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Quantidade em 1 Brasil

2015

Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES.

MAPA 3.6 – ESTABELECIMENTO HOSPITALAR ALTA

COMPLEXIDADE PRIVADO POR MUNICÍPIO

Quantidade em 1 Brasil

2015

Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES.

3.4 – O trabalho na Saúde

Na saúde, a segmentação da capacidade instalada entre unidades públicas e privadas não se traduz em igual divisão para capacidade humana dos profissionais da área. Normalmente, médicos, enfermeiros e ou outros profissionais da área possuem mais de um enquadramento funcional e desempenham funções em instituições públicas, privadas (plano de saúde) e estabelecimentos particulares (out of pocket), o que implica em não linearidade entre capacidade instalada física e os recursos humanos em saúde. Em virtude disso, em sistemas mistos como o do Brasil, as análises sobre o perfil e desempenho dos serviços são mais complexas.

A análise da segmentação e influência do setor privado nos recursos humanos é mais vital para avaliação do desempenho do SUS do que a avaliação isolada da capacidade instalada. Em primeiro, porque a saúde é intensiva em mão de obra e, diferente de outros setores da economia, os profissionais da área são o ponto central do desempenho dos sistemas. Portanto, não é possível realizar uma análise robusta do desempenho do sistema de saúde sem levar em consideração o perfil dos recursos humanos da saúde.

Em segundo lugar porque a operacionalidade das funções dos serviços de saúde não obedece aos padrões convencionais de produção, tanto na questão tecnológica quanto na especialização dos serviços que não poupam trabalho vivo e, tampouco, aumentam a produtividade. Para saúde essas transformações têm efeito exatamente inverso do que teria em qualquer outra linha de montagem ou de serviço convencional da economia.

A consequência é que na maioria dos sistemas de saúde desenvolvidos as margens de gasto com pessoal ultrapassam a marca dos 60%. No Brasil, de acordo com a Conta-Satélite de Saúde (2015), o SUS gasta aproximadamente 78% dos recursos com os profissionais de saúde. Mas devido ao estrangulamento da rede pelos constrangimentos financeiros, o sistema tem dificuldades para a sua expansão plena.

A restrição imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) na área da saúde limita a expansão da rede pública, ao exigir que os gastos com pessoal não ultrapassem 54% do gasto total.

Toda vez que política pública de saúde tenta avançar na cobertura com expansão homogênea da prestação dos serviços, a LRF obriga ao gestor local a incluir a participação privada nos serviços públicos (GRAGNOLATI et al, 2013: 20). Em última instância, a lei condiciona a expansão dos serviços públicos de alta densidade tecnológica à participação privada, distorcendo os padrões de qualidade dos serviços públicos de saúde.

Segundo Mendes (2015), a LRF obriga a grande maioria dos municípios a orientarem seus gastos para despesa com serviços de terceiros – pessoa jurídica – sem garantir qualquer alternativa mais próxima aos preceitos do SUS. A lei não deixa outra opção aos agentes municipais que não a contratação das Organizações Sociais da Saúde (OSSs) ou Organizações Civis de Interesse Público (Oscips) como forma de expansão do sistema público. O que nega explicitamente os preceitos constitucionais da construção do parque próprio público em saúde do SUS. Além disso, capturam recursos públicos utilizados segundo a lógica mercantil e, muitas vezes, em discordância com as diretrizes do SUS.

Mas as Tabelas 3.17, 3.18 e 3.19 mostram que, mesmo com essas limitações estruturais, o SUS entre 1999 e 2009 avançou consideravelmente na oferta de profissionais públicos. Os dados evidenciam que entre os anos de 197516 a 1999, a taxa de variação das ocupações públicas evoluiu em 774% no período, fortalecendo profissões até então escassas no País, como odontólogo e enfermeiro (Tabelas 3.17 e 3.18). Com isto, houve mudança do perfil ocupacional da saúde onde o setor privado que, antes da existência do SUS, gozava de grande hegemonia das ocupações. A despeito de todos os percalços, a CF 88 melhorou as condições de oferta do profissional da saúde no País, o setor público passou a superar o setor privado e chegou, em 2009, com 60% de participação na média das ocupações. Em termos regionais, o avanço público é visto em quase todas as regiões, em especial na Região Sudeste.

