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Série Essencial de Indicadores da Agência Europeia para o Ambiente (Core set of indicators ‐ Environmental European Agency ‐ CSI‐EEA) 

2.5. Modelos conceptuais e operacionais Em seguida apresentam‐se dois modelos: 

2.6.14. Série Essencial de Indicadores da Agência Europeia para o Ambiente (Core set of indicators ‐ Environmental European Agency ‐ CSI‐EEA) 

  A EEA é uma organização da União Europeia que se dedica ao fornecimento de informação independente em  ambiente, constituindo a principal fonte de informação para os envolvidos em questões de desenvolvimento,  adopção, implementação e avaliação de políticas ambientais, assim como para o público em geral.    A Série Essencial de Indicadores de EEA foi produzida em 2004, com três objectivos principais: fornecer uma  plataforma  estável  para  a  avaliação  do  desempenho,  gerida  com  base  em  indicadores  que  reflectem  as  prioridades  políticas  a  nível  de  ambiente;  atribuir  prioridade  a  melhorias  na  qualidade  e  abrangência  dos  dados,  nomeadamente  no  sentido  de  aumentar  a  comparabilidade  e  precisão  da  informação  e  avaliações;  contribuir para outras iniciativas de indicadores na Europa e a nível global.  

 

No  desenvolvimento  e  implementação  da  série,  a  EEA  foi  conduzida  pela  necessidade  de  identificar  um  reduzido  número  de  indicadores  relevantes  para  as  políticas,  estáveis  mas  não  estáticos,  que  permitam  responder  às  questões  políticas  prioritárias.  Estes  indicadores  devem,  no  entanto,  ser  considerados  a  par  de  mais informação para se obter a sua máxima eficiência (Caspersen, 2007).    Na Série Essencial de Indicadores da EEA, recorre‐se a 40 fontes e a cerca de 100 séries de dados diferentes. O  Eurostat é a principal fonte de dados contribuindo com cerca de 30 séries, seguido da Environment DG, que  contribui com cerca de 14 séries. A própria EEA é a fonte de 9 séries de dados nos seguintes campos: ar, água,  solo, uso do solo e áreas designadas. Muitas vezes as mesmas séries de dados são utilizadas para diferentes  indicadores para que seja possível observar o tema de diversas perspectivas, para diferentes propósitos e por  diferentes utilizadores (Caspersen, 2007; European Environment Agency, 2005). A série essencial da EEA inclui  39 indicadores 67   que cobrem 6 temas ambientais e 4 sectores, que se podem observar na Figura 2.19.      Série Essencial da EEA  Sectores  ‐ Agricultura (2 indicadores)  ‐ Energia (5 indicadores)  ‐ Pescas (5 indicadores)  ‐ Transportes (3 indicadores)  Temas  ‐ Poluição do Ar (5 indicadores)  ‐ Biodiversidade (3 indicadores)  ‐ Alterações Climáticas (5 indicadores)  ‐ Ambiente Terrestre (2 indicadores)  ‐ Resíduos (2 indicadores)  ‐ Água (7 indicadores)  Figura 2.19 ‐ Temas e sectores da Série Essencial da EEA (Fonte: Adaptado de European Environment Agency34,  2005)    Os indicadores foram seleccionados de uma série mais abrangente, com base numa lista de critérios utilizada  na  Europa  e  na  OECD.  Foi  dada  particular  atenção  à  relevância  das  prioridades  políticas,  objectivos  e  metas,  disponibilidade  de  dados  de  alta  qualidade  tanto  a  nível  temporal  como  a  nível  espacial  e  à  aplicação  de  métodos bem fundamentados para o cálculo dos indicadores. Esta é pois uma métrica que, numa perspectiva  da  natureza  da  metodologia,  se  pode  considerar  série  de  indicadores  de  desenvolvimento  sustentável  (Wesselink et al., 2007). Contempla apenas aspectos ambientais do desenvolvimento sustentável, sendo que,  como tal, o PIB não é incluído (Caspersen, 2007).  

