• Nenhum resultado encontrado

Est ação I V Lima Barret o e a reinvenção do cot idiano

O Senhor Adolf o Gor do, apesar de sua per f eição t or quemadesca, em mat ér ia de legislar , esqueceu- se de alguns ar t igos na sua r ecent e lei, r egulando o dir eit o de escr ever em j or nais. Vou lembr ar -lhe alguma cousa e os ar t igos podem ser post os, onde convier .

Vej amos quais são eles:

1°) Todo o ar t igo deve ser acompanhado com o r et r at o do aut or ;

2°) O aut or do ar t igo deve declar ar que sabe ler e escr ever e t em os pr epar at ór ios de Por t uguês, Ar it mét ica, Geogr af ia e est udou par a padr e;

3°) O signat ár io do ar t iculado deve conf essar que nunca f oi acionist a ou cousa que o valha da São Paulo Railway;

4°) Nos ar t igos, nunca se deve aludir a pr or r ogações de cont r at os e out r as t r aquibérnias par lament ar es;

5°) O suj eit o que não pr ovar t er t ido vult uosas t r ansações com companhias de est r ada de f er r o, não pode escr ever nos j or nais, nem mesmo nos “apedidos”.

Cr eio que assim est ar á salva a mor alidade da “impr ensa” e a segur ança do Est ado.

Lima Barret o

Est a pequena cr ônica de Lima Bar r et o, publicada na Revist a Car et a105,

edição de 05/ 08/ 1922, est ampa uma amost r a de seu pensament o em r elação a um t ema que nunca deixou de f azer par t e das mais var iadas r odas de assunt os, desde que os j ornais passar am a int egr ar o cot idiano da humanidade: a liber dade de impr ensa e as t ent at ivas gover nament ais par a coibi-la. Em suas cr ônicas, a per spicácia do olhar se est ende sobr e t udo o que af et a a vida de sua cidade, de seu país, do mundo que o envolve. Tr at a-se de uma obr a na qual um r ico conj unt o de magmas de signif icações imaginár io-sociais se f az pr esent e. Obr as signif icat ivas da lit er at ur a univer sal nunca deixam de apresent ar t ais

car act er íst icas e, como elucida o pensament o de Cast or iadis a r espeit o do magma, podemos f azer emer gir or ganizações conj unt ist as em númer o indef inido, or ganizações que est ão calcadas no imaginár io social inst it uint e. É o que nos demonst r a o pensament o de Cast or iadis.

Lima Bar r et o viveu no Rio de J aneir o, nas duas décadas f inais do Século XI X e nas t r ês iniciais do Século XX, ao passo que Cast or iadis, nascido em I st ambul (Tur quia) no ano em que Lima Bar r et o mor r eu, 1922, viveu at é 1997. Cast or iadis é consider ado um f ilósof o gr ego, por causa das or igens de sua f amília e t ambém por t er emigr ado par a a Gr écia nos pr imeir os anos de sua exist ência. Adult o, r adicou-se na Fr ança. Ambos, ao escrever , t êm à disposição f ar t o mat er ial acer ca do f azer e do viver que car act er izam uma sociedade, um com o olhar volt ado para a lit er at ur a e o j ornalismo nos quais deposit a a pr ópr ia vida, mist ur ando realidade e f icção. O out r o t em ao seu dispor , além de uma visão analít ica pr ivilegiada, a per cepção of er ecida pela Filosof ia e pela Sociologia. É essa vast idão que lhe garant e lugar de dest aque no pensament o do Século XX. Tant o Lima Bar r et o quant o Cast or iadis f azem considerações a r espeit o de uma sociedade que é subj ugada pelo individualismo e pelo cinismo, na qual o f at or econômico t em como acólit o o consumismo e como súdit o f iel boa par t e da impr ensa. Tr at a-se de uma sociedade que acolhe o homem e, por sua vez, é modif icada por ele, por que o homem exist e at r avés da sociedade e est a é sempr e hist ór ica.

