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ENUNCIADO E ESCÓLIO DA LEI DA AÇÃO E REAÇÃO DO DIREITO

A exemplo da Lei da ação e reação estudada por Newton, na qual qualquer ação implica em uma reação de igual intensidade e em sentido contrário, a Lei da ação e reação do Direito Natural (LARDN) condiciona, sem impedir ou constranger. O Homem sabe que a sua ação implicará infalivelmente em uma reação contrária, seja de recompensa (positiva) ou de reparo ao dano causado (negativa), conforme o seguinte enunciado da Lei de ação e reação do Direito Natural destinado ao comportamento humano:

Toda ação voluntária ou involuntária do indivíduo respeita ou desrespeita o direito natural de alguém, o que causará, respectivamente, uma reação de recompensa ou de reparo ao dano, independentemente das reações de quem foi respeitado ou desrespeitado em seu direito, na proporção dos níveis intelectual e moral do causador da ação.

A partir desse enunciado, torna-se necessário o conhecimento dos princípios fundamentais da LARDN para uma melhor compreensão de seus mecanismos de justiça.

I - Escólio

1. Para cada ação de respeito ou de desrespeito ao direito natural de alguém, haverá uma reação respectiva de recompensa ou de reparo ao dano, nas proporções das ações e resultados pretendidos e consumados e do nível intelecto-moral de quem pratica a ação. Embora não seja possível prever como, ocorrerá essa recompensa ou esse reparo ao dano.

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Também, toda ação que desrespeite ao direito natural de qualquer ser da Natureza, também, de um modo direto ou indireto, afetará os direitos naturais do Homem. O conceito geral das ações de respeito ou de desrespeito aos direitos naturais é o de agente moral. Tais ações podem surgir individualmente ou em conjunto; em conjunto, caracterizam um sistema de ações.

2. Na Física, segundo a Lei da ação e reação de Newton, quando dois corpos A e B interagem, se A aplica sobre B uma força (ação), também B aplicará sobre A outra força (reação) de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário. Exemplo: alguém dá um soco numa parede (em seu estado normal), a parede exerce sobre a mão uma força de tensão que resiste ao impacto com a mesma intensidade, mesma direção, mas em sentido contrário. A dinâmica na Física estuda a correlação entre os movimentos (efeitos) e as forças (causas que os produzem). Segundo os princípios da dinâmica, poder-se-ia considerar que a LARDN estuda a correlação entre os deveres naturais de recompensa ou de reparação (efeitos) e as ações de respeito ou de desrespeito aos direitos naturais (causas que os produzem). Na LARDN a reação difere da que ocorre no mundo da Física porque independe da reação de alguém, mas de uma resposta sua estabelecida por uma essência de valores morais estabelecidos pela Natureza.

3. Segundo a LARDN, se A auxilia B, ainda que B seja ingrato e ofenda o seu benfeitor, A será recompensado porque a sua energia de auxílio retornará, sempre de forma inteligente e inusitada conforme característica desse princípio moral de ação e reação. Também, em outro exemplo: A ofende a B. Ainda que B perdoe e auxilie A, esse terá a reação de sua ofensa no sentido de reparo ao dano provocado (material, social, psicológico e/ou moral) não apenas em B, mas igualmente a si mesmo. É evidente que o reparo ao dano não será, necessariamente, sofrer a mesma ofensa, mas será alvo de uma reação nem sempre agradável no mesmo teor da causada anteriormente. Isso, com o fim de educá-lo. Esses são exemplos de efeitos dinâmicos da LARDN.

Em síntese: quando dois indivíduos A e B interagem, se A aplica sobre B uma ação de respeito ou de desrespeito ao Direito Natural de B (ação), por consequência, a LARDN acionará os deveres naturais de recompensa ou de reparação ao dano sobre A numa reação de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário.

4. Segundo a LARDN, não há necessidade de o indivíduo A ou B promover o desrespeito aos direitos naturais de cada um diante de uma agressão porquanto ela mesma se encarregará de cobrar, de diversos modos, do indivíduo agressor, o comprimento dos seus

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deveres vinculados ao reparo ao dano. Dentro desse princípio, a Natureza, como fonte do Direito Natural, e esse, como uma das fontes do Direito Positivo, estabelecem os direitos inalienáveis e deveres fundamentais reparadores, seja por meio de uma punição reparadora ou de uma orientação para despertar e/ou educar o agressor. O agredido tem o direito de defender-se, o qual poderá ou não fazer uso desse direito, segundo a sua vontade, mas sem agredir o agressor.

