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Estabelecer estratégias de afirmação territorial valorizando os recursos e as especificidades do território

Descrição/Justificação de Objetivos de Ordenamento do Território escolhidos

21. Estabelecer estratégias de afirmação territorial valorizando os recursos e as especificidades do território

O PNPOT (2007) aponta como Objectivo Estratégico 2 “Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a sua integração nos espaços ibérico, europeu, atlântico e global”, reforçando a capacidade das cidades se afirmarem como motores de internacionalização e desenvolvimento (Objectivo Específico 3), promovendo pólos regionais de competitividade e qualificando o emprego (Objectivo Específico 4), promovendo um maior equilíbrio na distribuição territorial da população e assegurando condições de atracção de populações com níveis elevados de qualificação (Objectivo Específico 5).

A competitividade pode ser definida como “The ability to produce goods and services which meet the test of international markets, whilst at the same time maintaining high and sustainable levels of income, or more generally, the ability of (regions) to generate, while being exposed to external competition, relatively high incomes and employments levels. In other words, for a region to be competitive it is important to ensure both quality and quantity of jobs.” (European Commission, 1996, Apud Gaio et. al, 2007).

Ferreira (2007) conclui que “Numa economia em vias de globalização, os territórios e não apenas as empresas, rivalizam e competem entre si de uma forma cada vez mais directa. De um modo diferente do caso dos países, as regiões e as cidades competem, no mercado internacional de bens e de factores produtivos, tendo por base o princípio de vantagem absoluta e não de vantagem comparativa, o que significa que não existe nenhum mecanismo automático eficaz que assegure a cada território um papel na divisão espacial do trabalho, a não ser o da sua perfomance relativa”.

Em Portugal, a Política de Cidades POLIS XXI (2007) integra e procura dar resposta aos actuais desafios do desenvolvimento territorial e urbano, propondo territórios de inovação e competitividade, de cidadania e coesão social, de qualidade de ambiente e de vida, bem planeados e governados.

De acordo com Parkinson (et. al, 2004) são seis os aspectos chave da competitividade urbana: Diversidade económica;

Recursos humanos qualificados;

Conectividade interna e externa (física, electrónica e cultural);

Capacidade para mobilizar e implementar estratégias de desenvolvimento de longo prazo; Inovação das empresas e organizações;

Qualidade de vida – social, cultural e ambiental.

O mesmo documento refere que não é só importante a competitividade das cidades mas a sua integração no território envolvente “city-region” alargando o conceito de competitividade ao território (objetivo específico seguinte).

A Carta de Leipzig (2007) propõe as seguintes estratégias de acção para o reforço da competitividade das cidades:

Proporcionar espaços públicos de elevada qualidade;

Modernizar os sistemas de infra-estruturas e melhorar a eficiência energética; Desenvolver políticas de inovação e educação pro-activas.

22. Promover a cooperação interurbana

O projecto INTELLIGENT CITIES – “Cidades Inovadoras e Competitivas para o Desenvolvimento Sustentável”, (2000) conclui que os princípios relevantes para as cidades e territórios competitivos são, entre outros:

Planeamento estratégico e participado da cidade (o “projecto de cidade”) Parcerias /contratualização público-privada;

Marketing territorial;

Princípio da sustentabilidade; Valorização das cidades médias; Redes de cidades;

Integração territorial das cidades nas regiões envolventes.

Segundo Gaio (et. al, 2007) a elaboração do projecto de território – estabelecimento de estratégias – é, um “processo que visa atribuir aos actores locais e às instituições uma capacidade quádrupla: capacidade para valorizar o seu ambiente, agir em conjunto, criar elos de ligação entre sectores tentando reter localmente o máximo de valor acrescentado e iniciar relações com outros territórios e o resto do mundo.

A identidade das cidades ou regiões resulta dos sues atributos naturais, patrimoniais, económicos, sociais, simbólicos que a distingue de outros territórios, concorrentes.

A competitividade territorial pressupõe então considerar segundo os mesmos autores: Os recursos do território;

A envolvência dos actores e instituições;

A cooperação com outros territórios e articulação de políticas, às várias escalas.

