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Para aumentar sua produtividade, as firmas buscam através do processo de busca por tecnologia, tanto por imitação ou por inovação. Segundo Bezerra (2010), os gastos de pesquisa e desenvolvimento imitativo ou inovativo, criam a diversidade entre as firmas e alteram a produtividade em função de crescimento ou diminuídos quando estiverem em crise.

A chance de inovação ou imitação estará relacionado ao gasto, seu sucesso permitirá que a firma busque a melhor imitação do setor incorporando a sua produtividade. Por fim, a firma que tiver o melhor aproveitamento da inovação ou imitação, terá resultados melhores, levando-se em conta também levando-seu tamanho e na obtenção de maior produtividade.

Para Nelson e Winter (2005), o modelo abordado define um sistema estocástico dinâmico, na medida que com o passar do tempo, os níveis de produção aumentam e os custos diminuem conforme as tecnologias mais avançadas vão surgindo. Dessa forma, ao longo do tempo a junção dessas forças fazem com que a produção aumente enquanto o preço cai.

De acordo com Bergo (2015), a estrutura do mercado de telecomunicações no Brasil é formada a partir de políticas governamentais aliada a necessidade de inovação tecnológica no setor. A Anatel regula o setor, tutelando o usuário de telefonia móvel, a partir das premissas de qualidade no serviço prestado, livre escolha e modalidade tarifária.

No mercado de telefonia móvel, a regulação das atividades econômicas tem como objetivo não só promover a concorrência, mas principalmente aumentar seu nível de eficiência econômica segundo aponta Possas, Ponde e Fagundes (1997).

Conforme abordado anteriormente, o progresso técnico serve como base comum para a inovação, associado aos paradigmas específicos do setor e como está disposta a concorrência definindo seus fatores competitivos. Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), existem duas formas para entender as características do progresso técnico dentro do paradigma neo-schumpeteriano tais como: estrutura do setor em relação a criação e aumento de tecnologia e as características da atividade industrial em relação a maneira em que domina a concorrência, estrutura de mercado e as formas de diversificação das empresas.

Conforme apontado por Possas (1989), existem 4 padrões de geração e desenvolvimento de tecnologia como aquelas dominadas por fornecedores, intensivos em escala, fornecedores especializados e fornecedores baseados em tecnologia, no qual está inserido o setor de telecomunicações, que depende do desenvolvimento da ciência e tecnologia que o próprio setor é responsável pela geração.

A interação entre as empresas do setor, exige que em certa medida haja cooperação inovativa entre as operadoras, não com objetivo de eliminar a concorrência entre eles, mas para tornarem-se mais competitivos. Possas, Fagundes e Ponde (1995), aponta que entre as empresas, tornarem-seja no campo tecnológico, marketing, comercialização e serviços, são frequentemente reestruturadas pela indústria com objetivo de adquirir, construir ou aproveitar os ativos complementares3. Segundo Grassi (2006), para tornar a estrutura de mercado a seu favor, as empresas devem cooperar buscando capacitação e competência por meio de aprendizado, entretanto, para se ter uma chance maior de se apropriar dos resultados da inovação, as empresas necessitam investir em ativos complementares. Características especificas do mercado em que as empresas atuam, mostrará o padrão de concorrência do setor e a trajetória tecnológica de cada uma das empresas. Diante deste cenário, o setor de telefonia móvel, conforme será abordado nos próximos capítulos, desde sua privatização em 1998, previu para cada área de concessão, um mercado com poucas empresas, que segundo Oliveira (2013), deveria garantir competição e investimentos, trazendo ao mercado cerca de 24 operadoras de telefonia móvel. A partir de 2002, logo após a desregulamentação do mercado, um processo de consolidação foi iniciado, e trouxe como resultado, 4 grandes operadoras no cenário nacional, a Vivo, TIM, Claro e Oi. Conforme apontado por Santos (2010), uma grande movimentação com foco, tanto na fidelização da base de clientes, como na busca por novos assinantes, dentre eles, aqueles que não possuíam telefone celular, transformou o mercado em uma concorrência na busca por clientes de maior valor, neste caso, de clientes de plataforma pós-pago. Esta fidelização, levou as operadoras a criação de programas e ações de retenção com base em contratos de fidelização. Além disso, ações de vendas, como a promoção de pacotes de voz e dados, como incentivo ao usuário, tanto em preço como na facilidade no uso de aplicativos como Whatsapp4 e redes sociais isentas de cobrança adicional, também tornaram o ambiente entre as operadoras mais competitivo, assim como a facilidade de troca de operadora através da portabilidade numérica. Com o crescimento do setor e consequentemente, o aumento da concorrência, a ANATEL registrou em 2012 aproximadamente 210,5 milhões de celulares e que em 2018, este número subiu para 223,2 milhões de celulares registrados.

