, Scielo, PubMed/Medline, Lilacs e Scopus. Estabelecemos como critérios de inclusão os trabalhos que envolvessem a relação de ajuda/ apoio a mulheres com cancro da mama, no período compreendido entre

2009-2015 e com desenho de estudo qualitativo. Pretendemos responder à questão de pesquisa “Qual a

importância da relação de ajuda no alívio do sofrimento da mulher com cancro da mama?

Resultados: Foram analisados dez artigos, sendo que em todos eles é dado ênfase à relação de ajuda prestada pelos profissionais de saúde, família, nomeadamente o enfermeiro e o parceiro e os grupos de apoio. Esta relação de ajuda contribui positivamente para aceitar melhor a doença, ultrapassar as adversidades que surgem e perceber que não esta só neta luta.

Conclusão: Tanto o diagnóstico com o tratamento do cancro da mama são contextos muito problemáticos e de difícil aceitação para a mulher. A relação de ajuda é essencial pois permite ajudá-la a adaptar-se a todo o percurso de doença e tratamentos. Contribui para a promoção da qualidade de vida e inserção social destas mulheres assim como para a redução do sofrimento causado pela doença e tratamentos, tornando-se assim um fator indispensável durante o processo de diagnóstico e tratamento desta patologia.

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Abstract

Introduction: The aid relationship is a key element in caregivers activity whether formal or informal, as it plays a central role in responding to the specific needs of each person, as the caregiver is fully facing the other, to their situation and suffering. It is an exchange between beings, both verbal and nonverbal, beyond the superficiality favoring the creation of the climate of understanding and support that person needs. Breast cancer is a world renowned and feared disease. Is a malignant tumor that affects the woman and continues to be one of the highest causes of death in Portugal.

Objective: To verify the importance of aid relationship as a strategy to relieve the suffering of women with breast cancer.

Methodology: The PICO strategy was used, proceeding to a review of the published literature in the time period 2009-2015, and selected 10 articles, taken from the database: B-ONE, Scielo, PubMed / Medline, Lilacs and Scopus. Established inclusion criterions work involving the help relationship / support to women with breast cancer in the period 2009-2015 and with qualitative study design.We intend to answer the research question "How important is helping relationship in relieving woman suffering with breast cancer? Results: We analyzed ten articles, and in all of them is emphasized the helping relationship provided by health professionals, family, and in particular nurse and the partner and support groups. This aid relationship contributes positively to better accept the disease, overcome the adversities that come up and realize that not alone granddaughter fight. Conclusion: Both the diagnosis to the treatment of breast cancer are very problematic contexts and difficult to accept for women. The aid relationship is essential because it allows help her adapt to all the disease course and treatment. Contribute to the promotion of quality of life and social inclusion of women as well as to reduce the suffering caused by the disease and treatments, thus becoming an indispensable factor in the process of diagnosis and treatment of this pathology.

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131 INTRODUÇÃO

O cancro da mama é uma doença mundialmente conhecida e temida sendo o tumor maligno que mais afeta a mulher. Em Portugal mata anualmente cerca de 1500 mulheres, sendo detetados cerca de 4000 a 4500 novos casos por ano (Direcção-Geral da Saúde, 2003; Mello, 2012). Nos últimos anos, esta patologia tem vindo a aumentar cada vez mais, sendo que já é considerada uma doença da civilização atual (Regateiro, 2007). A realização de rastreios, possibilita uma deteção e tratamento cada vez mais precoces, sendo desta forma a sobrevivência mais longa. O cancro da mama é uma doença caracterizada pela presença de células cancerígenas que formam um tumor no seio. Devido à sua elevada incidência e mortalidade, faz parte das doenças que mais medo e preocupações causam nas mulheres (Moal & Fitoussi, 2000). Quer o diagnóstico como o seu tratamento são contextos muito problemáticos e de difícil aceitação para a mulher.

