• Nenhum resultado encontrado

4 CAPÍTULO

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA E IMUNORREGULADORA

6.2.6 Ensaios para dosagem de citocinas e óxido nítrico

Placas de Elisa (Costar Cambridge, MA, USA) foram sensibilizadas com 50 μL/poços de anticorpo monoclonal de captura diluído em tampão carbonato pH 9,6, incubadas por 3 horas à temperatura ambiente e bloqueadas com 150 μL/poços de uma solução de PBST + 1% de soro albumina bovina (SAB-Sigma Chemical, St; Louis, Mo). Após o bloqueio, as placas foram lavadas 3 vezes em PBS + 0,05% de tween 20 (PBST) e, em seguida, adicionos 50 μL/poços de meio RPMI + 2% nas duas primeiras fileiras, onde foram diluídas, na razão 1:2, os padrões de IL-2, IFN-γ, IL-10 eIL-4. Nas fileiras seguintes, as amostras foram distribuídas e diluídas. As placas foram incubadas por 18 horas, a 4 °C; após a incubação, foram lavadas 3 vezes em PBST e 50 μL/poços do segundo anticorpo diluído em PBST + 0,1% de SAB foram adicionados, seguido de incubação por 1 hora, à temperatura ambiente. Foram feitas mais 3 lavagens em PBST e 75 μL/poços do conjugado enzimático diluído em PBST + 0,1% de SAB, foram adicionados às placas. Em seguida, elas foram incubadas por 1 hora. A reação foi revelada, após novo ciclo de lavagens, com 100 μL/poços do substrato contendo ácido cítrico 0,1M, fosfato de sódio 0,2M, água destilada, cromógeno ABTS (-2,2 azino-bis(3- ethylbenzethiazoline-6 sulfonic acid) Sigma) e água oxigenada 30% (Sigma). A reação foi bloqueada com ácido cítrico 0,2M e a leitura feita em leitor de ELISA (Dynatech MR 5000) a 410 nm.

Para dosagem de IL-2, as placas foram sensibilizadas com 4 ng/mL do anticorpo monoclonal anti-IL-2 (1 A 12) e o 2° anticorpo monoclonal biotinilado anti-IL- 2 (5H4) a 2 μg/ mL foi adicionado, após a incubação das amostras e padrão.

Para dosagem de IFN-γ, o primeiro anticorpo monoclonal anti-IFN- γ (XMG 1.2) foi utilizado na concentração de 4 μg/mL e o 2° anticorpo monoclonal biotinilado (AN18) na concentração de 2 μg/mL.

Para dosagens de IL-10, o primeiro anticorpo monoclonal anti-IL-10 (C252-2 A5) foi utilizado na concentração de 8 μg/mL e o 2° anticorpo monoclonal biotinilado (SXC-1) na concentração de 0,5 μg/mL.

As curvas padrão usadas para calcular as quantidades das citocinas foram obtidas com concentração de 0,44 a 14 ng de IL-2 recombinante/mL; 0,78 a 25 ng de IFN-γ recombinante/mL e 0,156 a 5 ng de IL-10 recombinate/mL.

Para dosagem de óxido nítrico foi utilizado o método colorimétrico de Griess, mede indiretamente a produção de NO pela determinação de nitrito acumulado no sobrenadante de cultura. Limiar de sensibilidade do teste 1,56 μM/mL.

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1 2 3 4 5 6

Tempo (h)

V

o

lu

m

e

do Edem

a

(m

L

)

controle Theviridosídeo (100 mg/kg) Extrato Aquoso (200 mg/kg)

Gráfico 1 - Ensaio de teste in vivo, através de edema de pata de rato, por carragenina 1% IP, com p< 0,05 quando comparados ao grupo controle.

O theviridosídeo (100 mg/kg) apresentou atividade anti-edematogênica estatisticamente significativa, entre 5 e 6 horas nas condições utilizadas, administrado posteriormente ao agente flogístico com 77, 90% de inibição com um intervalo de 95% de confiança (cf. Gráfico 1).

Na dose de 100 µg/mL, nem o theviridoside nem seu derivado peroxidado foram capazes de estimular as citocinas (IL-2, IL-4, IL-10 e IFN), bem como o Óxido Nítrico.

