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ENTREVISTA COM D LOURDES, MEMBRO DA COMUNIDADE NOSSA

CAPÍTULO VI – A RCC DA DIOCESE DE OURINHOS

ANEXO 2 ENTREVISTA COM D LOURDES, MEMBRO DA COMUNIDADE NOSSA

D. Lourdes é uma senhora muito simpática e acolhedora, membro da RCC da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Aposentada, ela foi convidada para ser entrevistada mas aceitou somente fazer a entrevista se fosse em sua casa, próxima à comunidade, logo depois do grupo de oração. O motivo: D. Lourdes precisava fazer o jantar para os filhos, o marido e os dois netos que moram com ela. Durante a entrevista fomos interrompidos várias vezes pelos netos que pediam alguma coisa ou a comida no fogo que estava sendo preparada.

- D. Lourdes, eu gostaria que a senhora falasse alguma coisa sobre o que a senhora acha da Renovação Carismática.

D. LOURDES: Ah, menino, a Renovação é uma bênção na minha vida. Sabe como é né... Na minha idade, a gente não tem muita coisa pra fazer. Depois que eu me aposentei, eu praticamente tava perdendo o gosto pela vida. Eu sempre gostei de trabalhar, mas a saúde não deixou eu continuar trabalhando. Minha vida era cuidar da casa, dessa criançada toda aqui (abraçando um dos netos que passava correndo pela cozinha) e assistir novela de noite. Quando me chamaram pra ir no grupo, eu fui mais porque não tinha nada pra fazer mesmo... mas depois que eu vi as maravilhas que Deus pode fazer naquele lugar... sabe que acabei pegando gosto pela coisa? (risos) mas você pediu pra eu falar sobre o que eu acho né? Eu acho que a Renovação ta trazendo de volta aquele povo que malemá ia na missa de domingo, e assim que nem eu, tava bem afastado. Mas tem uma coisa muito boa: como tem jovem naquele lugar, num é? Então eu acho que ta trazendo volta quem tava longe e ta deixando os mais novos com vontade de ser católico de novo.

- E pra senhora, o que a RCC representa?

D. Lourdes: Pra mim? Eu me sinto bem lá... Eu rezo, peço pros meus filhos, pros meus netos, pro meu marido... E Ele (apontando pra cima) sempre atende. As coisas aqui em casa melhoraram bastante, porque hoje eu sinto o poder de Deus na minha família. A Igreja sempre valorizou muito a família, e aqui em casa ela vem sempre em primeiro lugar. Meu marido não vai comigo no grupo, mas pelo menos uma vez por semana a gente reza o terço no nosso quarto. A Renovação fez eu me sentir viva de novo, principalmente depois que eu fui batizada no Espírito Santo.

- Como aconteceu isso?

D. LOURDES: Eu queria muito ser batizada no Espírito... todo mundo falava que era uma coisa emocionante, mas eu frequentava os grupos há um ano e nada acontecia. Me sentia muito frustrada. Acho que a ansiedade estava me atrapalhando, pois eu queria tanto sentir o

Espírito Santo agindo em mim, mas eu tentava acalmar meu coração pensando comigo mesma: “ainda não é hora, quando for, vai acontecer”. E realmente aconteceu! Um dia, uma colega que estava passando por vários problemas pessoais, começou a chorar do meu lado... senti a presença de Deus naquele momento agindo em mim e resolvi orar com as mãos impostas sobre ela. Ela foi acalmando, acalmando... aí eu precebi o meu “batismo”. Eu tinha o dom de interceder pelas pessoas. Minha fé ajuda as pessoas. Isso é fantástico! Agora na minha casa, quando alguém está com “aquela dorzinha de cabeça”, por exemplo, meus netos, eu faço isso e a dor passa. Quando não passa, aí gente dá um remedinho ou levamos ao médico, afinal, Deus deu o dom para os médicos nos ajudarem a nos curar, mas com Deus do nosso lado, tudo fica mais fácil!

- A senhora poderia descrever como é esse momento?

D. LOURDES: É mais ou menos assim: quando começa a oração em línguas, os intercessores são chamados a ajudar as pessoas que pedem pra ser tocadas. Aí a gente recebe algumas pessoas que choram, mas que estão dividindo aquela fé coma gente. Eu me concentro, peço pra Deus me fazer ser um instrumento dele e imponho minhas mãos sobre a cabeça da pessoa, fazendo a minha oração.

- E como é essa oração?

D. LOURDES: Ah, eu oro a “língua dos anjos”... É um momento tão forte que é como se eu mesma não estivesse ali, e o Espírito Santo tomasse parte de mim e me fizesse uma ferramenta dele pra ajudar aquela pessoa que está li na minha frente precisando de ajuda.

- A senhora disse que faz isso em casa. É a mesma coisa?

D. LOURDES: É bem parecido. Geralmente são as crianças que mais pedem pra mim, porque estão sempre com uma dorzinha aqui, outra ali... Aí eu levo elas lá pro meu quarto, eu falo pra elas pensarem bastante em Deus e que vai ficar tudo bem. Aí faço a mesma coisa que lá no grupo de oração. Mas quando eu vejo que não dá certo, aí eu mando pro médico, porque daí já não é meu departamento... (risos)

- E mais alguém vai com a senhora no grupo de oração?

D. LOURDES: Ah, de vez em quando minhas filhas vão, mas quem está sempre sou eu mesma. É aquela coisa: na hora que tá tudo bem, ninguém lembra de ir, mas quando começa a acontecer alguma coisa.. todo mundo vai ou “pede pra vovó” colocar os nomes na oração... (risos). Mas eu não me importo. Ser mãe é isso né? Tem que estar sempre pronta pra ajudar os filhos e os netos, que são os filhos da gente duas vezes.

D. LOURDES: Ele não gosta muito não, mas respeita o fato de eu ir. Mas a gente se entende, nós vamos na missa juntos, rezamos o terço... Enfim, o fato de eu ir no grupo e ele não não é motivo nenhum de briga... muito pelo contrário, a gene se respeita muito e sempre estamos bem com Deus.

- E tem alguma coisa que a senhora não gosta nos grupos?

D. LOURDES: Não... Só de vez em quando que eu acho que tem gente que exagera um pouco... tipo, pessoal que desmaia demais... eu já reparei que tem uma ou duas pessoas que sempre desmaiam durante as orações. Mas quem sou eu pra julgar né? Acho que cada um é cada um, e de repente Deus toca em cada um de uma forma diferente.

ANEXO 3 – ENTREVISTA COM JULIANO, MEMBRO DA RCC DA COMUNIDADE

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