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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.3 ANÁLISE DA CULTURA DA INFORMAÇÃO NAS ATIVIDADES DE

4.3.1 Estágio de vida da organização

Para essa questão na pesquisa, para identificar o estágio de vida da organização, a pesquisadora utilizou como referencial teórico o autor Kaufmann (1990), o seu modelo abrange quatro estruturas organizacionais. A infância não existe uma estrutura definida e as comunicações são informais e simples. A fase do crescimento, novas funções especializadas vão surgindo e para exercê-las, são necessários colaboradores mais especializados. Na fase de maturação, a empresa passa a explorar novos produtos, novos mercados. Na fase de renovação, a empresa estará institucionalizada, profissionalizada e com bons sistemas de controle, é extremamente difícil, porque implica adaptar estruturas, reduzir ou eliminar gerências e principalmente, mudar a mentalidade das pessoas que fazem parte da organização.

De acordo com as quatros fases a IES A acredita que permeia entre as fases da maturação e da renovação. Possui bons sistemas de controle, organograma, funções definidas, possui um conselho para a tomada de decisão estratégica, mas com a forte concorrência que a IES A se encontra no momento, a necessidade de procurar novos mercados e novos produtos passa pela fase de renovação, readequar a sua estrutura funcional e o mais difícil que é mudar a mentalidade das pessoas que fazem parte da IES.

Nós somos maduros, nós temos uma consolidação, mas a gente ao mesmo tempo tem que procurar novos mercados né a gente tem uma estrutura definida, se eu tivesse que escolher uma, seria a necessidade de procurar novos mercados em função da situação do ambiente, situação econômica, a situação política, o ambiente externo. Isso nos empurra, temos que procurar novos mercados no sentido de procurar novas opções, nos renovarmos, nos reinventarmos nesse sentido o que não significa que não sejamos maduros (ENTREVISTADO 4).

Eu acho que nós já estamos já na fase da renovação, a IES de estar se reinventando se renovando, ela passou da maturidade para um estágio de mudanças, turbilhão, ela está no ponto que nós estamos pensando se não estamos indo para além do controle. tem um limite, muitas coisas, as coisas começam a borbulhar da maneira que tu ficas assim, será que tem que dar uma segurada para as coisas se organizarem para não perder o controle das coisas então está nessa fase (ENTREVISTADO 1).

Olha, dessas fases, eu acho que a gente vive elas presentemente a todo momento [...] você tá falando de pesquisa você tá falando de ensino, em parceria com mercado etc., então você tem produtos ou fases que você já está bem desenvolvido, tem outros que você está iniciando e é um processo contínuo, então eu acho que nós nos encontramos em todas as partes. Temos áreas ou processos muito bem desenvolvidos e já numa fase de maturação, temos outros que estão em fase de crescimento, temos os outros que estão em fase de desenvolvimento, ou seja, acho que a gente passa o tempo todo por todas essas fases [...] (ENTREVISTADO 3).

O PDI da IES A corrobora com as respostas dos entrevistados, relata que “em 2015, com um lançamento, a IES consolida a produção do conhecimento a serviço do empreendedorismo sustentável. Com o compromisso de promover o avanço da cultura da inovação e do empreendedorismo. Com esta iniciativa, a IES, acompanhando as tendências mundiais, propõe-se a atuar conjuntamente com os diferentes atores responsáveis pelo desenvolvimento regional, para a criação de uma nova matriz de produção e sustentabilidade, conectada com a ciência, a tecnologia e a inovação.

Na IES B, com a sua venda, está passando por um processo anterior ao da renovação, mas os entrevistados ficaram em dúvida entre a maturação e a renovação. A IES B está em um nível bem evoluído de gestão como relata o Entrevistado 5, principalmente na questão da informação, a comunicação flui sem problemas dentro da IES. Hoje a IES com a aquisição, consegue ter uma participação a nível Brasil, antes a sua atuação era somente na região sul.

Olha eu diria que, antes da aquisição, nós estávamos nessa fase da renovação e agora a gente tá passando por todo um processo novo, que é da mistura de duas culturas organizacionais. Eu acho que isso acaba atrasando um pouco, mas como a equipe já estava numa fase mais evoluída, principalmente de informação e a nossa estrutura aqui ela acaba propiciando isso, porque nós temos todas essas áreas, as áreas que hoje eu gerencio, todas essas áreas elas têm uma fluência, assim, a comunicação flui muito naturalmente. Nós estávamos em um nível muito evoluído e isso principalmente proporcionando pelo escritório de projetos, então você agiliza muito os trabalhos e você elimina muitas falhas [...] Agora com esse processo que nós estamos no momento, isso atrapalha um pouco, porque você precisa fazer a junção de duas organizações, de duas culturas, eu acho que isso vai trazer um retrocesso para gente, mas não digo que ele é grande, que ele vai durar muito tempo, mas eu acho que é natural da mudança (ENTREVISTADO 5).

