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3.3 Aplicação da metodologia de investigação no caso projeto de investigação

4.1.2 Enquadramento e descrição da empresa em estudo

A empresa deste caso, designada aqui ‘’Têxteis Técnicos XYZ” enquadra-se no

contexto anteriormente referido, uma vez que é uma PME têxtil portuguesa no norte

de Portugal, com base no modelo de negócio de segmento “’B2B (business-to-

business).

Dedicou-se inicialmente ao têxtil tradicional e em meados do ano 2000 começou a investir em tecnologia seamless, uma vertente do têxtil que consiste na produção de vestuário com um número reduzido de costuras. Na última década, para fazer face à crise internacional, decidiu dedicar-se exclusivamente a esta unidade de produção, especializando-se, e abandonando a confeção tradicional.

A aposta num novo “nicho de mercado”, com a produção nos têxteis técnicos e

funcionais de tecnologia avançada, teve como objetivo, ir de encontro às expectativas e necessidades dos clientes, expandindo-se rapidamente nas mais diversas áreas do sportswear, underwear, shapewear e athleisure. Os seus produtos são destinados à prática de desporto e interior técnico, cujo design, tecnicidade e conforto são o principal foco. A empresa contém uma estrutura 100% vertical, com capacidade tecnológica distribuída pelas áreas da tecelagem, termofixação, tinturaria, confeção e laboratórios que garantem o controlo, eficiência, e autonomia dos processos de

desenvolvimento e de produção. Possui uma área total 3550 m2, empregando 132

colaboradores. Os seus clientes pertencem maioritariamente ao mercado internacional, tendo exportando 89,81% dos seus produtos no ano de 2017.

Layout e Centros de trabalhos

As instalações da empresa estão divididas em dois edifícios, sendo um industrial e um administrativo. O edifício industrial encontra-se dividido em dois pisos. No piso 1 encontram-se a área produtiva, e os escritórios do departamento de planeamento de produção, gestão da qualidade, compras e desenvolvimento do produto. No R/Chão encontra-se o refeitório/sala de convívio, a secção de embalamento e expedição, e os armazéns de produtos químicos e da matéria-prima.

Os restantes departamentos, ligados a área administrativa, contabilidade e comercial encontram-se num outro edifício contíguo.

Em relação à estrutura funcional, empresa divide-se por centros de trabalho CT ou departamentos, como se pode analisar na Tabela 4.

Tabela 4 – Departamentos da Empresa

Departamentos de Trabalho

Administração Dpto. Informática Dpto. Recursos Humanos Dpto. Gestão da Qualidade

Receção Dpto Contabilidade/Financeiro Dpto. Comercial Dpto. Compras Exportação Frota

Dpto. I & D / Marketing Amostras e Modelos Gabinete Técnico Confeção Embalagem e Expedição Revista Tecelagem Termofixação Tinturaria Afinação

Armazém de Acessórios Confeção Armazém de Fio

Conservação e Manutenção Controlo Qualidade Dpto. Planeamento Tinturaria – Laboratório

O tempo de funcionamento da unidade industrial varia consoante o departamento ou centro de trabalho.

No que diz respeito às funções industriais, o tempo de laboração dos departamentos de tecelagem, termofixação e tinturaria é contínuo (3 turnos), de 2ª a 6ª feira, com a seguinte distribuição: o 1º turno, turno da manhã, tem início às 06:00 horas até às 14:00 horas; o turno da tarde, 2º turno, tem início às 14:00 horas até às 22:00 horas; o 3º o turno, turno da noite, tem início às 22:00 horas até às 06:00 horas. A confeção, revista, embalagem, e os centros de trabalho auxiliares laboram apenas 1 turno das 8:30 horas até às 17:30 horas. As restantes unidades não industriais da empresa funcionam das 09:00 horas às 18:00 horas.

Tipo de Produção e Processo de encomenda

A produção da empresa é feita por encomenda, sendo que o lote mínimo é de 500 peças por modelo. Antes da colocação da encomenda, os clientes solicitam o desenvolvimento de uma peça amostra (PA), e facultam ao comercial todas as informações necessárias de forma a garantir que a mesma vá de encontro aos seus requisitos, tal como, a composição (os fios), a cor, os desenhos, croquis, tabelas de medidas, acessórios, etc. Estas informações são encaminhadas para o gabinete técnico, que em conjunto com o departamento de amostras e modelos desenvolvem 2 exemplares iguais do PA.

Posteriormente é preenchida a ficha de custo. Primeiro, os responsáveis de cada setor atribuem o consumo das matérias-primas e operações do setor do qual são responsáveis baseando-se nas informações do consumo das matérias-primas e operações realizadas no desenvolvimento do PA. O responsável do departamento de compras finaliza o processo atribuindo o custo das matérias-primas na ficha de custo. De seguida, digitaliza todo o processo do PA, arquiva no Dossiê Técnico da peça, e por fim abre a referência da peça no sistema colocando lá toda a informação relevante. A informação da ficha de custo é transmitida ao comercial, que após análise determinará o preço da peça. De seguida, o comercial envia ao cliente um dos exemplares do PA para aprovação informando-se ainda, o mesmo, do preço da peça. O cliente pode ou não aprovar o PA. Se não aprovar, pode solicitar um novo desenvolvimento, caso aprove pode ainda indicar as alterações/comentários à peça aprovada, tal como instruções de etiquetagem, retificação de medidas, entre outras informações relevantes. Pode também negociar o preço da peça com o comercial,

caso não esteja de acordo a proposta inicial apresentada, tendo em mente atingir um consenso favorável a ambas as partes. Com estes dois parâmetros acordados segue- se a emissão da nota de encomenda.

Se o cliente for novo, abre a ficha de cliente, caso contrário apenas verifica os dados do cliente já existentes. Posteriormente insere as informações necessárias à encomenda, tal como a data de entrega pretendida, referência do artigo pretendido, quantidades por cor e tamanho, definições de etiquetagem, embalamento, condições de transporte. Esta informação é enviada por email para o Diretor de Produção, Dep. Compras e Planeamento, que após verificarem planeamento de produção e verificarem o stock de matérias-primas e demais necessidades para o fabrico, confirmam a data de entrega pretendida pelo cliente ou sugerem uma data de entrega alternativa.

Após a confirmação por parte do cliente, é inserida a encomenda no planeamento e preparada a produção. É enviado um email a todos os departamentos da produção

com o assunto: “Aprovação para Produção” indicando o número de encomenda e

referências de artigos a produzir, bem com as respetivas datas de entrega dos artigos pretendidos.

O planeamento de produção é monitorizado através de folhas de Excel pelo Diretor de Produção e pelo responsável do Planeamento de Tecelagem, sendo este um dos setores mais críticos como iremos analisar neste trabalho. Além disso o Diretor de Produção e todos os responsáveis dos departamentos de produção, realizam reuniões semanais onde são definidas as prioridades, e discutidas as necessidades das encomendas em carteira, para a mesma semana.

O exemplar do PA, que ficou com a empresa, é selado com a etiqueta “Amostra

Selada para Produção” e faz-se acompanhar pelo dossier técnico impresso, com os

comentários do cliente. Quando a encomenda entra em produção, esta peça, bem como o dossier técnico impresso acompanham fisicamente o processo produtivo estando disponível para consulta de todos os colaboradores sempre que necessário.