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Guia Prático de Chamadas Públicas para Distribuidoras

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Academic year: 2021

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Guia Prático de

Chamadas Públicas

para Distribuidoras

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Guia Prático de

Chamadas Públicas do PEE

para Distribuidoras

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Catalogação na Fonte Centro de Documentação – CEDOC

A265g Agência Nacional de Energia Elétrica (Brasil). Guia prático de chamadas públicas do PEE para distribuidoras / Agência Nacional de Energia Elétrica. – Brasília : ANEEL, 2016.

70 p. : il.

1. Energia elétrica. 2. Programa de Eficiência Energética da ANEEL (PEE). 3. Chamadas públicas de projetos (CPPs). I. Título.

(5)

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

SGAN 603 - Módulos ‘‘I’’ e ‘‘J’’, Asa Norte - Brasília/DF, CEP 70830-110 Ouvidoria Setorial 167

www.aneel.gov.br

Diretores

Romeu Donizete Rufino (Diretor-Geral) André Pepitone da Nóbrega

José Jurhosa Junior

Reive Barros dos Santos (Diretor Ouvidor) Tiago de Barros Correia

Guia Prático de Chamadas Públicas para Proponentes

Programa de Eficiência Energética Novembro /2016

Edição 2016

Pesquisa, consolidação de informações e textos

Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética - SPE Máximo Luiz Pompermayer - SPE

Marcio Vinicius Pilar Alcântara - SPE Sheyla Maria das Neves Damasceno - SPE Carlos Eduardo Barreira Firmeza de Brito -SPE

Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH Agenor Gomes Garcia - GIZ

José Eduardo Rocha - GIZ José Henrique Falcão Zloccowick - GIZ

Projeto gráfico e diagramação

Superintendência de Comunicação e Relações Institucionais - SCR

Editoração de texto e revisão

Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética -SPE

Publicação

Superintendência de Comunicação e Relações Institucionais - SCR Esta publicação está disponível para download no portal da ANEEL

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – O ciclo da CPP e principais atividades de cada fase ... Figura 2 – Atividades da CPP por fase ... Figura 3 - Cronograma básico da CPP com 2 etapas de apresentação de propostas ... Figura 4 - Cronograma básico da CPP com etapa única de apresentação de propostas ... ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Vantagens e desvantagens do número de etapas de apresentação dos projetos ... Tabela 2 - Critérios para pontuação das propostas ... Tabela 3 - Usos finais (exemplo) ... Tabela 4 – Elementos essenciais para a elaboração do Edital ... Tabela 5 - Apresentação dos recursos financeiros da CPP por tipologia ... ÍNDICE DE EXEMPLOS

Exemplo 1 – Distribuição do investimento obrigatório ... Exemplo 2 – Distribuição de recursos entre tipologias em uma CPP ... Exemplo 3 - Cálculo das medidas de solvência para uma empresa fictícia ... Exemplo 4 - Pontuação dos critérios de seleção ... 1 - INTRODUÇÃO ... 2 - O CICLO DA CHAMADA PÚBLICA DE PROJETOS ... 3- PREPARAÇÃO DA CHAMADA PÚBLICA DE PROJETOS ... 4 - DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS ... 5- EXECUÇÃO DO EDITAL ... 6 - FINALIZAÇÃO DA CHAMADA PÚBLICA DE PROJETOS ... REFERÊNCIAS ... ANEXO A – GLOSSÁRIO ... ANEXO B - SIGLAS ... ANEXO C - DÚVIDAS FREQUENTES ...

ÍNDICE

15 16 41 42 23 30 37 39 40 19 21 28 38 13 15 17 25 53 57 59 61 68 70

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O Guia CPP está organizado em quatro partes que visam orientar e explorar

as seguintes questões:

Quais são as atividades necessárias para a preparação e execução de uma CPP?

Como definir os critérios e parâmetros para estabelecer a abrangência da CPP em função do mercado da distribuidora?

Como elaborar o Edital da CPP?

Como avaliar e apresentar os resultados da CPP?

Identifica pontos de atenção e recomendações

relevantes.

Identifica pontos de atenção para questões regulatórias. Identifica exemplos para

melhor entendimento do tema apresentado.

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Introdução – contextualiza a realização do Guia CPP e apresenta a estrutura deste Guia;

1

O Ciclo da CPP – destaca o ciclo da CPP, estabelecendo a correspondência da nomenclatura entre as quatro fases da CPP apresentadas no PROPEE (Módulo 3, na Seção 3.2) e as quatro fases adotadas no Guia.

2

Preparação da CPP - orienta as distribuidoras na formação de equipe multidisciplinar interna para conduzir a CPP, bem como na organização de oficinas para trei-namento desta equipe e demais colaboradores que participarão dos processos da CPP. Aborda a definição das tipologias, dos recursos financeiros que serão disponibilizados na CPP e orienta em relação aos prazos e cronogramas da CPP.

3

Definição de Critérios – orienta na melhor parametrização para aplicação dos critérios de seleção de projetos segundo os mercados em que atua, buscando selecionar projetos que permitam explorar os maiores potenciais de eficiência energética para fortalecer o sucesso da Chamada Pública. Incluem-se, também, outros procedimentos baseados nas melhores práticas, visando o processo construtivo do Edital;

4

Execução do Edital - orienta a distribuidora sobre a estratégia de comunicação e divulgação da CPP, sugerindo a organização de oficinas externas para esclarecimento de dúvidas e treinamento dos potenciais proponentes de projetos. Aborda a análise das propostas recebidas pela distribuidora, orientando quanto à classificação e a seleção das propostas;

5

Finalização da CPP – neste capítulo são apresentados os indicadores para análise do desempenho da CPP pela distribuidora e caracterização dos projetos identificando os pontos de melhoria que deverão ser trabalhados nas futuras Chamadas Públicas. Orienta sobre a apresentação dos dados pelas distribuidoras à ANEEL, visando fortalecer o controle e a análise dos dados das CPPs pela Agência.

6

O Guia foi construído para que o leitor possa buscar a informação desejada de forma rápida e objetiva. A estrutura do Guia CPP apresenta os seguintes capítulos:

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Relevância das Chamadas Públicas de Projetos para o desenvolvimento do

mercado de eficiência energética no Brasil

Com o objetivo de tornar o processo de seleção e implantação dos projetos do Programa de Eficiência Energética da ANEEL (PEE) mais abrangente e transparente para a sociedade, o documento “Procedimentos do Programa de Eficiência Energética – PROPEE”, aprovado pela Resolução Normativa nº 556, de 02 de julho de 2013, introduziu em seu Módulo 3 a Chamada Pública como forma preferencial de captação de projetos. O documento normativo vigente “Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projetos” apresenta os critérios de seleção de projetos do PEE, na visão reguladora da ANEEL e, portanto, deverá ser seguido em todas as Chamadas Públicas de Projetos (CPPs) realizadas no âmbito do PEE.

Através da seleção dos melhores projetos, a CPP busca promover, em todos os setores da economia, o desenvolvimento do mercado de eficiência energética, demonstrando a importância e a viabilidade econômica de ações de melhoria da eficiência energética de equipamentos, processos e usos finais de energia. Procura também alavancar outros recursos para a transformação do mercado de energia elétrica, maximizando os benefícios públicos da energia economizada e da demanda evitada nos projetos do PEE.

A quem se destina o Guia?

O presente “Guia Prático de Chamadas Públicas de Projetos do PEE (Guia CPP)” é direcionado às distribuidoras de energia elétrica que, pelas regras do PROPEE, têm a obrigação de apresentar pelo menos uma Chamada Pública ao ano. As distribuidoras cumprem um importante papel na divulgação e na garantia de que toda a sociedade seja beneficiada pelo acesso aos recursos disponibilizados pelo PEE.

Os resultados obtidos por projetos de eficiência energética trazem muitas vantagens também para as distribuidoras, que podem evitar investimentos em manutenção, ampliação de subestação, criação de nova linha de transmissão e usina geradora. Além disso, os projetos realizados durante a fase de testes do mecanismo de Chamadas Públicas de Projeto, entre 2013 e 2015, comprovam que é mais viável economizar do que investir em expansão.

