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Diante de tudo até agora apresentado, observamos a necessidade de metodologias diferenciadas para que a educação inclusiva aconteça de forma plena, garantido a construção de um sistema educacional que rompa com os aspectos até momento presente na educação tradicional. Proporcionando o desenvolvimento de um currículo inter-relacionando com os todos os interesses envolvidos atendendo aos interesses de todos, principalmente no caso em questão dos portadores de necessidades especiais. A visão da educação não

pode ser dicotômica em relação ao aluno com necessidades especiais e os que não necessitam de complemento para aprender.

Segundo Susan Stainback e William Stainback,

Os professores precisam desenvolver um ambiente de trabalho seguro, pacífico e voltado para os objetivos acadêmicos. Pode comunicar de varias maneiras a mensagem de que a sala de aula é um ambiente seguro e pacífico. A segurança é importante para a aprendizagem, porque se um aluno não confia no ambiente escolar, como sendo protetor e gratificante, ele não se sentirá a vontade e não aprenderá com eficiência (pag. 143).

De acordo com os autores, cabe aos professores criar um ambiente

adequado ao aprendizado, criando um ambiente em que o aluno se sinta seguro e confiante.

Assim Susan Stainback e William Stainback, vão dizer que:

O professor pode estabelecer um ambiente voltado para os objetivos acadêmicos, utilizando várias estratégias de ensino. Ele pode estruturar o ambiente físico para comunicar ordem e enfoque acadêmico. Os móveis devem ser dispostos de maneira flexível, de forma que todos os alunos tenham acesso a diferentes tipos de atividades de ensino. (pag. 143).

Assim, os autores sugerem que até a disposição dos móveis dentro do ambiente da sala de aula, favorecendo ou desfavorecendo o aprendizado, isso tanto para os portadores de necessidades especiais, quanto os que não possuem nenhum tipo de dificuldade na aprendizagem. Para que o processo da inclusão aconteça de forma plena, faz-se necessário um ambiente propício e métodos pedagógicos adequados de acordo com a dificuldade de cada aluno.

Ainda os autores vão dizer que Susan Stainback e William Stainback:

Os professores experientes de turmas inclusivas indicam que os problemas prioritários no manejo da turma são: 1) moldar o ensino para o nível adequado de cada aluno, 2) facilitar a aceitação por parte dos colegas de alunos com diferenças, e 3) enfrentar efetivamente comportamentos fisicamente perigosos e significativamente destrutivos (pag. 341).

De acordo com o texto, os professores tem a tarefa de realizar o ensino sempre voltado ao nível dos alunos, dentro da realidade da turma, trabalhar de forma a promover a

aceitação do grupo dos alunos com necessidades especiais e buscar o enfrentamento dos comportamentos inadequados e até perigosos no ambiente escolar.

Susan Stainback e William Stainback vão dizer que:

Uma escola só é realmente inclusiva se cada aluno, incluindo aqueles com deficiências importantes, puderem participar da aprendizagem e se esforçar para atingir resultados desafiadores (pag. 262).

Assim, os autores afirmam que somente quando todos os alunos podem participar da aprendizagem de forma construtiva e desafiados a superarem seus limites, numa abordagem metodológica construtiva serão capazes de aprender.

Pois se sentem parte do processo, o que facilita o aprendizado.

CONCLUSÃO

Tendo em vista a demora da sociedade em reconhecer a real importância da inclusão das pessoas com necessidades especiais, fez-se necessário que houvesse muitos mártires para que a sociedade abrissem os olhos e enxergassem os portadores de deficiências como portadores de direitos. E observa-se que as práticas segregacionistas foram extremamente prejudiciais as pessoas portadoras de necessidades especiais, tanto na escola como na sociedade de forma geral.

Também a escola ainda resiste quanto à ideia do ensino inclusivo, dificultando ainda mais esse processo.