3 Ativos complementares são capacitações ou outros ativos que potencializam os ganhos realizados com a inovação. (JORDE; TEECE, 1989)

4Whatsapp é um aplicativo de troca de mensagens e envio de voz por meio do plano de dados de internet do celular

3. BREVE HISTÓRICO DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO E SUA ESTRUTURA

O setor de telecomunicações brasileiro teve seu marco inicial com a implantação do telégrafo em 1854, época em que o Imperador D. Pedro II determinou que o Ministério da Justiça seria o primeiro centro telegráfico no país nomeando um ano depois o Barão de Capanema como o primeiro diretor geral dos telégrafos no Brasil. Em um primeiro momento o serviço foi utilizado somente pelo Estado, e aberto ao público para uso dos serviços telegráficos em 1858 com sua respectiva regulamentação. (LINS, 2017).

Durante o governo de Getúlio Vargas (1930 a 1945) mudanças e novos processos de integração do território nacional ocorreram, com uma maior integração econômica com objetivo de criar um mercado consumidor nacional, e aos poucos, uma política industrial que pudesse atender o desenvolvimento nacional. Segundo Jurado da Silva (2014), apenas com o Plano de Metas de Juscelino Kubitscheck na década de 1950, o Brasil saltou em desenvolvimento com a construção de Brasília, trazendo a instalação da indústria automobilística, criação e implantação de usinas hidroelétricas, rodovias, urbanização e, nesse contexto, a exploração da telefonia fixa, administrada por empresas privadas nos municípios e pelo Estado na questão intermunicipal. Ainda nesse contexto, no início da década de 1960 a telefonia no Brasil, especialmente nas grandes cidades possuíam capital estrangeiro, como era o caso da Companhia Telefônica Brasileira que possuía operações em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, uma subsidiaria de uma empresa Canadense chamada Canadian Tractions Light and Power Company. Nas demais regiões do Brasil também havia esse modelo, mas em menor escala.

Apenas durante o governo de João Goulart, através da aprovação do Código Brasileiro de Telecomunicações sob a Lei 4.117 de Agosto de 1962, possibilitou a prestação de serviços de telefonia sob o controle federal chamado de Sistema Nacional de Telecomunicações, acompanhado pela criação do Conselho Nacional de Telecomunicações (CONTEL), que estava vinculado diretamente à presidência da república.

Com a participação dos militares e a ciência técnica mantida durante a ditadura militar, criou-se uma política nacional de telecomunicações levando a nacionalização da Companhia Telefônica Brasileira e a criação da Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), com o intuito de modernizar as telecomunicações que levou por fim no processo de estatização

das empresas privadas da era Vargas, reestruturando as telecomunicações em um sistema nacional de telecomunicações por meio de mecanismos legais a desenvolver o processo e aprimorar a modernização das telecomunicações no Brasil.

Segundo Adamo (2007), a estrutura do setor apresentou várias configurações ao longo do tempo, sendo estas com diversas dimensões e estruturas de mercado, além de várias formas de regulação pública e institucional. Desta forma, pode-se dividir a dinâmica do setor no Brasil em três fases diferentes, sendo a primeira com a presença do setor privado, com pouca inovação tecnológica até o final da década de 1960, uma segunda de 1970 a 1998 com atuação estatal criando o monopólio por meio do sistema Telebrás.

A partir de 1997, inicia-se a terceira e mais importante fase quando, o governo federal deu início ao primeiro movimento em direção à privatização das empresas pertencentes ao sistema Telebrás. De acordo com Da Silva (2011), foi o início dos movimentos políticos do governo necessários para que o papel do Estado no setor de telecomunicações fosse revisto com o objetivo de transferir a oferta de serviços para o setor privado e alocar o Estado apenas como agente regulador do setor.

