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2.9 CALIBRAÇÃO E VALIDAÇÃO DOS MODELOS

3.1.5.1 ESTAÇÃO CORREAS IGREJA

A estação nomeada Corrêas Igreja está instalada nas coordenadas geográficas 22º26’36.2” S e 43°08’29.2” O, possui área de drenagem de 118 km², foi instalada em junho de 2016, em um trecho do rio Piabanha em que costuma ocorrer transbordamento.

A estação está instalada em um trecho em que o rio Piabanha segue encaixado. A montante da estação o rio segue confinado por uma parede de mais de 7 metros pela margem esquerda. A margem direita é levemente mais baixa, mas, em sua maioria, ambas as margens seguem ocupadas. Na seção de medição há vestígios de um muro que foi carregado por uma enchente anterior. A estação está localizada a montante da ponte de Corrêas, próxima a uma igreja católica, na propriedade de um voluntário. A Figura 39 ilustra a estação.

(a) (b)

Figura 39 – (a) Vista geral da plataforma de coleta de dados. (b) Vista da seção de régua na estação Corrêas Igreja. Fonte: Acervo Inea.

O posto de monitoramento conta com três lances de régua, sendo alguns destes com mais de um metro de comprimento, variando de 0 até 4 metros, sendo este já muito próximo a cota de transbordamento na margem direita na seção da estação.

A estação conta também com duas referências de nível, com cotas arbitrárias, ou seja, sem referência ao sistema geodésico brasileiro. No momento da instalação das estações, o hidrometrista realiza um levantamento batimétrico, com objetivo de conhecer o ponto mais baixo do leito do rio na seção de

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monitoramento, e assim, define-se o zero da régua. São usualmente instalados dois marcos de concreto para referenciar o zero da régua.

Uma referência é instalada mais próximo aos lances de régua e outro mais afastado na parte mais alta do terreno, evitando assim que se perca a referência em uma eventual enchente maior.

Assim, no momento que foi realizado o levantamento topográfico para a construção do MDE, foram levantadas as referências de nível da estação e assim foram estabelecidas cotas altimétricas referenciadas ao sistema geodésico brasileiro, que aqui será adotado como cota IBGE, uma menção ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, instituição oficial responsável pelo sistema geodésico do país. Assim as referências de nível da estação bem como suas cotas altimetrias são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Referência de nível da estação Corrêas Igreja no rio Piabanha.

Referência de Nível Cota Arbitrária (m) Cota IBGE (m)

RN1 5,053 687,65

RN2 4,407 686,97

Notoriamente existe um equívoco no valor de cota IBGE atribuído as referências de nível da estação. Ao comparar a diferença entre as cotas arbitrárias com a diferença das cotas referenciadas ao IBGE, se identifica uma imprecisão de 3,4 cm.

Claramente existe um erro, uma vez que a diferença entre a RN1 e a RN2 deveriam ser mantidas, sendo este erro oriundo do método utilizado no levantamento GPS RTK, uma vez que o autor realizou uma visita à estação e com auxílio de um nível geométrico confirmou a diferença de cota arbitrária entre as RNs.

Para corrigir o valor de cota do IBGE seria necessário um novo levantamento com técnicas mais precisas de levantamento, porém, não foi realizado.

A seguir na Figura 40 é apresentado o levantamento de seção transversal realizado na seção da estação, no momento da instalação do monitoramento no local.

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Figura 40 – Levantamento de Seção transversal da estação Corrêas Igreja realizado em 29/07/2016. Fonte: Autor.

Na ocasião do levantamento de seção, o nível d’água registrado na régua era de 55 cm. O transbordamento da calha nesta seção se dá na cota 4,24 na margem direita enquanto 4,97 na margem esquerda. Os valores de cotas do levantamento de seção transversal são referentes ao valor estabelecido como o zero da régua da estação, ou seja, o valor de cota igual a zero, corresponde ao zero na leitura de régua.

Além do monitoramento de nível d’água e de chuva, são realizadas também na estação medições de vazão com o objetivo de se estabelecer uma curva chave. No total, foram realizadas cinco medições de vazão, sendo elas apresentadas na Tabela 3. Todas as medições foram realizadas com o molinete hidrométrico -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30 32,5 35 37,5 40 42,5 Cota (m) Distância (m)

Seção Transversal Corrêas Igreja

M. E. M. D.

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Tabela 3 – Medições de vazão realizadas no período de 2016 a 2017 na estação Corrêas Igreja. Data Hora Nº de verticais Leitura de Régua (m) Vazão (m³/s) Área molhada (m²) Largura (m) média (m/s) Velocidade Inicial Final 01/11/2016 14:20 14:50 25 0,48 1,10 4,59 11,7 0,241 25/11/2016 12:45 13:25 26 0,7 3,29 8,08 11,9 0,408 15/12/2016 17:10 18:00 22 2,132 28,98 30,48 25,2 0,951 03/03/2017 15:15 15:38 26 0,72 3,15 7,52 12,2 0,419 20/03/2017 08:00 09:40 25 2,063 26,94 28,46 23,9 0,947

Dentre as medições é possível destacar dois eventos, o do dia 15 de dezembro de 2016 e o do dia 20 de março de 2017. Nos dois eventos os níveis d’água foram os maiores registrado pela estação no período de monitoramento 2016 – 2017. No primeiro, a onda cheia atingiu o nível d’água de quase 5 m, neste evento não há relatos de transbordamento de calha e há registros fotográficos da enchente e, na ocasião, um lace de régua da estação acabou sendo levado. Já no segundo evento, a onda de cheia atingiu o nível d’água da 3,75 m. A Figura 41 registra a medição de vazão realizada em dezembro de 2016.

2 O valor de leitura de régua corresponde à média dos valores registrados no início e no fim da medição de

vazão, respectivamente as leituras de régua foram 220 cm e 205 cm.

3 O valor de leitura de régua foi estimado através do sensor de pressão da estação fluviométrica, uma vez

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(a) (b)

Figura 41 – a) Inicio da medição de vazão do evento do dia 15/12/2016. b) Registro fotográfico dos momentos final da medição de vazão do dia 15/12/2016. Fonte: Acervo Inea.

Na ocasião do evento, de 15 de dezembro de 2016, foi possível notar, na fotografia da Figura 41, que o nível d’água no rio Piabanha foi muito próximo do tabuleiro da ponte, o que remete ao evento de março de 2013, quando as águas do rio superaram o tabuleiro da mesma.

Cabe ressaltar, que a medição não ocorreu no pico da onda de cheia, portanto a medição, não retrata a vazão máxima do evento. O registro do nível d’água na estação de Corrêas Igreja para o evento do dia 15 de dezembro de 2016 é apresentado na Figura 42.

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Figura 42 – Limnigrama do evento do dia 15/12/2016 na estação Corrêas Igreja. Fonte: Autor.

Importante ressaltar que em ambos os eventos a medição de vazão não ocorreu na seção da estação, pois as condições do rio Piabanha traziam risco a equipe de hidrometria, por tanto as medições foram realizadas de cima da ponte de Corrêas imediatamente à jusante da estação.

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