7 CONCLUSÃO

Das raízes de L. alba forneceram 3 iridóides (theviridosídeo, mussaenosídeo e gardosídeo), que foram caracterizados por bases químicas, estudos espectroscópicos e comparação com dados da literatura. O theviridosídeo e o mussaenosídeo são aqui descrito pela primeira vez nas raízes da espécie e o gardosídeo ainda inédito no gênero.

A quimiotipia do vegetal em estudo pode ser considerada citralífera de acordo com Julião et al., 2003, porém devido a considerável quantidade de cis-verbenol, como segundo grupo majoritário, induz a se pensar em uma nova variante para esse quimiotipo.

Devido à pequena aromaticidade das raízes, os compostos voláteis apresentaram-se discretos em relação aos das folhas, porém não foi observado em nenhuma base de dados os compostos voláteis das raízes de Lippia alba. Carvona, éster metílico do ácido hexadecanóico, patchoulano e limoneno foram os compostos evidenciados nas raízes.

Quanto a toxicidade do EAQ apresentou-se moderadamente tóxico, com uma DL50 de 1156,25 mg/kg. Os animais apresentaram durante o ensaio intensas contorções

abdominais, excreção fecal, movimentos circulares, piloerecao, movimento estereotipado, ereção de cauda e espasmos.

O extrato aquoso não apresentou atividade frente os microorganismos testados.

O theviridosídeo apresentou uma atividade antiinflamatória de 77,90% através de Indução do Edema de pata de rato por carragenina 1% com intervalo de confiança de 95% (p < 0,05).

O teste in vitro de estimulação das citocinas (IL-2, IL-4, IL-10 e IFN- γ). Na dose de 100 µg/mL, nem o theviridoside nem seu derivado peroxidado foram capazes de estimular as citocinas, bem como o Óxido Nítrico (NO). Mediadores (prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos), estão possivelmente envolvidos com as atividades constatadas.

ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J.S. Imunologia Celular e Molecular, 4 ed. Revinter, 2002. 529 p.

AKDEMIR, Z.; ÇALIS, I.; JUNIOR, P. Iridoid and Phenylpropanoid Glycosides from

Pedicularis condensate. Phytochemistry, Amsterdam, v. 30, n. 7, p. 2401-2402, 1991.

ALEA, J.A.P.; LUIS, A. G. O.; PÉREZ, A. R.; JORGE, M. R.; BALUJA, R.

Composición y propiedades antibacterianas del aceite essencial de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, Rev. Cubana de Farmacia, Ciudad de la Habana, v. 30, n. 1, p. 1-8, 1996.

ARSLANIAN, R. L.; HARRIS, G. H.; STERMITZ, F. R. Chemistry of the

Scrophulariaceae. 7. Some Iridoid glucosides, including the new 6-deoxycatalpol, from indian painbrush species related to Castilleja miniata. Journal of Natural Products, Columbus, v. 48, n. 6, p. 957-961, 1985.

BEAUPIN, C. Iridoïdes de I’ Essence de Teucrium marium L. determinations

structurales et syntheses. 1978, 214 f. These (Docteur), Universite de Montpellier, 1978.

BENITO, P. B.; LANZA, A. M. D.; SEN, A. M. S.; GALINDEZ, J. D. S.;

METELLANO, L. F.; GOMEZ, A. S.; MARTINEZ, M. J. A. Effects of Some Iridoids from Plant Origin on Arachidonic Acid Metabolism in Cellular Systems. Planta Medica, Stuttgart, v. 66, p. 324-328, 2000.

BERMEJO, P.; ABAD, M. J.; DÍAZ, A. M.; FERNANDEZ, L.; DE SANTOS, J.;

SANCHEZ, S.; VILLAESCUSA, L.; CARRASCO, L.; IRURZUN, A. Antiviral Activity of Seven Iridoids, Three Saikosaponins and One Phenylpropanoid Glycoiside Extracted from Bupleurum rigidum and Scrophularia scorodonia. Planta Medica, Stuttgart,v. 68, p. 106-110, 2002.

BRAGA, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. Fortaleza: Ed. Mossoroense, 1976. 439 p.

BRESCHI, M. C. et al. Vasoconsrictor Activity of 8-0-Acetylharpagide from Ajuga

reptans. Journal of Natural Products, Columbus, v. 55, n. 8, p. 1145-1148, 1992.