As telecomunicações são consideradas segundo Pires e Piccinini (1999) como sendo um setor de infraestrutura no Brasil, a privatização do setor foi o marco desta terceira fase, baseado em um detalhado modelo institucional culminando com a Lei Geral de Telecomunicações, Lei 4.972/96, que estabeleceu um novo modelo institucional, onde foi criada inclusive a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que muda a função e o dever do Estado com o papel de agente regulador no setor de telecomunicações brasileiro, definindo os princípios de um novo modelo de tarifação, outorgas e concessões, modelando a venda das empresas estatais que faziam parte do grupo Telebrás.

A Anatel desde sua criação em 05 de novembro de 1997 tem como objetivo principal assegurar o desenvolvimento e expansão do setor de telecomunicações no Brasil de forma a melhorar os serviços de telefonia como dados, televisão e telefonia diante de um novo cenário tecnológico. Além disso, tem como responsabilidade, garantir acesso aos serviços de telecomunicações à população, inclusive preços e qualidade, promover a concorrência entre os provedores e investimento e desenvolvimento tecnológico.

Segundo Castro e Filgueiras (2018, p.18), a inovação é fundamental para o desenvolvimento do mercado, e“[...] o Estado, dada a sua estrutura, não é inovador por si, mas pode ser um

grande fator de desenvolvimento e inovação da cadeia produtiva e da oferta de bens e serviços à sociedade financiando, facilitando e promovendo iniciativas inovadoras”.

Em um contexto mais amplo, a privatização do setor de telecomunicações deve ser entendida como um marco institucional com estímulo a competição e crescimento econômico resultando em uma recuperação do tempo perdido dada a defasagem com que o setor se encontrava no período de monopólio estatal.

Deve ainda estimular a concorrência e a criação de um ambiente de inovações tecnológicas com a abertura do mercado, nesse momento, o Estado passa a incentivar os investimentos no setor, mas também tem seu papel de agente regulador.

A estrutura do setor de telecomunicações brasileiro após a privatização de acordo com Lins (2017) determinou que o Sistema de Telefonia Fixa Comutada (STFC) seria dividido por áreas de concessão e com poder de mercado de acordo a cada região, conforme dividido de acordo com o quadro 1, da seguinte forma:

Quadro 1 - Divisão do setor de telecomunicações brasileiro - 1998

Área Empresa Região Capital

I Telemar Norte, Nordeste e Sudeste

Grupo La Fonte, BNDES e Andrade Gutierrez

II Brasil Telecom Centro-Oeste e Sul Telecom Itália e Banco

Opportunity

III Telefónica São Paulo Grupo Teléfonica de España IV Embratel Todas as regiões MCI Norte Americana

Fonte: Lins (2017)

Além das principais operadoras e suas respectivas de concessão, foram criadas também as empresas “espelho” sob o regime privado, podendo competir sem obrigações ou tarifas fixas para as mesmas regiões ora determinadas para as concessões mostradas no quadro 2 abaixo, sendo a divisão das empresas espelho distribuída da seguinte forma:

Quadro 2 - Divisão das empresas espelho - 1998

Área Empresa Região

I e III Vésper Norte, Nordeste, Sudeste (incluindo São Paulo) II Global Village Telecom (GVT) Centro-Oeste e Sul IV Intelig, GVT Todas as regiões

Fonte: Lins (2017)

Com a abertura do setor, em seus primeiros anos obteve crescimento do mercado devido à grande disponibilidade para expansão dos serviços, especialmente em áreas de alto poder e

potencial de consumo que eram mal atendidas, assim como para as regiões menos atrativas ao investimento, expansão pressionada pela ação regulatória da Anatel.

