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São várias as entidades que participam no SCE conforme se ilustra no Quadro 2-7, cada uma com competências específicas, sendo descritas em seguida:

a) Entidades supervisoras: Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), para as áreas de Certificação e Eficiência Energética e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para a área da Qualidade do Ar Interior;

b) Entidade gestora: Agência para a Energia (ADENE);

c) Peritos Qualificados (PQ): individualmente responsáveis pela condução do processo de certificação dos edifícios, sendo os agentes que, no terreno, asseguram a operacionalidade do SCE;

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d) Entidades responsáveis pelo reconhecimento profissional de PQ’s: Ordem dos Arquitectos (OA), Ordem dos Engenheiros (OE) e Associação Nacional de Engenheiros Técnicos (ANET);

e) Promotores ou Proprietários de edifícios ou equipamentos: Responsáveis pelo cumprimento de todas as obrigações decorrentes do SCE, RCCTE e RSECE;

f) Entidades competentes para contra-ordenações: DGEG (Direcção Geral de Energia e Geologia) na área da Certificação Energética e a IGAOT (Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território) na área da Qualidade do Ar Interior;

g) Entidades fiscalizadoras: ADENE ou entidades mandatadas para auditar o trabalho dos PQ’s;

h) Comissão responsável pelo reconhecimento dos técnicos de instalação e manutenção de sistemas de climatização e de QAI e técnicos responsáveis pelo funcionamento de sistemas energéticos: Comissão tripartida, no âmbito de um protocolo assinado pelas entidades que a compõem, DGEG, APA, Associação Portuguesa da Industria de Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC), Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado (EFRIARC) e o Centro de Formação Profissional para a Indústria Térmica e Energia (APIEF)

Quadro 2-7 - Entidades participantes no SCE [3]

2.4 - Conclusões

Devido à situação energética da Europa, a Comissão Europeia criou uma Directiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (2002/91/CE), onde foi introduzida a certificação obrigatória de edifícios e que levou ao aparecimento em Portugal do Sistema de Certificação

39 Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios e à obrigatoriedade da qualificação profissional de peritos de certificação energética.

A Directiva 2002/91/CE obrigou à implementação de um sistema de certificação energética, que informa os cidadãos sobre a qualidade térmica dos edifícios aquando da construção, da venda ou do arrendamento dos mesmos, permitindo aos futuros utilizadores a obtenção de informações sobre os consumos de energia potenciais (para edifícios novos), reais ou estimados para padrões de utilização típicos (para edifícios existentes).

O Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE) foi desenvolvido no âmbito da nova legislação relativa à qualidade térmica dos edifícios e pretende reduzir a energia gasta por Portugal.

Apesar dos certificados energéticos incluírem muita informação detalhada, nomeadamente relativa aos consumos de energia potenciais, emissões de CO2, entre outros, não fazem qualquer

referência à factura energética potencial, estimada para o padrão de utilização típico. Esta informação poderia ser relevante para o utilizador, para além de também poder ser incluída informação acerca do custo de manutenção, vantagens, desvantagens, entre outros.

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Capítulo 3 - Plano Nacional de Eficiência Energética

3.1 - Introdução

Portugal depende fortemente de recursos energéticos. As importações de petróleo, que em 1998 representavam 6% das importações totais, aumentaram, em 2004, para os 11%. Uma vez que Portugal tem de produzir, em 2010, 39% da sua electricidade fina através de fontes de energia renováveis, os desafios que se colocam são grandes, e necessitam de acções imediatas e concretas.

Para responder a este desafio, o Governo Português publicou, em Outubro de 2005, na Resolução do Conselho de Ministros nº. 169/2005, a estratégia nacional para a energia, que tem, como objectivos centrais, garantir a segurança do abastecimento de energia, estimular e favorecer a concorrência, competitividade e eficiência das empresas, e garantir a adequação ambiental de todo o processo energético, reduzindo os vários impactos ambientais, nomeadamente a intensidade carbónica do PIB.

Neste documento estratégico [39], o Governo afirma que está fortemente empenhado em «aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de CO2, com a diminuição do peso dos

combustíveis fósseis nas fontes primárias de energia, através de medidas que, dos transportes à construção de edifícios e à procura pública, insiram a variável energética na escolha dos consumidores».

A directiva 2002/91/CE sobre o desempenho energético dos edifícios previa, a partir de 2006, um ganho estimado em cerca de 40 milhões de toneladas de petróleo, até 2020. Esta directiva impôs a certificação do desempenho energético dos edifícios com mais de 50 m2, quando estes são construídos, vendidos ou arrendados.

Em 2005, o consumo de veículos privados e motociclos na UE representava cerca de 10% do consumo bruto europeu. Para limitar o consumo energético, a UE tem vindo a desenvolver acordos voluntários com a indústria automóvel e a promover a rotulagem dos automóveis.

A optimização da gestão do tráfego, o desenvolvimento de um mercado de veículos não poluentes, a cobrança de taxas de utilização da infra-estrutura de forma a alterar comportamentos, e um melhor controlo da pressão dos pneumáticos são algumas das medidas que se previam vir a ser adoptadas de forma a promover um consumo mais eficiente.

A UE tem em vigor uma campanha de sensibilização sobre energia sustentável junto do mercado de consumidores domésticos, mas ainda dos técnicos das áreas profissionais determinantes para a promoção da eficiência energética.

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Os desafios ambientais, o custo dos consumos energéticos mas também igualmente o contexto legislativo são uma realidade incontestável e estão cá para nos convencer deste facto.

Se bem que um grande número de factores influencie atitudes e opiniões em matéria de eficiência energética, em particular o aumento do custo da energia e o sentimento crescente das nossas responsabilidades ecológicas, é bastante provável que seja a legislação a ter um impacto mais profundo nos nossos comportamentos e procedimentos.

Os diversos governos, um pouco por todo o mundo, definiram objectivos de economias de energia e introduziram regulamentação necessária para os atingir.