A  nível  de  resultados,  na  página  de  Internet  da  EEA  é  possível  retirar  as  séries  de  dados,  metadados,  assim  como  gráficos  de  tendências  de  diversos  indicadores.  Por  exemplo,  no  caso  do  indicador  CSI  001  do  tema  “Poluição  do  Ar”  ‐  “Emissão  de  Substâncias  Acidificantes”,  pode  retirar‐se  um  gráfico  que  inclui  as  metas  traçadas  pela  directiva,  assim  como  as  emissões  de  substâncias  acidificantes  para  os  27  países  da  União  Europeia  e  para  os  32  países  da  EEA.  Incluem‐se  também  projecções  para  2010,  considerando  medidas  previstas e medidas adicionais.      Figura 2.20 ‐ Tendências das emissões de substâncias acidificantes na Europa (1990‐2010) (Fonte: European  Environment Agency34, 2009)    Deste modo, a nível das substâncias acidificantes, como se pode verificar, as projecções indicam que se possa  de facto cumprir a meta da Directiva da União Europeia.     Número de países   Limitações, dificuldades e críticas 

‐ Alguns  indicadores  que  têm  de  ser  melhorados  (e.g.  biodiversidade,  indicadores  terrestres,  químicos, ruído, qualidade ecológica da água, entre  outros)  assim  como  aspectos  de  indicadores  individuais  que  não  aparentam  robustez  (e.g.  cobertura  espacial  nos  indicadores  da  procura  de  transporte  de  passageiros,  balanço  bruto  de  nutrientes, metodologia para responder a questões  políticas do consumo, produção de substâncias que  contribuem para a deplecção da camada do ozono,  entre outros); 

Embora  a  EEA  seja uma  organização  da  União  Europeia,  tem  parcerias  com  países  que  não  são  Estados‐membros.  A  EEA  inclui  actualmente  32  países:  os  27  Estados‐membros  da  União  Europeia,  Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça e Turquia35.  Periodicidade/ Publicação 

A Série Essencial de indicadores da EEA é actualizada  aquando  a  actualização  dos  dados  dos  indicadores  individuais,  mediante  os  seus  ciclos  dos  relatórios  (Caspersen, 2007). A periodicidade da publicação dos  dados de cada indicador é em geral anual, sendo que  existem casos em que é de 2 em 2 anos (Produção de  resíduos  municipais),  3  em  3  anos  (Balanço  bruto  de  nutrientes),  5  em  5  anos  (Espécies  protegidas  e  ameaçadas;  diversidade  das  espécies)  ou  10  em  10  anos  (Tomada  de  terras).  Os  resultados  são  publicados com regularidade na página de Internet da  EEA  e  em  relatórios  (European  Environment  Agency,  2005). 

‐ Além disso, a poluição do solo, por exemplo, não  se  encontra  suficientemente  abrangida  por  esta  métrica; 

‐  É  também  necessária  maior  transparência  nas  fontes  de  dados  e  na  obrigação  de  produzir  relatórios,  para  garantir  um  uso  mais  custo‐eficaz  dos  dados  nacionais  e  para  permitir  exercícios  de 

benchmark mais eficientes.  

(European Environment Agency, 2005)   

       

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Mais  informações  em:  “European  Environment  Agency”  ‐  http://www.eea.europa.eu/,  acedido em  25  de  Setembro  de  2009 

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Relativamente à difusão na sociedade, os utilizadores podem aceder à Série Essencial na página de Internet da  EEA e utilizar as ferramentas disponíveis e os dados para fazer as suas análises e apresentações. A EEA publica  resultados  na  Internet  desde  2001  (European  Environment  Agency,  2005).  Tem  também  desenvolvido  ferramentas  de  apoio  da  educação  ambiental  e  comprometeu‐se  a  desenvolver,  testar  e  comunicar  novas  e  melhores abordagens para a criação de avaliações ambientais (Caspersen, 2007).  

