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Ensaio 2: efeito de vinhaça e doses de pó de basalto em dois tipos de

4. Material e métodos

4.5. Ensaio 2: efeito de vinhaça e doses de pó de basalto em dois tipos de

No segundo ensaio, montado no período de agosto a novembro de 2012, o delineamento experimental foi inteiramente casualizado em parcelas subdivididas (Figura 5), representando nos tratamentos 200 m3 ha-1 de dois solventes (água destilada e vinhaça), dois tipos de solo (Latossolo e Neossolo) e três doses de pó de basalto (zero, 2 t ha-1 e 4 t ha-1), com três repetições. Foram adotados 12 tratamentos com três repetições totalizando 36 colunas (Figura 6), assim identificados:

T1 = 200 m3 ha-1 vinhaça + 2 t ha-1 pó de basalto + Latossolo T2 = 200 m3 ha-1 vinhaça + 4 t ha-1 pó de basalto + Latossolo T3 = 200 m3 ha-1 vinhaça + 2 t ha-1 pó de basalto + Neossolo T4 = 200 m3 ha-1 vinhaça + 4 t ha-1 pó de basalto + Neossolo T5 = 200 m3 ha-1 vinhaça + Latossolo

T6 = 200 m3 ha-1 vinhaça + Neossolo

T7 = 200 m3 ha-1 água destilada + 2 t ha-1 pó de basalto + Latossolo T8 = 200 m3 ha-1 água destilada + 4 t ha-1 pó de basalto + Latossolo T9 = 200 m3 ha-1 água destilada + 2 t ha-1 pó de basalto + Neossolo T10 = 200 m3 ha-1 água destilada + 4 t ha-1 pó de basalto + Neossolo T11 = 200 m3 ha-1 água destilada + Latossolo

T12 = 200 m3 ha-1 água destilada + Neossolo

A quantidade de vinhaça a ser aplicada é monitorada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e deve-se aplicar quantidades relativas à necessidade da cana no ano de cultivo, descontando o que o solo pode fornecer. Entretanto, conforme consta

no Termo de Referência para o Workshop Tecnológico de Vinhaça1, realizado em setembro de 2007 na UNESP – Jaboticabal, para as soqueiras, a dose de vinhaça geralmente aplicada varia de 50 a 300 m3 ha-1. Com base nesta informação, adotou-se como base de cálculo a dose de 200 m3 ha-1 de vinhaça.

Figura 5. Representação esquemática dos tratamentos e testemunhas utilizados para

cada tipo de solo.

Em função dos resultados do primeiro ensaio, em todos os tratamentos com pó de basalto no segundo ensaio, o agromineral foi incorporado na camada superficial do solo de 0 – 0,20 m, até a profundidade de 0,15 m no momento de preenchimento da última camada na coluna, aplicando-se em seguida água destilada ou vinhaça, conforme o tratamento.

1Termo de Referência para o Workshop Tecnológico de Vinhaça, disponível em

http://www.apta.sp.gov.br/cana/anexos/Termo_de_Referencia_Vinhaca.pdf. Consultado em 19 de março de 2013.

Figura 6. Vista geral do experimento, delineamento inteiramente casualizado em

parcelas subdivididas das colunas de Latossolo e Neossolo, após a aplicação dos tratamentos (vinhaça ou água destilada).

O ensaio teve duração de 90 dias, com seis coletas de solo feitas aos 1, 15, 30, 45, 60 e 90 dias após aplicação da vinhaça. A aplicação de vinhaça foi feita uma única vez, no início do experimento. Na primeira adição foram colocados em cada coluna 0,567 L de solvente (água destilada ou vinhaça) e 5,67 g de pó de basalto, nos tratamentos com 2 t ha-1, e 11,34 g nos tratamentos com 4 t ha-1 de pó de basalto. Estes valores correspondem à simulação de aplicação de 200 m³ ha-1 (água destilada ou vinhaça), de acordo com a área da superfície de cada coluna. Ao longo do experimento, e em todas as colunas, foram aplicadas doses de água destilada, inclusive naquelas que receberam uma dose de vinhaça no início do experimento.

