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2.3. Ensino à Distância

2.3.1. Ensino Presencial vs Ensino à Distância

Actualmente vigoram ainda dois tipos de ensino, a saber: ensino presencial e ensino à distância. Assim, cabe-nos a tarefa de distinguir entre ambos meios de ensino. Começaremos por caracterizar o ensino presencial e, posteriormente, o ensino à distância. O ensino presencial representa o modelo tradicional de educação, ou seja, o ensino típico que se observa na sala de aula: o docente e os alunos estão presentes no mesmo espaço, à mesma hora para a leccionação da aula. Este tipo de ensino requer um conjunto de particularidades, entre as quais: o docente e o aluno estão localizados no mesmo espaço e ao mesmo tempo; o ensino é ministrado pelo docente, portanto o docente transmite a informação e o conhecimento, dirigindo-se para toda a gente em simultâneo, o que significa que o ensino individualizado ocorre com pouca frequência. Os alunos limitam-se a aceitar e/ou discutir o conhecimento debitado pelo docente, não existindo lugar para divergência de posições. O que significa que o tempo da aula é determinada pelo professor, portanto é ele o coordenador principal da aula e o responsável por estruturar a sequência dos conteúdos a leccionar. O docente tem de usar técnicas de entoação de voz e expressões corporais (gestos, movimentos com os olhos, expressões de face), para salientar conceitos importantes e para chamar a atenção dos alunos, sendo que por vezes socorre-se de alguns meios, tais como, diapositivos, vídeos, visitas a endereços na Internet, a fim de divulgar a informação e o conhecimento. Neste tipo de ensino, a motivação e o interesse dos alunos é facilmente perceptível pelo docente que reage de forma instantânea às expressões dos alunos, procurando transmitir a informação de forma mais clara e atractiva.

Todas estas características são predominantes no ensino tradicional, denominado actualmente de presencial. É oportuno salientar que o ensino presencial continua e continuará a ser apropriado para leccionar determinados conteúdos e também para aqueles alunos que não têm maturidade e motivação

suficiente para se responsabilizarem pela sua própria aprendizagem. Todavia este tipo de ensino deve ser complementado com outros formatos de instrução alternativa.

O ensino à distância diferencia-se bastante do ensino presencial, sendo que este proporciona um sistema muito mais amplo de auto-aprendizagem e autonomia por parte do aluno. Neste cenário não existem os condicionamentos do tempo e do espaço, visto que o ensino pressupõe a existência de uma distância geográfica ou temporal entre docentes e alunos, mediante a utilização da tecnologia como instrumento de comunicação e como controlo da aprendizagem. Nesta perspectiva, no ensino à distância, o aluno está “por sua conta” no que diz respeito à autonomia a nível de aprendizagem. O aluno aprende e estuda nos locais e nos horários que mais lhe convém, dos quais tirará certamente mais partido. No entanto, o ensino à distância apresenta uma grande desvantagem, uma vez que se destina essencialmente a pessoas dotadas de um grau de maturidade e motivação elevados, pois caso contrário este tipo de ensino não funcionará. É necessária uma motivação muito elevada para conseguir impor a si próprio um regime de auto-aprendizagem. Como já anteriormente foi referido, os alunos e os docentes estão separados no tempo e no espaço, sendo que os próprios alunos poderão também estar separados do restante grupo de aprendizagem. Digamos que é um tipo de ensino onde cada aluno aprende no local e no espaço que lhe é mais conveniente. Deste modo, a distribuição da informação, bem com a própria comunicação entre docente e aluno é medida por meios técnicos. Portanto, torna- se necessário introduzir meios de comunicação artificiais, suportados nas tecnologias da comunicação e da informação que permitem expandir o conhecimento e que sustentem mecanismos de interacção entre os dois grupos (docente-aluno e aluno-aluno). Então, o processo de ensino é proporcionado pela instituição educacional e integra o trabalho de uma vasta equipa de colaboradores, entre os quais docentes, designers, técnicos e administradores. Assim, este é um processo mais moroso de desenvolver do que o ensino presencial, visto que conta com uma vasta equipa de colaboradores. É notório que o controlo do itinerário da aprendizagem – conteúdo, tempo de estudo e ritmo – fica ao encargo do aluno. A responsabilidade é inteiramente do aluno, dedicando este o tempo que quer ao

estudo, bem como aos conteúdos a aprender e ao ritmo a que o faz. Portanto, é de todo necessário um elevado grau de motivação e independência por parte do aluno.

