• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 2 – Estágio curricular em Farmácia Comunitária

2. Caraterização e Organização da Farmácia

2.4. Espaço físico interior

Assim que entramos na farmácia estamos perante um ambiente bastante iluminado, higienizado, sereno e profissional, que oferece uma sensação de conforto ao utente e possibilita uma boa comunicação entre o mesmo e o profissional de saúde (6).

Segundo a Deliberação n.º 1502/2014 de 3 de julho e o artigo n.º 29 do Decreto-Lei n.º 307/2007 de 31 de agosto alterado pelo Decreto-Lei n.º 171/2012 de 1 de agosto, as farmácias devem conter uma área útil total mínima de 95 m2 e devem possuir as seguintes divisões: uma sala de atendimento ao público (pelo menos, 50 m2); um armazém (pelo menos, 25 m2); um laboratório (pelo menos, 8 m2); instalações sanitárias (pelo menos, 5 m2)e um gabinete de atendimento personalizado para a prestação dos serviços farmacêuticos (pelo menos, 7 m2). Além destas, a farmácia pode possuir divisões facultativas, como um gabinete da direção técnica, um quarto ou uma área técnica de informática. A FF apresenta todas as instalações anteriormente citadas nas dimensões legalmente exigidas (3,4,7).

O interior da FF dispõe de uma estrutura bastante moderna e à entrada da mesma situa-se um pequeno sofá para que as pessoas aguardem comodamente e calmamente pela sua vez. Ao fundo desta divisão situam-se quatro balcões de atendimento farmacêutico (cada um deles possui um computador com o sistema informático Winphar® e o sistema de pontos da FF, um leitor de código

de barras, terminais de multibanco, uma impressora que nos fornece os talões da faturação e permite a impressão no verso das receitas), onde se denota uma pequena separação entre eles para que seja respeitada a privacidade do utente. A nível lateral encontra-se um balcão de atendimento que possui cadeiras, de forma a proporcionar um atendimento com maior conforto (6). Entre os balcões de atendimento encontra-se uma máquina de manipular o dinheiro, o Cashlogy®, com o

objetivo de facilitar o troco e evitar os roubos.

Imediatamente atrás dos balcões de atendimento estão posicionados os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), onde o aconselhamento por parte do farmacêutico é fulcral. Encontrando-se divididos por diferentes categorias, tais como: Cuidado das mãos e pés; Nutrição e Dietética; Tosse; Alergias; Gripe e constipação; Dor de Garganta; Reforço de defesas; Alívio de dores; entre outras. Também situadas por baixo e atrás dos balcões de atendimento são encontradas gavetas rotuladas em “Termómetros”, “Gravidez”, “Fígado/enjoos”, “Garganta/coração/colesterol”, “Pernas”, “Multivitamínicos”, “Calmantes naturais”, “Ben-U-Ron”, “Enemas”, “Supositórios”, as quais permitem um rápido acesso à medicação por parte dos profissionais de saúde. Os restantes produtos de saúde de venda livre encontram-se dispostos ao longo desta divisão em várias lineares, como: SOS; Mamã e criança; Ortopedia; Higiene Oral; Capilares e Dermocosmética. Ainda nesta área é possível encontrar uma zona dedicada às crianças, uma balança automática, calçado Scholl®, prateleiras que possuem produtos de higiene e cuidado

corporal, métodos físicos de contraceção, óculos, Medicamentos e Produtos de Uso Veterinário (MUV) e na zona central encontram-se produtos que estão sob descontos ou incentivadores à compra, tendo em conta a sazonalidade das vendas.

Esta área de atendimento ao público permite-nos aceder a um gabinete para um atendimento personalizado, o qual garante condições de privacidade adequadas para uma boa comunicação entre farmacêutico-utente (6). Para além do gabinete, conseguimos também aceder a um pequeno corredor onde se situam as instalações sanitárias e o gabinete da direção técnica. Este último, contém uma secretária com um computador, uma impressora e toda a documentação obrigatória da farmácia.

O laboratório da farmácia possui superfícies de trabalho lisas e facilmente laváveis, assim como contém todo o equipamento mínimo obrigatório que se encontra listado no documento titulado como “Requisitos Orientadores de Instalação de Farmácia” que consta no site do INFARMED, I.P., assim como na Deliberação n.º 1504/2004 de 7 de dezembro (8). Destina-se essencialmente à reconstituição de antibióticos e à preparação de alguns manipulados, no entanto, a grande maioria são efetuados na Farmácia Sá da Bandeira no Porto e enviados para a FF dispensar.