As tabelas 3.18 e 3.19 revelam que, o crescimento das ocupações públicas prosseguiu entre 1999 e 2009, registrando-se um aumento de 95%. Os estados do Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins obtiveram os maiores aumentos na oferta de médicos com taxas de variações de 126%,

104%, 108%, 179% e 110%, respectivamente. Dentre as modalidades de ocupação, a enfermagem foi a que teve a maior taxa média de variação (10.352%), seguida por odontólogo, farmacêutico e médico (5.17%, 5.2% e 1.6%, de aumento, respectivamente).

TABELA 3.17-NÚMERO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE POR UF

Quantidade

Brasil 1975

UF medPUB medPRI odonPUB odonPRI enfePUB enfePRI farmaPUB farmPRI

Rondônia 64 27 5 - 3 - 2 2 Acre 51 37 6 - 117 1 2 - Amazonas 530 180 25 1 74 31 23 5 Roraima 26 10 - - 4 3 13 1 Pará 691 391 56 6 105 415 37 19 Amapá 54 10 2 1 5 4 7 1 Tocantins Maranhão 592 382 19 11 139 25 38 22 Piauí 600 187 24 1 29 8 47 11 Ceará 1.436 1.205 33 7 220 116 68 115

Rio Grande do Norte 583 356 30 8 29 15 35 20

Paraíba 970 742 58 5 112 95 15 10 Pernambuco 2.610 1.287 226 16 393 157 58 71 Alagoas 559 484 17 6 28 35 5 2 Sergipe 322 316 6 1 28 29 3 3 Bahia 2.271 1.710 72 49 410 186 67 65 Minas Gerais 4.207 5.752 200 66 442 468 132 158 Espírito Santo 742 671 63 7 26 53 14 14 Rio de Janeiro 12.941 9.389 517 106 2.415 806 335 236 São Paulo 8.723 16.497 243 98 1.296 1.426 189 262 Paraná 1.204 3.266 32 28 115 138 92 168 Santa Catarina 1.051 1.164 12 12 57 60 64 153

Rio Grande do Sul 3.578 4.453 87 34 341 432 136 353

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso 435 699 35 3 23 44 27 28

Goiás 728 1.179 30 8 195 121 12 25

Distrito Federal 1.313 284 50 - 386 23 77 12

TOTAL 46.281 50.678 1.848 474 6.992 4.691 1.498 1.756

Fonte: Microdados Assistência Médico Sanitária IBGE. Elaboração: própria.

TABELA 3.18-NÚMERO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE POR UF

Quantidade

Brasil 1999

UF medPUB medPRI odonPUB odonPRI enfePUB enfePRI farmaPUB farmaPRI

Rondônia 1.264 1.128 300 28 482 172 240 84 Acre 716 356 188 22 420 70 72 10 Amazonas 4.122 1.470 990 142 1.248 192 578 112 Roraima 712 282 180 38 256 20 126 8 Pará 4.476 5.104 1.116 242 2.004 826 442 290 Amapá 508 298 142 118 332 38 132 20 Tocantins 1.346 1.198 462 44 456 220 156 148 Maranhão 5.468 3.970 1.104 384 1.754 556 818 402 Piauí 4.578 2.230 1.588 260 1.642 266 240 112 Ceará 11.712 7.864 3.226 1.302 6.378 1.468 1.270 600

Rio Grande do Norte 5.166 3.514 1.556 434 2.078 502 1.108 370

Paraíba 6.618 3.584 2.766 252 2.632 664 980 272 Pernambuco 15.140 9.600 4.384 1.282 3.938 1.888 1.086 452 Alagoas 4.380 3.140 1.032 90 1.052 400 110 66 Sergipe 3.174 3.882 802 256 682 316 64 196 Bahia 16.238 16.014 3.328 1.726 4.800 3.420 1.212 946 Minas Gerais 35.146 38.738 9.256 3.772 7.114 4.178 2.258 1.964 Espírito Santo 6.736 6.528 1.340 434 936 490 376 226 Rio de Janeiro 40.526 39.390 6.154 3.980 12.432 6.046 2.060 1.226 São Paulo 81.572 92.102 17.806 7.792 21.266 17.626 3.824 3.700 Paraná 14.640 21.048 5.342 1.652 3.676 2.816 1.410 1.090 Santa Catarina 9.068 7.376 3.022 864 2.324 1.002 596 494

