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ERA UMA SENHORA MAIS BRILHANTE QUE O SOL’ DE JOÃO DE MARCHI REEDITADO

Os Missionários da Consolata acabam de reeditar um dos livros mais vendidos sobre os acontecimentos de Fátima. Trata-se da obra ‘Era uma Senhora mais brilhante que o sol’, de João De Marchi, padre Missionário da Consolata italiano, escritor e cineasta, fundador dos Missionários da Consolata em Portugal.

Apenas chegado a Portugal, De Marchi plantou a sua tenda em Fátima, em 1943, e depressa se interessou por tudo o que se relacionava com o fenómeno das Aparições de Nossa Senhora. De forte espiritualidade e devoção mariana, sentiu-se profundamente tocado pela mensagem deixada por Nossa Senhora aos Pastorinhos e logo entrou em contato com os familiares dos pequenos pastores. Perguntou, investigou, estudou os factos do tempo das Aparições, interrogou as suas testemunhas qualificadas, incluindo a vidente Lúcia de Jesus, com quem se encontrou pessoalmente, em maio de 1946, quando ela, já

como Irmã consagrada, se deslocou a Fátima, numa visita à família e aos locais das Aparições. João De Marchi escreveu com propriedade sobre Fátima e revelou-se um grande divulgador da Mensagem deixada por Nossa Senhora aos pastorinhos, manifestando desta forma a atualidade e a importância desta Mensagem para Portugal e para o mundo.

Esta é já a 26ª edição, neste caso, uma reedição, cuja novidade está na revisão e atualização do texto para o português de hoje e no facto de juntar imagens históricas que estão agora distribuídas ao longo do livro, sendo que algumas não tinham entrado na primeira edição, de 1966, como as do cónego Nunes Formigão, figura central na divulgação de Fátima.

No contexto da celebração do centenário das Aparições, “sai esta reedição de uma obra que ajudará o leitor dos nossos dias a avaliar

Por

togallo

esses acontecimentos proféticos através deste documento histórico.”, lê-se no prefácio do livro, que já foi traduzido em oito línguas. João De Marchi, que faleceu em 2003, é também autor do livro “Foi aos Pastorinhos que a Virgem Falou” «A minha romagem à Fátima | Padre João

De Marchi». A exposição homenageia este missionário da Consolata italiano que chega a Fátima em 1943, fundando em 1944, na Cova de Iria, o primeiro Seminário de Nossa Senhora de Fátimada Consolata de Portugal.

Em 1945 publica o livro Era uma Senhora mais Brilhante que o Sol, aquela que é uma das obras de referência sobre Fátima. Um trabalho de trezentas páginas que se transformaria num “best-seller”, traduzido em diversas línguas (italiano, inglês, espanhol, francês, alemão e holandês).

Na primeira edição o autor apresenta um texto intitulado «A minha romagem à Fátima». Chega em junho de 1943 como peregrino, vindo de Lisboa a pé até Leiria onde é recebido pelo bispo da Diocese e de lá parte, já em automóvel, com o motorista do bispo para a Cova de Iria, descrevendo a cidade de Leiria da época, a breve paragem no Mosteiro da Batalha, a passagem pelo Reguengo do Fétal, a chegada ao recinto do Santuário de Fátima, a procissão de velas, a conversa com os peregrinos e doentes, as histórias e lendas da princesa moura Fátima e Gonçalo Hermingues, e finalmente a conversa com o Manuel Pedro Marto, pai de Jacinta e Francisco. O percurso expositivo segue os subcapítulos designados por De Marchi, procurando conhecer as suas descrições dos lugares, dos peregrinos, das suas pesquisas que mostram a importância do livro como fonte histórica, etnográfica e turística de Fátima, da região, bem como a importância da figura do Padre João De Marchi e dos Missionários da Consolata para a divulgação da Mensagem de Fátima para o Mundo no âmbito do Centenário das Aparições.

A exposição apresenta as primeiras edições do livro Era uma Senhora mais Brilhante que o Sol, fotografias inéditas da Cova de Iria da década de

40 do século XX do arquivo da Revista Fátima Missionária, entre elas, a foto de De Marchi com a Irmã Lúcia  em 1946, aquando da sua vinda a Fátima após deixar as Irmãs Doroteias para entrar no Carmelo de Coimbra, sendo-lhe pedido que corrigisse o livro, tendo efetuado ligeiras correções. Vários objetos e fotografias da Quinta do Campo (Valado de Frades - Nazaré) também se encontram expostos, local onde os Pastorinhos de Fátima estiverem algum tempo junto da família  Yglésias O’Neill e que De Marchi terá visitado no sentido de se inteirar da passagem dos três Pastorinhos pela aquela localidade.  

João De Marchi (1914-2003)

Padre italiano missionário da Consolata, chega a Portugal no dia 10 de junho de 1943 com a missão de contatar os bispos portugueses para a abertura duma casa em Portugal, onde se formariam sacerdotes e irmãos missionários destinados para a África ao abrigo do Acordo Missionário de 1940 entre a Santa Sé e a República Portuguesa.

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togallo

De Marchi visita Dom João Evangelista Lima Vidal, Bispo de Aveiro e Encarregado das Missões, anunciando-lhe a sua missão. Dificuldades institucionais e políticas atrasam o seu desejo desenfreado para abrir o seminário. Dom Vidal diz-lhe “- Meu caro padre João, o futuro da Igreja em Portugal passa por Fátima. É lá que tu deves abrir o seminário!”.

Com autorização de Dom José Alves Correia da Silva, o jovem missionário vai morar para o Santuário de Fátima, começando de imediato os contatos tendo em vista os seus objetivos.

Consegue abrir um ano depois, a 3 de outubro de 1944, o primeiro seminário da Consolata em Portugal com onze jovens seminaristas.

Durante os primeiros meses passados em Fátima, entre junho e outubro de 1943, não podendo abrir de imediato o seminário, De Marchi dedicou-se com afinco ao estudo do português e a escrever romances missionários. Publicou em dezembro de 1944 o Titiri, uma história da missão ambientado no Niassa (Moçambique), onde trabalhavam os missionários da Consolata. Em 1945 preparou um outro romance, A Filha do Brâmane, ambientado na Índia e que foi publicado por capítulos na revista Stella.

Atraído pela mensagem de Fátima, o Padre De Marchi dedicou-se ao seu estudo, contando pessoalmente com os familiares dos três videntes de Fátima para redigir muitas notas, recolher

material de primeira mão, através de longos diálogos com a irmã Lúcia, com os pais de Jacinta e Francisco e outros familiares dos pastorinhos e testemunhas.

M

ozambico

P. Diamantino Guapo Antunes, IMC

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