Objetivos do Guia

O Guia CPP visa apresentar e orientar a aplicação das melhores práticas para a realização das CPPs pelas distribuidoras, bem como ressaltar aspectos para que sejam selecionados projetos de maior relevância em cada mercado, contribuindo para se explorar os potenciais mais rentáveis de eficiência energética.

Outro objetivo relevante deste Guia CPP é o fortalecimento da capacidade de análise das Chamadas Públicas pela ANEEL, a partir da padronização de informações que deverão ser apresentadas pelas distribuidoras.

Este Guia CPP foi elaborado contando com o apoio colaborativo entre a ANEEL e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, estabelecido no âmbito do acordo de cooperação técnica

INTRODUÇÃO

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A ANEEL define as diretrizes regulatórias e os critérios de seleção das Chamadas Públicas de Projetos do PEE, deixando a cargo de cada distribuidora a responsabilidade pelo estabelecimento do montante a ser disponibilizado, formatação do edital, divulgação da CPP e aplicação dos critérios de seleção de projetos dentro dos limites definidos.

Cabe, portanto, o detalhamento e a orientação no planejamento das Chamadas Públicas de Projetos para as distribuidoras, visando facilitar a sua implementação e reduzir os custos pela adoção das melhores práticas observadas.

O Módulo 3 do PROPEE estabelece, na Seção 3.2, as fases para a CPP, seguindo a padronização de todos os projetos do PEE. A Figura 1, seguindo a padronização do PROPEE, apresenta o ciclo da CPP e sugere as principais atividades em cada fase do Guia, fazendo a correspondência à nomenclatura das fases adotada no PROPEE.

Durante cada fase da CPP são realizadas várias atividades. Cada fase termina com, pelo menos, uma saída principal que serve em seguida como entrada para a fase seguinte. Embora haja uma sequência lógica construtiva dos processos de cada fase, estes podem, eventualmente, se sobrepor aos processos de outra fase.

O CICLO DA CHAMADA PÚBLICA DE

PROJETOS

A “linha de tempo” apresentada na Figura 1 é meramente indicativa, cabendo à distribuidora estabelecer os tempos adequados para o sucesso na implementação das etapas da CPP.

A Figura 2 lista as principais atividades de cada fase, que são referências para o detalhamento apresentado nos capítulos deste Guia.

2

Seleção Definição Execução Verificação

15 dias * 20 dias * De 30 a 55 dias *

Conforme o nº de etapas *** 10 dias *

GUIA CPP

PROPEE**

Principais atividades: Mobilizar internamente; Formar equipe multidisciplinar; Treinar equipe interna; Definir tipololia e montantes a investir;

Planejar a CPP (etapas e prazos).

Principais atividades:

Levantar potenciais das tipologias visadas;

Definir critérios de qualificação e de seleção; Redigir Edital, Principais atividades: Publicar Edital; Divulgar a CPP; Treinar participante; Receber propostas; Qualificar propostas; Selecionar propostas. Principais atividades: Avaliar processo da CPP; Definir resultados;

Apresentar resultados à ANEEL.

Preparação da CPP Definição de critérios Execução do Edital Finalização da CPP

Fases

DISTRIBUIDORA

Figura 1 – O ciclo da CPP e principais atividades de cada fase

* Dias úteis ** Fases da CPP, conforme PROPEE, Módulo 3, seção 3.2 *** Para a CPP com etapa única (diagnóstico energético), mínimo sugerido de 30 dias úteis. Para a CPP em duas etapas (pré-diagnóstico

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FASE 1 PREPARAÇÃO DA CPP

Entrada Principais atividades Saídas

Exigências Módulo 3 PROPEE Mercados potenciais Interesses da distribuidora

Definir tipologias e montantes a investir

Formar equipe multidisciplinar Treinamento interno

Definir data de publicação do Edital, etapas e prazos

Equipe e parâmetros da CPP definidos

Entrada Principais atividades Saídas

Critérios de seleção (ANEEL)

Parâmetros definidos Levantar potenciais das tipologias visadas Definir critérios de qualificação e seleção Redigir o edital

Edital FASE 2 DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS

Entrada Principais atividades Saídas

Edital Publicar o edital

Divulgar a CPP Treinar participantes Receber propostas Qualificar as propostas Selecionar as propostas Propostas selecionadas FASE 3 EXECUÇÃO DO EDITAL

(a) Seleção (PROPEE)

(b) Definição (PROPEE)

(c) Execução (PROPEE)

Entrada Principais atividades Saídas

Proposta selecionadas Analisar resultados Definir pontos de melhoria para próximas CPPs Preencher planilha de resultados da ANEEL

Resultados da CPP Pontos de melhoria

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3

PREPARAÇÃO DA CHAMADA PÚBLICA DE

PROJETOS

A formação de uma equipe multidisciplinar envolvendo os diversos profissionais que partici-parão direta ou indiretamente da CPP é um procedimento recomendado que deve ser adotado logo no início dos trabalhos de preparação da CPP.

3.1 Formação da equipe multidisciplinar

O gerente responsável pelo PEE da distribuidora deverá dirigir a formação de um grupo de trabalho multidisciplinar interno, cujos participantes exercerão o papel de multiplicadores da CPP para os demais colaboradores de suas áreas.

Cada distribuidora deverá identificar as pessoas nas áreas-chave que deverão interagir para o sucesso da CPP. Os processos mais relevantes para apoiar os procedimentos de uma Chamada Pública de Projetos, usualmente, envolvem as seguintes áreas:

• Gestão do PEE – O gerente do PEE da distribuidora e a sua equipe lideram o processo. Inicialmente,

deverá estudar o seu mercado, visando atender a norma regulatória de aplicação de 50% nas duas tipologias que representam as maiores classes de consumo no mercado da distribuidora e definindo a estratégia para fomentar a prospecção dos melhores projetos de eficiência energética. Tal estratégia deverá estar refletida em todas as etapas e procedimentos da CPP. Outras CPPs deverão ser executadas para os demais mercados obrigados à contratação de projetos por CPP.

Cabe, também, à equipe do PEE definir a data de publicação do Edital, que deverá ser imediatamente divulgada para conhecimento e mobilização dos interessados na proposição de projetos pela Chamada Pública.

• Atendimento comercial – os agentes comerciais que prestam atendimento aos clientes poderão ser

treinados para fornecer as informações básicas sobre a CPP, encaminhando as questões técnicas à equipe do PEE da distribuidora;

• Área Jurídica - os representantes da área jurídica participarão da avaliação do conteúdo do Edital e dos

Anexos. Os modelos de contrato deverão ser elaborados e aprovados pelo corpo jurídico da distribuidora; • Aquisição e logística – a área da empresa responsável pela aquisição de equipamentos e serviços poderá orientar sobre os documentos que deverão ser apresentados pelos participantes da CPP em atendimento às normas da distribuidora. Esta área, também, poderá apoiar a recepção das propostas de projetos, encaminhando-os à equipe técnica da CPP;

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• Contabilidade – deverá conhecer os conceitos e procedimentos da CPP, garantindo que os procedimentos contábeis obedecerão ao disposto no Manual de Contabilidade do Setor Elétrico (MCSE - ANEEL, 2010), instituído pela Resolução ANEEL no. 444, de 26 de outubro de 2001, na sua edição mais recente, disponível em Manual de Contabilidade do Setor Elétrico - MCSE;

• Tesouraria - deverá participar da formalização dos procedimentos de liberação dos recursos dos projetos comtemplados na CPP, segundo as normas da distribuidora;

• Relações institucionais – área responsável pela articulação da CPP perante os consumidores; associações e conselhos de classe do setor elétrico e, também, presente no relacionamento com os canais de comunicação.

Algumas distribuidoras incluíram também outras áreas como: Segurança, Meio ambiente e/ou Sustentabilidade, Compliance, Seguros. Algumas formaram um Comitê para avaliação das propostas. A formalização da equipe traz algumas vantagens, como uma comunicação mais rápida e a confluência de objetivos, definidos na etapa inicial de treinamento.