2.3.2. E-Learning

O termo e-Learning é fruto de uma combinação entre o ensino com

auxílio da tecnologia e a educação à distância. A sua chegada fez explodir as possibilidades para a difusão do conhecimento e da informação para os estudantes, num compasso acelerado e, abriu um novo mundo para a distribuição e a partilha de conhecimento. Tornou-se também uma forma de democratizar o saber para as camadas da população com acesso às novas tecnologias, propiciando a estas que o conhecimento esteja disponível a qualquer hora e em qualquer lugar. O e-Learning (electronical learning) é um novo paradigma de ensino- aprendizagem que assenta no desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação aplicadas à educação e à formação, e também à interacção comunicacional. Podemos designá-la por a nova geração das tecnologias educacionais, sucessoras do escrito e do audiovisual. Em certa medida o e-Learning é uma nova metodologia de ensino à distância, que recorre às TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) como um ambiente de aprendizagem. Este objectivo requer uma aposta na formação profissional, quer como actualização de conhecimentos, quer como aquisição de novas competências e requer, também, a necessidade de creditar essa formação e avaliação com a finalidade de a mesma poder vir a ser reconhecida por outras entidades e/ou empregadores nacionais ou na Comunidade.

O e-Learning é o novo paradigma educacional que marca a sociedade pós- moderna, assente no conhecimento e na formação ao longo da vida. Todo e qualquer sistema educacional pressupõe a aquisição de novos conhecimentos, de novas competências ou de novos graus por uma determinada população alvo que, cada vez mais, se estima diferenciada em idade e heterogénea em competências adquiridas ao longo da vida. Por sua vez, a necessidade de desenvolvimento de

novas capacidades ou aquisição de novos conhecimentos por parte dos indivíduos ou por parte das sociedades, como a forma mais capaz de os vários países responderem ao fenómeno da globalização económica, implicou o aparecimento de um novo paradigma educacional que assenta na capacidade de cada um aprender a aprender. Este sistema permite responder a esta necessidade, tanto mais que ela é sentida por uma população diversificada com múltiplas responsabilidades, como trabalho, família, estudo e lazer, mas que começa a reconhecer a necessidade de obter novas competências para competir num mercado de trabalho cada vez mais internacional e mais feroz. A aposta no e- Learning como o meio de ensino-aprendizagem que possibilita, ao mesmo tempo, aquisições de várias competências: utilização do computador como instrumento de aprendizagem e a aprendizagem de novos conhecimentos teóricos ou práticos no local de trabalho ou em casa. Porém, nem todos os utilizadores estão em empatia com a aprendizagem electrónica. Falta-lhes a voz e a figura do docente e dos colegas. Se esta última é facilmente substituída pela fotografia, já tal não sucede com a voz. No entanto, ambas poderão ser substituídas por outro tipo de e- Learning, complementar do que é suportado pelo computador e a plataforma electrónica: a videoconferência recepcionada em computadores ou a audioconferência, integrada na plataforma electrónica. Mas o ensino- aprendizagem electrónicos não se resumem a uma plataforma. Eles requerem conteúdos e os seus docentes, bem como alunos e administradores da plataforma.

A disponibilização de conteúdos em plataforma pressupõe que esta seja acessível ou amigável e não seja geradora de entropias, entre o meio de aprendizagem e o utilizador. Por sua vez, os conteúdos devem ser pedagogicamente concebidos, utilizando uma linguagem clara e propiciando a interactividade entre o docente e o aluno. O e-Learning torna-se assim o meio preferencial para uma aprendizagem contínua ou aprendizagem ao longo da vida. Sem ignorar a importância das TICs na aprendizagem, não devemos esquecer que elas são um meio, uma ferramenta, e não um fim. O fim é a pessoa, a sociedade ou as sociedades. Daí a sua utilidade, pois elas possibilitam uma reflexão interactiva e dinâmica sobre as necessidades de formação ou de qualificação, a nível local ou regional, podendo ser usadas como um instrumento necessário à

revitalização da economia e da competitividade, através do incentivo à vontade de querer aprender a aprender ou querer saber mais, vitais à sobrevivência no mundo competitivo e global em que nos inserimos.

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