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Especificações e exigências da distribuidora

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4.10 Especificações e exigências da distribuidora

Nesta seção do Edital poderão ser apresentadas as especificações e exigências da distribuidora para as propostas de projetos da CPP. A seguir são apresentadas algumas especificações aplicadas pelas distribuidoras.

4.10.1 Elaboração e Definições das Propostas de Projeto

Incluir as definições e orientações da distribuidora para participação de mais de uma unidade consumidora de um mesmo cliente (sob o mesmo CNPJ);

Incluir as definições e orientações da distribuidora para participação de projetos que incluam fontes alternativas e automação de processos;

Automação de processo é uma ação de eficiência energética válida, no sentido de que pode representar uma economia de energia e/ou redução de demanda na ponta tão mensurável quanto uma substituição de equipamento.

Informar as exigências quanto aos procedimentos de segurança industrial e meio ambiente;

Informar um endereço eletrônico da distribuidora onde os interessados poderão obter mais informações e acessar documentos relacionados à CPP.

4.10.2 Parâmetros Definidos para Materiais e Equipamentos

Segundo a Seção 4.1 do PROPEE, os projetos do PEE devem utilizar equipamentos eficientes qualificados pelo Selo PROCEL. Caso não existam no mercado nacional os equipamentos com o selo PROCEL necessários ao projeto, deverão ser adquiridos equipamentos com a etiqueta “A” de desempenho energético (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia - ENCE), do Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE. Caso os equipamentos necessários ao projeto não sejam contemplados pelo PBE, poderão ser usados os mais eficientes disponíveis. Quando houver, no uso final considerado, laudo de laboratório acreditado pelo INMETRO para algum equipamento que atenda ao serviço requerido, somente estes equipamentos serão aceitos.

Apresentar outras especificações técnicas por uso final definidas pela distribuidora, se aplicáveis.

Segundo a Seção 4.3 do PROPEE, ações de treinamento e capacitação devem integrar todos os projetos do PEE.

O descarte dos equipamentos deverá obedecer ao disposto no item 4 da Seção 4.3 do PROPEE. Reaproveitamentos podem ser feitos em condições específicas como define o citado item.

A definição dos coeficientes de eficiência energética é da responsabilidade da empresa proponente. O requisito principal é que a medição feita no processo de M&V atenda à RCB requerida. Portanto, não é necessário que se façam maiores exigências quanto aos índices adotados.

A mensuração da eficiência de um projeto está no processo de M&V, baseado em medições de campo. As avaliações ‘ex ante’ mal feitas, com sobre estimativa dos benefícios redundarão em prejuízo ao proponente. Assim, exigências severas de coeficientes de eficiência energética na avaliação ‘ex ante’ podem onerar desnecessariamente o processo, acarretando barreira à entrada de projetos.

Definir a vida útil a considerar dos equipamentos é uma boa prática para equalizar as propostas.

4.10.3 Requisitos sobre Custos e Orçamentos

Orientar sobre a forma de apresentação e comprovação dos orçamentos de equipamentos e serviços, de acordo com as normas específicas da distribuidora, se aplicável.

Orientar quanto à correta alocação dos custos dentro das rubricas do projeto.

A prática de solicitar três orçamentos para os custos do projeto se justifica plenamente para um projeto selecionado diretamente pela distribuidora. No caso da Chamada Pública, vale lembrar que as propostas já estão em regime de concorrência e, portanto, sobre preços serão penalizados com a não seleção do projeto. Claro está que esta condição só se manifesta quando a concorrência é suficiente para tal. Eliminar estes custos à medida que o mercado for se desenvolvendo é uma boa prática. Para a contrapartida, é realmente necessário assegurar-se que não houve elevação de preços.

4.10.4 Valores Limite Aplicáveis às Propostas de Projetos

Deve-se notar, no entanto, que o aumento da concorrência (ou seja, amadurecimento do mercado) vai cuidar de limitar estes valores, otimizando-os. É boa prática, portanto, limitar ao máximo esses condicionantes para evitar maiores custos na elaboração das propostas e permitir ao proponente focar no melhor uso da energia e custo mínimo.

4.10.5 Outros Parâmetros Técnicos

Neste item, as distribuidoras têm procurado informar e orientar sobre a aplicação dos parâmetros técnicos essenciais ao cálculo da viabilidade das propostas de projetos segundo as regras estabelecidas pelos “Procedimentos do Programa de Eficiência Energética - PRO-PEE”, observando especialmente o disposto no Módulo 7 – Cálculo da Viabilidade.

São exemplos de parâmetros cujas fórmulas podem ser apresentadas: • Fator de coincidência na ponta – FCP;

• Fator de utilização – FU;

• Fração Solar – FS, aquecimento solar de água.

Vale lembrar que a avaliação ex ante, onde esses fatores se aplicam, serve somente para a proposta inicial, devendo ser comprovada por meio de medições na avaliação ex post. Neste sentido, um “fator” definido “erroneamente” poderia ser um “jogo” para ganhar o leilão. Contribuiria mais para o desenvolvimento do mercado, talvez em etapa futura, estabelecer punições para a diferença a maior observada na RCB medida. Esta medida forçaria a definição correta dos parâmetros na avaliação ex ante.