3.2 Treinamentos e oficinas internas da distribuidora

Para alinhar o conhecimento dos participantes da equipe multidisciplinar, recomenda-se a organização de treinamentos e oficinas internas para a apresentação dos procedimentos da CPP, destacando a importância do papel de cada colaborador no processo.

A estrutura interna de comunicação da distribuidora com os seus colaboradores poderá ser utilizada como canal divulgação das etapas e procedimentos da CPP.

Os benefícios decorrentes das ações de eficiência energética, para a distribuidora e para o setor elétrico em geral, poderão ser amplamente divulgados e destacados nos treinamentos das equipes. Abaixo são apresentados alguns pontos de destaque.

3.2.1 Benefícios para a distribuidora e setor elétrico

Lançado em outubro de 2011, o Plano Nacional de Eficiência Energética tem como meta reduzir a demanda em 0,5% ao ano, cerca de 106 TWh, até 2030.

No Plano Decenal de Energia no horizonte de 2019, os projetos de conservação de energia respondem pela economia de 23,3 terawatt-hora (TWh), suficiente para poupar a construção de uma usina com capacidade de 4.800 megawatt (MW).

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Os projetos de eficiência energética e o investimento em equipamentos mais modernos e eficientes são considerados a segunda “fonte de energia”1

para atender ao aumento da demanda de energia elétrica projetada para 2030 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), agregando para as distribuidoras os seguintes benefícios:

Redução de Investimentos - as economias de consumo possibilitam evitar investimentos na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Redução da Demanda no Horário de Ponta do Sistema - as ações de eficiência energética contribuem para garantir o suprimento de energia no horário de ponta do sistema, garantindo a estabilidade do fluxo energético.

Aumento da Confiabilidade no Fornecimento de Energia - a eficiência energética possibilita a redução de perdas no uso final trazendo maior estabilidade nos níveis de tensão elétrica do sistema de distribuição. Desta forma, garantindo a melhoria na qualidade do fornecimento e mitigando os riscos de não conformidade e penalizações decorrentes para a concessionária (Resolução nº 505/2001 da ANEEL).

1 - A utilização de equipamentos mais modernos e eficientes que reduzem o consumo de eletricidade possibilita a conservação

da energia que seria disponibilizada ao mercado. Logo, a energia não consumida fica à disposição do sistema elétrico e de outros consumidores. Assim, podemos dizer que a eficiência energética estabelece uma fonte de geração virtual de energia, garantindo, também, uma maior segurança energética pela redução da carga do sistema elétrico como um todo.

3.3 Recursos Financeiros

De acordo com o PROPEE, Módulo 3 – Seleção e Implantação de Projetos, a distribuidora deverá aplicar pelo menos 50% do investimento obrigatório não comprometido com outras obrigações legais em unidades consumidoras das duas classes de consumo com maior participação em seu mercado de energia elétrica. As distribuidoras com mercado inferior a 1.000 GWh/ano estão isentas desta obrigação.

A aplicação dos recursos obrigatórios em unidades consumidoras nas duas classes que representam os maiores mercados de consumo da distribuidora pode ter percentuais diferenciados.

Considere que o investimento obrigatório da distribuidora para as duas maiores classes de consumo de seu mercado (neste caso hipotético, industrial e residencial) seja de R$ 3.000.000,00. Em função da estratégia de captação dos melhores projetos de eficiência energética, a distribuidora poderá investir R$ 600.000,00 (20%) na tipologia residencial e R$ 2.400.000,00 (80%) na tipologia industrial. A prospecção dos melhores pro-jetos deverá ser o critério decisório para a distribuição dos recursos.

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A concorrência entre tipologias diferentes causa distorções na pontuação dos critérios de seleção, pela diversidade de volume de recurso requerido, contrapartida, usos finais, etc. Recomenda-se, portanto, que os recursos financeiros disponíveis para a concorrência sejam informados por tipologia no Edital.

3.4 Tipologias

As Chamadas Públicas deverão ser realizadas anualmente para atender às seguintes tipologias: • Industrial; • Comércio e Serviços; • Poder Público; • Serviços Públicos; • Rural; • Residencial; • Iluminação Pública.

Nestas tipologias, a distribuidora não pode selecionar um projeto diretamente (sem CPP), a não ser que a CPP do mesmo ano para aquela tipologia não tenha preenchido o recurso disponibilizado.

Conforme o PROPEE, as CPPs deverão ser feitas por tipologia. No entanto, a distribui-dora poderá incluir várias tipologias em um mesmo processo de chamada pública, desde que:

• Os recursos para cada tipologia estejam claramente definidos; • Os projetos concorram primeiramente dentro de cada tipologia; • Caso não haja projetos suficientes para preencher o recurso de uma tipologia, outros projetos aprovados em outra tipologia poderão ser contemplados.

A concorrência entre tipologias diferentes causa distorções na pontuação, pela diversidade de volume de recurso requerido, contrapartida, usos finais, etc. Por exemplo, se a distribuidora visa dispor R$6 milhões para as tipologias industrial e residencial, deve indicar o montante para cada tipologia (por exemplo, 4 milhões para industrial e 2 para residencial) e fazer a seleção primeiramente dentro de cada tipologia para numa segunda etapa, se sobrar recurso, classificar os projetos da outra tipologia.

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Exemplo 2 – Distribuição de recursos entre tipologias em uma CPP

Supondo que a distribuidora do Exemplo 1 fez uma CPP para as duas tipologias, residencial com R$ 600.000,00 e industrial com R$2.400.000,00 e que foram aprovados 5 projetos:

Projeto A: R$ 1.200.000,00 na tipologia industrial, com nota 72,3 Projeto B: R$ 500.000,00 na tipologia industrial com nota 70,4 Projeto C: R$ 400.000,00 na tipologia industrial com nota 65, 3 Projeto D: R$ 500.000,00 na tipologia residencial com nota 68,3 Projeto E: R$ 300.000,00 na tipologia residencial com nota 53,4

Teríamos, então, R$ 2.100.000,00 aprovados na tipologia industrial (sobra de R$ 300.000,00) e R$ 500.000,00 na tipologia residencial (sobra de R$ 100.000,00, porém insuficiente para implementar o Projeto E). Neste caso, o Projeto E poderia ser implementado, beneficiando-se dos R$ 300.000,00 que sobraram da tipologia industrial.

Caso não haja ofertas qualificadas de projetos suficientes para atender ao recurso disponibilizado em uma determinada tipologia, a distribuidora poderá:

• Transferir os recursos para outra tipologia onde houve carência financeira para atender aos projetos aprovados;

• Elaborar projetos diretamente com os consumidores.

As Chamadas Públicas não se aplicam aos projetos de Gestão Energética Municipal, Educacionais e de Baixa Renda. Projetos inovadores, caracterizados como Projetos Piloto, também não participam das Chamadas Públicas.

Os projetos da Tipologia Iluminação Pública têm por finalidade apoiar as prefeituras municipais na melhoria da eficiência energética dos sistemas de iluminação pública. E, estão sujeitos à avaliação inicial da ANEEL, conforme descrito no PROPEE, Seção 9.1, item 2, Módulo 9 – Avaliação dos Projetos e Programa.

As CPPs poderão ser executadas por meio de projetos cooperativos, conforme o PROPEE, Módulo 5 - Projetos Especiais.

As Ações de Eficiência Energética possíveis em cada tipologia - PROPEE, Módulo 4 – Tipologias de Projeto - e que serão disponibilizadas na CPP, deverão estar claramente indicadas.

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Ações de gestão energética devem ser estimuladas pois, além de garantir a perenidade dos resultados das ações de eficiência energética, melhoram a operação, manutenção e projeto dos sistemas de uso da energia. Além disso, induzem comportamentos eficientes. Assim, recomenda-se que às ações de eficiência energética “melhoria de instalação” sejam sempre agregadas ações de “gestão energética”.