Magmas de signif icações sociais est ão impr egnados na sociedade. Pr imeir o por ser, ela pr ópr ia, inst it uída de f or ma imaginár ia. É cr iação – e t ambém aut o- cr iação; nesse caso por t r azer a capacidade da mudança ou da t r ansf or mação. Se há mudanças ou t r ansf or mações, há novos eidos, t er mo gr ego que t r az a idéia da cr iação de f or mas, de novos níveis, de novas camadas, enf im, de novos magmas. O que dá coesão a uma sociedade são as inst it uições que a car act er izam, como a

linguagem, as nor mas, a f amília, os modos de pr odução. As inst it uições t r aduzem signif icações das mais var iadas, como as noções de Deus, cidade, pát r ia, r iqueza, r elações de t r abalho, manif est ações espor t ivas e t oda uma diver sidade que t r az a mar ca dessas signif icações. As inst it uições e as signif icações t ambém t r azem a par t icular idade de r epr esent ar em cr iações ont ológicas. Os element os que int egram uma sociedade são f or mados por ela mesma, ou sej a, par a Nat al ou o Rio de J aneir o exist ir em são necessár ios nat alenses e car iocas, cr iados soment e em e por Nat al e Rio de J aneir o. Assim, a sociedade é sempre aut o-inst it uída e hist ór ica, t em no homem um ser inacabado imer so nas inst it uições e nas signif icações imaginár ias sociais. A inst it uição da sociedade, escr eve Cast or iadis,

é t oda vez inst it uição de um magma de signif icações imaginár ias sociais, que podemos e devemos denominar um mundo de signif icações106. Um vast o mundo de

signif icações t r az Lima Bar ret o em seus escr it os. Um mundo poiét ico, t er mo ut ilizado por Cast or iadis, quando apont a ser a cult ur a um domínio do imaginár io no sent ido est r it o, ou sej a, um domínio poiét ico, por que nenhuma sociedade é r eduzida ao f uncional ou ao inst r ument al. O ser humano est á imer so no poiét ico e equilibra-se num f io que separ a a necessidade e o desej o, ou ent ão a necessidade e a vont ade.

A dist inção ent r e aquilo que chamo de poiét ico e f uncional, escreve

Cast or iadis, não est á evident ement e nas coisas, ela se encont r a na r elação ent r e

a maneir a como as coisas são f eit as e sua f inalidade107. Tomemos como exemplo um vaso, que pode ser f uncional, t er ut ilidades essenciais ao nosso cot idiano, e t ambém ser um admir ável obj et o de ar t e. Nesse segundo caso, a f uncionalidade pode ser colocada em plano inf er ior que o seu valor ar t íst ico, o qual ult r apassa a f inalidade do obj et o. O poiét ico, dest a f orma, é aquilo que escapa à f inalidade ou

106A inst it uição imaginár ia da sociedade. Tr adução Guy Reynaud, r evisão t écnica Luís Rober t o Salinas. 5. ed.

Rio de J aneiro: Paz e Ter r a, 2000. p. 404

107As encruzilhadas do labirint o VI : f igur as do pensável. Tr adução Eliana Aguiar. Rio de J aneir o: Civilização

a ult r apassa. Essas duas cr iações, a poiét ica e a f uncional, não caminham no

mesmo r it mo nem no mesmo sent ido, enf at iza Cast or iadis108. A cr iação poiét ica pode f enecer sem que isso af et e a cr iação no domínio f uncional, ar r emat a.