O diagnóstico de cancro da mama para a maioria das mulheres é assolador e é comum passarem por 5 estádios subjacentes ao processo de adaptação, são eles: Negação e Isolamento: a mulher não aceita o diagnóstico chegando a nega-lo, Cólera: revolta e raiva para com o profissional de saúde que lhe comunica o diagnóstico e para consigo mesma, Negociação: tenta negociar com Deus, com os que o rodeiam e mesmo com os profissionais de saúde na tentativa de prolongar o seu bem-estar e tempo de vida, Depressão: a mulher toma consciência da doença, muitas vezes chora e verbaliza a sua angústia e por último a aceitação, a mulher por fim aceita a doença e decide lutar contra ela utilizando todos os meios disponíveis (Amaral, s/d).

Estas mulheres têm que fazer um reajustamento à vida, ou seja, terá de aprender a lidar com esta nova e inesperada realidade, a qual irá envolver transformações físicas, sociais e psicológicas, encontram-se também muito limitadas a nível do trabalho, pois não devem realizar atividades que englobavam grandes esforços físicos, essencialmente, do braço operado, no entanto, se a mulher se sentir capacitada para trabalhar e disso depender o seu bem-estar ela deve continuar, embora deva estar ciente que o trabalho que efetua não lhe irá perturbar nem prejudicar no tratamento (Moal & Fitoussi, 2000).

Segundo Garcia (2011), no cancro de mama predominam outras complicações que superam as físicas, envolvendo questões familiares e sociais que podem mesmo ser tão graves e complexas como a própria doença. Assim torna-se indispensável a existência de apoio psicossocial envolvendo a doente, os familiares e até o próprio ambiente.

Os sentimentos que uma mulher com cancro da mama pode ter são essencialmente: o medo, a rejeição, a culpa e a perda. Esses sentimentos estão na base de várias preocupações, no entanto, o maior medo da mulher origina-se do medo de morrer. Sentem também medo em relação à possível rejeição sexual e social. Esse medo faz com que a mulher rejeite o seu próprio corpo depois da mastectomia (Pereira et al., 2006, citado por Pedrosa et al, 2009).

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132 De forma a minimizar as consequências da doença e tratamentos, nomeadamente o sofrimento que acarretam, é fundamental que estas mulheres sintam que não estão sozinhas, necessitando de apoio e acompanhamento por parte das pessoas significativas e dos cuidadores formais, ou seja, precisam de ajuda. Os enfermeiros, pelo tempo de contacto com a doente, são os profissionais que mais podem identificar as necessidades de ajuda e dessa forma intervir. A relação de ajuda é o procedimento através do qual uma pessoa procura ajudar outra pessoa de forma a aliviar a sua ansiedade e aumentar a sua capacidade adaptativa, para tal, a capacidade de é ouvir o outro é essencial (Mariutti et al, 2007).

A relação de ajuda é o “...eixo no qual gravita o conjunto de cuidados de enfermagem. A relação de ajuda visa dar à pessoa a possibilidade de identificar, sentir, saber escolher e decidir fase a uma determinada situação. Assim, pretende-se que na relação de ajuda, a pessoa que está a ser ajudada consiga ultrapassar uma experiência/provocação, enfrentar os seus problemas; resolver uma situação potencialmente problemática; encontrar um funcionamento pessoal mais satisfatório, encontrando motivações que a ajudem a torná-la numa experiência positiva” (Lazure, 1994, citada por Pinto, 2009, p. 82).

Para que a relação de ajuda seja efetiva, é necessário que as pessoas envolvidas se respeitem e se reconheçam como seres iguais, ou seja não se pode considerar a pessoa doente como inferior só pelo facto de estar doente. De forma a facilitar o estabelecimento desta relação, o prestador de cuidados deve integrar o sofrimento do doente. Este tipo de relação tem por objetivo “favorecer no outro o crescimento, o desenvolvimento, a maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidade de enfrentar a vida” (Phaneuf, 2005, p.324).