O armazenamento dos medicamentos é feito em locais distintos. Num desses locais é possível encontrar um armário com inúmeras gavetas, onde são divididos os medicamentos por diferentes categorias assinaladas com etiquetas, as quais são: “Comprimidos/cápsulas de referência”; “Comprimidos/cápsulas genéricos”; “Bombas inalatórias”; “Gotas”; “Pomadas/cremes”; “Contracetivos” e “Injetáveis”. Todos os medicamentos neste armário apresentam-se dispostos por ordem alfabética, ordem crescente de dosagem e ordem crescente de tamanho de embalagem. Noutro compartimento, designado armazém, estão presentes numerosas estantes identificadas com etiquetas, de forma a serem facilmente reconhecidas e a evitar erros no processo de armazenamento. Encontram-se armazenados neste local os seguintes produtos: xaropes; saquetas; ampolas; loções; tiras e lancetas para diabéticos; medicamentos genéricos do laboratório Alter®;

excedentes dos medicamentos de referência/genéricos, bem como excedentes dos MNSRM. Para além disto, possui um frigorífico onde são armazenados os medicamentos que precisam de refrigeração para uma boa manutenção da sua qualidade, uma estante onde são armazenados os MUV e um armário onde se situam as reservas não pagas. As reservas pagas encontram-se em pequenos cestos ordenados por ordem alfabética dos nomes dos utentes, até o utente levantar a medicação. Ainda neste local, existem cacifos onde são armazenados os pertences dos funcionários da FF.

Existe ainda noutra área alguns armários que contém inúmeros dispositivos médicos, como: compressas; adesivos; ligaduras; material de primeiros socorros; algálias; sondas; copos de colheita de urina; entre outros.

Por fim, existe uma divisão onde se efetua a receção e a gestão das encomendas equipada com um computador com o sistema Winphar®, um leitor de código de barras, uma impressora de etiquetas

e uma enorme bancada. Nesta divisão deparamo-nos com vários locais distintos: uma zona onde são armazenados os medicamentos cuja validade está prestes a expirar; uma zona de quebras (produtos que não foram aceites pelo fornecedor ou com validade expirada); uma zona de

devoluções; uma zona onde são armazenados dossiers com todas as faturações dos diferentes fornecedores e ainda um dossiê relativamente aos psicotrópicos e estupefacientes. Tendo em consideração o disposto no Decreto-Lei n.º 15/93 de 22 de janeiro, as farmácias são obrigadas a manter existências regulares dos estupefacientes e substâncias psicotrópicas assim como, conservar as suas receitas em arquivo por prazo não superior a cinco anos (9).

A FF contém equipamentos que garantem a segurança dos profissionais de saúde e dos seus utentes, tais como: um postigo de atendimento ao público que garante a segurança durante o período noturno (este objeto teve uma enorme relevância durante o meu período de estágio, uma vez que, devido à pandemia mundial de Covid-19 a FF fechou as suas portas ao público e o atendimento foi sempre realizado através do postigo para uma maior garantia de segurança dos profissionais de saúde); câmaras de vigilância (no interior e exterior da farmácia) e um aviso bem visível que o público está a ser filmado; um dispositivo de chamada urgente para entidade de segurança; sistema de alarme contra incêndios; extintores de incêndio em locais facilmente acessíveis e sinalizadores de saída (6).

Por fim, na zona de atendimento ao público encontra-se bem visível uma placa que contém o nome da farmácia, da DT e o horário de funcionamento, assim como informações sobre os serviços farmacêuticos prestados pela farmácia acompanhados pelos respetivos preços. Também a sinalização de proibição de fumar, o sinal de atendimento prioritário (para pessoas deficientes, grávidas e com crianças ao colo) e informação sobre a existência de livro de reclamações são facilmente reconhecidas. A FF encontra-se, portanto, de acordo com o artigo n.º 28 do Decreto-Lei n.º 307/2007 de 31 de agosto alterado pelo Decreto-Lei n.º 171/2012 de 1 de agosto, com o artigo n.º 38 do Decreto-Lei n.º 307/2007 de 31 de agosto e com as BPF da Farmácia Comunitária (3,4,6).