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Entrevista – Vereador George Câmara

Entrevista realizada com o vereador George Câmara do PCdoB de Natal referente as alianças eleitorais na campanha eleitoral de 2008 na cidade.

1ª – Como o senhor explica a aliança feita com o PT nas eleições de 2008 em Natal? George Câmara - A nossa aliança com o PT, com o Partido dos Trabalhadores e o PCdoB, nosso Partido, foi dada por uma situação, eu diria na nossa tática eleitoral para o nosso país, o PCdoB se posiciona de acordo com seu projeto nacional. O projeto nacional do nosso Partido é acumular forças na batalha que está em curso. Nós temos o programa do PCdoB que coloca a defesa do socialismo. Essa defesa ninguém tem bola de cristal para saber como vai se dá o processo de eleição, se essa tomada de poder é via acúmulo democrático ou via luta armada. Enfim a gente formula uma saída para o nosso país que é romper com as amarras do sistema capitalista. Entendemos que é uma base histórica de acumulação de forças presentes nos movimentos sociais e nas lutas de classes, que significa Entendemos que é uma

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acumulação de forças presentes nos movimentos sociais, sindicais, comunitários e nas lutas de classes que significa que essa presença na sociedade, ela não tá a quem da presença das lutas e movimentos sociais. Então, nós buscamos através das eleições municipais, também quando das eleições gerais para os estados e o país, procuramos acumular forças que fortaleçam nosso projeto político.

O Brasil tem uma dívida social muito grande com seu povo. E o Partido formula nos seus documentos que estamos numa nova fase histórica de abertura de um novo ciclo nacional. O Brasil tem um acúmulo que vai do seu descobrimento até à chegada da família Real, nesses trezentos anos que se passaram, em 1808, trouxe um ciclo que veio fechar com a independência de 1822 e com a abolição da escravatura em 1888. Um ano depois a república que fecha o ciclo de dominação portuguesa sobre o país. Posteriormente, quando o Brasil estava proclamando a república, a França fazia a revolução burguesa de 1789. Cem anos depois o Brasil ainda tinha escravidão. Por que a mão de obra, a economia dos escravocratas foi responsável pela geração da riqueza no Brasil de um modelo excludente e injusto. Mas foi esse sistema econômico que perdurou no Brasil e permitiu que criasse seu desenvolvimento nas suas contradições.

Então, um país muito atrasado mesmo com esse ciclo fechado dos trezentos anos, em nosso entendimento ele fecha esse período. Por isso o Partido aprofunda e tira contribuições dessas raízes históricas com essa formulação teórica. Um outro ciclo, não mais da nação, mas do Estado brasileiro, é o ciclo de 1930, que se inicia com Getúlio através do processo de industrialização do país que detém um outro momento histórico que é a base do Estado brasileiro. E nós, vemos que o Brasil passa a ter um parque industrial e uma certa pujança que vai fechando com Juscelino Kubitschek. Esse é um ciclo que se fecha com as estruturações das bases econômicas brasileiras. Com a eleição de Lula em 2002, o Partido coloca a possibilidade de estar abrindo outro ciclo de desenvolvimento nacional e gerar oportunidade para o nosso povo num patamar mais elevado da educação numa faixa muito maior de participar da redistribuição da riqueza, de se ter capacidade da economia crescer. Então, um país para combater as injustiças sociais e desigualdades para gerar oportunidade pode

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está criando um outro ciclo no outra dimensão dentro da luta mais geral pelo socialismo.

2ª – Conforme sua exposição, as alianças políticas do PCdoB requer a questão programática e histórica dos partidos com os quais formam coligações?

George Câmara - Então, nossas alianças eleitorais quer que sejam no plano nacional, estadual e municipal (2000, 2004 e 2008), nós procuramos visualizar nesse contexto como apressar essa transição e fechar o terceiro ciclo de civilidade nacional. Podendo estar abrindo, creio que a gente possa estar dando contribuições importantes para estar gerando oportunidades para o nosso povo. Um povo com acesso à educação, ao mercado de trabalho é um povo mais preparado que facilita para lutarmos pelo socialismo.

Nossas alianças estão nesse campo. No geral, nem em todos os municípios acontecem isso, é preciso se enquadrar na realidade que depende de uma série de condicionantes e variáveis. Mas no geral, a gente procura se alinhar ao nosso projeto. As alianças com o PT em 2008 teve esse complemento quando decidimos reunir os partidos do nosso campo. Os partidos que estão nesse processo histórico de 1989 para cá, que vieram caminhando com Lula estão no nosso campo de atuação política. O PSB de José Paulo Bisol vice candidato da chapa do PT, PDT de Brizola que foi o vice de Lula em 1998, posteriormente nós tivemos essa intercalação PSB, PT junto com PCdoB. Esse núcleo sempre que possível procuramos produzir um acordo nacional, localmente com os partidos que estiverem em condições e melhores situados nas competições políticas.

A candidatura de Fátima que já tinha sido candidato vice prefeito em 1996 (George Câmara), em 2000 Leonardo Arruda foi o vice de Fátima. Não houve segundo em 2000 para o PT. Em 2004 estivemos com Carlos Eduardo, PSB, no segundo turno o PT somou conosco. Em 2008 foi realizada uma aliança já no final do governo de Carlos Eduardo, todos nós apoiamos Fátima Bezerra. Aquela aliança tinha sintonia com essa diretriz nacional de fortalecer esse projeto para dá mais força nessa transição democrática no país no projeto com Lula que agora estar com Dilma na frente do governo. Nós estamos nessa busca de fortalecer os setores democráticos e isolar os candidatos da oposição conservadora como José Agripino (DEM), PSDB...

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Esse foi o nosso objetivo naquela formulação de sair junto com o PT. Na proporcional não saímos juntos com o PT. Nas três vezes que saí candidato a vereador em que fui eleito, não saímos juntos com o PT. A primeira vez saímos juntos com o PDT, na segunda com o PRB e PTN e agora com PRB, PPS e PSD. Então, respondendo a sua indagação, o que nos levou a fazer alianças com o PT na majoritária e uma das alianças nas proporcionais nesse mesmo bloco mas com outros partidos que teve mais de uma aliança para vereador na proporcional foi esse objetivo de fortalecer os setores avançados progressistas para termos um avanço no projeto nacional.