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Encaminhamento Adaptativo Dependente do Estado (“Adaptative State Dependent Routing”

Capítulo 3: Resenha sobre os Métodos de Encaminhamento Dinâmico

3.5 Métodos de encaminhamento dependentes do estado

3.5.2 Métodos baseados nos processos de decisão de Markov

3.5.2.3 Encaminhamento Adaptativo Dependente do Estado (“Adaptative State Dependent Routing”

Nos dois métodos de encaminhamento anteriores, propostos por Krishnan e Ott, a escolha do caminho para uma chamada é feita com base nos ‘custos’, associados com os estados dos caminhos admissíveis, na altura que a chamada ocorre.

O custo de um caminho é uma estimativa do aumento esperado no bloqueio de chamadas futuras que resultarão da aceitação de uma chamada adicional no caminho, no seu estado actual. Estes custos são determinados a partir da solução off-line de um grande programa não linear, o qual requer o conhecimento prévio de todas as intensidades de tráfego oferecidas à rede. Como tal informação não é mais do que uma previsão, é então necessário considerar ainda os erros resultantes da mesma. Será portanto vantajoso poder substituir, a necessidade do conhecimento da informação à priori, por informação obtida das medições feitas na rede quando está em funcionamento. O ASDR, descrito em [Krishnan91], é um método de encaminhamento que tem essa vantagem, sendo que aqui cada um dos feixes da rede usa as suas medidas de tráfego para actualizar os seus custos de estado em intervalos regulares.

O método de encaminhamento ASDR não precisa das estimativas à priori das cargas oferecidas à rede. Usa, em vez disso, as medidas de tráfego actuais obtidas dos feixes da rede durante a sua operação. A hipótese da independência dos fluxos nos feixes é razoável para o encaminhamento não alternativo e é usada na derivação do SSDR. No entanto, no SSDR, o fluxo nos feixes torna-se correlacionado pela escolha (dos caminhos) dependente do estado. Contudo, para conseguir um tratamento analítico manejável, é-se mais ou menos obrigado a continuar a ficção de que, mesmo no encaminhamento dependente do estado, os fluxos resultantes nos feixes podem ser tratados como fluxos independentes. Então, considerando que o fluxo induzido nos feixes pelo encaminhamento dependente do estado é

Resenha sobre os Métodos de Encaminhamento Dinâmico

aproximado por fluxos independentes, e se, além disso, cada fluxo no feixe for aproximado por uma carga ‘equivalente’ de Poisson oferecida ao feixe, então a determinação das condições da rede, produzidas pelo encaminhamento dependente do estado, é equivalente a determinar as cargas ‘equivalentes’ de Poisson oferecidas aos feixes. Na prática, deixa-se a rede ‘calcular’ estes fluxos, durante a sua operação real sob o método de encaminhamento, e pode-se então medir, em vez de calcular, os resultados necessários, sujeitos às considerações da independência das cargas nos feixes modeladas como fluxos de Poisson.

Deve ser notado que, sob o encaminhamento dependente do estado, a noção de carga ‘oferecida’ a um feixe específico não é bem definida, visto que, quando uma chamada tem mais do que um caminho admissível, a carga nunca é oferecida a um feixe quando é conhecido que não pode ser transportada nele. Por outro lado, a carga transportada num feixe (número médio de circuitos ocupados) é um conceito bem definido independente das regras de encaminhamento e é, de facto o que pode ser medido directamente. Para uma determinação aproximada de cada fluxo no feixe, define-se a carga oferecida ‘equivalente’ como sendo a carga oferecida de Poisson a qual produziria a mesma carga transportada como o dado fluxo no feixe. Então, em princípio, uma carga de Poisson oferecida a um feixe pode ser determinada a partir de uma medição da carga transportada. Na prática, é estimada por combinação de medidas separadas da carga transportada e do bloqueio, pela fórmula seguinte:

bloqueio)

-

(1

ada

transport

carga

oferecida

carga

=

(3·26)

Também, o ‘bloqueio’ (razão entre os ‘transbordos’ e as ‘tentativas’) num grupo de circuitos não é bem definido nos métodos de encaminhamento dependentes do estado, pois a ideia de uma chamada sendo oferecida a um grupo e ‘transbordar’ dele, não é aplicável à escolha dependente do estado de um caminho de entre vários alternativos. Contudo, considerando a hipótese de uma carga oferecida de Poisson, a ideia de bloqueio como a proporção de chamadas ‘bloqueadas’ é equivalente à ideia de bloqueio como a proporção de tempo passado pelo grupo de circuitos no estado ‘todos os circuitos ocupados’. Esta última interpretação permite obter medições directas do bloqueio, a partir do mesmo conjunto de amostras (da utilização dos circuitos) que são usadas para medir a carga transportada num grupo de circuitos. A carga transportada é medida examinando o estado do grupo de circuitos em intervalos regulares (o intervalo standard é de 100 segundos) e guardando o número de circuitos ocupados observado; para medir o ‘bloqueio’ é necessário simplesmente manter a contagem das ocasiões em que se encontram todos os circuitos ocupados. Pode usar-se, então, a expressão anterior para determinar a carga oferecida de Poisson ‘equivalente’ a um grupo de circuitos, das medidas da carga transportada e da fracção de tempo no estado de bloqueio.

Um Estudo Simulacional de Redes Inter-centrais com Encaminhamento Dinâmico

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Então, assumindo a aproximação de que os fluxos nos feixes podem ser representados como originados a partir de cargas independentes de Poisson oferecidas aos feixes, é possível substituir o passo da determinação dos valores

( )y

k por medições feitas na rede.

O funcionamento do ASDR

1. Assumir um conjunto inicial de cargas nominais no feixe

{ }y

k para usar na equação (3·21), e

implementar o SSDR de acordo com as regras dadas. (Uma sugestão para a escolha inicial é considerar

y

k

=s

k, o número de circuitos no feixe k.)

2. Em intervalos regulares, de duração suficiente para a rede alcançar o equilíbrio estatístico sob o método de encaminhamento corrente, usar as medições feitas nos feixes (a carga transportada e a fracção de tempo passada no estado ocupado) para reestimar a carga oferecida ‘equivalente’ para cada feixe, pela fórmula (3·26).

3. Usar as estimativas revistas das cargas nos feixes na equação (3·21) para determinar os novos parâmetros

{∆( )k,j

}

, e implementar o SSDR correspondente até regressar ao passo 2, no final do intervalo corrente.

O método ASDR não precisa do conhecimento prévio das cargas oferecidas à rede e também não necessita da solução prévia de um problema de optimização não linear. O ASDR, em vez disso, precisa aprender as condições correntes da rede que resultam da política de encaminhamento. Apesar dos bons resultados que foram conseguidos com o método por Krishnan ainda não existem provas da sua convergência [Krishnan91]. Esta implementação adaptativa foi obtida a partir do SSDR, estando ainda em estudo uma implementação desenvolvida a partir do FLR [Krishnan91].

3.6 Métodos de encaminhamento dependentes do