Quando Lima Bar r et o, r eit er adas vezes, t ece cr ít icas às ações da municipalidade ou do gover no f eder al, em suas cr ônicas e r omances, não se coloca cont r ár io a uma sit uação est abelecida ou em vias de se est abelecer pelo simples pr azer de manif est ar uma visão oposicionist a ou sect ár ia, mas à f or ma como as ações são f eit as e impost as à população. O escr it or dá vez ao j ornalist a par a expressar sua indignação e o j or nalist a cede espaço ao escr it or para colocar -se em pr ol daquilo que acr edit a ser cor r et o. E, dessa f or ma, o poiét ico e o f uncional se ent r elaçam para deixar o leit or a par do que r ealment e o escr it or / j or nalist a pr et ende dizer . A not ícia t r az a f inalidade de inf or mar , enquant o a crônica ult r apassa essa f inalidade. Gêner o j or nalíst ico ou gênero lit erár io, escr eve J osé Mar ques de Melo, a cr ônica r epr esent a uma nar r at iva do cot idiano muit o dif ícil

de ser realizada109. Par a expr imir essa opinião, Melo recor r e a Nabant ino Ramos,

j or nalist a que ex er ceu car gos de r elevância em r edações paulist as nas décadas de 1970/ 80. Ao r essalt ar as especif icidades da cr ônica, Ramos apont a que est a deve ser capaz, senão de comover o leit or , pelo menos de f azê-lo pensar , sent ir , ao pôr em moviment o algumas de suas emoções110. Na cr ônica O Conselho Municipal e a ar t e111, Lima Bar r et o demonst r a sua capacidade de f azer f uncionar

essas engr enagens descr it as por Ramos. Coment a a aprovação de uma r esolução municipal que aut or iza a pr ef eit ur a a despender a quant ia de quinhent os cont os de r éis para const r ução do Teat r o Br asileir o. Lima Bar r et o af ir ma a necessidade do Rio de J aneir o cont ar com um t eat r o digno da cidade, mas coloca em dúvida se a população t er á acesso ao local, por que a obra, devido à sunt uosidade, ser vir á

108Obr a cit ada. p. 136

109A opinião no j ornalismo br asileir o. Pet r ópolis (RJ ): Vozes, 1985. p. 119 110I dem.

par a que uma bur guesia r ica, ou que se f inge de r ica, exiba suas mulher es e

f ilhas, suas j óias e seus vest idos em espet áculos de companhias est r angeir as112.

Out r a cr ít ica é o dist anciament o impost o pelo poder público aos ar t ist as da t er r a, que podem f icar pr ivados do acesso ao t eat r o. O cronist a f az o seguint e per f il do pr ef eit o:

Homem de negócios, f ilho de f azendeir os, educado no t empo da escr avat ur a, ele nunca se int er essou por semelhant e ent idade. O que ele quer ia, er a um edif ício sunt uoso, onde os magnat as da polít ica, do comér cio, da lavour a e da indúst r ia pudessem ouvir óper as, sem o f lagelo das pulgas do ant igo Pedr o I I . Er a só ist o.113

Fosse uma mer a not ícia, mesmo sendo escr it a à maneir a como se f azia j or nalismo na época de Lima Bar r et o, com t odos os f lor eios de um nar iz de cer a – f or ma pela qual o r edat or ant es de escr ever sobr e o que r ealment e pode int er essar ao leit or , r ebusca o t ext o, t ornando-o pr olixo –, não t er ia o carát er poiét ico inser ido pela cr ônica, por que, como enf at iza J osé Mar ques de Melo, o

cr onist a que sabe at uar como consciência poét ica da at ualidade é aquele que mant ém vivo o int eresse do seu público e conver t e a cr ônica em algo desej ado pelos leit or es.114 O car át er poiét ico t em como uma de suas peculiar idades

per mit ir que a imaginação exer ça, r ealment e, seu r eal papel, o qual t ambém é capaz de apr esent ar uma consciência poét ica da at ualidade, como est á explícit o na crônica Um conselho115. Nela, o cr onist a t r at a com humor a r ivalidade ent r e br asileir os e ar gent inos. Os nossos pat r iot as volt am a incomodar -se com as

car icat ur as que os j ornais do Rio da Pr at a publicam, cr it icando coisas do Br asil, 112 I dem.