CAETANO, N.; SARAIVA, A.; PEREIRA, R.; CARVALHO, D.; PIMENTEL, M. C. B.; MAIA, M. B.S., Determinação de atividade antimicrobiana de extratos de plantas de uso popular como antiflamatório. Revista Brasileira de Farmagnosia, João Pessoa, v. 12, p. 132-135, 2002.

CAMARGO, M T L A., Plantas Medicinais e de Rituais Afro-Brasileiros II. São Paulo: Ícone, 1998. 232 p.

CORREIA, M. P., Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926. v. 4, p. 40.

COSSY J, A., Short Acess to Iridoid Precursors, Tetrahedron Letters, Amsterdam, v. 30, n. 31, p. 4113-4116, 1989.

DAWSON, D. C.; GRIFFITHS, D. C.; JANES, N.F.; MUDD, A.; PICKETT, J. A.; WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M., Identification of an aphid sex pheroromone.

Nature, London, v. 325: 614-616, 1987.

DE ROMERO, M. E. M.; MARTINEZ, S.; SUYAMA, A., Morfologia de las

Inflorescências em LIPPIA (VERBENACEAE), Darwiniana, Buenos Aires, v. 36. p. 1- 12, 1998.

DRYHURST, G. Periodate Oxidation of Diol and Other Functional Groups-

HARBONE, J B, Phytochemical Methods. 3ªed., Chapman & Hall, London. 1998. p. 302.

HEGNAUER, R., Chemotaxonomie der Pflanzen. Birkhäuser Verlag, Basel und Stuttgart. 1973.

HEGNAUER, R.; KOOIMAN, P., Die systematische Bedeutung von iridoiden

Inhaltsstoffen im Rahmen von Wettstein’s Tubiflorae. Planta Medica Stuttgart, v. 33, n. 1, p. 1-33, 1978.

HOUGHTON, P.; HIKINO, H., Anti-Hepatotoxic Activity of Extracts and Constituents of Buddleja Species. Planta Medica Stuttgart, v. 55, p. 123-126, 1989.

IEVEN, M.; VANDEN BERGHER, D.A.; MERTENS, F.; VLIETINCK, A.; LAMMENS E. Screening of higher plants for biological activities. Planta Medica Stuttgart, v 36, p. 311-321, 1979.

ISHIGURO, K.; YAMAKI, M.; TAKAGI, S.; IKEDA, Y.; KAWAKAMI, K.; ITO, K.; NOSE, T., Studies on Iridoid-Related Compouds. V: Antitumor Activity of Iridoid Dervs. Periodate Oxidation Products. Journal of Pharmacobiodyn, v. 11, p. 131-136, 1988.

JULIÃO, L.S.; TAVARES, E. S.; LAGE, C. L. S.; LEITÃO, S. G. ,Cromatografia em Camada Fina de Extratos de três Quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown. (erva – cidreira), Revista Brasileira de Farmacognosia, João Pessoa, v. 13, p. 36-38, 2003

KAPADIA G. J.; SHARMA, S. C.; TOKUDA, H.; NISHINO, H.; UEDA, S., Inhibitory effect of iridoids on Epstein-Barr vírus activation by a short term in vitro assay for anti- tumor promoters. Cancer Letters, Amsterdam, v. 102, p. 223-226, 1996.

LORENZI H & ABREU-MATOS, F.J., Plantas Medicinais no Brasil Nativas e

Exoticas Sao Paulo-SP, Instituto Plantarum, 2002.

MABRY, T.J.; MARKHAM, K. R. P.; THOMAS, M. B., The systematic identification

of flavonoids, Berlim, p. 354, 1971.

MALONE, R. A., Pharmacological approaches to natural products screening and

avaliation. In: New Natural products and Plant Drugs with Pharmacological,

Biological or Therapeutical Activity (H Warner, and P Wolf, eds.), Berlin: Springer-

Verlag, 1977. p. 24-53.

MARKHAN K.R., Thecniques of Flavonoid Identification. Academic Press. p. 52-61, London, 1982.

MATOS, F.J.A., As ervas cidreiras do Nordeste do Brasil. Estudo de três quimiotipos de

Lippia alba (Mill) N.E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmácia, São

Paulo, v. 72, n. 2, p. 65-67, 1996.

