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Encerrando o estudo: reflexão pessoal

Capítulo V Conclusão

5. Encerrando o estudo: reflexão pessoal

“Para ensinar latim ao João, é preciso saber latim, mas também conhecer o João” Provérbio inglês Ao refletir acerca deste estudo recordo todas as aprendizagens que realizei. Apesar deste ter sido um caminho pessoal, a julgar pelo título deste estudo em primeiro lugar, tive a oportunidade de entrar na sala de aula de uma excelente professora com a qual aprendi bastante.

As suas práticas exploram não só os conhecimentos dos alunos como também questões de didática, mostrando que uma aula de Matemática é muito mais do que resolver exercícios e observar a correção, feita pelo professor, no quadro.

Com esta professora, aprendi duas vezes: enquanto aluna, ao observar as suas práticas, e enquanto professora, ao discutir questões de aula onde ambas trabalhámos com o objetivo de facilitar as aprendizagens dos alunos tornando-os capazes de comunicarem em matemática utilizando linguagem e conhecimentos apropriados. Deste modo, posso afirmar que durante quatro semanas, partilhei com a professora dúvidas, inquietações, inseguranças e seguranças, ideias e reflexões que me permitiram aprofundar os meus

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conhecimentos. Em suma, foi um privilégio poder ter contacto com esta professora pois, de imediato, me disponibilizou todos os materiais de apoio e, sobretudo, me deu a segurança do ‘isto não é nenhum bicho-de-sete-cabeças e vais conseguir’.

Soube, deste cedo, que este era o tema que pretendia seguir devido às minhas inseguranças, enquanto jovem professora, e também pelo pensamento constante de ‘por que é que digo isto e não aquilo?’ o que me faz ter uma atitude questionante acerca do ensino pois, sempre tive algum receio de lecionar pelo instinto e de o fazer de forma errada.

O facto de ter estudado a minha própria prática fez com que tivesse contacto com dois tipos de professoras: a professora que fui quando iniciei o estágio e a professora que era quando o terminei. Todas as alterações que fui efetuando nas minhas práticas não foram apenas fruto da leitura de artigos ou livros; foram fruto também da experiência. Inicialmente, comecei por ter atitudes que revelaram algum ‘egocentrismo’, ao centrar a aula apenas em mim. Contudo mudei em muito a minha prática não só na abertura da aula aos alunos mas também na monitorização da atividade da turma. Estas alterações surgiram a partir de reflexões pessoais e de desafios que sentia que tinha de ultrapassar. Em suma, procurei identificar os problemas/ desafios/ erros associados à minha prática para que os pudesse transformar ao longo das aulas.

Importa salientar que todas as aprendizagens que realizei ao longo deste estudo servirão para apoiar as minhas práticas futuras pois, esta experiência proporcionou o meu desenvolvimento profissional.

Atualmente, tendo consciência de que tenho um longo caminho pela frente, questiono- me acerca do termo ‘boas práticas’. Considero que não existe uma boa prática definida mas sim, professores empenhados em proporcionar momentos enriquecedores de aprendizagem desenvolvendo, junto dos alunos, o ensino e que, ao serem confrontados todos os dias com novos desafios, revelam a boa atitude de se interessarem pelas suas próprias práticas e de repensarem a sua forma de ensinar. Deste modo, a pergunta que me coloco é se existirá mesmo uma boa prática ou o modelo de um bom professor. Considero que um professor, por si só, não conduz ao sucesso do ensino; existem outros fatores importantes, tais como a partilha entre colegas, o estudo do currículo, os alunos.

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O erro primordial de muitos professores é olhar apenas para a prática dos outros mas, tal como Ponte (2004) refere, “Porque não olhar também para a sua própria prática?”.

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140 Anexo 1 – Tarefa “Partilhas justas”

141 Anexo 2 – Tarefa “Pintando azulejos”

143 Anexo 3 – “A discussão do João e da Maria”

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146 Anexo 6 – Tarefa “As tampinhas do Carlos”

147 Anexo 7 – tarefa “Das partes ao todo”

148 Anexo 8 – Tarefa “As barras de chocolate”

149 Anexo 9 – Tarefa “Exploração da reta numérica”

150 Anexo 10 – Tarefa “As bolas de pingue-pongue”

151 Anexo 11 – Sectores circulares

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