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ENSINO POR MÓDULO MAIORES POSSIBILIDADES PARA ATENDIMENTO ÀS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS

4 METODO DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

IV- Quando utilizar o jogo:

13. ENSINO POR MÓDULO MAIORES POSSIBILIDADES PARA ATENDIMENTO ÀS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS

O final do século XIX e o ensino do século XX foram marcados por um questionamento e uma revisão dos padrões e modelos adotados no âmbito da educação sistematizada. Um dos problemas destacados foi o das diferenças individuais. Teorias, ensaios e experiências permitiram aos educadores darem-se conta de os alunos diferem quanto ao ritmo de aprendizagem, interesse, necessidades, capacidades, aptidões etc. Desta forma, surgiram escolas, métodos e/ou técnicas individualizadas, que procuravam atender às diferenças individuais dos educandos.

Não resta dúvida, porém, que foi na última década, nos Estados Unidos, que se difundiram, em escalas bem amplas, programas de ensino com vistas ao atendimento das necessidades dos alunos, entre os quais, segundo Hambleton (1974), destacam-se: a” lndividually Prescribed Instruction (IPI)”, o “Program for Learning in Accordance with Nedd (PLAN)” a “Computer-Assisted Instruction (CAI)’, o “ Individualized Mathematies Curriculum Project” e o movimento de “Mastery Learning”.

Com base nestes programas e experiências anteriores tomou corpo um método de ensino individualizado que, utilizando módulos de ensino, permite ao professor, em sua classe, ainda que inserida numa estrutura de ensino clássico ou tradicional, atender as diferenças individuais de seus alunos.

O Ensino por Módulos foi divulgada no Brasil através de um trabalho publicado por Nagel e Richman (1973). Possui três características básicas: (a) objetivos educacionais claramente definidos; (b) ensino individualizado e (c) avaliação baseada nos objetivos traçados. Procura levar o estudante à responsabilidade no desempenho das tarefas propostas, pois prevê uma espécie de contrato para a realização das mesmas. Dá ênfase ao ritmo próprio do aluno, o que implica numa variação do tempo da aprendizagem. O centro dessa estratégia se desloca do professor e do modo como ensina para o aluno e seu processo de aprendizagem. O objetivo da avaliação, no Ensino por Módulos, não é a comparação entre os alunos, mas sim verificar em que medida estes alcançaram os objetivos de ensino traçados.

Arends, citado por Mediano (1976), sugere que um módulo instrucional é um conjunto de atividades planejadas para facilitar o alcance de objetivo ou conjunto de objetivos. Já Mediano (1976) afirma que “ um módulo é uma unidade de ensino que propõe ao aluno, em termos comportamentais, os objetivos a serem atingidos e variadas atividades para alcançar esses objetivos.

As etapas básicas do Ensino por Módulos são seis: (a) objetivos de ensino claramente formulados; (b) pré-requisitos; (c) pré-avaliação; (d) atividades de ensino; (e) pós-avaliação e (f) atividades para sanar deficiências.

Um professor que deseje implementar esta metodologia deverá, inicialmente escolher cuidadosamente uma unidade de ensino que permita várias alternativas de estudo e abordagens. Fará, então, de acordo com sua clientela e com os recursos de que dispõe, o planejamento, elaborando uma série de objetivos de ensino claramente definidos, isto é, descritos em termos comportamentais. Sugere-se, nessa elaboração, a utilização dos modelos divulgados por Mager (1962) e Bloom (1972), para o domínio cognitivo. Procurará, também, estruturar diferentes formas de abordagem, selecionar bibliografia pertinente, formular exercícios e tarefas variadas, de tal modo que, dentro do mesmo módulo os alunos encontrem algumas opções de trabalho, o que irá atender ás necessidades e interesses pessoais. Determinará os pré-requisitos que os alunos devem possuir para o estudo do módulo, isto é, as habilidades (ou destrezas) e as capacidades intelectuais necessárias para o domínio da unidade. Geralmente, admite-se como pré-requisitos para o estudo do módulo o domínio da unidade precedente. Se na classe existem alunos que não possuem alguns dos pré-requisitos necessários, o professor, antes de dar início ao estudo, acelerará o processo de desenvolvimento dos alunos nos requisitos indispensáveis para que possam partir de condições mais o menos semelhantes. É, pois, importantíssimo escolher a unidade com bastante antecedência, porque a implementação do módulo requer planejamento cuidadoso e estruturado e embora flexibilidade seja a característica fundamental de todo e qualquer planejamento, ela não pode ser confundida com improvisação.

Sentindo que os alunos possuem os pré-requisitos necessários pode, então, o professor partir para a pré-avaliação, que consiste na aplicação de teste diagnóstico com vistas à sondagem de conhecimentos. Deverá ser organizado em estreita relação com os objetivos comportamentais estabelecidos. Não se dá nota ao teste. Após sua correção, o professor deverá indicar ao aluno apenas o número de questões que acertou, sem devolver o teste, pois este mesmo será reaplicado ao final da unidade, já aí funcionando com a finalidade de verificar o rendimento acadêmico (pós-avaliação). As respostas dadas pelos alunos, no teste, permitirão ao professor orientar o seu planejamento. Seguem-se as atividades de ensino que correspondem ao próprio desenvolvimento da unidade. Nesta fase, os alunos, através da orientação e supervisão do professor, vão escolher e trabalhar na opção de estudo que mais lhe agradou. Normalmente, organiza-se um ‘pacote de ensino’ (que é o próprio módulo), onde o aluno encontra todas as atividades, tarefas e exercícios necessários para que domine o conteúdo, com o mínimo de auxilio externo. O “pacote de ensino” deve conter sugestões de trabalho muito variadas, indicar amplas fontes de consulta, bem como, sugerir visitas, filmes, etc. Pode incluir textos mimeografados, exercícios e tarefas de pesquisa. Enfim, é válida toda e qualquer forma de abordagem que permita a auto-aprendizagem. Assim, se a turma tem por exemplo 30 alunos cada um recebe o mesmo módulo, mas dentro dele, talvez hajam 30 opções diferentes de estudo. Nesta fase cada aluno trabalha no seu ritmo próprio, isto, isto é, quando, onde e como achar mais conveniente.

Ao final do período o professor aplicará a pós-avaliação, com vistas á avaliação somativa. Corrigida a pós-avaliação (que é o mesmo teste aplicado no início da unidade) o professor deverá devolvê-lo bem como a pré-avaliação para que os alunos possam comparar os comportamentos de entrada e saída.

De um modo geral, estipula-se que o aluno deve obter 90% de rendimento nos objetivos estabelecidos, isto é, se temos, por exemplo, um total de 20 objetivos para a unidade, o aluno deverá apresentar domínio de 18 objetivos. Tal valor (90%) não é rígido e pode variar de acordo com a conjuntura existente (tempo, nível da clientela, recursos, etc).

Os alunos que não obtêm o nível mínimo estabelecido para o domínio do módulo são encaminhados às atividades para sanar deficiências. Estas implicam em novas abordagens para que o aluno possa atingir a competência. Nunca repetir as formas que não surtiram efeito.

Finalizando, pode-se afirmar que o sistema de módulos pode ser utilizado em qualquer nível de ensino em qualquer período do ano letivo. Algumas experiências vêm sendo realizadas no Brasil e evidenciam efeitos positivos sobre alunos.

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