METZ, H. Dünnschichtchromatographische schnellanalzse bel enyzmatischen steroid- umsetzungen. Naturswissenschaften, Berlin / Heidelberg, v. 48, p. 569-570, 1961.

NEU, R. A New Reagent for Differentiating and Determining Flavones of Paper Chromatograms. Naturswissenschaften, Berlin / Heidelberg, v. 43, p. 82, 1956.

PASCUAL, M.E.; SLOWING, K.; CARRETERO, M. E.; VILLAR, A. Antiulcerogenic activity of Lippia alba (Mill) N. E. Brown (Verbenaceae). Il Farmaco, Amsterdam, v. 56, p. 501-504, 2001.

RASTRELLI, L.; CACERES, A.; MORALES, C.; DE SIMONE, F.; AQUINO, R.

Iridoids from Lippia Graveolens, Phytochemistry, Amsterdam, v. 49, n. 6, p. 1829-1832, 1998.

1994.

RIOS, J.L.; RECIO, M.C. Medicinal plants and Antimicrobial activity. Journal of

Ethonopharmacology, Amsterdam, v. 100, p. 80-84, 2005.

RIMPLER, H.; SAUERBIER, H., Iridoid Glucosides as Taxonomic Markers in the Genera Lantana, Lippia, Aloysia and Phyla, Biochemical Systematics and Ecology, Amsterdam, v. 14, n. 3, p. 307-310, 1986.

ROBERTS, L. J.; MORROW, J. D., Analgesic-Antipyretic and Antiinflammatory agents and drugs employed in treatment of gout. In HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E.; GILMAN, A. G. (Ed.). Goodman & Gilman´s The Pharmacological Basis of

Therapeutics. 10. ed. Estados Unidos: McGraw-Hill, 2002. p. 687-731.

ROBERTSON, E. H.; CARTWRIGHT, R. A.; OLDSCHOOL, M., Phenolic substances of manufactured tea. I. Fractionation and paper chromatography of water-soluble substances. Sci. Food Agr. v. 7, p. 637-640, 1956.

SANTOS, M. I. S.; KAPLAN, A. C. Biosynthesis of Iridoids in Chemosystematics,

Journal of Brazilian Chemical Society, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 144-153, 2001.

STASHENKO, E. E.; JARAMILLO, B. E.; MARTINEZ, J. R. Comparison of different extraction methods for the analysis of volatile secondary metabolites of Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, grown in Colombia, and evaluation of its in vitro antioxidant activity,

Journal of Chromatography A, Amsterdam, v. 1025, p. 93-103, 2004.

STIASNY, E.; WILKINSON, C. D. Qualitative reactions of vegetable tannins. Collegium (Darmstadt), p. 318-332, 1911.

TAKEDA, S.; YUASA, K.; ENDO, T.; ABURADA, M. Pharmacological Studies on Iridoids Compounds II: Relationship Between Strutures and Choleretic Action of Iridoid Compounds. J. Pharma. Dyn., 3, 485-492,1980.

TAVARES, E.S.; JULIÃO, L. S.; LOPES, D.; LAGE, C. L. S.; LEITÃO, S.G. Análise do óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N.E.Brown

(Verbenaceae) cultivados em codições semelhantes. Revista Brasileira de

Farmacognosia, João Pessoa, v. 15, n. 1, p. 1-5, 2005.

VALE, T.G.; MATOS, F. J. A.; DE LIMA, T. C. M.; VIANA, G.S.B. Behavioral effects of essential oils from Lippia alba (Mill.) N.E. Brown chemotypes. Journal of

Ethnopharmacology, Amsterdam, v. 167, p. 127-133, 1999.

WAGNER, H.; BLADT, S. Plant Drug Analysis – A thin layer chromatography

atlas. 2 ed. Munich: Springer, 1996.

WALLENFELS, K. Detection of reducing sugars in paper chromatogram and quantitative evaluation. Naturwissenschaften, v. 37. p.491-492, 1950.

WINTER, C. A.; RISHLEY, E.A.; NUSS, G.W., Carrageenan induced edema en hind paw as an assay for anti-inflamatory drugs. Proc. So. Exp. Biol. Med., v. 3, p. 544-547, 1962.

Documentos relacionados