5. Todos os seres humanos têm direitos e deveres naturais estabelecidos por leis naturais (ou leis morais) e constituem também um dos princípios da Lei da ação e reação do Direito Natural. Até os portadores de total deficiência de natureza mental e física, além de seus direitos, têm seus deveres naturais compulsórios, estabelecidos por meio da Lei natural de Justiça (Lei do conteúdo da Justiça) e da LARDN (Lei da forma da Justiça). Isso porque as leis morais traduzem a essência normativa do Direito Natural, o qual, por sua vez, regula as relações humanas também por meio do Direito Positivo quando esse estabelece o respeito aos direitos absolutamente e relativamente inalienáveis. O Direito Natural é composto de princípios inerentes à própria essência humana; apesar de estar presente nas decisões judiciais, é constituído por um conjunto de princípios de caráter universal, eterno e imutável, não necessariamente normatizados.

6. A Vida é justa, e o Direito Natural representa a Justiça da Vida por meio de suas leis morais, especialmente por meio da Lei natural de Justiça e da Lei da ação e de reação do Direito Natural. A Justiça, e não a injustiça, é da essência da Vida. Justiça é o respeito aos direitos e deveres naturais de outrem, e injustiça é o desrespeito a esses direitos e deveres. Respeitar é considerar, dar a devida atenção, cuidar, preservar, praticar.

7. O princípio da Justiça é o respeito aos direitos e deveres naturais. Embora os seres humanos possam praticar injustiças, não as sofrerá, além da dor, quem as receba com justiça, pois que aí um mecanismo de justiça é efetivado, devido à reação da Lei da ação e reação do Direito Natural, a qual visa a reparar algum dano praticado por quem vivencia a dor. Nesse sentido, ninguém deve buscar vingança para o injusto, mas ajudá-lo a se educar conforme os princípios da LARDN, a qual também reagirá, com seus meios, para educá-lo, no sentido de reparar o dano causado pelo autor da infração.

8. A Vida é sempre justa e nem toda dor é consequência do reparo a algum tipo de dano. Quem sente uma dor-evolução, isto é, quando a dor não é uma consequência de reparo a algum dano, deve considerar a Justiça da LARDN, em seu mecanismo de evolução, a qual possibilitará uma ascensão evolutiva ou recompensa satisfatória.

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9. Há uma diferença entre dor e sofrimento. Dor é todo incômodo físico ou moral causado por algum mecanismo de justiça ou por alguma injustiça. Sofrimento é uma reação de quem vivencia a dor, mas desrespeita aos direitos naturais de alguém, ou seja, é qualquer reação injusta diante da dor. A função da dor é, também, a de impedir o definitivo estacionamento intelecto-moral e ajustar o infrator aos princípios do Direito Natural. Nesse sentido, nem sempre é possível evitar a dor, mas é sempre possível evitar o sofrimento.

10. O propósito da Lei da ação e reação do Direito Natural é o de promover a educação por meio da evolução intelecto-moral do indivíduo. Esse processo educativo ocorre em ciclos de experiências ao longo da existência.

11. A evolução intelecto-moral do indivíduo não ocorre de forma repentina ou desarmônica. Isso porque os ciclos dinâmicos de evolução são quase imperceptíveis à observação dos seres humanos. São mecanismos da unidade imanente do Direito Natural. Por meio desses ciclos, a Lei da ação e reação do Direito Natural também atua numa sequência ordenada, harmônica e perfeita. Tudo tende à ordem e à perfeição estabelecidas por esse mecanismo natural de evolução. Os ciclos individuais de evolução intelecto-moral compõem ciclos coletivos, os quais também fazem parte de ciclos maiores, rumo ao infinito e à eternidade dos mundos imanentes. Esses ciclos individuais de evolução também estão inseridos em ciclos evolutivos de comunidades afins. Também os impulsos que iniciam um novo ciclo de evolução material ou espiritual se originam da força de gravitação empreendida pelo ciclo que se fechou em sua órbita, em seu nível, em sua história de evolução. A Natureza determina a existência desses ciclos porquanto sem tal processo não haveria dinâmica na criação ou na evolução.