4.10.6 Medição e Verificação dos Resultados

O Guia de M&V revisado foi publicado em julho de 2014 e foram desenvolvidos treinamentos no seu uso com o pessoal das distribuidoras (um profissional por empresa) neste ano, pelo convênio GIZ/ ANEEL. Outras ações têm sido feitas desde então para difundir o Guia, envolvendo treinamento de ESCOs, treinamento de pessoal de distribuidoras in company, elaboração de vídeos, etc. A ideia é que a aplicação do Guia (planilhas de cálculo, planos e relatórios de M&V) seja obrigatória quando os principais agentes estejam aptos a utilizá-lo. Neste sentido, recomenda-se que a sua utilização seja solicitada nas chamadas públicas, inclusive com as planilhas preenchidas na sua parte ex ante para apresentação das propostas. Para a estratégia de medição, o formulário do Plano de M&V pode ser utilizado com algumas simplificações (por exemplo, não se necessita dos parâmetros do modelo da linha de base). Deve ser sinalizado que na fase de execução será solicitado o preenchimento das planilhas, plano e relatório (estes dois últimos documentos constituem o “relatório de M&V” a ser enviado à ANEEL) do Guia de M&V, cujos modelos já contêm todos os itens previstos no PIMVP.

Uma prática comum nas chamadas públicas tem sido a obrigatoriedade ou a preferência pelas Opções A e B do PIMVP (EVO, 2012). Em muitos casos, a Opção C pode ser mais barata e igualmente confiável. A vantagem da Opção C é já existir o medidor e, via de regra, a linha de base. Além da economia de custos, poupa-se tempo para medir a linha de base. A condição prevista no PIMVP é que o desvio padrão das medições, ou o erro padrão no caso de regressão com variável independente, seja menor que a metade

No caso de vários usos finais eficientizados, a Opção C calcula a economia total, podendo a separação dos efeitos ser feita por uma Opção D, conforme o PIMPV (EVO, 2012).

Durante o processo de M&V no PEE, três tipos de documentos são requeridos: a “estratégia de M&V” (Seção 8.1 do PROPEE) durante a fase de definição da AEE (diagnóstico), que deve conter as bases para a M&V, sem necessidade de medições; o “Plano de M&V”, já na fase de execução da AEE, porém antecedendo sua implantação, que deve completar a estratégia com os dados da linha de base, inclusive o modelo do consumo energético, a partir de medições já efetuadas na instalação. E o “Relatório de M&V”, após as medições do período de determinação da economia e análise ex post da AEE. Recomenda-se usar os documentos pré-formatados do Guia de M&V para Plano e Relatório, complementados com células da planilha de cálculo. Para a “Estratégia de M&V”, pode ser usado o modelo do “Plano” com simplificações. A recomendação de utilização do Guia pode eliminar vários itens redundantes do edital.

4.10.7 Outras Informações Relevantes

A distribuidora poderá adicionar outras informações necessárias para a apresentação das propostas de projetos, detalhando, quando aplicável, a sua fórmula de cálculo.

Nesta categoria enquadram-se: • A taxa de desconto aplicada;

Como se pretende valorizar os resultados das ações de eficiência energética com os custos marginais de novas fontes (e seu transporte até o uso final), recomenda-se adotar a taxa utilizada no plano de longo prazo vigente (PNE 2030) para cálculo dos investimentos de nova geração, 8% aa.

• O cálculo da mão de obra própria – MOP;

Este item merece especial atenção, já que muitas vezes não é bem aceito pelo usuário e onera a RCB. Algumas distribuidoras têm fixado um percentual do custo total, do custo do PEE, do custo de materiais e equipamentos ou um número de homens-hora com valor pré-definido (ou composição de valores). Os percentuais têm ficado na casa de 1 a 5%, parecendo já o limite superior um exagero. Recomenda-se acompanhar os custos efetivamente utilizados nos projetos para que o valor especificado no edital possa ser reduzido nas próximas chamadas.

• O cálculo do transporte da equipe da distribuidora;

Neste item as distribuidoras têm previsto um valor fixo, ou 12 viagens a determinado custo, conforme a distância a percorrer, ou um percentual do custo total [que varia de 0,5% a 10% (incluindo a MOP), parecendo este valor irreal]. Assim como o MOP, recomenda-se acompanhar os custos efetivos e definir um custo mínimo necessário para evitar barreiras à entrada de projetos.

• Os custos de administração própria;

Não considerar, já incluídos nos itens anteriores.

• As ações de marketing e divulgação;

Ações de divulgação de projetos de eficiência energética são importantes para promo-ver a mudança de comportamento do consumidor e prestar contas à sociedade sobre a aplicação do recurso

do PEE.

• As atividades de treinamento e capacitação.

SA Seção 4.3 – item 3 do PROPEE exige e regulamenta estas atividades nos projetos do PEE. Além disso, os critérios de seleção pontuam este tipo de ação.

4.10.8 Custos Evitados de Demanda e Energia

A distribuidora deverá apresentar uma tabela com os valores unitários, por nível de tensão, do custo da energia evitada (CEE) e do custo evitado de demanda (CED) que deverão ser utilizados nas propostas de projeto a serem apresentadas na CPP. Recomenda-se facilitar os custos unitários constantes na Seção 7.1 do PROPEE e das guias “Preço” e “3º Ciclo” das planilhas do Guia de M&V, assim como os demais dados a preencher (em amarelo) nas planilhas, tanto para os diversos grupos supridos em alta tensão (tarifa azul) como em baixa tensão (tarifa branca).

4.10.9 Período de Execução do Projeto

Definir o prazo máximo para a execução dos projetos selecionados a partir da assinatura dos contratos. Apresentar as etapas mínimas requeridas pela distribuidora para o cronograma físico e financeiro dos

As distribuidoras têm definido o prazo de execução em 10 ou 12 meses. Algumas têm ressalvado uma postergação no caso de fontes incentivadas para concluir o processo de M&V. O ideal seria, para todos os casos, prolongar o prazo para conclusão das medições do período de determinação da economia, análise ex post e elaboração do Relatório de M&V.

projetos.

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