O Programa Operacional 2007-2013 para o Alentejo (2007) no âmbito do QREN, refere como “Rede Urbana para a Competitividade e Inovação” “uma parceria correspondente a um processo estruturado de cooperação entre municípios, entidades públicas e entidades privadas que se propõem elaborar e implementar em comum um Programa Estratégico de desenvolvimento urbano centrado nos factores territoriais de competitividade e inovação.”

Podem ser relativas a:

“Redes de cidades cooperando numa base territorial na formulação e concretização de uma estratégia comum de reforço dos factores de criatividade e de promoção do conhecimento, inovação e internacionalização, tendo por objectivo o seu reposicionamento nacional e internacional;

Redes de cidades que cooperam numa base temática na elaboração e implementação de um programa de acção estruturante, visando valorizar elementos patrimoniais comuns, valias estratégicas para um mesmo cluster de actividades ou factores específicos que beneficiem do reforço de complementaridades interurbanas;

Rede de actores de uma mesma cidade que se proponham trabalhar em conjunto para a implementação de uma estratégia fortemente inovadora de reforço dos factores de competitividade da cidade, de promoção do seu potencial económico e de reposicionamento nas redes urbanas nacionais e internacionais.”

Envolvem:

“Os Municípios, a quem cabe tomar a iniciativa de organizar a rede e liderar a preparação do Programa Estratégico;

Outros actores urbanos, nomeadamente: As empresas e associações empresariais;

As instituições de ensino superior e os centros de I&D;

Os serviços da administração central e outras entidades do sector público;

Os operadores de serviços públicos, nomeadamente no domínio dos transportes e das tecnologias de informação e comunicação;

As agências e associações de desenvolvimento regional e local;

As fundações, organizações não governamentais (ONG) e outras associações cujo objecto social seja relevante para a inovação e a competitividade urbana.”

No Artigo 4º são definidos os Objectivos das intervenções:

“Apoiar a afirmação das cidades enquanto nós de redes de inovação e competitividade de âmbito nacional ou internacional;

Promover o reforço das funções económicas superiores das cidades, através da obtenção em rede de limiares e sinergias para a qualificação das infra-estruturas tecnológicas e o desenvolvimento dos factores de atracção de actividades inovadoras e competitivas;

Estimular a cooperação entre cidades portuguesas para a valorização partilhada de recursos, potencialidades e conhecimento, valorizando os factores de diferenciação;

Promover a inserção das cidades em redes internacionais e afirmar a sua imagem internacional; Optimizar o potencial das infra-estruturas e equipamentos, numa perspectiva de rede.” E no Artigo 8.º, a Tipologia das Operações:

“Animação da rede de cidades (fórum de cooperação, conferências, sítio web);

Lançamento de estruturas de cooperação interurbana, nomeadamente parcerias operacionais para projectos específicos, agências de desenvolvimento, centros para promoção das competências específicas das cidades, incluindo serviços de apoio aos actores económicos, culturais e sociais;

Estabelecimento de redes entre equipamentos públicos: programação, especialização de serviços, partilha de recursos, criação de estruturas de gestão em comum;

Desenvolvimento de comunidades de utilização avançada de tecnologias de informação e comunicação, incluindo a criação das respectivas infra-estruturas como suporte a aplicações, serviços e conteúdos inovadores que promovam novos modelos competitivos, novos modelos de aprendizagem e a inclusão na sociedade da informação e do conhecimento;

Parcerias entre instituições de ensino superior e instituições de I&D, juntamente com outros parceiros, empresariais e institucionais, no sentido de promover a capacidade criativa e inovadora do tecido económico e social e de dinamizar a introdução da inovação nos serviços e funções urbanas;

Organização de eventos de projecção internacional;

Marketing urbano, incluindo comunicação e imagem do cidade/rede de cidades, participação em redes internacionais, estruturas de prospecção exterior e divulgação de oportunidades de investimento;

Criação de espaços, centros comunitários e equipamentos – em particular para acolhimento de pessoas (estudantes, investigadores estrangeiros, recursos humanos qualificados e profissionais criativos) ou de novas actividades e serviços (culturais, económicos, educacionais e de inclusão) - que contribuam para a diferenciação e a internacionalização das cidades;

Investimentos necessários à viabilização da estratégia temática de cooperação, incluindo a construção de equipamentos colectivos e a recuperação e valorização de elementos do património histórico e cultural; Reforço e sustentabilidade dos fluxos de pessoas e bens, incluindo as condições de acessibilidade, entre os diversos nós da rede de cidades.”