As concessionárias segundo a Telebrasil (2018) acabaram conseguindo autorização para prestação de serviço também fora de sua área de concessão desde Dezembro de 2001, gerando a troca da obrigação para atender uma determinada área antes não incluída. Dessa forma, as operadoras que cumprissem com as obrigações e atendimento aos planos de expansão e atendendo as demandas também poderiam estabelecer serviços em regiões anteriormente não autorizadas desde que atendessem ao Plano de Outorgas a partir de 31 de dezembro de 2001. Um aspecto importante dessa mudança, em termos de inovação tecnológica associada ao setor de telecomunicações, é que a telefonia móvel ganhou destaque com o surgimento dos smartphones no ano de 2001, criando necessidades e novos mercados ao consumidor que não existiam anteriormente, o acesso à telefonia móvel ganhava uma outra conotação, transformando o mercado de telecomunicações brasileiro, bem como mudança no perfil do consumidor, que escolhia a telefonia móvel comparada a telefonia fixa anteriormente bastante explorada pelo setor devido à alta demanda e pouca oferta de linhas no mercado.

O mercado de telecomunicações e sua grande expansão mundialmente, possui no Brasil um crescimento e desempenho com base em fatores tecnológicos, crescimento econômico e fatores sociais, assim como as políticas governamentais e regulamentação que servem como parâmetro de estratégia para que as empresas possam atuar no setor segundo apontam Mocelin e Barcelos (2012).

A dinâmica tecnológica do setor de telecomunicações segundo Pires e Piccinini (1999), é a mais forte dos setores de infraestrutura, pois cria uma condição econômica viável a partir da Lei Geral de Telecomunicações que permite caminhos de entrada a novos operadores, estimulando um modelo de competição, não somente para as operadoras de telefonia, mas para todo o segmento de telecomunicações brasileiro.

Com a abertura do mercado, um novo cenário de negócios foi criado, a transferência dos direitos de exploração dos serviços de telecomunicações, através de uma série de regras, promoveu e estimulou a oferta e a concorrência. De acordo com Mocelin e Barcelos (2012), uma das regras criadas foram os mecanismos de controle com base na qualidade dos serviços visando a satisfação do cliente como fator chave.

À medida que os anos se passaram desde a privatização, o setor passou a contar com tecnologias mais avançadas e um ambiente competitivo maior. Com o acirramento da concorrência, não obstante o reduzido número de operadores, que depende, entre outros fatores, do investimento em tecnologia, novos produtos e serviços.

Além disso, a alta concentração das operadoras no setor de telefonia, indica sua estrutura competitiva em recursos técnicos capacitados e prontos a prover suporte operacional, criando um ambiente de decisões estratégicas, como adoção tecnologia de 4ª geração (4G), aumentando a oferta de serviços oferecidos aos clientes, gerando aumento de receita às operadoras.

O ambiente de competição, aliada a concorrência entre as operadoras do mercado de telecomunicações foi planejado e estimulado por regras institucionais. A Lei Geral de Telecomunicações (LGT) regulamentada em 07 de outubro de 1997 pelo decreto 2.338 e de 10 de junho de 2003 pelo decreto 4.733 passaram para o regime de competição regulada os serviços de telecomunicações no Brasil.

Segundo Mocelin e Barcelos (2012), a reestruturação do setor no Brasil estabeleceu uma reforma profunda dos mecanismos legais que o regulavam, que ainda podem sofrer modificações e alterações de tempos em tempos, mas tem como princípio fundamental transformar o monopólio público em um sistema de concessão a atuação de operadores privados com base na competição, expansão e modernização dos serviços ao consumidor.

De acordo com Cohen e Levin (1989), as características de demanda do mercado e oportunidade tecnológica são responsáveis pelo desempenho das indústrias em relação à inovação. Ainda que haja o conhecimento científico e tecnologia, a demanda é quem determina para onde irá a atividade de inovação, pois do ponto de vista da economia industrial é a demanda quem tem importância e que traça os caminhos ao processo de inovação. Para crescer no mercado deve-se disponibilizar o conhecimento tornando-o acessível, justificado pelo aumento da demanda. A interferência do governo é considerada como um dos responsáveis pela criação de maior oportunidade tecnológica. De acordo com Pires e Piccinini (1999), a intervenção governamental busca garantir, com base no investimento do setor privado, uma oferta de serviços satisfatória à sociedade. Ademais, considera-se que a intervenção como forma de flexibilizar as metas e formas para minimizar as ineficiências como a acomodação das operadoras de telefonia, permitem monitorar o desempenho das empresas e ajustá-las as novas condições do mercado quanto a inovação de produtos e tecnologias (POSSAS; PONDE; FAGUNDES, 1997).