12. É possível identificar o ponto exato de cada ciclo de evolução intelecto-moral do indivíduo por meio do autoconhecimento porque a evolução intelecto-moral não se processa de forma linear. Isso porque alguém pode estar adiantado ou evoluído numa virtude e atrasado ou estacionado noutra. Ajudar a Identificar, por meio do autoconhecimento, os pontos cíclicos da evolução intelecto-moral do ser humano é o destino de algumas ciências.

13. A Lei da ação e reação do Direito Natural também age em ciclos. De outro modo, não poderia ser, porque a Natureza não dá saltos quantitativos e qualitativos de evolução biológica.

14. Existem inúmeros atributos intelectuais e morais essenciais ao indivíduo na senda do progresso determinados por meio da Lei da ação e reação do Direito Natural. Isso, para que haja entendimento intelectual e compreensão moral de todas as coisas, circunstâncias e

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fatos relacionados ou não à realidade evolutiva do indivíduo. A capacidade intelectual para desenvolver o conhecimento adquirido e para discernir e estudar por meio do raciocínio, da intuição e de outras formas psicointelectivas, está entre os atributos indispensáveis ao ser humano. Quanto aos atributos morais a serem desenvolvidos, é possível destacar os seguintes: o amor, a sabedoria, a humildade, a paciência, a indulgência, a solidariedade, a caridade, a coragem, a persistência, a ponderação, a brandura, a responsabilidade, a esperança, a fé, a disciplina, a autenticidade e a lucidez de ideias, de sentimentos e de emoções. Nesse contexto, o amor é a síntese das qualidades morais e a sabedoria é a virtude moral que melhor representa os atributos intelectuais superiores alcançados por seres humanos.

15. A LARDN é um mecanismo eficaz de educação intelecto-moral do indivíduo. Essa educação é percebida quando o indivíduo adquire relativo equilíbrio psicoemocional. Isso, em decorrência de obstáculos superados ou de trabalhos executados com dedicação e amor. Os métodos que propiciam o desenvolvimento intelecto-moral do indivíduo são os que consideram os níveis intelecto-morais dos indivíduos e estimulam a assimilação e a prática de valores morais, intelectuais e materiais. A instrução intelectual conscientiza, e a prática de valores morais é a maneira mais eficaz para a formação educacional de alguém.

16. A Lei da ação e reação do Direito Natural é um conjunto de princípios de evolução para a vida material e moral, destinados ao desenvolvimento intelectual e moral de todos os seres da Natureza. Esses princípios são necessários para a consecução da Justiça.

17. É possível sentir e compreender os princípios da LARDN por meio do desenvolvimento das faculdades intelectuais e morais. Isso, para que o saber não se transforme num aglomerado de informações confusas e desordenadas, capaz de aprisionar e escravizar os seus detentores nas armadilhas das acomodações filosóficas e científicas. Existem certos atributos espirituais que somente se desenvolvem e se consolidam por meio das conquistas morais. Quanto mais alguém evolui nesse sentido, melhor compreende a natu- reza das leis naturais em todas as suas manifestações. É quando essas leis passam a refletir todos os atos e pensamentos do ser humano.

18. A Lei da ação e reação do Direito Natural é flexível porquanto considera os níveis de evolução intelecto-moral do indivíduo. Nesse contexto, as atitudes que podem ser positivas em certos níveis de evolução, noutros estágios evolutivos superiores podem obstaculizar o aperfeiçoamento intelecto-moral. A LARDN e outras leis naturais são flexíveis porque agem, supervisionam e regulam os diversos níveis evolutivos do indivíduo. Isso, sem perder suas características, a imutabilidade e a perfeição destinadas aos programas evolutivos que operam.

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19. Para a LARDN e demais leis naturais ou morais, somente existe o Bem. O mal apenas representa as práticas transitórias e contrárias à ordem estabelecida por um conjunto de leis naturais – o Direito Natural. Diante da LARDN, a responsabilidade dos atos do indivíduo é proporcional aos seus níveis de intenção, de entendimento e de evolução intelecto-moral. A LARDN ainda dispõe de recursos para evitar quaisquer males e guiar o indivíduo para o Bem quando assim determina a Lei natural de Justiça.