113 I bidem.

114 A opinião no j ornalismo br asileir o. Obr a cit ada. p. 116 115 Toda cr ônica. Vol. I . p. 171

escr eve. Não sei por que semelhant e abor r eciment o116, cont inua. O cr onist a lament a que a pr ópr ia diplomacia nacional se most r e indignada com as car icat ur as e mobilize o I t amar at i e a Secr et ar ia do Ext er ior , par a enviar mensagens de pr ot est o aos j or nais. É puer il semelhant e est ado de espír it o, enf at iza Lima Bar r et o, par a complet ar : Não só por que uma car icat ur a r epr esent a um

j ulgament o individual, como t ambém as mais das vezes esse j ulgament o é cer t o117. Out r a coisa, opina o cr onist a, os f at os que os j or nais ar gent inos se r ef er em são públicos, e sobr e f at os públicos pode-se t er o j ulgament o que melhor aprouver ao cidadão. Semelhant e condição magmát ica se encont r a na cr ônica Her ói!118, que

t r at a do encont r o ent r e dois velhos amigos. Um t em o f ilho br ilhant e, est udioso, f or mado em dir eit o, mas, inf elizment e t r abalhando como guar da no cais do por t o at é alcançar a posição de escr event e. Quant o ao f ilho do out r o, o pai lut ou em

vão para que met esse no best unt o algumas noções com que ele pudesse ser , ao menos, amanuense, descr eve o cr onist a. Esse f ilho vir ou j ogador de f oot ball,

venceu o Campeonat o Sul-Amer icano com o t eam nacional, vai r eceber cinqüent a

cont os; é um her ói nacional, def ine o pai or gulhoso, para complet ar : E dizer que ele não dava pr a nada!119. Car icat ur a e f ut ebol, ambos moviment am as

engr enagens da imaginação sob a pena do cr onist a, ar r egiment am magmas par a f ir mar -se.

Na obr a A inst it uição imaginár ia da sociedade, Cast or iadis apont a a imaginação como element o pr imor dial do desenvolviment o humano. Ele par t e da visão ar ist ot élica do que ser ia imaginação – phant asia, em gr ego –, por que à alma é impossível pensar sem f ant asia, ou sej a, a capacidade de invent ar , de imaginar . Logo, há sempr e f ant asia. Cast or iadis vai além de Ar ist ót eles, o qual não

r econhecia, nem podia r econhecer – como t ambém Kant –, na imaginação uma 116 I dem.

117 I bidem.

118 Toda cr ônica. Vol. I I . P. 576 119 I dem. p. 576-577

f ont e de cr iação120. Cast or iadis acent ua que t oda gr ande obra f ilosóf ica é uma cr iação imaginár ia, espécie de r ebent o das signif icações par t iculares as quais, nada mais são, do que signif icações f ilosóf icas. Essas signif icações f ilosóf icas t ambém est ão inser idas num magma de signif icações sociais.

Os magmas são subst âncias int r insecament e ligadas ao imaginár io, palavr a que t ambém necessit a de mais elucidação. O imaginár io, par a Cast or iadis, não est á separado da imaginação, t r at a-se de algo f undant e do pensament o, que inst it ui o sent ido e dá vazão ao espaço que se abr e par a a indet er minação do suj eit o e da sociedade. Cont r ar iament e às idéias preconcebidas, escr eve Cast or iadis121, a imaginação cr iadora desempenha um papel f undament al t ant o na ciência quant o na f ilosof ia.

Também na lit er at ur a. O cr onist a ut iliza um f at o t r ivial, deixa que a imaginação cr iador a dê f or mas a esse f at o e, em seguida, o submet e a uma espécie de lapidação, como f az Lima Bar r et o na crônica Quer eis encont r ar

mar ido? – apr endei!...122. Esse t ambém é o t ít ulo de um livr o dest inado às

mulheres que sonham com o casament o. É aut or do livr o uma senhor a, Dona Diana

D’Alt eno, que, a seguir a r egr a ger al, nunca encont r ou o seu123, ir oniza o cr onist a.