Os objetivos da relação de ajuda visam ajudar a pessoa cuidada a:

-“colocar a sua dificuldade em palavras a fim de que ela possa perceber-se como uma

interveniente ativa na sua própria situação,

- aceitar a dor ou as dificuldades de uma situação com mais serenidade,

- ver o seu problema mais claramente, de maneira mais realista, nas suas justas proporções, e modificar as suas perspetivas sobre o assunto, em caso de necessidade, apresentar à enfermeira o seu problema como se lhe coloca, enquanto ser único nas condições que lhe são particulares, - compreender e comunicar às pessoas que ajuda as diferentes ligações entre os acontecimentos da sua vivência e as diferentes relações de força que se exercem entre as pessoas-chave da sua vida para chegar a uma melhor compreensão de um problema ou de um conflito,

- exprimir os seus sentimentos e as suas opiniões, mesmo se são negativos, - libertar a sua tensão,

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- sentir-se escutada, aceite tal como é e compreendida, para que em seguida seja capaz de se aceitar a ela própria tal como é,

- abrir-se aos outros e sentir-se mais à vontade para comunicar,

- ter em conta os outros e tornar-se consciente das suas responsabilidades, estabelecer uma relação significante com uma enfermeira que servirá de trampolim para o estabelecimento de outras relações interpessoais, desenvolver uma auto-imagem mais positiva,

- modificar certos comportamentos que prejudicam a sua adaptação,

- encontrar um sentido para a sua dificuldade, adaptar-se a uma situação à qual não se poderia adaptar sem ajuda,

- conhecer os recursos pessoais de que dispõe para resolver as suas dificuldades, ver a vida de forma mais confiante e mais positiva, e a formular objetivos de vida, suas dificuldades na sua vida e resolvê-las se possível, enfrentar a morte com dignidade e serenidade” (Phaneuf, 2005, p. 327).

A mulher com cancro da mama sente muita necessidade de exprimir o que sente e neste contexto devem ser criadas oportunidades para tal. Tem o direito de ser respeitada e ouvida, devendo fazer parte da equipa multidisciplinar, ou seja, a mulher deve participar ativamente no seu processo de tratamento e reabilitação. Quer na prestação de cuidados, quer no internamento ou em ambulatório, o enfermeiro deve criar condições para a mulher se expressar, disponibilizando tempo e vontade para a ouvir, falar com ela, a escuta ativa torna-se aqui de extrema relevância, tendo em conta que cada mulher terá a sua forma de se expressar, dependendo das características pessoais do contexto sociocultural (Barreto et al, 2008; Pinto, 2009).

Os profissionais de saúde devem estar preocupados em oferecer uma assistência de qualidade ao indivíduo que precisa do seu cuidado, sendo da responsabilidade de todos os profissionais buscá-la. O Cuidar para o profissional de saúde significa compreender e sentir a realidade do outro através da interação humana (Mello, 2012). É sua missão compreender e contextualizar a experiência de cada paciente e familiar de uma forma individualizada, ajudando-os a reconhecer as estratégias que diminuam o stresse e os stressores vivenciados, desenvolvendo um coping eficiente (Nascimento et al, 2011). A relação entre a paciente e a equipa de enfermagem passa a integrar o quotidiano da sua vida e o acompanhamento individualizado torna-se fundamental e essencial para assegurar uma assistência diferenciada e humanizada, caracterizada por um cuidar autêntico e único.

As missões do enfermeiro perante a mulher com cancro da mama passam por encarar duas fases, o pré e o pós-operatório. No pré-operatório, o enfermeiro vai identificar as situações-problema para poder tratá-las antes da cirurgia, enquanto no pós-operatório, irá auxiliar na reabilitação

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134 cujas modificações na autoimagem podem desencadear traumas relacionados com os aspetos físicos, emocionais e sociais, influenciando desta forma negativamente o prognóstico (Barreto et al, 2008; cit.por Marinho et al, 2013).