Com certeza está nesse último, porque temos os processos bem desenhados, conheço vários processos de informação, de conhecimento bem alicerçados. A questão é que eu saliento apenas que com essa fusão de uma entidade maior, não que a gente retroceda né [...] Nesse sentido, não que a gente retrocedeu, com essa incorporação pode ser que tenham novos produtos que nós estamos explorando devido à inserção

de uma estrutura que antes nós não tínhamos, por exemplo o próprio EAD, nós tínhamos o EAD, todo desenhado, tá tudo pronto só que com a inserção de uma entidade com 250.000 alunos, o teu EAD não é mais regional, a estrutura dele não sei se comportava mundial, hoje estrutura dele comporta tranquilamente o Brasil em qualquer fronteira que existe, então ele melhorou. Pode ser que a gente esteja transitando em algumas fases [...] (ENTREVISTADO 7).

Renovação, a gente tá por aí, ou maturação ou renovação. Estamos caminhando para esse sentido, já está bem estruturada a gente passou por algumas mudanças de organograma, até agora na última negociação que a IES participou que a gente foi comprado, então mudou de novo o organograma, mas existe um organograma, existe uma estrutura formal, existe um sistema de comunicação estruturado, então eu vejo que a gente tá numa fase de renovação, porque a partir de agora é busca de novos modelos (ENTREVISTADO 8).

No relatório de observação direta feito pela pesquisadora, as respostas dos entrevistados vem ao encontro da percepção, onde a IES B está bem estruturada, possui bons sistemas de controle e atualmente está se adaptando a nova cultura, pois acabou de ser adquirida, um dos pontos positivos é que a estrutura organizacional é enxuta facilitando a comunicação entre os pares. No site da IES possui alguns indicadores de qualidade, como o de produção científica, infraestrutura de ponta, padrão internacional, serviços à comunidade e bolsas e financiamentos.

Na IES C cada um dos campi se encontra em uma fase diferente. No PDI da IES também cada campus faz o seu planejamento, respeitando as diretrizes da reitoria delineadas em conjuntos com os atores organizacionais envolvidos. Um trecho do PDI da IES C relata que “na trajetória, os campi da IES representaram o atendimento a diferentes realidades produtivas locais e comunidades com necessidades específicas, o que trouxe o protagonismo no desenvolvimento socioeconômico da sociedade brasileira, a partir da educação pública, gratuita e de excelência, articulando de forma inequívoca o ensino, a pesquisa e a extensão. Ao longo de seus 10 anos de existência, a IES consolidou-se no cenário educacional do estado e do país. Entretanto, mais do que alcançar esse reconhecimento, é preciso garantir que toda narrativa e memória originadas a partir da sua existência se fortaleça e se enraíze. É preciso estabelecer novas metas e novos paradigmas para sua gestão democrática e participativa, de forma a permitir que o desenvolvimento institucional ocorra tendo como protagonista um público historicamente colocado à margem das políticas de formação para o trabalho, da pesquisa aplicada destinada à elevação do nível de qualidade”.

Assim, é difícil classificar a IES como um todo, porque a gente tem o campus Caxias que foi criado em 2010, campus Porto Alegre é de 1909, campus Vacaria em de 2013, campus Veranópolis 2016, então você percebe que é difícil, cada um está em uma fase. Veranópolis infância, Porto Alegre e Bento maturação, por essa lógica, a IES organizadamente está fazendo 10 anos em dezembro, então se eu fosse classificar a

IES como um todo, eu acho que seria o do meio, crescimento, mas importante que isso fique claro, é crescimento, mas cada campus vai estar nem um estágio bem diferente [...] (ENTREVISTADO 9).

Uma pergunta especialmente quanto à classificação não estaríamos na fase de crescimento. Mas eu gostaria de pautar algumas coisas peculiares aqui, nós fizemos 8 anos, comparando com a vida de uma pessoa é infância, então eu entendo que nós temos bastante coisa desenvolvida, bastante normativas já em vigor, então se trabalhou muito forte nisso e nós estamos consolidando blocos, consolidando condições de trabalhos que antes não existiam. Fica difícil classificar como crescimento apenas e deixando assim, porque tem coisas que nós estamos inovando, como é o caso da incubadora. Acho que muitos aspectos nós estamos ainda como uma adolescente ou como alguns aspectos como crianças, se eu puder colocar eu classifico como crescimento, mas vários pontos eles têm abordagem diferentes (ENTREVISTADO 10).

Olha, eu entendo que a nossa instituição hoje está na fase de maturação, nós temos muitos desses princípios básicos hoje já definidos, mas a gente ainda está em uma fase de prospecção de mercados como você falou aí né, de novos cursos de ver se a proposta do campus ela realmente é bem aceita na comunidade, ou se tem que fazer algum direcionamento novo né, mas a base ela tá construída (ENTREVISTADO 11).