Assim observamos que Decretos e Leis não garante a inclusão, sendo necessária uma reorganização total no meio escolar a começar pela organização do currículo que é um instrumento grande importância na medida em que ainda vivemos uma cultura escolar, que ainda assume como ponto de referência para sua boa qualidade à quantidade de matérias e conteúdos aplicados aos alunos, sem levar em conta as individualidades de cada aluno. De outra parte, não existe uma formação continuada dos educadores, reforçada pela frágil e acrítica formação básica dos mesmos.

Assim, é no sentido da adoção de uma proposta curricular flexível, o preparo profissional e a adequação do ambiente escolar, torna-se essencial. E a escola atualmente não responde as demandas atuais dessa sociedade. Faz-se necessário que haja muito comprometimento de todos os envolvidos na escola, e da comunidade do seu entorno, para que seja possível uma real transformação em relação aos alunos portadores de necessidades especiais com diferentes paradigmas de atuação.

O educador da instituição educacional inclusiva deve estabelecer características tais como: criatividade, competência, experiência, investigação, crítica e humildade. Precisa estar em consonância com o paradigma da inclusão em educação que significa direcionar o olhar para a compreensão da diversidade, oportunizando a aprendizagem de seus alunos e respeitando suas necessidades.

Devendo dominar os conhecimentos curriculares, saber planejar e desenvolver situações de ensino e de aprendizagem, estimulando as interações sociais de seus alunos e administrando com tranquilidade as situações de sala de aula, comprometendo-se com o sucesso dos alunos e com o funcionamento eficiente e democrático da escola em que atua. De forma a alcançar a integração dos portadores de necessidades especiais, garantido a eles o cumprimento da lei.

Por outro lado observa-se que estamos ainda longe de alcançar a concretização da inclusão no ambiente escolar, estamos ainda percorrendo o caminho. E embora a resistência de muitos educadores e dos que atuam no âmbito escolar, em relação a implantação da inclusão, observamos que ,muitas pessoas acreditam nessa possibilidade. Acreditando ser possível a inclusão de todos os alunos na rede regular de ensino, desde que haja sensibilidade as diferenças de cada criança.

Observa-se também que para o sucesso do ensino inclusivo no ambiente escolar, é necessário que os professores tenham apoio e assistência constante, pois sozinho com turmas enormes não condição de inclusão. Visto que a segregação vem ocorrendo há muitos anos, que não vão ser superadas apenas com o estabelecimento de leis e políticas.

Durante todos esses anos não foi ensinado à escola como adequar, moldar, seu currículo a realidade dos portadores de necessidades especiais. Os professores e a escola não sabem ainda, como modificar seu programa de ensino de forma a atender os portadores de deficiências. E ainda é um grande desafio que é posto não somente no âmbito escolar, mas a toda sociedade, pois mais que incluir é proporcionar a formação de uma geração que respeitem as diferenças e colaborem na promoção da igualdade.

Os autores Susan Stainback e William Stainback (1999, pag. 267), relatam ainda estar confusa a elaboração de um currículo inclusivo, que seja baseado no desempenho dos alunos, pois na concepção dos autores a uma questão ainda não definida inteiramente que é como alunos avaliar os resultados de forma diferente, sendo que todos receberam o diploma da mesma maneira. Sendo isso, segundo os autores uma questão ainda não definida. Outra questão segundo os autores é que para a mudança no currículo do ensino especial, faz-se necessário uma mudança muito grande, incluindo mudança de currículo e recursos próprios. Os autores Susan Stainback e William Stainback (1999, pag, 268), relatam que outra dificuldade encontrada é a capacitação dos professores da educação inclusiva, já que se observa que poucos são os professores que possuem especialização neste seguimento. Sendo assim, chega-se a conclusão de que ainda há um longo percurso a ser feito, realizado para que a educação inclusiva aconteça de fato e de direito. E faz-se necessário o aprofundamento dos questionamentos aqui levantados para a efetivação das políticas em relação a inclusão.

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