 

Os  utilizadores  que  recorrem  à  Série  Essencial  da  EEA  para  obter  dados  os  seus  estudos  são  convidados  a  atentar criticamente na série e a contribuir para desenvolvimentos futuros. A EEA revê a série regularmente  com os seus Estados‐Membros, assim como com outras partes interessadas, sendo que os resultados e acções  que daí se retiram são sujeitos a aprovação pelo quadro de gestão da EEA. A EEA desenvolveu um serviço de  gestão  dos  indicadores  (Indicator  Management  Service  ‐  IMS),  que  permite  aos  especialistas  num  tema  ou  sector,  gerir  as  séries  e  facilita  a  comunicação  dos  seus  trabalhos.  A  relação  entre  o  acesso  aos  dados  e  a  obrigação  de  reporte  são  fornecidas  pelo  serviço  de  dados  da  EEA  e  pela  ROD  (Reporting  Obligations 

Database). Este sistema liga directamente os dados fornecidos pelos países, permitindo transparência, fluxos 

de  informação  eficientes  e  igual  qualidade  dos  dados  na  fonte  original  e  a  nível  europeu  (European  Environment Agency, 2005).  

 

Desenvolvimentos futuros na integração e uso dos dados ambientais são influenciados pela Inspire, iniciativa  europeia que tem por objectivo a criação de uma infra‐estrutura de informação espacial para distribuir serviços  de  informação  espacial  integrada  aos  utilizadores.  Os  dados  ambientais  acabarão  por  ser  completamente  integrados nesta infra‐estrutura. O estabelecimento de uma capacidade europeia para a monitorização global  do  ambiente  e  segurança  (European  capacity  for  global  monitoring  of  environment  and  security  ‐  GMES)  contribui para assegurar a provisão de informação ambiental. Esta capacidade vai englobar um grande leque de  fontes de informação da observação da Terra, fazendo uso completo das capacidades de monitorização in‐situ  assim como das aéreas e espaciais. Ligações entre o Inspire e o GMES vão assegurar que as novas capacidades  de  observação  e  monitorização  estabelecidas  sejam  integradas,  acessíveis  e  utilizáveis  dentro  do  modelo  do  Inspire. Algumas organizações internacionais têm actividades para desenvolver modelos e séries de indicadores  sobre problemas ambientais, integração do sector ambiental e problemas de desenvolvimento sustentável. A  EEA procura contribuir com a sua Série Essencial de Indicadores para alargar a visão na área dos indicadores,  sendo  responsável  por  assegurar  a  qualidade  dos  dados  utilizados.  Também  garante  que  os  utilizadores  conhecem  as  incertezas  associadas  aos  dados  e  indicadores,  em  termos  de  valores  e  conceitos,  assim  como  quando  estas  se  devem  à  qualidade  dos  dados  de  entrada.  Procura  pois  atingir  um  elevado  grau  de  transparência, o que traz credibilidade às avaliações feitas, mesmo quando os dados são recolhidos por outras  organizações, que não a EEA (Caspersen, 2007). 

 

Relativamente  à  disseminação  da  Série  Essencial  a  nível  de  tomada  de  decisão,  esta  é  também  dirigida  aos  políticos, sendo um dos critérios de selecção dos indicadores, a relevância política (Caspersen, 2007). Na página  de Internet da EEA é possível encontrar curvas referentes às principais mensagens chave35. 

 

2.6.15. Indicadores “Japan For Sustainability” (Japan For Sustainability Indicators)   

Após  a  Conferência  de  Quioto  sobre  Alterações  Climáticas  em  1997,  as  actividades  que  enquadram  os  problemas ambientais adquiriram maior expressão no Japão e expandiram‐se a diversos sectores. Actualmente  existem  muitas  iniciativas  a  nível  dos  governos  nacionais  e  locais,  indústria,  institutos  de  investigação,  universidades,  ONGs  e  cidadãos  individuais.  A  JFS  considera  que  o  Japão  pode  contribuir  para  a  sustentabilidade através do seu exemplo do período Edo (período do início do século XVII até ao final do século  XIX  em  que  o  Japão  foi  auto‐suficiente  em  alimentos  e  energia,  tinha  um  baixo  crescimento  populacional  e  realizava reciclagem de quase todos os materiais). Existe muito pouca informação em matéria de ambiente e  sustentabilidade traduzida de japonês para inglês e a sua distribuição a nível mundial é geralmente limitada. A 

 

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  Mais  informações  em:  “European  Environment  Agency”  ‐  http://www.eea.europa.eu/,  acedido  em  25  de  Setembro  de  2009