A quantidade de água e a frequência de aplicação foram definidas com base no comportamento da chuva na região de Araras. Para tanto, foi feita a análise da série histórica de dados de chuva da região de Araras no período de 18 anos. Foram considerados os meses de novembro, dezembro e janeiro. Foi realizada a média da precipitação dos municípios de Rio Claro, Leme, Limeira, Mogi Guaçu e Conchal, próximos a Araras, por meio de consulta ao Sistema Agritempo2. Assim, foi simulada a precipitação de 515 mm e a frequência de 34 dias de chuva durante o período de tempo

do ensaio. Como a média de precipitação para cada dia de chuva foi de 15,15 mm, foram aplicados volumes de 10 a 20 mm. Assim como no primeiro ensaio, as aplicações de água destilada e vinhaça foram realizadas com a utilização de uma tela de nylon sobre o solo superficial da coluna (Figura 7) para evitar fluxo preferencial e desagregação do solo pelo impacto do liquido.

Figura 7. Detalhe de uma coluna com a tela de nylon utilizada para aplicação de doses

de vinhaça e de água destilada.

As coletas de solo foram realizadas até 0,12 m com auxílio de uma espátula. A adoção dessa profundidade está relacionada com a profundidade na qual o pó de basalto foi incorporado. Em cada coluna, foram coletados 0,2 kg de material de solo, de modo que ao final do experimento foram retirados 1,2 kg. Após cada coleta, o orifício resultante foi fechado com o próprio solo da camada superficial. Ao final do experimento, as colunas foram desmontadas e foi realizada amostragem na camada 0,20 – 0,50 m (Figura 8).

Os parâmetros analisados tanto nas amostras de superfície quanto em profundidade foram: P, matéria orgânica, pH em CaCl2, Ca, Mg, K, H+Al, Al, SB, CTC, V, S, B, Fe, Cu, Mn e Zn. No lixiviado das colunas foram analisados os teores de Ca, Mg, K, SO4, Fe, Mn e Zn. Para estas amostras não houve preparação prévia e os teores foram determinados diretamente na solução.

O pH foi determinado potenciometricamente em CaCl2. A determinação de matéria orgânica foi realizada pelo método volumétrico com dicromato de sódio e determinação em fotocolorímetro. O H+Al foi determinado por meio do tampão SMP (Shoemaker, Mclean e Pratt) e leitura direta em pHmetro. As extrações de Ca, Mg, K e P foram feitas por meio de resina trocadora de íons e as extrações de Fe, Cu, Zn e Mn foram feitas com ácido dietilenotriaminopentacético (DTPA). A extração de S foi feita com fosfato monocálcico e a de B por meio de solubilização pelo cloreto de cálcio em água quente. A extração do Al foi feita com cloreto de potássio (KCl). O P, Ca, Mg, Fe, Cu, Mn, Zn, Mg, B e S trocáveis foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica, e o K trocável por fotometria de emissão por chama. Todas as análises foram feitas conforme Raij et al. (2001). Após às análises foram calculados os valores de SB, V e CTC.

Figura 8. Coleta, ao final do experimento, de amostras na profundidade de 0,20 – 0,50 m.

Todos os dados obtidos foram submetidos a análise de variância (ANOVA), utilizando parcelas subdivididas, na qual as parcelas correspondiam aos tratamentos, os blocos correspondiam às repetições e as subparcelas correspondiam aos tempos. A comparação das médias foi feita de duas formas. Nos resultados obtidos para a camada superficial foi feita a análise de variância e as médias foram comparadas por meio do

Teste de Scott-Knott, no nível de 5% de significância, utilizando o programa disponível no site do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar. Entretanto, como cerca de 30 dados em todo o conjunto de dados levantado para a camada superficial pareciam discrepantes, esses dados foram eliminados e utilizou-se o LSmeans (least square

means ou médias de mínimos quadrados) para as comparações de médias e as análises

de desdobramento. Quando significativos, os desdobramentos realizados foram solo x solvente, solo x dose, solvente x dose, solo x solvente x dose, tempo, solo x tempo, solvente x tempo, solo x solvente x tempo, solo x dose x tempo, solvente x dose x tempo e solo x solvente x dose x tempo. Essas análises foram feitas por meio do programa SAS versão 9.3. Para os dados da camada 0,20-0,50 m e do lixiviado foram calculadas as médias e o desvio padrão.