De acordo com Cordovil (2016), o estado tem como objetivo desenvolver os setores considerados essenciais agindo de forma regulatória e influente para alcançar melhores resultados dentro deste processo adotando o subsidio para pesquisas no setor privado, abrandando seus custos de investimento ou criando setores públicos responsáveis pelas atividades de ciência e tecnologia.

De acordo com Castro e Filgueiras (2018), o estado é de grande importância para a inovação e gerenciamento do conhecimento e o regulatório como resposta inovadora para a sociedade. Dessa forma o Estado alcança a produção e o compartilhamento da tecnologia, bem como estimulando programas de pesquisa com objetivos específicos aumentando a chance de serem bem-sucedidos.

Ainda segundo Cohen e Levin (1989), o estado também possui uma variedade de canais que impactam de diferentes maneiras a indústria sendo sua própria demanda como base para direcionamento das inovações tecnológicas e sendo ele próprio o demandante, onde altera-se a regulação como forma de limitação de acesso àquela tecnologia, permitindo acesso a pesquisas privadas, fazendo com que não aconteça ou pelo menos diminua em parte um alto grau de poder de mercado, ainda que temporário por uma determinada empresa.

Ainda em relação aos impactos do Estado no setor, estudos sobre regulação da economia apontam que setores de utilidade pública como o caso das telecomunicações, sendo sua grande maioria formada por monopólios naturais em que somente uma empresa terá capacidade de atender a demanda por um produto ou serviço a custos menores que aconteceriam se houvesse mais empresas atuando no mesmo segmento de mercado.

De acordo com Demsetz (1968), deverá ocorrer a concessão do direito de exploração de determinada atividade em que o competidor deverá comprometer-se a oferecer um serviço ou produzir algo a preços mais baixos com melhor qualidade em um período pré-determinado. Ainda assim haveria concorrência mesmo em uma situação de monopólio natural, no qual as empresas que pretendem concorrer entre elas têm que oferecer o melhor pacote (preço, investimentos e qualidade) para vencer o leilão de concessão.

No setor de telecomunicações, partindo do modelo de Demsetz, pode-se, inicialmente, utilizar o argumento da existência da concorrência e da ocorrência de limitações de preço a ser cobrado, mas não na qualidade do serviço prestado. Para isso haveria necessidade de regulamentação do setor para estabelecer critérios para diminuir tarifas em função de avanços tecnológicos.

Na teoria dos mercados contestáveis, segundo Hasenclever e Kupfer (2012), em que a concorrência é definida pela presença ou não de custos não recuperáveis relevantes para quem entra no mercado. Segundo Baumol, Panzar e Willig (1982), independentemente do tipo de estrutura, seja monopolista, oligopolista, assim como em monopólios naturais, a teoria dos mercados contestáveis explica o comportamento das indústrias, sendo compatível com retorno de escala crescente. Seu grau de contestabilidade5 mesmo com grande economia de escala não significa que a entrada ao mercado, seus custos ou a facilidade de entrada não significam desvantagem do ponto de vista técnico, qualidade ou lucratividade. Para tanto, um mercado contestável, não deveria existir barreiras de entrada.

A eficiência da estrutura do mercado de telefonia móvel dependerá do nível de obstáculos à entrada e a saída, regular o setor então, tornou-se fundamental, assim como o mercado pode ser chamado de perfeitamente contestável se os potenciais concorrentes têm acesso à tecnologia disponível e podem recuperar seus custos de entrada, caso decidam mais tarde abandoná-lo. A solução de concessão do setor de telecomunicações para aquelas empresas que oferecerão serviços de melhor qualidade aos consumidores, levando o mercado a uma situação mais competitiva onde o Estado atua como representante do consumidor de maneira direta através da regulação, assunto este que será aprofundado mais adiante. (POSSAS; PONDE; FAGUNDES, 1997).

Segundo Pires e Piccinini (1999), em um contexto de existência de um único provedor de determinado serviço de infraestrutura, a regulação assume o papel crucial de extrair a renda de

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