Rio Grande do Sul 17.624 29.548 4.238 2.276 4.862 5.008 998 1.250

Mato Grosso do Sul 2.744 5.246 1.336 206 360 378 364 268

Mato Grosso 3.320 3.626 1.020 234 874 504 480 292

Goiás 6.580 8.136 2.176 656 1.314 720 554 512

Distrito Federal 5.874 3.580 958 804 2.466 416 476 154

TOTAL 309.448 318.952 75.812 29.290 87.778 50.202 22.030 15.264

Fonte: Microdados Assistência Médico Sanitária IBGE. Elaboração: própria.

TABELA 3.19-NÚMERO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE POR UF

Quantidade

Brasil 2009

UF medPUB medPRI odonPUB odonPRI enfePUB enfePRI farmaPUB farmaPRI

Rondônia 2.759 1.483 809 441 2.579 476 597 792 Acre 1.321 810 555 213 1.841 306 251 104 Amazonas 9.299 1.347 2.746 786 5.832 720 1.732 483 Roraima 1.451 256 956 198 1.714 50 474 90 Pará 9.332 6.698 3.920 937 9.513 1.956 1.487 1.417 Amapá 1.415 457 704 255 1.361 168 387 104 Tocantins 2.823 790 1.828 452 3.556 333 624 479 Maranhão 10.029 2.704 4.788 1.130 10.872 1.613 2.146 1.195 Piauí 6.582 2.326 4.281 790 7.559 853 866 919 Ceará 14.439 5.808 7.652 1.967 16.356 3.436 2.345 1.320

Rio Grande do Norte 7.674 4.168 4.410 2.516 6.964 1.634 2.582 1.250

Paraíba 9.251 3.146 6.220 841 9.945 1.909 2.536 1.481 Pernambuco 19.291 8.806 8.429 3.610 16.519 4.286 2.352 2.026 Alagoas 5.579 2.737 3.208 374 4.913 1.141 679 608 Sergipe 4.446 3.456 2.086 547 4.165 838 254 446 Bahia 24.584 18.329 10.337 7.168 23.870 10.490 2.946 5.228 Minas Gerais 48.033 43.429 19.690 11.855 31.748 14.297 6.216 9.725 Espírito Santo 8.883 7.341 4.025 1.779 5.357 2.943 896 1.532 Rio de Janeiro 50.127 30.660 14.902 9.316 40.465 14.551 4.168 3.352 São Paulo 96.696 110.097 33.203 21.681 61.722 60.772 6.743 12.062 Paraná 20.638 23.649 11.444 5.903 14.936 8.882 2.849 4.884 Santa Catarina 12.170 11.772 7.340 4.747 9.669 5.083 1.610 3.783

Rio Grande do Sul 19.927 29.391 9.836 6.861 13.696 13.511 1.958 6.936

Mato Grosso do Sul 5.168 3.591 3.579 1.464 3.116 1.398 1.562 1.220

Mato Grosso 4.977 3.050 2.815 1.136 4.466 1.470 1.194 1.087

Goiás 10.569 7.012 5.600 2.662 7.655 2.604 1.544 2.278

Distrito Federal 6.470 7.039 1.570 7.716 6.489 1.952 843 594

TOTAL 413.933 340.352 176.933 97.345 326.878 157.672 51.841 65.395

Fonte: Microdados Assistência Médico Sanitária IBGE. Elaboração: própria.

O mapa 3.7 mostra como estava a situação público-privado em 2009, onde se destaca que os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul ainda são os que mais empregam o médico no setor privado.

MAPA 3.7-NÚMERO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE POR UF

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