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5.8 ESTÁGIOS EM SERVIÇO SOCIAL

5.8.1. Estágio Obrigatório em Serviço Social

O Estágio Obrigatório no Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade de Caxias do Sul (Estágios I, II e III) pauta-se pela legislação pertinente aos estágios: Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o

42 estágio de estudantes e dá outras providências; Resolução CFESS/nº 533, de 29 de setembro de 2008. Regulamenta a Supervisão Direta de Estágio no Serviço Social; Parecer nº: 492/2001. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia; Resolução nº 57-10 do CEPE, que aprova a nova redação do documento “Diretrizes Gerais para os Estágios Curriculares dos Cursos de Graduação da Universidade de Caxias do Sul”. O mesmo ocorre em três períodos sucessivos, sendo um pré-requisito do outro (indicado no Plano de Execução Curricular no 5º, 6º e 7º semestres). Porém, em todos os semestres (pares e ímpares) são ofertados aos estudantes os três níveis de estágio.

A carga horária total dos estágios obrigatórios em Serviço Social é de 540 horas-aula (quinhentos e quarenta horas). Cada estágio é de 180 horas que são cumpridas pelos estudantes em 12 horas semanais, em exercício real de trabalho, em espaços sócio-ocupacionais: campos de atuação dos assistentes sociais, conforme indicado no item 3.1.1.

Quanto à definição das instituições, espaços sócio-ocupacionais de Estágio, é de responsabilidade da Universidade de Caxias do Sul, através da Coordenadoria das Relações Universitárias - Central de Estágios e do Curso de Serviço Social, através de deliberação do Colegiado de Curso.

Os estágios pressupõem supervisão sistemática e direta, entendida a partir de duas dimensões distintas, mas não excludentes (ABEPSS, 2009):

 supervisão acadêmica: compreende o acompanhamento e orientação profissional, através de uma supervisão acadêmica que caracteriza a prática docente e, portanto, sob responsabilidade do professor-supervisor no contexto do curso;

 supervisão de campo: compreende o acompanhamento direto das atividades prático-institucionais do estudante pelo assistente social, nos espaços sócio- ocupacionais (campos de estágio).

Essas dimensões devem estar diretamente articuladas em todo processo de desenvolvimento dos estágios. Assim, a supervisão direta de estágio em Serviço Social configura-se como um

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processo coletivo de ensino-aprendizagem, no qual se realiza a observação, registro, análise e acompanhamento da atuação do(a) estagiário(a) no campo de estágio, bem como a avaliação do processo de aprendizagem discente, visando a construção de conhecimentos e competências para o exercício da profissão. Esta avaliação deve ser realizada continuamente, contemplando duas dimensões: a avaliação do processo de estágio e a avaliação do desempenho discente, assegurando a participação dos diferentes segmentos envolvidos (supervisores acadêmicos e de campo, e estagiários(as). (ABEPSS, 2009, p. 15)

Assim, a supervisão constitui-se em um espaço de reflexão e tomada de decisões, objetivando acompanhar, discutir e configurar o processo de trabalho proposto e executado pelos estagiários.

A proposta de supervisão acadêmica pauta-se na reflexão coletiva, sendo esta fundamental no processo formativo do acadêmico, uma vez que “a prática reflexiva parece demandar uma prática metódica e coletiva [...] como um de seus instrumentos fundamentais” (LÜDKE, 2001, p. 57). Esta concepção sustenta-se na visão de que, com a reflexão coletiva, todos podem compartilhar seus conhecimentos e experiências, avançar mutuamente na formação profissional que requer pensar, refletir, inovar, recriar permanentemente a intervenção profissional. Esta ideia adquire solidez quando os sujeitos do processo de supervisão possuem um espaço onde podem dialogar, trocar informações, conhecimentos, alternativas criadas, dificuldades, sentimentos de insegurança, podendo, a partir da reflexão coletiva, criar um grupo de aprendizagem, com o propósito de se apoiarem no crescimento coletivo e com isso construir novos conhecimentos, desenvolver habilidades, rever atitudes e valores na direção da apreensão efetiva do Projeto ético-político profissional.

Defende-se que esses momentos de reflexão coletiva, são fundamentais, especialmente, quando se trata da intervenção em Serviço Social, reconhece-se a complexidade de se exercitar processos de trabalho em Serviço Social, o que demanda lidar cotidianamente com a questão social, matéria-prima do trabalho do Assistente Social, a qual é analisada criticamente quando os envolvidos (supervisor e acadêmicos) refletem sobre seus planejamentos, execução, encaminhamento, formas de lidar com imprevistos, possibilidades, limites, não apenas de um campo de estágio, mas de todos os envolvidos, o que amplia as possibilidades de análises. Com isto, acredita-se que no espaço coletivo, há a possibilidade de "trabalho cooperativo sobre os problemas de fundo" (PERRENOUD, 2001b, p. 49), o que não

44 ocorreria se a supervisão se pautasse apenas em espaços de reflexão individual, o que não quer dizer que não sejam importantes e necessários, porém não suficientes. Dessa forma, o processo de supervisão acadêmica no curso de Serviço Social da UCS, se estabelece da seguinte forma:

 atividades de supervisão grupal para discussões teóricas de temas gerais e específicos e de discussões sobre estruturação teórico-metodológica dos processos de trabalho em estágios, onde o acadêmico possa estar exercitando e demonstrando, sob orientação do supervisor acadêmico, as competências pertinentes ao seu estágio, no âmbito do conhecimento, das habilidades e das atitudes previstas nos objetivos pedagógicos específicos.  atividades de supervisão individual para orientações das questões

particulares aos projetos de intervenção e as competências pertinentes ao desenvolvimento do seu estágio, no âmbito do conhecimento, das habilidades e das atitudes previstas nos objetivos pedagógicos específicos para cada nível de estágio.

 atividades de encontros coletivos para todos os estagiários e supervisores, visando desencadear, através de oficinas de trabalho, reflexões teórico- metodológicas pertinentes ao coletivo das necessidades dos estagiários.  encontros sistemáticos com o supervisor de campo, o acadêmico e o

supervisor acadêmico para refletir, analisar e definir os processos de estágios do acadêmico, levando-se em consideração as necessidades dos acadêmicos no que se refere às competências pertinentes ao seu estágio, no âmbito do conhecimento, das habilidades e das atitudes previstas nos objetivos pedagógicos específicos para cada nível de estágio.

É importante destacar que as definições quanto aos objetivos e atividades a serem desenvolvidas em cada nível de estágio, bem como, o detalhamento do processo de supervisão e avaliação dos estágios em Serviço Social estão descritos nos Projetos das Unidades de Aprendizagem e na Regulamentação dos Estágios em Serviço Social (obrigatórios e não-obrigatórios ) e da supervisão.

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