23. Promover o desenvolvimento de atividades económicas qualificadas

O desenvolvimento económico local (DEL) pode ser definido como o conjunto de estratégias e ações para a (re)construção da base produtiva local (Vitte, 2007). Envolve a administração pública local, o setor empresarial, associações comerciais e organizações da sociedade civil.

Com o DEL pretende-se ativar a economia local, formar massa crítica indispensável para gerar emprego, induzir o desenvolvimento, reduzir as desigualdades sociais e aumentar a qualidade de vida (Vitte, 2007). Cada município possui um conjunto de características e condições locais diferenciadoras, determinantes das

vantagens relativas que podem contribuir para aumentar, o potencial do desenvolvimento económico local. Essas características devem ser utilizadas para fortalecer o ambiente para os investimentos, aumentar a produtividade e competitividade locais.

Os municípios têm o papel de criar um ambiente favorável para o desenvolvimento e o sucesso dos negócios (a atratividade do território) seja através da qualidade da administração, do nível das infraestruturas, equipamentos, transportes e segurança que garante, das políticas sociais e culturais que implementa, dos espaços industriais, comerciais, e tecnológicos que proporciona e que, no seu conjunto, contribuem para uma economia local bem sucedida (Swinburn et al., 2006).

24. Promover o marketing territorial

Desde os anos 90 que se reconhece a pertinência de utilizar as técnicas de marketing para a promoção dos lugares, como forma de aumentar a sua atractividade junto tanto dos públicos internos – cidadãos e empresas locais – como dos públicos externos – não residentes, organizações com potencial para se instalarem na área e visitantes.

O marketing é o reconhecimento e satisfação da procura, pelo que o capital dos territórios, a sua “marca” contribui, entre outros, para promover a auto-imagem e sentimento de pertença do público interno …, potenciar dinamismo e empreendorismo, desenvolver capital relacional, favorecer co-branding através da extensão a produtos e clusters, captar investimento externo e atrair visitantes, ou seja – competitividade. Através da marca territorial fomenta-se a atractividade, a conquista de confiança e credibilidade posicionando (a cidade) e contribuindo para uma dinâmica de desenvolvimento pois face aos novos paradigmas de competitividade (as cidades) que não tiverem capacidade para se posicionarem no mercado e se auto-promoverem correcta e eficazmente rapidamente entrarão em processos de declínio potenciados por estratégias de marketing mais agressivas de territórios concorrentes.” Gaio (et. al 2007).

Da pesquisa concluímos, como Ferreira (2007) que “ O papel e as responsabilidades das políticas de desenvolvimento local e do ordenamento do território alargam-se e lançam novos desafios de carácter cultural e político:

Integrar objectivos espaciais e económicos;

Integrar diferentes intervenções de natureza sectorial; Estimular e animar redes de cooperação;

Garantir a real e efectiva participação das populações e dos cidadãos na construção das “visões” e estratégias territoriais;

Reforçar a competitividade local através de instrumentos de política apropriados dirigidos para a aprendizagem colectiva e para o capital relacional local.”

H. Reforçar a Eficácia e Eficiência da Gestão Territorial

O correto desenvolvimento territorial através da valorização e racionalização dos recursos implicará a adopção de novas formas de gestão pública, capazes de lidar com o ritmos das mudanças sociais e económicas, com as incertezas e com todos os actores que devem influenciar as decisões.

25. Incentivar a participação qualificada dos munícipes e a colaboração estratégica e operativa entre