• Nenhum resultado encontrado

4.2 Quem conta a história da Comunidade – Relatos das pessoas da

4.2.1 Entrevistas de pessoas da comunidade

4.2.1.1 Entrevista 1 – JR

Nascida na Colônia de Pescadores Z-3, a cozinheira participou da primeira edição do jornal sugerindo uma receita chamada tainha recheada com camarão, colaborando em várias de suas edições.

4.2.1.2 Entrevista 2 – NCS

NCS é natural da ilha da Feitoria49, filho de NC, catarinense vindo de Florianópolis e NFSC, e mora na Colônia Z-3 desde os cinco anos de idade. É conhecido por praticamente todos os moradores. A convite, começou a trabalhar no Sindicato de Pescadores da Z-3, como secretário e posteriormente tornou-se presidente do mesmo. Foi treinador do Marítimo (time de futebol). Participou, entre outras, da Edição número 7 do “O Pescador”.

49

A ilha da Feitoria é uma pequena ilha na costa sul da Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul, pertencente ao município de Pelotas. Foi promovida à Área de Preservação Permanente, em 1993.

4.2.1.3 Entrevista 3 - LBF

LBF nasceu no dia 15 de maio de 1957, na cidade de São José do Norte.

Leciona na Escola Rafael Brusque, e um dos seus primeiros trabalhos foi a Associação de Desenvolvimento Social da comunidade junto às professoras A., E., e T. Atualmente, além de seu papel na escola, foi eleita (com 31 votos) Conselheira do Orçamento Participativo, para trabalhar juntamente com os demais representantes dos Balneários do Laranjal, pelos interesses de suas respectivas comunidades.

4.2.1.4 Entrevista 4 - LM

LM nasceu e se criou na Z-3, seus avós foram fundadores da comunidade da

Z-3 junto com a família Costa, e seu pai conviveu com os fundadores.

4.2.1.5 Entrevista 5 - MC

MC, na realidade é ex-morador da Z-3. Morou lá até uns treze anos e depois

frequentou a colônia durante a adolescência toda e voltou para lá no período da sua graduação e mestrado, tendo a Z-3 como foco de estudo. A família de MC é de lá, seus avós que o criaram, seus tios, amigos de infância e adolescência. Passou a ter a Z-3 como um objeto extencionista porque ele escreveu para o jornal “O Pescador” e criou junto com os colegas e a comunidade o Ecomuseu, onde fizeram algumas exposições com objetos antigos, entrevistaram os idosos pelas suas memórias de vida (a memória do carnaval, a memória das festas do surgimento da comunidade, da visão dos idosos sobre o passado, entre outras).

4.2.1.6 Entrevista 6 - RSP

RSP nasceu na Ilha da Feitoria e veio com a família, quando era bem

pequena, e cresceu dentro desse ambiente de pesca, onde a pesca era muito forte. Ia junto com os outros para a salga, pros trapiches onde chegava o peixe e por isso conheceu e acompanhou a vida dos moradores mais antigos até o presente.

4.2.1.7 Entrevista 7 - JS

JS nasceu na Ilha da Saragonha, não sabe bem certo o ano, pois naquela

época eles não registravam a criança logo que ela nascia, na sua certidão de nascimento diz que ela tem 78 anos. Mora na Z-3 há mais de 30.

4.2.1.8 Entrevista 8 - BC

BC nasceu na Z-3, segundo ele “embaixo da figueira, com parteira, sem essa

frescura de hospital”. Afirma que na sua certidão de nascimento está registrado em 1935, mas nasci um ano antes. Afirma que anteriormente a Colônia Z3 se chamava ‘Arroio Sujo’, e os moradores não tinham muita opção de vida, ou as pessoas

pescavam, ou passavam fome. Mesmo assim nunca quis sair de lá, mora lá até a atualiadade.

4.2.1.9 Entrevista 9 – CS

CS nasceu e se criou na Z3, na data da entrevista tinha 72 anos. Era pescador assim como seu pai. Hoje aposentado, pesca apenas por lazer e para complementar a alimentação da família.

4.2.1.10 Entrevista 10 – LC

LC nasceu na Ilha da Feitoria e se mudou com a família para a Z3 quando tinha 7 anos. Antes de casar ajudava a mãe na lida da casa e ajudava a beneficiar o pescado. Junto com a mãe, produzia bolinhos de peixe para aumentar a renda da família. Depois de casada tornou-se dona de casa e ajudava o marido a beneficiar o pescado.

4.2.1.11 Entrevista 11 – SC

SC nasceu na Z3, com 14 anos se mudou para laguna e há 20 anos retornou para a Z3. É pescador, casado e tem cinco filhos, todos trabalham com pesca.

4.2.1.12 Entrevista 12 – AF

LC nasceu na Z3, mudou-se para o centro de Pelotas e há alguns anos retornou para a Z3. É casada e tem duas filhas que não moram mais lá. Hoje é aposentada e mora só com o marido que trabalha com carpintaria. Seu irmão é pescador, assim como seu pai foi.

Percebe-se, por meio da observação, coleta de dados e das entrevistas realizadas, que na Colônia de Pescadores Z-3, seus moradores caracterizam-se por apresentar formas de vida que vão desde aqueles da antiguidade – em que as pessoas se preocupavam com a sobrevivência, com a coletividade, a manutenção de hábitos e costumes, sem muito acesso à educação formal-, até conviver, atualmente, com as questões da Modernidade. Para os entrevistados, moradores mais antigos, as lembranças são mais numerosas e não se observa de forma acentuada a ‘falta de memória’ (VON SIMON, 2004; FIGUEIREDO, apud SILVA; RONCO, 2015; BAUMAN, 2001) porque mesmo vivendo no mundo contemporâneo, eles conservam seu modo de vida, sua forma de pensar, sua cultura.

4.2.2 Entrevistas de Jornalistas

Foram entrevistados, no período compreendido entre 2016 e 201750, como já foi dito, oito jornalistas: sete participantes do projeto mais o coordenador do Projeto de Extensão (professor orientador e jornalista), os quais participaram de diferentes etapas do projeto de extensão do jornal comunitário “O Pescador”, que se caracterizam pelo desenvolvimento da atividade jornalística (na prática ou na docência), na qual todos eles têm formação acadêmica semelhante51, participação e contato com a comunidade de forma semelhante, assim abordamos brevemente sua apresentação, uma vez que o que interessa ao trabalho é sua percepção acerca do objeto do trabalho – a memória e sua relação com as identidades sociais dos moradores, assim como do trabalho jornalístico e da sua relação com a memória, diferente dos moradores cuja formação, escolaridade e atividades são muito diferentes entre si.

Traça-se um breve perfil do coordenador do projeto do jornal comunitário, pela importância de entender o nascimento do projeto de extensão: “O jornal comunitário ‘O Pescador’ e o seu desenvolvimento”.