Digo ist o por que, na quase-t ot alidade, t odas as pessoas que se pr opõem a f ornecer t al cousa ou out r a a seus semelhant es não a possuem124, complet a. Par a

r ef or çar esse ar gument o, lembr a a condição dos negr omant es, dos f eit iceiros, das car t omant es, dos adivinhos e out r os assemelhados que promet em f or t unas a t er ceir os, mas dif icilment e a possuem. O cr onist a coloca nas páginas de um j ornal

120As encruzilhadas do labirint o I I : os domínios do homem. p. 352 121I dem.

122Toda cr ônica. Vol. I . p. 524 123I dem.

o que um poet a t ambém é capaz de visualizar , como most r a Raul Machado, cont empor âneo de Lima Bar r et o, no poema Vendedor a de bilhet es de lot er ia125:

Aquela mulher , de olhos t r ist onhos, Que vende sor t es de lot er ia, Fala em r iqueza, pr omet e sonhos, Com o “pr êmio gr ande”, que t em na mão...

E assim (cont r ast e f eit o ir onia!) Numa indigência, que mal encobr e, Fala em r iqueza quem é t ão pobr e! Pr omet e oir o quem não t em pão!

Tant o o poet a quant o o cr onist a emergem o car át er poiét ico e sint et izam magmas de signif icações sociais. Num, a pr et ensão de alguém que escr eve um livr o sobr e como ar r anj ar um mar ido, embor a não o t enha conseguido par a si pr ópr ia; nout r o, alguém que vive à míngua, mas pr omet e r iqueza. Poet a e cr onist a vivem numa época na qual a mulher , por est ar alij ada de det er minadas opor t unidades pr of issionais e educacionais, é dest inada ao casament o. Lima Bar r et o apr oveit a par a denunciar que mulher não é, no nosso dir eit o, cidadão, por isso est á sempr e em est ado de minor idade126, complement a, par a ir onizar :

Kr af t -Ebbing diz, não sei onde, que a pr of issão da mulher é o casament o; por isso cumpr iment o Dona Diana D’Alt eno por t er escr it o o seu int er essant e opúsculo – Quer eis encont r ar mar ido? – Apr endei...127

125REVI STA DA ACADEMI A SUL-MATO-GROSSENSE DE LETRAS. nº 5, set embr o. Campo Gr ande (MS):

2004. p. 13

126Q uer eis encont r ar marido? – aprendei!... Toda cr ônica. Vol. I . p. 526 127I dem.

Ao cr it icar a sit uação de inf er ior idade enf r ent ada pela mulher , Lima Bar r et o t oca numa car act er íst ica que impr egna sua época, uma car act er íst ica incor por ada pela sociedade de ent ão: a necessidade impost a do casament o, na qual t r anspar ece uma sér ie de or ganizações lógicas dando sust ent ação à r ealidade da subj ugação f eminina, por uma sociedade que dá ênf ase à pr edominância de valores not adament e masculinos. Uma sociedade onde se incor porou uma sér ie de magmas de signif icações imaginár ias sociais e os r epr oduz cont inuament e. Essa r epr odução não é uma espécie de imagem no

espelho, como elucida Cast or iadis, ao f alar a r espeit o de sua concepção de

imaginár io128:

(...) Nada t em a ver com o que algumas cor r ent es psicanalít icas apr esent am como ‘imaginár io’: o ‘especular ’, que, evident ement e, é apenas imagem de e imagem r ef let ida, ou sej a, r ef lexo, ou, em out r as palavr as ainda, subpr odut o da ont ologia plat ônica (eidolon) ainda que os que ut ilizem o t er mo ignor em sua or igem. O imaginár io não

é a par t ir da imagem no espelho ou no olhar do out r o. O

pr ópr io ‘espelho’, e sua possibilidade, e o out r o como espelho são ant es obr as do imaginár io que é cr iação ex

nihilo. Aqueles que f alam de ‘imaginár io’ compr eendendo

por isso o ‘especular ’, o r ef lexo ou o ‘f ict ício’, apenas r epet em, e muit o f r eqüent ement e sem o saberem, a

Documentos relacionados