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Estágio IV Destruição profunda dos tecidos, podendo atingir

ÁCIDO GRAXO (%) PONTES,

3.6.3. Estabilidade das Emulsões

Qualquer que seja a finalidade a que se destine uma emulsão, esta deve manter-se estável durante o período que será utilizada. A instabilidade das emulsões é causada pela separação de fases, promovendo mudança considerável na aparência, na consistência, na redispersabilidade e no “desempenho” do produto. Este tipo de instabilidade pode ser agrupada em três categorias: 1) floculação e formação de creme, 2) coalescência e separação de fases, e 3) alterações físicas e químicas diversas, como alteração dos valores de pH, hidrólise de tensoativos, contaminação microbiana e processos fotoquímicos. (PRISTA, ALVES, MORGADO, 1995. MORAIS, 2006)

Entende-se por floculação e formação de creme os fenômenos em que as gotículas da emulsão tendem a se separar do corpo da emulsão, sedimentando ou emergindo, dependendo da densidade entre as fases. A coalescência é uma alteração mais drástica que a anterior, pois se trata de um processo irreversível, o reagrupamento dos glóbulos da fase dispersa desfaz a emulsão, significando que as suas fases se separam completamente, de modo a formarem duas camadas distintas. (PRISTA, ALVES, MORGADO, 1995. MORAIS, 2006) Também a inversão das fases pode representar um papel importante na estabilidade das emulsões, entendendo-se por tal fenômeno a transformação de uma emulsão O/A em outra A/O, ou vice-versa. (PRISTA, ALVES, MORGADO, 1995)

Os testes de estabilidade, em condições específicas e controladas para acelerar o envelhecimento, avaliam a capacidade de um produto em manter seu aspecto original, as características físicas, químicas e microbiológicas. Este teste pode fornecer

antecipadamente uma indicação dos possíveis problemas que poderão surgir nas formulações. (MORAIS, 2006)

Estudos de estabilidade devem ser realizados durante as diferentes etapas do desenvolvimento da formulação a fim de fornecer dados que irão permitir a seleção do produto que será seguro, estável e efetivo. Um programa de triagem da formulação e estabilidade bem planejada durante a fase de desenvolvimento pode auxiliar na seleção eficiente do produto proposto. Estudos de estabilidade acelerados para analisar variáveis de formulações diferentes podem ser úteis como procedimentos eficientes para propósito de triagem e avaliação. Alterações como precipitação de componentes das emulsões e alterações das propriedades reológicas terão impacto desfavorável na comercialização de um produto. (MORAIS, 2006)

Para a rápida avaliação da estabilidade da emulsão, as condições de estresse mais utilizadas são a centrifugação e a temperatura. O teste de centrifugação é de grande interesse já que possibilita a rápida informação sobre as propriedades de estabilidade de diferentes emulsões. A centrifugação permite verificar a estabilidade, possibilitando observar a separação de fases da dispersão, avaliando a coalescência, podendo assim, prever se o produto irá separar em função do tempo. (MORAIS, 2006)

Dentre os testes de temperatura, encontram-se os testes de estresse térmico e teste de estabilidade acelerada. O teste de estresse térmico emprega a temperatura como condição de estresse sobre a formulação possibilitando prever possíveis alterações que poderão ocorrer no transcorrer do teste de estabilidade, e pode ser considerado de realização rápida. Os testes de estabilidade acelerada utilizam condições como variações de tempo e temperatura para acelerar o envelhecimento dos produtos, e interferem na estabilidade das emulsões de diferentes formas, incluindo mudanças na viscosidade das fases líquidas, partição das moléculas, fusão de vários materiais e hidratação de polímeros e colóides. (MORAIS, 2006)