20. As ações e as reações que respeitam ou desrespeitam os direitos naturais de alguém decorrem da estrutura da personalidade de quem as praticam. É possível conhecer as necessidades psíquicas, emocionais e morais de quem transgride a Lei da ação e reação do Direito Natural. Isso, por meio de um estudo moral que faculte o conhecimento da personalidade, na qual se encontram esses impulsos transgressores, causados por ignorância e egoísmo. Uma vez identificada a limitação moral causadora das motivações equivocadas, descortina-se uma segurança íntima capaz de conduzir a uma parcela de felicidade experimentada tão somente por quem se conhece a si mesmo. Quase sempre é necessário conhecer a personalidade para depois perceber a essência da individualidade do ser, a qual corresponde ao conhecimento pleno de si mesmo. Uma personalidade contrária à individualidade, ou seja, à essência espiritual, é o que gera desajustes psicoemocionais e morais de dolorosas consequências.

21. Nem todos os transgressores das leis naturais têm a devida condição moral para compreender, aceitar e modificar repentinamente certas condutas de desrespeito aos direitos de outrem. Isso, devido ao nível estacionário de evolução intelecto-moral no qual se encontram. Diante dessa realidade, nem todos os transgressores devem gozar de plena liberdade para não reincidirem nos delitos, mas torna-se necessário proporcionar um programa educativo que possibilite o equilíbrio moral do infrator.

22. O perdão não corresponde à acomodação diante do erro ou do mau proceder de alguém. Não julgar, no sentido moral, é não se considerar infalível, é promover o bem e conhecer as causas da criminalidade, além de oferecer as condições para o soerguimento do infrator. São necessários sensibilidade e bom-senso para educar os que recalcitram diante dos estímulos evolutivos da vida. Os infratores contumazes não fazem bom uso do livre-arbítrio, mas podem se reabilitar sob as ações da sabedoria, do trabalho, da disciplina e, não raras vezes, da dor moral diante dos desenganos e da realidade que os cercam. É necessário, ainda, promover o bem comum, mas não se pode olvidar que a justiça social deve proporcionar reforços para quem auxilia e recebe assistência. Isso, para que o processo educativo e o

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tratamento de natureza psicoemocional sejam eficazes nos casos mais graves de desajustes psicoemocionais do infrator.

23. O sistema penitenciário deve atender aos infratores que realmente ameacem a ordem social com as necessárias condições para uma recuperação eficaz. Isso, para que os infratores reflitam, estudem e trabalhem com disciplina e dignidade em prol de si mesmos e da sociedade em que vivem. As degradações e os abusos existentes nesses locais de reclusão poderiam ser evitados se houvesse maior empenho em se promover a reabilitação desses indivíduos. Não basta retirá-los da convivência social sem os critérios de amor e de justiça para depois reintegrá-los de forma gradual e definitiva. Nesse sentido, há diferença evolutiva mínima entre os transgressores e a sociedade que impetra suas condenações sem as providências necessárias para se estabelecer os tratamentos e as reabilitações eficazes aos infratores.

24. Há indivíduos portadores de adiantados níveis intelectuais, mas que são desprovidos de equilíbrio moral, pois se condicionaram aos distúrbios de comportamento. Isso porque conhecem as causas e os efeitos danosos provenientes de suas práticas, mas cultivam justificativas equivocadas, advindas da ilusão de que estão a praticar algo socialmente tolerável. Ainda é possível que uma desarmonia momentânea do psiquismo possa ocorrer com a maioria dos seres humanos, sem que isso implique uma tendência à criminalidade ou aos diversos distúrbios psicoemocionais. No entanto, é o desajuste emocional constante que impulsiona as ações hediondas, sempre associadas ao desalinho psíquico que as gerou e acompanha. É devido aos desajustes emocionais persistentes que se praticam os maiores crimes e atitudes de violência. Tais desajustes estão associados aos complexos, às frustrações ou aos traumas emocionais e afetivos, geradores de transtornos psíquicos complexos.

