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1 Introdução

3.2 Caracterização da Célula de Soldadura

3.2.1 Entrada das Peças na célula

Quando é realizada uma encomenda ao departamento comercial e esta é colocada em produção, é-lhe sempre associada uma caixa que está associada a um número, e uma ordem de fabrico (OF) que é impressa e acompanha sempre a caixa. Uma encomenda pode ter mais que uma OF, e mais que uma caixa. Em cada OF constam informações fundamentais para que as peças percorram todas as células necessárias de forma a que sejam realizadas as operações às peças. Todas as OFs são acompanhadas pelo desenho técnico da peça para que cada operador saiba que operações realizar. As peças são transportadas em caixas. Além de um número, as caixas têm associado um código de barras. Assim, quando uma ferramenta termina todas as operações na célula onde se encontra, a sua caixa passa num leitor de código de barras que lê o código e regista no sistema de informação, o Autoflow. Desta forma as caixas servem de “GPS” para se saber onde está cada peça na fábrica. Erguido por cima do chão de fábrica, existe um sistema de tapetes rolantes destinados ao transporte automático das caixas entre cada uma das células. No entanto, devido a mudanças de layout efetuadas em toda a fábrica, a célula de soldadura não possui uma torre de acesso ao tapete, pelo que a chegada e saída de material são feitas com recurso a um carrinho de mão específico para o transporte das caixas, estando totalmente dependentes da intervenção dos operadores.

Toda a fábrica se rege por produzir de acordo com a data de lançamento da OF (a primeira a entrar em produção será a primeira a sair). Em todas os setores há um ecrã, internamente tratado como dashboard, que contém a lista de caixas presentes na célula ordenadas pela regra

caixas aparecerem no topo da ordem de trabalhos. A lista é atualizada apenas uma vez por dia às 6h00. À medida que é dada saída de caixas de um setor, estas mudam de cor no ecrã. Desta forma os colaboradores sabem quais a prioridades a trabalhar no dia. No caso da soldadura, existem dois dashboards. Isto porque num deles aparecem apenas as caixas em produção e noutro aparecem os SPs. É de notar que os SPs têm prioridade sobre a produção.

Regra geral, a célula é alimentada pela fresagem com as caixas que chegam em produção ou pelos Serviços com caixas que trazem reparações. As caixas são deixadas na zona de entrada da célula pelos colaboradores das células anteriores.

4ª Oportunidade de melhoria: Existe uma única linha de entrada para as caixas que chegam

à célula. Nesta linha as caixas que chegam de produção ficam misturadas com as caixas de SPs, fazendo com que seja necessário à posteriori separar as caixas de produção das caixas de SPs.

Todos os dias o chefe de equipa vê que caixas deram entrada na célula durante o dia anterior. Junto à fila de entrada existem outras filas marcadas no chão. Estas filas servem para alocar as caixas de acordo com o material das plaquetes e a situação de produção. As filas existentes são:

• STOP – Não Conformidade • Aguarda Eletroerosão • Diamante

• STOP – Matéria Prima • HW

• Espera Armazém

5ª Oportunidade de melhoria: As filas não estavam identificadas. Apenas o chefe de equipa

sabia o que estava em cada uma das filas. Esta falta de identificação obriga a comunicação verbal que leva a desperdícios de tempo e a possíveis erros. O recurso a informação visual seria suficiente e mais prática.

Todas as peças que têm na sua rota a soldadura, sejam de produção ou SPs, têm associadas na sua OF um código referente às plaquetes que serão soldadas. As plaquetes podem ser de quatro materiais: PCD, HW, ST e HSS. Estas podem ainda ser especiais ou standard.

O chefe de equipa tira as OFs de todas as caixas que deram entrada na célula e consulta os códigos que cada uma tem. A triagem das caixas é feita consoante o material e o tipo de plaquete que cada OF pede:

• Plaquetes em HSS ou ST: Há um pequeno stock na célula de soldadura de barras destes materiais. O chefe de equipa verifica se tem na célula as barras necessárias para o trabalho. No caso de haver coloca estas caixas junto à zona de espera do serrote onde serão posteriormente cortadas as barras e transformadas em plaquetes. Caso não haja matéria prima (MP) é feito o pedido de material através do Infor (software utilizado para fazer pedidos ao armazém). Quando um pedido é feito no Infor é necessário que se verifique se há ou não stock desse material no armazém. No caso de haver material em stock, o responsável pelo armazém vai levar a MP no próprio dia à célula de soldadura. Nesse caso a caixa deve ser colocada na fila “Espera Armazém” e a OF numa cuvete onde ficam as OFs que aguardam MP armazém. Se não houver MP em stock o armazém tem de a comprar. Como este processo vai demorar alguns dias, deve ser dado STOP à caixa no SI, a caixa colocada na fila “STOP – Matéria Prima” e a sua OF posta numa cuvete onde ficam OFs que ficaram em STOP;