Outras metodologias têm sido descritas para estudar a estabilidade das emulsões, como a avaliação da viscosidade e do comportamento reológico. A estabilidade do sistema emulsionado pode ser analisada pela lei de Stokes, que descreve a velocidade de sedimentação das gotículas. Um dos fatores envolvidos na sedimentação, e consequente desestabilização é a viscosidade da fase continua da mesma; todavia não é o mais

diminui a tendência da emulsão em separar-se. (PRISTA, ALVES, MORGADO, 1995. MORAIS, 2006)

Outro teste importante e frequentemente realizado para monitorar a estabilidade de emulsões é a determinação do pH, pois proporciona informações sobre a integridade das fases da emulsão e, também permite ajustá-lo ao valor de pH ótimo de ação de componentes presentes na formulação, assim como àquele da pele. Com o objetivo de manter o equilíbrio da pele, as emulsões podem ser ajustadas a um valor de pH semelhante ao da pele, desde que, este tamponamento não influencie nas propriedades terapêuticas desta emulsão. (MORAIS, 2006)

3.6.3.1. . Características organolépticas

As características organolépticas permite analisar em que estado se encontra a amostra, com o objetivo de verificar alterações como separação de fases, precipitação e turvação, permitindo a caracterização primária do produto. As características organolépticas determinam os parâmetros de aceitação do produto pelo consumidor (BRASIL, 2004).

As características organolépticas são aquelas que descrevem os aspectos que uma preparação farmacêutica podem ser avaliadas pelos órgãos do sentido, elas definem quais são as características desejáveis para um produto.

Na eleição uma formulação adequada para uma emulsão, destacam-se, inicialmente, as características organolépticas as qualidades desejáveis relacionadas à homogeneidade, brilho, à sensação tátil, à opacidade, coloração e odor adequados. Nesta avaliação nem sempre são obtidos os parâmetros ideais. Desta forma, é necessário que se estabeleça quais são os defeitos aceitáveis e os defeitos sérios. No parâmetro homogeneidade, um defeito sério é o produto se apresentar heterogêneo; no parâmetro brilho, um defeito sério é a emulsão apresentar-se opaca; para opacidade, o defeito aceitável é translúcido ou perolado e o defeito sério é opalescente. (ZANIN, 2001)

3.6.3.2. Viscosidade e espalhabilidade

O teste de espalhabilidade baseia-se na resistência ao movimento forçado. Utiliza placas de vidro sobre uma escala de papel milimetrado para determinar a superfície que

a amostra abrange através da medição dos diâmetros perpendiculares, com posterior cálculo do diâmetro médio. (ZANIN, 2001)

Viscosidade é a medida da resistência interna ou fricção interna de uma substância ao fluxo quando submetida a uma tensão. Quanto mais viscosa a massa, mais difícil de escoar e maior o seu coeficiente de viscosidade. Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando sujeito à ação de uma força. Os fluidos reais (líquidos, gases, sólidos fluidizados) apresentam uma resistência à deformação ou ao escoamento quando submetidos a uma determinada tensão. Para os gases, a viscosidade está relacionada com a transferência de impulso devido à agitação molecular. Já a viscosidade dos líquidos relaciona-se mais com as forças de coesão entre as moléculas. (UFSC, 2012)

Juntamente com a viscosidade, a determinação da espalhabilidade serve para avaliar alterações nas características reológicas da formulação durante o estudo. No caso de semissólidos de uso tópico, a quantificação desse parâmetro é importante para acompanhar modificações na capacidade que a formulação tem de se espalhar ou abranger determinada área, o que pode facilitar ou dificultar sua aplicação. (BUGNOTTO, 2006)

3.6.3.3. Comportamento reológico

Reologia é o estudo do comportamento deformacional e do fluxo de matéria submetido a tensões, sob determinadas condições termodinâmicas ao longo de um intervalo de tempo. Inclui propriedades como: elasticidade, viscosidade e plasticidade. O perfil reológico de um produto é um dos seus mais importantes aspectos, tanto em nível técnico quanto estético. Frequentemente as propriedades reológicas estão diretamente relacionadas aos atributos sensoriais do produto e ao seu desempenho. (MORAIS, 2006)

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