Segundo Latorre Postigo (1995, citado por Pinto, 2009), é de extrema relevância a existência de uma relação interpessoal adequada e coerente entre o enfermeiro e a paciente pois ambos formam um sistema relacional e deste modo, existe uma mútua influência. Nesta relação deve existir uma comunicação positiva e eficaz fazendo com que a pessoa se sinta bem, à vontade no sentido de exprimir o que lhe vai por dentro, ou seja, as suas dúvidas e receios. Quando não estamos perante uma boa comunicação a pessoa tem tendência a isolar-se mais, a fechar-se sobre si, o que neste caso dificulta o processo de adaptação. Assim, é fulcral que o enfermeiro possua boas habilidades comunicativas de forma a promover uma melhor adaptação à doença e ao tratamento. A efetividade da comunicação favorece de forma significativa a elaboração, o planeamento e a implementação de uma assistência de qualidade, para além de criar vínculos. No entanto muitas das vezes a indisponibilidade de tempo, as limitações pessoais da mulher e do enfermeiro, bem como por vezes, a falta de preparação de alguns enfermeiros limitam a existência de uma comunicação eficaz e efetiva (Araújo et al 2010, citado por Marinho et al, 2013).

A experiência do cancro da mama coloca vários desafios às doentes e por este mesmo motivo estas mulheres e famílias precisam de receber apoio psicossocial. Embora muitas doentes enfrentem o processo apenas com o apoio de familiares e amigos, o apoio psicossocial está institucionalizado (Costa & Ribeiro, 2012a). O apoio psicossocial à mulher com cancro da mama, envolve uma ajuda e uma troca emocional, como carinho, elogio, estima e apoio instrumental referente à ajuda material (prótese mamária, peruca), informações e orientações (Assistência Social, Fisioterapia e Psicologia) e apoio jurídico (Garcia, 2011). A sobrevivência e a qualidade de vida da mulher depois do tratamento do cancro da mama também são muito influenciadas pelas relações interpessoais e apoio social recebido (Waxler-Morrinson et al., 1991, citado por Júnior & Lopes, 2013). Este apoio deve ser entendido com um aspeto qualitativo e funcional da rede social e configura-se por meio de recursos que são disponibilizados por outras pessoas a indivíduos que se encontram em situação de necessidade, podendo ser medido através da perceção individual do grau com que as relações interpessoais correspondem a determinadas funções. Como exemplos deste apoio temos o emocional, o material e o afetivo (Júnior & Lopes, 2013).

O apoio social trata-se de um fator protetor e recuperador da saúde da mulher impedindo-a de desistir das diferentes fases do tratamento e que o confronto com a doença seja mais positivo (Hoffmann et al, 2006; citado por Romeiro et al, 2012). Pode advir das relações familiares, de amizades, de trabalho dos profissionais da saúde e religiosidades, tem-se revelado um fator

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135 importante no enfrentar das adversidades causadas pela doença (Sluzki, 1996 citado por Hoffman et al, 2006). O Suporte Social torna-se muito relevante para quem sofre de doença crónica, podendo mesmo diminuir os níveis de angústia que acompanham os indivíduos, levando assim a uma maior adesão ao tratamento médico (Pedroso & Sbardelloto, 2008 citado por Rodrigues & Madeira, 2009), tornando deste modo a recuperação muito mais rápida e levando mesmo à redução de medicação (Cobb, 1976, citado por Rodrigues & Madeira, 2009). Tanto o suporte social como familiar possuem um papel bastante importante na vida das mulheres com cancro contribuindo na manutenção e recuperação da saúde (Romeiro et al., 2012).

Num estudo desenvolvido por Budin (1998, citado por Júnior & Lopes, 2013), quanto melhores forem os índices de avaliação das pacientes, melhor é a perceção das mesmas do apoio social recebido. De acordo Sales e colaboradores (2001, citados por Júnior & Lopes, 2013), fazem parte destas fontes deste apoio o marido, os filhos, os parentes, os profissionais de saúde e os amigos, sendo que os profissionais de saúde foram reconhecidos como a terceira maior fonte de apoio, depois das fontes de apoio dos filhos e do marido.

