• Nenhum resultado encontrado

3 IMPLANTAÇÃO BIM

3.4 Adoção BIM no cenário nacional

3.4.3 Ensino e Pesquisa BIM

Com o aumento do interesse da indústria da AECO, pela adoção do BIM, cresce a procura por profissionais com domínio. No entanto, existe a falta de profissionais capacitados e que conheçam os benefícios BIM (GODOY; CARDOSO; BORGES; 2013; LINO; AZENHA; LOURENÇO, 2012). A adoção do BIM se encontra em estágio inicial na formação de profissionais, seja a nível tecnológico, de graduação ou pós-graduação (ITO e, SCHEER, 2017), sendo sua adoção na academia muito gradual e pouco efetiva nos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil (RUSCHEL; ANDRADE; MORAIS, 2013).

Diversos são os desafios como: novos métodos de ensino, deficiência de matérias, falta de docentes preparados, custos das plataformas; multidisciplinaridade, ausência de normatização e alterações curriculares (CHECCUCCI, 2014; SACKS; PIKAS, 2013; SABONGI, 2009). Em uma visão acadêmica, poucas universidades apresentam em seus currículos disciplinas que abordem o uso e benefícios do BIM para a AECO, ou que ensinem seus alunos as ferramentas de tecnologia BIM (RUSCHEL; ANDRADE; MORAIS, 2013). Poucas universidades possuem em seus currículos, disciplinas em BIM, tanto em uma abordagem de apresentação dos benefícios e potenciais, quanto em treinamentos nas ferramentas da tecnologia BIM, colocando esses conteúdos em um segundo plano, ou abordados em níveis de pós-graduação (RUSCHEL et al. 2011).

A abordagem do ensino BIM deve ir além da capacitação instrumental contida nas disciplinas de informática aplicada. Com a crescente disseminação do BIM, surge entre os pesquisadores brasileiros a preocupação na inserção do ensino BIM nos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil (RUSCHEL; ANDRADE; MORAIS, 2013). A difusão acadêmica do BIM no Brasil configurou-se sendo um relevante vetor de crescimento na última década (MACHADO; RUSCHEL; SCHEER, 2017). Cabe às universidades capacitarem os novos profissionais que irão implantar o BIM na AECO (RUSCHEL; ANDRADE; MORAIS, 2013). Checcucci (2019) destaca o Encontro Nacional de Ensino BIM (ENEBIM), ocorrido sua primeira edição em Campinas no ano de 2018, que reuniu a comunidade científica, docentes, instrutores e especialistas em torno do ensino e aprendizagem BIM. Ao realizar uma análise nas publicações do ENEBIM, constata-se que Instituições de Ensino Superior (IES) de nove estados e do Distrito Federal apresentam iniciativas no ensino BIM, com destaque para o Estado de São Paulo que lidera as iniciativas do Ensino BIM, com oito iniciativas, seguido pelos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, todas com cinco iniciativas, conforme podemos vislumbrar na Figura 15.

Figura 15– Iniciativas de Ensino BIM no Brasil

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao total, 23 instituições de ensino superior compartilharam suas iniciativas de ensino BIM, com destaque para a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que lidera com quatro iniciativas apresentadas, seguido por nove instituições que apresentaram duas iniciativas e treze que apresentaram apenas uma. A Tabela 6 apresenta a relação de IES com os autores das iniciativas.

Tabela 6 - Iniciativas do ensino BIM nas universidades brasileiras

UF Universidade Sigla Autores

CE Universidade Federal do Ceará UFC (LIMA; RUSCHEL, 2018), (BARROS, 2018) DF Universidade Católica de Brasília UCB (CASTRO, 2018)

Universidade de Brasília UNB (MIRANDA; CARVALHO, 2018) GO Universidade Federal de Goiás UFG (GONÇALVES;COSTA, 2018), (BRANDSTETTER;

ROMAGNOLI; SANTOS, 2018) PB Instituto Federal da Paraíba IFFB (PINHEIRO; CAVALCANTI; JERONYMO, 2018),

(JÚNIOR; SILVA, 2018)

PR Estácio Curitiba Estácio (BRAGA, 2018)

Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR (ITO; SCHEER, 2018)

RJ

Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro PUC-rio (SOTELINO; TRAVASSOS, 2018) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial-RJ SENAI-RJ (MAGALHÃES, 2018)

Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ (KNOPP, 2018) Universidade Federal Fluminense UFF (CASTRO; TRVASSOS, 2018) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ (ARAÚJO; RIBEIRO, 2018)

RN

Centro Universitário do Rio Grande do Norte UniRN PEREIRA; RIBEIRO, 2018), (RIBEIRO; GIESTA, 2018) Instituto Federal do Rio Grande do Norte IFRN (GIESTA, 2018), (RIBEIRO; GIESTA, 2018) Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN (MELO; GIESTA, 2018)

RS

Universidade Católica de Pelotas UCPel (COSWIG et a., 2018)

Universidade Federal de Pelotas UFPel (VASCONCELLOS; FRISON, 2018a) (VASCONCELLOS; FRISON, 2018b)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS (SCHULZ; PONZIO, 2018), (PONZIO; CATTANI; SCHULZ, 2018)

SC Universidade Federal de Santa Catarina UFSC (MATTANA; LIBRELOTTO, 2018) (MATTANA; MACHIORI; BEDIN, 2018)

SP

Centro Universitário Fundação de Ensino

Octávio Bastos UNIFEOB (CARDOSO; ANDRADE; SCHEEREN, 2018) Instituto Superior de Inovação e Tecnologia ISITEC (RUSCHEL, 2018)

Universidade de São Paulo USP (FERREIRA; SANTOS, 2018), (SENA et al., 2018) Universidade Estadual de Campinas UNICAMP (CUPERSCHMID; CASTRIOTTO, 2018), (STAUT; ILHA,

2018 SOUZA, 2018) (RUSCHEL; CUPERSCHMID, 2018) Fonte: Elaborado pelo autor.

Buscando uma visão sobre a pesquisa em BIM, podemos destacar um estudo exploratório desenvolvido por Machado, Ruschel e Scheer (2017). Objetivando analisar a produção científica brasileira sobre o BIM, foi levantada toda a produção científica desenvolvida entre 2000 a 2015, em que apontam a evolução temporal da produção bibliográfica e de formação de recursos humanos. O volume de publicações em anais de eventos por ano cresceu desde 2002 em quantidade substancial, principalmente entre os anos de 2010 a 2015 (MACHADO; RUSCHEL; SCHEER, 2017), conforme ilustrado pela Figura 16.

Figura 16 - Número de publicações em eventos x Ano

Fonte: Machado; Ruschel; Scheer (2017).

O início das publicações de artigos sobre BIM em periódicos eletrônicos no Brasil data o ano de 2005, existindo um crescimento significativo desde então, com destaque para os anos de 2012 e 2013 (MACHADO; RUSCHEL; SCHEER, 2017), conforme ilustra a Figura 17.

Figura 17 - Número de publicações em periódicos x Ano

Fonte: Machado; Ruschel; Scheer (2017).

Os pesquisadores das instituições brasileiras que obtiveram o maior número de publicações estão apresentados na Figura 18, com destaque para Eduardo Toledo Santos, da Universidade de São Paulo, com 38 publicações, seguido pela Regina Coeli Ruschel, da UNICAMP, com 32 artigos, e Sérgio Scheer, da Universidade Federal do Paraná, com 30 artigos publicados.

Figura 18 - Pesquisadores de instituições brasileiras mais atuantes

Fonte: Machado; Ruschel; Scheer (2017).

Checcucci (2019) pesquisou as teses e dissertações defendidas no Brasil entre 2013 a 2018 que tratam da Modelagem da Informação na Construção, analisando 143 pesquisas, sendo 19 teses, 105 Dissertações de Mestrado e 19 de Mestrado Profissional, representando

uma média de 20 trabalhos publicanos por ano, conforme o Gráfico 1, indicando o interesse da comunidade científica em resolver as questões sobre o BIM.

Gráfico 1 - Distribuição de trabalhos encontrados por ano

Fonte: Checcucci (2019).

Documentos relacionados