“Melhoria de instalação”, no conceito do PROPEE (Módulo 1 – Glossário), são “ações de eficiência energética realizadas em instalação de uso final da energia elétrica envolvendo a troca ou melhoramento do desempenho energético de equipamentos e sistemas de uso da energia”. Inclui, portanto, substituição de equipamentos, automação, ações gerenciais e de mudança de comportamento em relação ao uso da energia.

3.5 Etapas e prazos

O prazo de execução do Edital dependerá da decisão da distribuidora de como desenvolverá a CPP: (i) em uma única etapa (diagnóstico energético2 ) ou

(ii) em duas etapas (pré-diagnóstico e diagnóstico3 energético).

Na Figura 1 está apresentada a recomendação de que para a CPP de uma única etapa o prazo mínimo de execução seja de 30 dias úteis. E, para a CPP desenvolvida em duas etapas, o prazo máximo seja de 55 dias úteis.

Recomenda-se indicar o processo da CPP na sua totalidade no edital até a execução dos projetos, ainda que todos os prazos não sejam definidos. Esta prática dá segurança ao provável proponente e evita barreira à entrada de projetos.

O fluxograma do Contrato de Desempenho Energético da Seção 3.1 do PROPEE indica a seleção de projetos inicialmente por meio de pré-diagnóstico. Muitas distribuidoras, no entanto, optaram por incluir uma segunda etapa de apresentação considerando o diagnóstico energético4, o que traz uma maior

segurança quanto à realização dos projetos.

2 - Ver definição de “pré-diagnóstico” no Glossário - ANEXO A 3 - Ver definição de “diagnóstico” no Glossário - ANEXO A

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A distribuidora poderá optar por captar os projetos em uma ou duas etapas. No caso de apenas uma etapa, recomenda-se adotar o diagnóstico energético para a análise, classificação e seleção das propostas de projetos.

A escolha de uma única etapa para CPP reduz os custos de implementação para a distribuidora. Em contrapartida, esta opção (única etapa) eleva os riscos e os custos no processo de diagnóstico energético para o consumidor. A Tabela 1 comenta as vantagens e desvantagens dos dois processos.

Tabela 1 – Vantagens e desvantagens do número de etapas de apresentação dos projetos

Apresentação Vantagens Desvantagens

Uma etapa Menor custo para a distribuidoraSimplificação do processo Maior risco para os proponentes

Duas etapas Menor risco para os proponentes Maior custo do processo

3.5.1 Seleção em duas etapas de apresentação de propostas

As empresas proponentes, ou consumidores, avaliam em cada instalação as ações de eficiência energética viáveis por meio de um pré-diagnóstico. Para que o proponente possa apresentar a sua proposta, o pré-diagnóstico energético antecede a Chamada Pública de Projetos.

Os pré-diagnósticos energéticos recebidos pela distribuidora deverão ser analisados pela comissão julgadora da CPP, segundo os critérios apresentados no documento vigente “Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto” do PROPEE. Os pré-diagnósticos energéticos classificados passarão para a segunda etapa de apresentação de propostas

A distribuidora poderá manter um cadastro de reserva5 para os

projetos aprovados e classificados que não tenham sido selecionados na fase do pré-diagnóstico energético. Estes projetos poderão ser utilizados no caso de sobra de recursos financeiros em outras tipologias de projetos dentro da mesma CPP, em futuras CPPs ou no caso de sobra de recursos do PEE.

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Para a segunda etapa, recomenda-se adotar uma tolerância máxima entre a RCB calculada no pré-diagnóstico e no pré-diagnóstico, quando a variação for para maior. Muitas distribuidoras adotaram 5%, às vezes considerando também variações nos custos e benefícios do projeto.

A definição de margens apertadas (por exemplo, 5%) entre pré-diagnóstico e pré-diagnóstico distorce a concepção usual de pré-pré-diagnóstico de avaliação sem medições, baseada em índices genéricos e experiência do avaliador. No entanto, parece ser necessária para evitar “jogos” na seleção das propostas (apresentação de um valor baixo para ganhar a concorrência, seguida de “correção”). Recomenda-se, portanto, para evitar maiores bar-reiras à entrada de propostas, exigir obediência a esta margem somente na RCB e quando a maior, deixando livres os valores de custo e benefícios (tanto energia quando redução de demanda na ponta).

Os projetos cujos pré-diagnósticos energéticos forem selecionados passarão para a etapa de diagnóstico energético.

O PROPEE permite, na Seção 3.1 – Contratos de Desempenho Energético, que os custos do pré-diagnóstico (e do diagnóstico) não componham a parte reembolsável do projeto. Claro está que se tratam dos projetos efetivamente implementados. Assim, para evitar maiores custos aos proponentes e eliminar barreiras à entrada de propostas, recomenda-se, caso o projeto seja aprovado para implantação, ressarcir o proponente do custo do pré-diagnóstico. Este custo deverá ser informado no relatório do pré-diagnóstico e integrar o cálculo da RCB.

3.5.2 Seleção em etapa única de apresentação das propostas

Neste caso, as avaliações feitas na instalação e apresentadas na proposta deverão ter a precisão necessária para a implantação do projeto. Ressalte-se que a avaliação definitiva do projeto é feita pelas ações de M&V e os gastos realmente incorridos.

Os demais procedimentos são iguais aos acima descritos. Os diagnósticos energéticos recebidos pela distribuidora deverão ser analisados pela comissão julgadora da CPP, segundo os critérios apresentados no documento vigente “Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto” do PROPEE. A distribuidora

deve poderá manter um cadastro de reserva para os projetos aprovados e classificados que não tenham sido selecionados.

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4

DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS

A partir da definição dos recursos financeiros (veja item 3.3) e das tipologias (item 0) que serão disponibilizados na CPP, a distribuidora deverá definir os critérios de qualificação e a pontuação definitiva dos critérios de seleção dos projetos.

Cabe ressaltar, no entanto, que os critérios de qualificação do consumidor proponente e do projeto deverão ser observados. Os critérios de qualificação definirão os projetos habilitados a prosseguir para a etapa de seleção e classificação. Portanto, recomenda-se que a distribuidora defina a priori quais são os projetos elegíveis a participar do processo de pontuação por tipologia.

Selecionar e classificar projetos pontuando-os sem o completo atendimento aos critérios de qualificação, poderá gerar riscos de atrasos no andamento do cronograma da CPP.

A habilitação da ESCO deverá se dar em coerência com o estágio de maturidade do mercado da distribuidora no PEE. Em mercados “não maduros”, recomenda-se que adotar para a avaliação das ESCOs, somente os critérios de classificação do quesito “F – experiência em projetos semelhantes”.

Este capítulo orienta a construção de cada uma destas etapas visando à elaboração do Edital da CPP.

4.1 Critérios de Qualificação

Os critérios de qualificação definirão os projetos habilitados a prosseguir para a etapa de seleção e classificação. Os itens abaixo são sugestões para aplicação pela distribuidora, uma vez que descrevem critérios de qualificação considerados boas práticas pela ANEEL.

4.1.1 Qualificação do Projeto

Verificar se o projeto atende aos limites máximos da RCB apresentados no Edital (item 4.12.1 deste Guia), além de se enquadrar nas ações de eficiência energética e usos finais porventura definidos.

É válido explorar uma determinada ação de eficiência energética (por exemplo, gestão energética ou fontes incentivadas) ou uso final (por exemplo, bombas) quando se sabe que há um potencial de eficiência energética inexplorado por alguma barreira (por exemplo, falta de exemplos de projetos de sucesso). No entanto, isto pode causar dificulda-de para se ter bons projetos ou atingir a RCB necessária. Uma alternativa é usar ade-quadamente os critérios de seleção.

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4.1.2 Habilitação do Cliente Beneficiário

O cliente beneficiário, além de pertencer à tipologia definida, poderá ser qualificado desde que cumpra os requisitos abaixo e/ou outros normalmente usados para contratos sob o PEE:

• Apresentar situação regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);

• Estar adimplente com todas as obrigações legais com a distribuidora na data limite para a entrega de propostas de projeto estabelecida no Edital da CPP;

• Apresentar prova de regularidade com as Fazendas: Municipal, Estadual e Federal; • Apresentar certidão negativa de débitos perante a Justiça do Trabalho;

• Apresentar o certificado de regularidade do FGTS – CRF.