• Plaquetes em HW ou standard de PCD: As plaquetes mais utilizadas têm stock em armazém. Para estas o chefe de equipa apenas tem de fazer o pedido no Infor. O procedimento após o pedido no Infor é igual independentemente do tipo de plaquete. Assim, havendo stock as caixas aguardam as plaquetes na fila “Espera Armazém”, caso contrário é feito o STOP e as caixas postas na fila “STOP – Matéria Prima”. As OFs vão para a respetiva cuvete. As outras, que não têm stock, assim que a peça que as gasta entra em produção, é emitida uma ordem de compra. Quando estas plaquetes compradas chegam à Frezite, são rececionadas pelo armazém. O armazém envia as plaquetes compradas diretamente para a soldadura. Neste caso o chefe de equipa da soldadura aquando da triagem verifica se já tem matéria-prima na secção para poder trabalhar as caixas. Se tiver aloca as caixas às filas de HW ou de PCD consoante o material das plaquetes. Caso não tenha, coloca as caixas na fila “STOP – Matéria Prima”.

• Plaquetes especiais de PCD: Estas plaquetes são produzidas internamente na empresa. A célula responsável pela eletroerosão, que é o processo usado na empresa para o corte de PCD, recebe a ordem de fabrico das plaquetes ao mesmo tempo que é lançada a peça em produção. Como a peça demora cerca de cinco dias a chegar à Soldadura, este tempo, na maioria dos casos é o suficiente para que as plaquetes estejam prontas. O chefe de equipa da soldadura quando faz a triagem das peças que necessitam estas plaquetes, vai à célula da Eletroerosão buscá-las. De volta à Soldadura, junta as plaquetes à OF, torna a por a OF na caixa, e coloca a caixa na fila “Diamante”. No caso de não ter as plaquetes prontas, volta à soldadura e coloca a caixa com a OF dentro na fila “Aguarda Eletroerosão”.

6ª Oportunidade de melhoria: Quando as peças já estão na Soldadura mas as plaquetes

ainda não estão prontas na eletroerosão, o chefe de equipa da soldadura avisa o responsável da eletroerosão que tem a caixa parada à espera do PCD. O facto de não haver nada físico que indique esta situação na eletroerosão leva a erros de comunicação o que faz com que as prioridades possam não ser as ideais e uma caixa esteja parada ainda mais tempo à espera de diamante.

Quanto às OFs que ficam a aguardar material do armazém, o colaborador do armazém consulta os pedidos no Infor e retira as plaquetes de cada pedido do Kardex, coloca-as em saquetas separadas consoante as referências das plaquetes e pedidos, e regista com uma caneta em cada saqueta o código da plaquete, o número do artigo e o número da OF. Na soldadura o colaborador põe cada saqueta junto da respetiva OF, e depois cada OF e respetiva saqueta na caixa devida. A caixa que contém agora a peça, OF e plaquetes é colocada na fila do material correspondente.

Quanto às OFs que ficam com “STOP – Matéria Prima” sempre que chega MP ao armazém das “compras”, o colaborador do armazém traz esse mesmo à célula de soldadura. O capitão de equipa da soldadura aloca a MP à respetiva OF que estava na cuvete de OFs em STOP e depois a OF e a MP à respetiva caixa. Retira o STOP no SI e muda a caixa para a fila da respetiva MP.

Uma outra situação recorrente era a duplicação de pedidos ao armazém. A empresa tentou automatizar estes pedidos de forma a que a caixa quando desse saída do setor anterior fizesse logo o pedido pelo Infor. Devido a falhas o procedimento funciona apenas em raros casos o que faz com que não seja fiável. O capitão de equipa da soldadura verifica sempre se o pedido de um determinado artigo já foi feito ou não. Se sim, não repete o pedido, caso contrário tem de o fazer ele manualmente. Na Figura 12 apresenta-se o local onde ficam as plaquetes que chegam e as OFs que estão em espera.

Figura 12 - Cuvetes de OFs e plaquetes em espera na célula da Soldadura

7ª Oportunidade de melhoria: O processo existente para as plaquetes que chegam de

armazém é desorganizado e é desperdiçado demasiado tempo em operações que não acrescentam valor ao produto final. O facto do pedido automático de armazém ser pouco fiável leva a demasiado tempo perdido a verificar se este já foi ou não feito. Além disso muitas vezes acaba por ser duplicado o pedido por falta de verificação.

No final da triagem, as caixas que o capitão de equipa pôs nas filas do respetivo material ficam ordenadas por ordem de criação da OF da mais antiga para a mais recente, da frente para trás, de forma a estabelecer prioridades de trabalho, uma vez que as mais antigas terão de ser as primeiras a ser trabalhadas.

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