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Envolvimento das famílias e da comunidade no processo educativo das

CAPÍTULO 2. INTERAÇÕES ENTRE PARES EM CONTEXTO DE CRECHE – O

3.1. CONTEXTO DE JARDIM DE INFÂNCIA

3.3.5. Envolvimento das famílias e da comunidade no processo educativo das

Outro assunto que se tornou significativo nesta PES foi o envolvimento da família e da comunidade no processo educativo das crianças. Segundo o Ministério da Educação (1997b, p.16), um dos objetivos da Educação Pré-Escolar é “Incentivar a participação das famílias no processo educativo…”e ao longo desta prática surgiu a oportunidade de envolver as famílias em alguns momentos.

Fig. 46 - Registos elaborados com as crianças

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Quando começámos a preparar a nossa horta, as crianças trouxeram de casa várias sementes e plantas que pediram aos familiares e os avós de uma criança da nossa sala foram à instituição para nos ajudar a preparar o terreno que havia no espaço exterior. As crianças tiveram oportunidade de observar, participar e interagir com os senhores neste processo. Observaram a forma como estes trataram a terra (Figura 48), ouviram as suas explicações sobre o que estavam a fazer, que instrumentos estavam a utilizar, questionaram-nos para dar resposta às suas dúvidas e tiveram oportunidade de os ajudar em alguns procedimentos (apanhar folhas, colocar as sementes e as plantas na terra, regar – Figuras 49, 50 e 51).

O facto desta atividade ter sido desenvolvida por pessoas (avós) que tinham experiência neste tipo de tarefas e que sabiam explicar às crianças o que estavam a fazer e porquê tornou-a mais rica e significativa para as crianças. Deste modo, este tipo de iniciativas por serem enriquecedoras para as crianças, é importante que aconteçam no JI pois segundo o Ministério da Educação (1997, p.45) “a colaboração dos pais, e também de outros membros da comunidade, o contributo dos seus saberes e competências para o trabalho educativo a desenvolver com as crianças, é um meio de alargar e enriquecer as situações de aprendizagem”. Para além disso, este envolvimento também é bom para as famílias que se sentem valorizadas e reconhecidas por aquilo que sabem e que têm para oferecer às crianças e é bom para os educadores pois os pais e familiares ao verem as

Fig. 48 - Crianças a observarem os senhores a cavar a terra

Fig. 49 - Crianças a apanhar folhas

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atividades desenvolvidas e a educação de uma forma positiva começam a dar mais valor à escola e à educação (Baptista, 2013).

Ao longo do projeto que desenvolvemos com as crianças sobre “As Aranhas” tivemos oportunidade, eu e a minha colega, de envolvermos as famílias no processo educativo das crianças. Solicitámos-lhes ajuda para que procurassem, com as crianças, informações sobre aranhas e na fase final do projeto, deixámos a sala de atividades aberta por um dia para que os familiares pudessem ver a exposição dos trabalhos realizados pelas crianças ao longo do projeto, as aprendizagens efetuadas e a história de todo o processo (Figuras 52 e 53).

Este contacto com os familiares das crianças foi importante para mim pois permitiu-me partilhar com alguns deles informações relevantes sobre as crianças e estes comigo o que me permitiu ficar a conhecer um pouco melhor as crianças. Quando o educador constrói uma relação sólida com as famílias das crianças, este consegue ficar a conhecer melhor as experiências, a cultura, os valores e as crenças educacionais da família. Para fortalecer essa relação, o educador pode recorrer a algumas estratégias como fazer reuniões com os pais dando-lhes a conhecer o plano de atividades e dando-lhes sugestões para que estes em casa possam também estimular os seus filhos e convidá-los a participar em atividades educativas/lúdicas, nas exposições de trabalhos das crianças e a colaborar em peças de teatro, festas e passeios. Assim, ao sentirem-se reconhecidos e integrados no processo de educação dos seus filhos, os pais ficam disponíveis para darem o seu contributo, expor as suas dúvidas, preocupações, expectativas e alegrias (Moreira, 1999). Nesta troca de informações, tanto os pais como os educadores ficam a conhecer melhor as crianças podendo contribuir de forma concertada para o desenvolvimento global das crianças (Baptista, 2013).

Fig. 52 - Famílias das crianças na visita à sala de atividades onde estava a exposição da história e dos trabalhos das crianças alusivos ao projeto "As Aranhas"

Fig. 53 - Famílias das crianças na visita à sala de atividades onde estava a exposição da história e

dos trabalhos das crianças

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3.4. EM JEITO DE SÍNTESE

Face às aprendizagens enumeradas anteriormente, pretendo, no futuro, adotar uma ação educativa que promova nas crianças a exposição e o debate de ideias, a resolução de problemas e o pensamento divergente e crítico para que estas se desenvolvam e se transformem em pessoas autónomas, ativas e empreendedoras. Pretendo, também, olhar para o espaço exterior como um espaço potenciador de aprendizagens para as crianças quer seja através de atividades orientadas ou não orientadas onde o educador tem o papel de apoiar, criar desafios e observar as crianças.

Percebendo a importância do envolvimento das famílias e da comunidade no processo de aprendizagem das crianças, pretendo, no futuro, promover a participação da comunidade em experiências onde os seus membros possam contribuir com os seus saberes e as suas experiências na formação das crianças. Pretendo recorrer à documentação pedagógica pois percebi a sua importância quer para o educador conhecer e avaliar as crianças, quer para as próprias crianças documentarem e refletirem sobre as suas aprendizagens e descobertas.

A realização desta PES foi, por todas estas aprendizagens, bastante enriquecedora para o meu percurso profissional enquanto futura educadora sendo que muitas destas aprendizagens puderam ser concretizadas através da realização do projeto “As Aranhas” desenvolvido segundo a Metodologia de Trabalho de Projeto com as crianças deste grupo de PES. No capítulo seguinte é feita uma abordagem a esta metodologia e ao desenvolvimento do projeto “As Aranhas”.

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