4.1.3 Avaliação do Risco de Crédito

A avaliação do risco de crédito aplica-se somente aos consumidores com fins lucrativos que celebrarão, caso tenham os seus projetos aprovados, contratos de desempenho com a distribuidora.

As distribuidoras têm a responsabilidade de gerir os recursos financeiros do PEE, garantindo que os valores, atualizados monetariamente, pagos através dos contratos de desempenho retornarão à conta de eficiência energética como parte das obrigações de investimento em projetos de eficiência energética.

A análise do risco de crédito, tanto do financiamento do PEE como da contrapartida, é parte fundamental na celebração dos contratos de desempenho. Cabe à distribuidora avaliar o seu mercado e contrabalançar garantias, como definido abaixo, com barreiras à entrada de projetos, tanto no custo geral do projeto para o consumidor quanto no im-pacto à RCB.

Para mitigar o risco de crédito em contratos de desempenho recomenda-se à distribuidora avaliar o risco de crédito do consumidor beneficiário com a aplicação individual ou conjunta dos seguintes instrumentos:

Medidas de Solvência

Índice de Liquidez Geral (ILG) – este índice avalia a capacidade de uma empresa em pagar suas dívidas

em longo prazo.

O índice superior a 1 (um) indica a existência de capital de giro próprio superior ao capital de terceiros, caracterizando um cenário financeiro favorável para a empresa. Recomenda-se, quando possível, comparar com índices de outras empresas da mesma tipologia e atividade visando

ILG =

Ativo Circulante+Realizável a Longo Prazo

(27)

Índice de Liquidez Corrente (ILC) – este índice avalia a capacidade de uma empresa em pagar suas dívidas em curto prazo.

Sempre que o índice for superior a 1 (um), existe um capital circulante positivo para cobrir o passivo circulante. Quanto maior este índice, melhor a capacidade da empresa em saldar suas dívidas em curto prazo. Todavia, vale observar que ativos e passivos circundantes podem varia rapidamente, portanto, valores atuais que retratam a situação de hoje e podem não ser um guia confiável para o futuro.

Índice de Solvência Geral (ISG) – este índice avalia a capacidade de uma empresa em liquidar suas

obrigações no caso de falência.

ILC =

Ativo Circulante

Passivo Circulante

ISG =

Ativo Total

Passivo Circulante +Exigível a Longo Prazo

Se o índice for maior do que 1 (um), pode-se dizer que a empresa é solvente, caso contrário, a empresa é classificada como insolvente.

(28)

A tabela do Exemplo 3 apresenta o balanço patrimonial de uma empresa fictícia e um exemplo do cálculo das medidas de solvência para esta empresa.

Exemplo 3 - Cálculo das medidas de solvência para uma empresa fictícia

Balanço Patrimonial de Empresa Fictícia

ATIVO PASSIVO Circulante (R$) Caixa Duplicatas a receber Estoques 50.000,00 160.000,00 400.000,00 610.000,00 Circulante (R$) Fornecedores Salários a pagar Impostos a pagar Dividendos a pagar 200.000,00 40.000,00 50.000,00 80.000,00 370.000,00 Realizável a Logo Prazo

Empréstimos a Coligadas 30.000,00 Exigívela Logo PrazoFinanciamentos 80.000,00 Permanente Investimentos Imobilizado Diferido 100.000,00 80.000,00 10.000,00 190.000,00 Patrimônio Líquido Capital Lucros acumulados 320.000,00 60.000,00 380.000,00 Total 830.000,00 Total 830.000,00

ILG = 610.000 + 30.000370.000 + 80.000 = 1,42 ILC= 610.000370.000 = 1,65 ISG = 370.000 + 80.000830.000 = 1,84

Carta de Fiança ou Seguro Garantia

A distribuidora poderá, opcionalmente, definir o valor de projeto a partir do qual será necessária a apresentação de um documento de pré-aprovação de fiança bancária para a etapa de pré-diagnóstico, caso aplicável.

Recomenda-se que a carta de fiança ou o seguro garantia sejam exigidos efetivamente se o projeto for qualificado na etapa do diagnóstico energético.

4.1.4 Certificação Financeira

Algumas certificações de saúde financeira podem ser exigidas, como alternativa: • Certidões negativas em órgãos de proteção ao crédito: SPC, SERASA, etc;

(29)

4.1.5 Qualificação da ESCO

A empresa responsável pela análise técnica do projeto também pode ser chamada a demonstrar sua capacidade técnica por meio de, por exemplo:

• Atestados técnicos de projetos anteriores: ARTs, cartas de clientes; • Certificações técnicas de capacidade, como o CMVP da EVO.

4.2 Critérios de Seleção

Até a introdução da Chamada Pública como regra para a captação de projetos, a Relação Custo-Benefício (RCB) era o único critério para a realização de projetos do PEE. O objetivo da introdução de outros critérios é explorar de maneira consistente o potencial de eficiência energética dos projetos e romper barreiras de mercado.

A parametrização dos critérios de seleção pela distribuidora poderá ser determinante para o sucesso na prospecção dos melhores projetos em uma Chamada Pública e para o desenvolvimento do mercado de eficiência energética apoiado pelo PEE.

A flexibilidade na aplicação dos critérios visa atender às diversas situações apresentadas em Chamadas Públicas, considerados o grau de maturação do mercado de eficiência energética local, a tipologia visada e o seu potencial de eficiência energética, as tecnologias disponíveis, os casos de sucesso para a sociedade, entre outros fatores.

Este capítulo do Guia CPP analisa cada critério apresentado no documento do PROPEE – “Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto”, avaliando a relevância da pontuação e orientando quanto à sua parametrização. Neste documento estão apresentadas as fórmulas para os cálculos dos critérios objetivos.

Os critérios de seleção estão apresentados na Tabela 2 abaixo. Para cada critério (letras maiúsculas de A a I) e em cada Chamada Pública de Projeto, a distribuidora deverá estabelecer o seu valor, em números inteiros, dentro dos limites indicados. A soma dos critérios escolhidos deverá ser igual a 100 (cem) pontos.

Pontuações diferentes para atender a situações específicas, com valores fora dos limites indicados ou com adição de novos critérios, poderão ser submetidas à ANEEL para avaliação inicial.

(30)

Alguns critérios são divididos em subcritérios (letras maiúsculas e números). Para cada sub-critério, a distribuidora deverá estabelecer o seu valor, em números inteiros, dentro dos limites percentuais indicados do valor do critério. A soma dos pontos dos subcritérios deverá ser igual à do respectivo critério.

Pode-se observar da Tabela 2 que aproximadamente 70% dos critérios são objetivos.

Tabela 2 - Critérios para pontuação das propostas

Item Critério Limite mínimo Limite máximo

A Relação custo-benefício 30 40

A1 Relação custo-benefício proporcional 75% 75%

A2 Relação custo-benefício ordenada 25% 25%

B Peso do investimento em equipamentos no custo total

5 10

C Impacto direto na economia de energia e redução de demanda na ponta

10 20

C1 Impacto na economia de energia 50% 70%

C2 Impacto na redução de demanda na ponta 30% 50%

D Qualidade do projeto 8 15

D1 Qualidade global do projeto 20% 30%

D2 Bases do projeto 20% 30%

D3 Consistência do cronograma apresentado 20% 30%

D4 Estratégia de M&V apresentada 30% 40%

E Capacidade para superar barreiras de

merca-do e efeito multiplicamerca-dor 0 (zero) 5

E1 Eficácia na quebra de barreiras de mercado 0% 100%

E2 Induz comportamentos de uso eficiente da energia

0% 100%

E3 Destina-se a segmentos com barreiras mais

relevantes 0% 100%

F Experiência em projetos semelhantes 10 20

F1 Experiência nos usos finais propostos 30% 40%

F2 Experiência no PEE 20% 30%

F3 Certificação CMVP da EVO 20% 30%

F4 Outras certificações pertinentes 20% 30%

G Contrapartida 10 20

H Incentivo a usos finais 5 10

I Ações educacionais e divulgação 5 10

Fonte: Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto

A distribuidora deverá definir as regras de desempate para a pontuação aplicada às propostas de projetos.