25. A Lei da ação e reação do Direito Natural supervisiona e registra todas as ações do indivíduo. O grau de flexibilidade da LARDN diante dos delitos está diretamente vinculado aos níveis de intenção, de conhecimento, de responsabilidade, de ignorância, de consciência moral e de características psíquicas e emocionais do transgressor, além de fatores circunstanciais vinculados a sua conduta. Nesse contexto, também se deve considerar quando o infrator é vítima de mentes que o influenciam à criminalidade e aos demais excessos praticados.

26. Acentuados níveis de desajustes psicoemocionais, provenientes do desrespeito ao Direito Natural, caracterizam os quadros clínicos das psicopatologias. No entanto, as leis naturais também possibilitam as terapias dos portadores de psicopatologias que praticaram

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atos delituosos. A harmonização das energias metais proporciona condições favoráveis para a cura dos portadores de psicopatologias. Em alguns casos, é possível harmonizar e conter certos impulsos psicopatológicos, sem que se recorra às substâncias químicas, as quais anestesiam os centros psíquicos, receptores das energias da mente. Nesse sentido, consideram-se providências necessárias ao ajuste ou à harmonização desses pacientes: o cuidado alimentar, a higiene física, a higiene mental decorrente das terapias das cores, da música, dos fluidos, do sono, do trabalho manual e, sobretudo, do afeto dos familiares e amigos, e o necessário acompanhamento dos profissionais da saúde. Também é fundamental um programa psiquiátrico que atenda às necessidades psicoemocionais do indivíduo, por exemplo: a alegria, o silêncio, a meditação, o convívio social supervisionado, o contato com forças vitais da Natureza que possibilitem bem-estar e autoconfiança, trabalho e recreação apropriados às características individuais do paciente.

27. Há crimes que são praticados devido à fobia. O medo, em todas as suas manifestações, tem sido uma das maiores causas de desrespeito aos direitos naturais do ser humano. O medo mórbido, gerador da criminalidade, decorre dos seguintes fatores:

a) efeitos psicológicos causados por condicionamentos comportamentais ilícitos; b) temores decorrentes da ausência de conhecimento e de educação;

c) remorsos devidos a crimes praticados;

d) ausência de sentimentos de afeto, de carinho, de respeito e de responsabilidade, geradores de condicionamentos psíquicos vinculados aos diversos desvios e anomalias comportamentais;

e) traumas psicoemocionais, decorrentes da insegurança afetiva, ocasionada por desilusões ou desapontamentos;

f) desamor associado à ausência de sentimento de responsabilidade diante de deveres morais, reflexos de desajustes psíquicos, emocionais e afetivos;

g) sentimento de responsabilidade moral ligado à vontade de não mais cair nos enganos ou ilusões de passadas experiências, associado à ignorância quanto aos modos de educar as potencialidades comportamentais e de aplicar ou desenvolver as forças psicofísicas para objetivos compatíveis com o nível de evolução e com a programação de vida;

h) fixações mentais provenientes de neuroses e de psicoses;

i) problemas orgânicos que afetam o equilíbrio mental, a estabilidade psíquica, emocional ou fisiológica;

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j) traumas vinculados aos fatores de natureza emocional, ocorridos durante a infância e a adolescência.

O Direito Natural, ou o conjunto de leis naturais ou morais, é universal e suas regras estão implícitas em cada sistema jurídico. Por isso, basta para a eficácia do Direito Natural, que a lei positiva disponha que ‘toda lesão de direito importe no dever de reparação pelo ofensor’.

É necessário destacar também que a estrutura psicomoral do ser humano é universal embora sofra a influência dos influxos da historicidade, mas sem alterar a essência moral que a compõe. Isso não se trata de uma limitação da liberdade, mas da dimensão da liberdade.

De acordo com o Professor Ives Gandra da Silva Martins, “A justiça é, fundamentalmente, aspiração do ser humano, que nasce com ele, acompanha-o durante toda a vida e não desaparece quando ele morre. A aspiração de justiça do ser humano transcende sua própria morte, como também é anterior a sua existência359”.

Newton, por meio da Física, demonstrou a interação entre os corpos, as ações e reações entre eles e convidou as futuras gerações para uma reflexão que levasse o indivíduo a pensar que também as ações de cada ser humano geram reações de seus semelhantes, de todo