Realizaremos nossa pesquisa no Instituto Federal do Espírito Santo, campus Cachoeiro de Itapemirim, junto com os demais professores da grande área de ensino de Humanidades, a saber, Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Artes; Filosofia; Inglês, História e Sociologia.
Para melhor compreender o panorama dessa escola, trazemos um breve histórico do campus, desde sua formação inicial enquanto Unidade de Ensino Descentralizada (Uned) até sua constituição como Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
A criação desse espaço escolar10 remonta aos anos de 1980, quando, em 1986, o município de Cachoeiro de Itapemirim foi contemplado pelo Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico (PROTEC), criado pelo Governo Federal, para receber uma Escola Técnica Federal.
Naquele mesmo ano, por meio da Lei Municipal n. 2.631 de 12 de dezembro de 1986, a Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim doou um terreno no Bairro Aeroporto para a construção da Escola, fixando o prazo em três anos.
Por conta de questões políticas e de razões diversas, esse prazo não foi cumprido e esse projeto não foi efetivado. Entretanto, como o que nos importa aqui é a efetivação do espaço escolar em si e não os motivos pelos quais isso não aconteceu nos prazos estabelecidos, apontamos, a seguir, sequencialmente, os fatos que consubstanciaram sua constituição.
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Informações disponíveis em: <https://www.ci.ifes.edu.br/index.php/sobre-o-campus> Acesso em: 04 de jun. de 2017.
Como até 1989 a obra ainda não havia sido iniciada, foi apresentada à Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim o Projeto de Lei nº 121, de 27 de setembro de 1996, que solicitava a ampliação do prazo para a Escola Técnica Federal do Espírito Santo (ETFES) construir a Unidade de Ensino Descentralizada (Uned). Aprovado o projeto, foi sancionada a Lei Municipal n. 3.366, de 17 de dezembro de 1994, que prorrogava por mais quatro anos. Entretanto, esta lei foi revogada pela Lei Municipal n. 3.771, de 30 de novembro de 1992, retornando o terreno ao domínio do Município.
Em 29 de agosto de 1994, a Secretaria de Educação Média e Tecnológica do Ministério da Educação envia ao Diretor da ETEFES o Ofício n. 2.6789, informando que foram destinados recursos no Orçamento Geral da União do ano de 1995 para o início da implantação da Uned Cachoeiro de Itapemirim. Posteriormente, em 28 de dezembro de 1994, o MEC e a Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim assinam o Convênio n. 116/9410, para a implantação da Uned com concessão de recursos por parte do Ministério.
Como o terreno no Bairro Aeroporto havia retornado ao domínio do Município, outro terreno foi doado por meio da Lei Municipal n. 4.190, de 29 de maio de 1996, e a Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim doou para a Escola Técnica Federal, um terreno localizado em Fazenda Morro Grande.
No intuito de terminar a construção da escola, em 02 de dezembro de 1998 o MEC e a PMCI assinaram o Convênio de Cooperação Técnica n. 008/1998, por meio do qual objetivaram proporcionar o funcionamento da Escola Técnica de Cachoeiro de Itapemirim com base no Artigo 47, da Lei n. 9.649, de 27 de maio de 1998, que em seu parágrafo 5º, estabeleceu que a criação de novas unidades de ensino só poderia ocorrer por meio de parcerias entre os estados e munícipios. Assim, a escola passaria ao regime de gerenciamento comunitário, ficando a cargo da PMCI a construção por execução direta e o posterior gerenciamento da Escola Técnica. Neste mesmo ano, o convênio n. 111/9817 foi celebrado entre o MEC e a PMCI para o repasse de recursos financeiros para a continuidade da obra da escola.
Em 1999, a Escola Técnica Federal do Espírito Santo foi transformada em Centro Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Espírito Santo.
No ano de 2003 por meio da Portaria nº 2.357, de 3 de setembro de 2003, o MEC autorizou o funcionamento da Uned Cachoeiro de Itapemirim, integrando o Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefetes).
Em 2004 foram iniciadas as atividades da Uned por meio de uma parceria entre o Cefetes, o Funcefets e a Prefeitura Municipal, na qual foram oferecidos os cursos de formação inicial e continuada em Produção e Exploração de Petróleo e Gás e de Informática.
Em 2005, a Lei Federal n. 9.649 foi revogada tornando possível que a Uned recebesse investimentos do Ministério da Educação para iniciar seus trabalhos. E em 1º de agosto, do mesmo ano, iniciaram-se as aulas nos cursos de educação profissional técnica de nível médio em Eletromecânica e Rochas Ornamentais, que, em 2008, mudou para Mineração.
Em 2006 teve início o curso de educação profissional técnica de nível médio em Informática e em 2008 o curso superior de bacharelado em Engenharia de Minas. Foi também neste ano, em 19 de fevereiro, que a escola foi oficialmente inaugurada. Também no segundo semestre desse ano, o curso de Engenharia de Minas entrou em funcionamento, sendo o primeiro curso de nível superior a iniciar suas atividades no Campus Cachoeiro de Itapemirim.
Foi em dezembro de 2008, com a Lei nº. 11.892, que os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia foram estabelecidos. Como no Espírito Santo já existiam o Centro Federal de Educação Profissional e Tecnológica e as Escolas Agrotécnicas Federais de Alegre, Colatina e Santa Tereza, o que ocorreu foi uma integração, no que resultou o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
ofertado na forma integrada com o Ensino Médio em Informática e Eletromecânica e também o curso superior de Licenciatura em Informática a distância. Em 2010, foi a vez do Curso superior de Licenciatura em Matemática e, três anos mais tarde, o curso superior de bacharelado em Engenharia Mecânica. No ano seguinte, o curso superior de bacharelado em Sistemas de Informação.
O Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim é, então, especializado na oferta de educação profissional e tecnológica em diferentes níveis e modalidades de ensino, do técnico de nível médio até a graduação. Além dos cursos presenciais, existem ainda os cursos oferecidos a distância, pelo Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância do Ifes (Cefor).
A oferta de cursos nos campi do Instituto é realizada de acordo com a necessidade da região onde o campus está inserido e com o arranjo produtivo local, ou seja, a oferta é alinhada às demandas de cada localidade.
Descritos os percursos da pesquisa, passamos agora para a análise dos dados produzidos. Destacamos que nossa intenção é de procurar uma compreensão de tudo o que foi construído por meio das múltiplas vozes nas arenas dialógicas.
5 ANÁLISE DOS DADOS: UM ATO EXOTÓPICO E RESPONSIVO