(31)

Em caso de empate, recomenda-se aplicar às propostas de projetos critérios sucessivos como os sugeridos a seguir:

• A menor relação custo-benefício (RCB); • O maior valor de energia economizada (EE);

• O maior valor de redução de demanda em horário de ponta (RDP).

Outros critérios poderão ser acrescentados à regra de desempate pela distribuidora.

Uma vez aplicados todos os critérios definidos, persistindo o empate entre as propostas de projetos apresentadas, sugere-se a realização de um sorteio público previamente informado aos interessados.

4.3 Detalhamento dos Critérios de Seleção

A seguir será detalhado e comentado cada critério de seleção, destacando-se a atribuição dos valores para alavancar o maior potencial de eficiência energética.

4.3.1 Critério A - Relação custo-benefício (RCB)

O cálculo da RCB considera apenas a parcela do investimento aportada pelo PEE, ampliando a pontuação e o potencial competitivo dos projetos que têm contrapartida. A metodologia para pontuação deste critério está dividida em dois subcritérios objetivos apresentados a seguir.

A relação custo-benefício proporcional classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação proporcional em relação ao melhor projeto (com menor RCB), que recebe a pontuação máxima.

A relação custo-benefício ordenada classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação de acordo com uma lista ordenada descendente dos valores da RCB. Este subcritério espaça igualmente a pontuação entre os projetos, mitigando o efeito monopolizador de projetos com RCB muito abaixo da média.

A RCB é o critério chave que norteia a avaliação econômica de viabilidade de um projeto no PEE. Desta forma, atribui-se a este critério o potencial de identificação objetiva dos melhores projetos do ponto de vista econômico. No entanto, outras barreiras podem fazer com que projetos mais promissores tenham maior RCB – por exemplo, a incerteza quanto aos resultados a obter, ou a dificuldade de medição, podem privilegiar projetos de iluminação em detrimento de outros usos finais que dependam de outras variáveis, como clima ou produção. Nos mercados onde houver mais barreiras deste tipo a vencer, a pontuação atribuída à RCB poderá ser menor. Por exemplo, o setor industrial consome somente 3% da energia elétrica em iluminação. Evidentemente, devem ser privilegiados os projetos em força motriz em detrimento dos em iluminação

(32)

4.3.2 Critério B - Peso do investimento em equipamentos no custo total

Projetos que possuem maiores investimentos (considerando o investimento total do PEE somado à contrapartida, se houver) diretos em equipamentos em detrimento dos custos indiretos ou administrativos associados à ação de eficiência energética, tendem a garantir uma maior confiabilidade no sucesso do projeto, reduzindo os seus riscos no alcance dos resultados esperados.

Apesar do investimento em equipamentos ser uma garantia da viabilidade do projeto, projetos com mais engenharia agregada (por exemplo, automação) podem ser prejudicados. A distribuidora poderá avaliar o mercado e verificar a viabilidade de reduzir a pontuação deste critério nestes casos.

4.3.3 Critério C - Impacto direto na economia de energia e redução de demanda na

ponta

O PEE tem como um dos seus objetivos maximizar os benefícios públicos diretos da energia economizada e da demanda evitada. A metodologia para pontuação deste critério está dividida em dois subcritérios objetivos apresentados a seguir.

O impacto direto na economia de energia classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação proporcional em relação ao melhor projeto (com o maior valor de energia economizada), que recebe a pontuação máxima.

O impacto direto na redução de demanda na ponta classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação proporcional em relação ao melhor projeto (com o máximo valor de demanda reduzida na ponta), que recebe a pontuação máxima.

Atualmente, muitas vezes ocorre da ponta do sistema não corresponder ao horário de ponta definido pela distribuidora (por exemplo, nos dias de verão a ponta do SIN ocorre por volta de 15 horas devido ao uso intensivo do condicionamento ambiental). Nestes casos, deve-se privilegiar a economia de energia (critério C1) em detrimento da redução de demanda na ponta (critério C2). Também no caso do mercado ter um grande poten-cial em projetos pequenos (por exemplo, pequenas empresas), este critério deve ser minimizado para estimular estes projetos.

4.3.4 Critério D - Qualidade do projeto

(33)

Qualidade global do projeto

Visa valorizar os projetos bem construídos e com maior probabilidade de sucesso:

• apresentando a descrição clara dos objetivos e do cenário da linha de base com consistência técnica e econômica;

• apresentando anexos explicativos, conteúdos e programas detalhados. Para dar maior clareza na avaliação e na pontuação dos projetos em razão deste subcritério, a distribuidora poderá estabelecer pontuações parciais, levando em consideração aspectos como: correção dos cálculos apresentados, descrição clara e adequada dos objetivos e das ações propostas, encadeamento dos itens do projeto, atendimento ao edital da Chamada Pública.

Bases do projeto

É o subcritério que reforça a pontuação em projetos com bases sólidas. Para dar maior clareza na avaliação e na pontuação dos projetos em razão deste subcritério, a distribuidora poderá estabelecer pontuações parciais, levando em consideração aspectos como: qualidade na fundamentação dos pressupostos considerados no cenário da linha de base, consistência do levantamento de dados, custos adequados, estimativas adequadas de economia de energia e redução de demanda na ponta.

Cronograma

Reforça a ideia da necessidade de estabelecimento de períodos adequados às diversas tarefas como representativo da expertise do proponente. Deve-se medir a consistência do cronograma apresentado, levando em consideração aspectos como: tempo de aquisição dos equipamentos, tempo para implantação das ações, tempo para os períodos de M&V de linha de base e determinação da economia.

Estratégia de medição e verificação (M&V)

É parte essencial de qualquer projeto de eficiência energética, como a forma adequada de medir os seus resultados. Deve-se levar em consideração aspectos como: determinação das variáveis independentes, plano de medição adequado da energia/demanda e variáveis independentes, modelo da energia, equipamentos de medição, períodos de medição, opção do PIMVP (EVO, 2012) e orçamento adequado.

A qualidade dos projetos é um requisito relevante para o sucesso do PEE, indicando o nível de maturidade no desenvolvimento de projetos de eficiência energética no mercado da distribuidora. Onde o mercado apresentar nítidas diferenças de qualidade, este critério deve ser ressaltado, como forma de escolher os projetos mais confiáveis. Onde o mercado já estiver maduro, com maioria de bons projetos, o critério perde interesse.

(34)

4.3.5 Critério E - Capacidade para superar barreiras de mercado e efeito multiplicador

Este critério está relacionado a objetivos primordiais do PEE. No entanto, mostrou-se de difícil quantificação pelas distribuidoras no período dois anos de avaliação dos procedimentos da CPP (2013 a 2015), além de estar de certa forma contemplado em outros critérios. Observou-se que a dificuldade de quantificação deste critério fez com que sua pontuação fosse reduzida ou que até não fosse considerada. A metodologia para pontuação deste critério está dividida em três subcritérios apresentados a seguir. Estes subcritérios podem ser considerados na pontuação ou não (limite inferior zero).

Eficácia na quebra de barreiras de mercado

Visa contemplar projetos que, pelo exemplo de sucesso que tragam quando realizados, possam induzir a quebra de barreiras de mercado. A distribuidora poderá considerar aspectos como: tecnologias com alto potencial ainda não explorado de eficiência energética nas diversas tipologias (por exemplo: acionador de velocidade variável – conversor de frequência – na indústria), tecnologias novas ainda não consolidadas, uso de recursos de programas de financiamento à eficiência energética (por exemplo: PROESCO - atualmente BNDES Finem - linha Eficiência Energética - do BNDES, CT-Energ da FINEP).

Indução a comportamentos de uso eficiente da energia

É o subcritério que busca valorizar os projetos que possam, também pelo exemplo de sucesso quando implantados, induzir comportamentos de uso eficiente da energia. A distribuidora poderá considerar aspectos como: uso de gestão energética, uso de sistemas de informação do uso da energia, sistemas automáticos que otimizem o desempenho de equipamentos e sistemas, integração às redes elétricas inteligentes.