Segundo outros autores os parceiros têm um papel de extrema relevância na mulher com cancro da mama, pois estes podem propiciar outras alternativas para enfrentar os problemas, ao estabelecerem uma relação interpessoal positiva e um compartilhar efetivo de emoções, dúvidas e preocupações. Assim é muito importante a compreensão dos parceiros para com estas mulheres com o objetivo de perceberem as suas atitudes, adequando-se às mudanças provocadas pela doença e tratamentos.

Os parceiros devem envolver-se desde a mudança das rotinas até à tomada de decisão em relação à mastectomia da sua parceira, podendo deste modo tornarem-se elementos centrais na condução de estratégias de prevenção primária ao nível de potenciais emocionais (Biffi & Mamede, 2004; cit. por Marques & Okasaki, 2012). As mulheres encaram os seus parceiros como um ponto de apoio e revelam que o comportamento deles favorece a sua autoestima e a sua recuperação. Sentirem-se amadas é importante, pois permite-lhe compreender que o fator estético não é o mais relevante num relacionamento, mas sim os aspetos emocionais associados à cumplicidade do parceiro. Assim, torna-se muito importante que a mulher se sinta amada e desejada pelo seu parceiro, para uma melhor recuperação física, emocional, psicológica e sexual (Pedrosa et al 2009).

O casal deve ser preparado emocionalmente pela equipa de enfermagem, fazendo com que ambos aceitem o tratamento e ajudar a lidar com o stress e dúvidas que poderão advir. Devem também proporcionar recursos disponíveis para a recuperação da mulher que permitam incentivar a paciente e a família no sentido de diminuir o medo e a ansiedade (Jesus, 2008; citado por Marques & Okasaki, 2012).

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136 A criação de grupos de apoio podem ter um efeito terapêutico, oferecem relevantes contribuições para a reabilitação e promoção da saúde da mulher com cancro da mama, oferecendo um cuidado integral e humanizado, funcionando como suporte para o crescimento, desenvolvimento e troca de experiências, contribuem para o fortalecimento da autoestima e para a reinserção social. (Barbosa et al, 2004, citados por Marinho et al, 2013). Nestes grupos de apoio o diálogo leva a uma desconstrução de mitos, elaborando-se assim outros conhecimentos e atitudes mais favoráveis frente ao cancro da mama.

O grupo possibilita também o desenvolvimento da responsabilidade coletiva em relação à saúde das participantes do grupo. Este espaço acaba por estimular a socialização e a troca de experiências, favorecendo assim o auto conhecimento e a vivência do seu dia-a-dia de uma forma mais eficaz e produtiva (Fabro et al, 2008 citado por Marinho et al 2013). Assim, os benefícios terapêuticos da participação em grupo e o suporte social oferecido por estes, poderão funcionar como aliados na redução dos custos de saúde que advém do tratamento do cancro da mama (Guerra & Lima, 2005 citados por Costa & Ribeiro, 2012a).

O enfermeiro é um elemento-chave no apoio à mulher com cancro da mama e, segundo Melo et al (2005) citado por Marques & Okasaki, (2012), deve manter a sua flexibilidade durante a assistência, planeando abordagens criativas na promoção de famílias saudáveis, não encarando apenas as pessoas individualmente mas a família como um todo, procurando sempre atingir o equilíbrio dos seus membros…, pois todos sabemos que a doença de alguém pode tornar-se a doença da sua família…

Metodologia

De forma a verificarmos a importância da relação de ajuda como estratégia no alívio do sofrimento da mulher com cancro da mama, efetuámos uma revisão da literatura e aplicámos a estratégia PICO, visando realizar um exame crítico a um conjunto de publicações pertinentes para o domínio da investigação (Fortin, 2000).

Assim, será possível integrar as informações expressas num conjunto de estudos realizados, nos quais podemos identificar elementos semelhantes e divergentes e refletir sobre os mesmos. A nossa revisão de literatura permitiu-nos responder à seguinte questão central: “Em relação à