Destinação a segmentos com barreiras mais relevantes

É o subcritério que visa premiar os projetos que pretendem enfrentar os segmentos com maiores desafios. Na avaliação deste subcritério, a distribuidora poderá considerar, dentro da tipologia visada, os setores em seu mercado de concessão com os maiores potenciais ainda inexplorados.

Este critério representa um dos objetivos principais do PEE que é desenvolver o mercado de eficiência energética incentivando a superação das barreiras tecnológicas, culturais, econômicas e outras, pelo fomento a projetos que possam gerar um efeito multiplicador. A distribuidora poderá indicar pontos específicos que queira desenvolver (por exemplo, sistemas de gestão de energia).

4.3.6 Critério F - Experiência em projetos semelhantes

O proponente deverá comprovar sua experiência em execução de projetos de eficiência energética na tipologia considerada, por meio da apresentação de atestados de capacidade técnica, fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, declarando de forma clara e precisa que a licitante executou ou está executando serviços de eficiência energética. A metodologia para pontuação deste critério está dividida em quatro subcritérios apresentados a seguir.

(35)

Experiência nos usos finais propostos

Visa avaliar a experiência do proponente no uso final, mesmo que este seja principiante em eficiência energética ou no PEE. A distribuidora poderá considerar a comprovação de serviços prestados nos usos finais propostos, em especial em eficiência energética. A distribuidora poderá atribuir pontuações parciais, levando em consideração fatores relevantes como: ações em eficiência energética, porte dos projetos, uso de determinada tecnologia.

Experiência no PEE

A experiência com o programa é importante, mas não deve constituir barreira à entrada de novas empresas executoras. A distribuidora poderá considerar a comprovação de serviços prestados em projetos do PEE. A distribuidora poderá atribuir pontuações parciais levando em consideração fatores relevantes como: ações em eficiência energética, porte dos proje-tos, uso de determinada tecnologia.

Certificação CMVP da EVO

Reconhecida mundialmente como comprovação da expertise de um profissional na elaboração e execução de ações de Medição e Verificação (M&V). A distribuidora poderá considerar a existência na equipe executora de profissional certificado em medição e verificação (CMVP – Certified Measurement and Verification Professional) pela EVO (Efficiency Valuation Organization). A distribuidora poderá atribuir pontuações parciais em função do número de profissionais certificados e/ou da experiência demonstrada em M&V.

Outras certificações pertinentes

Outras possíveis certificações podem ser estimuladas para melhorar a qualidade dos serviços prestados em projetos de eficiência energética. A distribuidora poderá considerar a existência na equipe executora ou na entidade executora do processo de certificações relativas à execução de projetos de eficiência energética (por exemplo, o QUALIESCO da ABESCO). A distribuidora poderá atribuir pontuações parciais considerando o número de profissionais certificados e/ou a experiência acumulada na certificação.

4.3.7 Critério G - Contrapartida

Este critério estimula o aporte de outros recursos, além do PEE, para a consecução do projeto. Incentivos à contrapartida (pagas por consumidores ou terceiros) foram introduzidos no PROPEE com o objetivo de aumentar o recurso disponível para as ações de eficiência energética, bem como elevar o compromisso dos consumidores beneficiados pelo PEE, visando ampliar os resultados, os benefícios para a sociedade e a perenidade dos projetos.

A experiência do proponente em ações de eficiência energética é um fator relevante para o sucesso do projeto. Todavia, estimular a entrada de novas empresas atuantes em projetos de eficiência energética é, igualmente, um fator relevante para fomentar o mercado de novos projetos. A distribuidora poderá aplicar este critério sem constituir barrei-ra à entrada de novas empresas executoras. Onde houver um mercado imaturo, com poucas empresas com experiência, é importante ressaltar este critério. Onde houver predominância de poucas empresas, deve-se diminuir a sua

(36)

O critério da contrapartida classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação proporcional em relação ao melhor projeto (com maior contrapartida relativa ao investimento total), que recebe a pontuação máxima.

Projetos sem contrapartida receberão pontuação zero pela aplicação direta da fórmula.

O PEE deve ser um programa incentivador do mercado de eficiência energética, sem, contudo, ocupar o seu lugar. Para tal, é necessário que haja cada vez mais contribuições de outras fontes de investimento externas ao PEE para a realização de projetos. Este critério já é contemplado na RCB, portanto sua pontuação deve levar em consideração a pontuação do critério A.

4.3.8 Critério H - Diversidade e priorização de usos finais

Este item visa incentivar a exploração de potenciais de eficiência energética em diferentes usos finais. Visa também incentivar mais alguns usos finais em detrimento de outros (por exemplo, iluminação é um uso final que tem várias vantagens – fácil previsão, fácil medição, boa relação custo-benefício) e, portanto, não deve receber mais incentivos.

O critério de diversidade de usos finais (DUF) classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação proporcional em relação ao melhor projeto (com maior valor de DUF), que recebe a pontuação máxima. O DUF leva em conta o número de usos finais contemplados e o peso relativo atribuído a cada um.

De acordo com o mercado onde se aplica a Chamada Pública, deve-se atribuir maior peso aos usos finais com maior potencial ou com maiores barreiras para a sua exploração em função da tipologia. Por exemplo, nos projetos da tipologia industrial o uso final “sistemas motrizes” poderá ter o maior peso entre os usos finais propostos, em razão do seu potencial de eficiência energética para esta tipologia.

O uso final “Iluminação”, por suas características, sempre se sobressai e pode sombrear a exploração de potenciais em outros usos finais – assim, ele pode ter peso 1 (um), enquanto os demais podem ter pesos em números inteiros maiores que um.

O uso final “Fontes Incentivadas” deve ter a maior pontuação entre os usos finais e sua implantação deve seguir o prescrito no Módulo 6 do PROPEE (ANEEL, 2013).

A distribuidora deve atribuir pesos aos usos finais possíveis6 . A Tabela

3 extraída do documento do PROPEE - Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto - mostra, como exemplo, os usos finais contemplados nas Chamadas Públicas havidas no período de teste de 2013 a 2015 para referência, com alguns comentários.

(37)

Tabela 3 - Usos finais (exemplo)

Uso final

Aquecimento Solar Ar Comprimido Bombas Bombas de vácuo Condicionamento Ambiental Equipamento hospitalar Fontes Incentivadas Iluminação Motores elétricos Refrigeração Sistemas motrizes7 Sopradores de Ar Gestão energética8

Fonte: PROPEE - Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto

4.3.9 Critério I - Ações educacionais, divulgação e gestão

Este item visa incentivar a aplicação de recursos9 em ações de treinamento, capacitação, divulgação

(marketing) interno e/ou externo e gestão energética, esta última com incentivo duplo (peso dois), pela sua importância.

Este critério classifica os projetos concorrentes dentro de uma mesma tipologia, atribuindo-lhes pontuação proporcional em relação ao melhor projeto (com maior investimento em ações educacionais relativo ao investimento total), que recebe a pontuação máxima.

Estes investimentos devem ser usados para estabelecer ou consolidar a implantação de um projeto de eficiência energética na instalação hospedeira do projeto10 . Ações de treinamento e capacitação, assim como

de divulgação do projeto, consolidam e perenizam o uso mais eficiente da energia, assim como alavancam mais ações no mesmo local ou em outros. Ações de gestão energética englobam todas as demais e as sistematizam, elevando sua influência.

7 - Em “Sistemas Motrizes”, a ação somente com troca de motores deve ser chamada de “Motores Elétricos”. As ações nas máquinas acionadas (por exemplo, bombas, compressores) devem ser classificadas como outro uso final e nos sistemas acionados (por exemplo, sistema hidráulico, sistemas de ar comprimido) outro uso. Estes usos, por seu potencial e dificuldade de ação em eficiência energética, devem ter pesos maiores que “Motores Elétricos”.

8 - O uso final “Gestão energética” não foi utilizado no período de teste, mas foi colocado na tabela para chamar a atenção que é possível (e desejável) fazê-lo, desde que quando siga o determinado na Seção 4.2 item 8 do PROPEE. Recursos aplicados à gestão energética sem mensuração dos resultados podem integrar o item J dos critérios.

9 - Estes investimentos são limitados pelo impacto que produzem no critério A.

10 - De acordo com a ISO 50001 (ABNT, 2011), um sistema de gestão energética é um “conjunto de elementos interrelacionados ou interativos para estabelecer uma política energética e objetivos energéticos, e processos e procedimentos para atingir tais

(38)

4.4 Exemplo de atribuição de pontos aos critérios

O Exemplo 4 extraído do PROPEE - Critérios de Seleção para Chamadas Públicas de Projeto - apresenta um exemplo de cálculo das pontuações em cada critério e subcritério. O exemplo é totalmente aleatório, somente para indicar os cálculos, sem qualquer sugestão de pontuação.

Exemplo 4 - Pontuação dos critérios de seleção

Item mínimoLimite máximoLimite Pontuação

Critério Subcritério % Cálculo subcritério Subcritério

A 30 40 33 A1 75% 75% 75% 75%*32 = 24,75 25 A2 25% 25% 25% 33 – 25 = 8 (Nota 1) 8 B 5 10 7 7 C 10 20 13 13 C1 50% 50% 50% * 13 = 6,5 6 C2 50% 50% 13 – 6 = 7 7 D 8 15 12 D1 30% 40% 30% 30% * 12 = 3,6 4 D2 20% 30% 25% 25% * 12 = 3 3 D3 20% 30% 30% 30% * 12 = 3,6 4 D4 20% 30% 15% 12 – (4+3+4) = 1 1 E 0 (zero) 5 0 E1 0% 100% E2 0% 100% E3 0% 100% F 10 20 15 F1 30% 40% 40% 40% * 15 = 6 6 F2 20% 30% 20% 20% * 15 = 3 3 F3 20% 30% 20% 15 – (6 + 3 + 3) = 3 3 F4 20% 30% 20% 20% * 15 = 3 3 G 10 20 10 10 H 5 10 5 5 I 5 10 100 – (Σdemais) = 5 5 TOTAL 100 - - 100

Nota 1: O número de pontos de um subcritério (em cada critério) deve ser calculado pela diferença entre o número de pontos do critério e a soma dos demais subcritérios.

(39)

4.5 Elaboração do Edital

O Edital da Chamada Pública de Projetos é o documento que estabelece as regras e procedimentos para elaboração, apresentação, classificação e seleção das Propostas de Projetos. O seu conteúdo deverá ser elaborado de forma clara e em conformidade com as normas estabelecidas nos Procedimentos do Programa de Eficiência Energética – PROPEE, aprovado pela Resolução Normativa n° 556, de 02 de julho de 2013, da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

A Tabela 4 apresenta os elementos essenciais para a elaboração do Edital da CPP.

Tabela 4 – Elementos essenciais para a elaboração do Edital

Edital da Chamada Pública de Projetos

1 – Consumidores e proponentes elegíveis

2 – Recursos financeiros e tipologias de projeto

3 – Etapas de apresentação de projeto

4 – Cronograma

5 – Especificações e parâmetros regulatórios da ANEEL

6 – Especificações e parâmetros da distribuidora

7 – Documentos da Chamada Pública

8 – Formas de apresentação das propostas

9 – Seleção das propostas

10 – Implantação de projetos em consumidores com e sem fins lucrativos

11 – Anexos: modelos de documento, glossário, especificações técnicas, etc.

A seguir, são detalhadas cada uma das seções e informações necessárias para a elaboração do Edital da CPP.

4.6 Consumidores e Proponentes Elegíveis

Nesta seção do Edital deverão ser informados quais são os participantes elegíveis da CPP e as condições de elegibilidade.

Em princípio, todos os consumidores atendidos, dentro da tipologia definida, na área de atendimento da distribuidora são elegíveis à apresentação de propostas de projetos na CPP.

Também os consumidores livres que estejam conectados ao sistema da distribuidora são elegíveis a participar da CPP. Os que são atendidos diretamente pela rede básica não o são.

(40)

Empresas legalmente habilitadas para a execução de serviços de conservação de energia, fabricantes e comerciantes de equipamentos, formalmente representando consumidores da área de concessão da distribuidora, poderão apresentar propostas de projetos na CPP, sempre com a concordância formal dos usuários finais.

4.7 Recursos Financeiros e Tipologias de Projeto

Nesta seção do Edital deverão ser informados os recursos financeiros disponibilizados pela distribuidora para cada tipologia de projeto, conforme definidos na fase de “Preparação da CPP”, apresentadas nos itens 3.3 (Recursos Financeiros) e 0 (Tipologias) deste Guia.

Para garantir a transparência dos procedimentos da CPP recomenda-se que no Edital recomenda-seja ressaltada a regra de aplicação dos recursos por tipologia. Por exemplo, informando que caso haja projetos suficientes para preencher o recurso de uma tipologia, outros projetos aprovados em outra tipologia poderão ser contemplados. Não destinar recursos por duas ou mais tipologias sem discriminação, ou seja, os projetos deverão concorrer, numa primeira fase, dentro da sua tipologia, para só então, serem contemplados outros projetos com recursos não utilizados em outra tipologia.

Para clareza da informação recomenda-se adotar a apresentação em tabela conforme o exemplo da Tabela 5.

Tabela 5 - Apresentação dos recursos financeiros da CPP por tipologia

Tipologia Ações de eficiência energética Recurso disponibilizado

Comércio e Seviços

Melhoria de instalação Gestão energética

Fontes alternativas R$ 3.000.000,00 Industrial Melhoria de instalação R$ 6.000.000,00

4.8 Cronograma

Nesta seção do Edital deverá ser apresentado o cronograma da CPP. A seguir, a Figura 3 apresenta os elementos essenciais para o cronograma da CPP com apresentação de propostas em duas etapas. A Figura 4 apresenta o cronograma básico para a apresentação em etapa única.

Os tempos de duração das etapas apresentados nos cronogramas são indicativos, cabendo à distribuidora dimensioná-los de acordo com os seus procedimentos internos, buscando favorecer a maior captação possível de projetos.

A adoção de um período para esclarecimento de dúvidas maior ou igual a trinta dias contados do lançamento do Edital até o início do período de recebimento das propostas de projetos, permite que os proponentes

(41)

Lançamento do Edital

Entrada

5 dias*

Início da recepção dos projetos

Fim da recepção dos projetos

Divulgação preliminar da seleção dos projetos

Divulgação final da seleção dos projetos aprovados para a 2ª Etapa

Início da recepção dos diagnósticos energéticos

Fim da recepção dos diagnósticos energéticos

Divulgação da seleção final dos projetos que serão contratados

SOCIEDADE

DISTRIBUIDORA

Esclarecimentos e dúvidas

Entrada

15 dias*

Recepção dos projetos 1ª Etapa

Entrada

5 dias*

Classificação dos Projetos

Entrada

5 dias*

Período para interposição de recursos

Entrada

3 dias*

Entrada

15 dias*

Recepção dos projetos 2ª Etapa

Entrada

7 dias*

Avaliação dos projetos

(42)

Lançamento do Edital

Entrada

5 dias*

Início da recepção dos projetos

Fim da recepção dos projetos

Divulgação preliminar da seleção dos projetos

Divulgação da seleção final dos projetos que serão contratados

SOCIEDADE

DISTRIBUIDORA

Esclarecimentos e dúvidas

Entrada

15 dias*

Recepção dos projetos 1ª Etapa

Entrada

5 dias*

Classificação dos Projetos

Entrada

5 dias*

Período para interposição de recursos

Entrada

Figura 4 – Proposta de cronograma básico da CPP com etapa única de apresentação de propostas

4.9 Especificações e exigências regulatórias da ANEEL

Esta seção do Edital informa que as propostas de projetos apresentadas no âmbito da CPP da distribuidora deverão obedecer, obrigatoriamente, a todas as disposições constantes no documento Procedimentos do Programa de Eficiência Energética – PROPEE da ANEEL.

Referências

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