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2.2 Resistência de União

4.4.1 Estabilidade dimensional

4.4.1.1 Confecção dos corpos-de-prova

Para a avaliação do efeito dos métodos de desinfecção sobre a estabilidade dimensional dos materiais selecionados para este estudo, foram obtidos corpos-de-prova por meio de uma matriz metálica circular com cavidade interna de 50 mm de diâmetro e 0,5 mm altura, cujo desenho esquemático encontra-se na Figura 1, com dimensões iguais a da norma ISO No.1567 para materiais para base de prótese.50 Esta matriz apresenta três sulcos internos, sendo dois lineares, perpendiculares entre si, e um circular. A intersecção dos sulcos lineares com o sulco circular permitia a obtenção de pontos de referência, que foram denominados de A, B, C e D.26,65

Para a obtenção dos corpos-de-prova, as resinas acrílicas foram proporcionadas de acordo com as instruções dos respectivos fabricantes (Quadro 1). Após sua manipulação, o material foi acomodado na parte central da matriz, sendo esta fechada, por meio de uma tampa, e submetida à prensagem em prensa hidráulica. Para as resinas acrílicas de reembasamento imediato,

50 mm B

A

C

D

FIGURA 1 – Desenho esquemático da matriz metálica.

autopolimerizáveis, a matriz foi mantida sob pressão (0,25 ton) até a polimerização final da resina (Quadro 1), quando, então, a matriz foi aberta e o corpo-de-prova removido. Para a resina L, a matriz fechada foi submetida à prensagem em prensa hidráulica por 30 minutos, sob carga de 1,25 tonelada. Após esse período, a matriz foi transferida para prensa manual e o ciclo de polimerização, de 90 minutos a 73oC e 30 minutos a 100oC, foi realizado em termopolimerizadora. Concluída a polimerização, a matriz permaneceu sobre a bancada por 30 minutos sendo, em seguida, imersa em água corrente por 15 minutos, momento em que a matriz foi aberta e o corpo-de-prova removido. Os excessos nas bordas dos corpos-de-prova foram eliminados com a utilização de estilete e tiras de lixa de granulação 400.

A reprodução dos sulcos de referência da matriz pelos corpos-de- prova foi avaliada, descartando-se aqueles que apresentassem irregularidades. Para cada material foram confeccionados 48 corpos-de-prova e divididos em 6 grupos compostos de 8 corpos-de-prova cada um (Quadro 1 – Apêndice C).

Com o objetivo de verificar o efeito dos dois métodos de desinfecção (imersão em perborato de sódio e irradiação com microondas) sobre a estabilidade dimensional, os corpos-de-prova de cada grupo foram submetidos às seguintes condições experimentais: para o grupo G1, os corpos-de-prova foram submetidos à desinfecção por meio do protocolo proposto por Pavarina et al.75,

que inclui escovação durante 1 minuto com clorexidina a 4%, seguida da imersão em solução aquecida (50oC) de peróxido alcalino (3,8%) por 10 minutos e, finalmente, pela imersão em água por 3 minutos para a remoção do desinfetante.75 A solução de perborato de sódio foi preparada pela mistura de 1,7g de Perborato de Sódio com 0,5g de Tartarato de Sódio em 30 ml de água destilada aquecida a 50 °C. Os corpos-de-prova do grupo G2 foram submetidos à desinfecção por meio da irradiação com energia de microondas. Para isso, as amostras foram imersas em água (200 ml), posicionadas no centro do prato do forno de microondas e submetidas à irradiação com 650 W por 6 minutos em forno de microondas.70 Os ciclos de desinfecção dos grupos 1 e 2, foram realizados duas vezes, simulando uma primeira desinfecção, quando o profissional envia a prótese para o

laboratório, e um segundo procedimento, ao receber a prótese, antes de entregá-la ao paciente. Os corpos-de-prova permaneceram sobre a bancada por 5 minutos após a primeira desinfecção para que retornassem à temperatura ambiente antes de ser executado o segundo ciclo. Com o objetivo de avaliar o efeito da exposição prolongada dos materiais à solução desinfetante, os corpos-de-prova do grupo G3 foram submetidos à desinfecção com peróxido alcalino diariamente por um período de 7 dias. Da mesma forma, a irradiação repetida também foi avaliada e, para isso, os corpos-de-prova do grupo G4 foram submetidos à desinfecção em microondas, diariamente, durante 7 dias. Os corpos-de-prova dos grupos G3 e G4 foram mantidos em água a 37oC nos intervalos entre os ciclos de desinfecção. O grupo controle 1 (C1) foi constituído por corpos-de-prova não submetidos à desinfecção, sendo os testes de cisalhamento realizados após o reembasamento. Os corpos-de-prova do grupo controle 2 (C2) também não foram submetidos à desinfecção, tendo sido armazenados em água destilada a 37° C por 7 dias.

Os materiais reembasadores imediatos foram submetidos às condições experimentais logo após a sua polimerização. Entretanto, para a resina de base, esses procedimentos foram realizados somente após o período de armazenagem por 48 + 2 h em água destilada a 37o C, seguindo-se as

especificações para resinas acrílicas.111

Os corpos-de-prova submetidos aos métodos de desinfecção foram mantidos sobre a bancada até o seu esfriamento (23 + 2o C) e, em seguida, as mensurações entre os pontos de referência mencionados foram realizadas.

4.4.1.2 Análise da estabilidade dimensional

A avaliação do efeito dos métodos de desinfecção sobre a estabilidade dimensional foi realizada por meio de um projetor de perfil modelo Nikon 6C (Figura 2). Inicialmente, leituras entre os pontos de referência (AB e CD) da matriz metálica circular foram realizadas, previamente às mensurações dos corpos-de-prova. Para isso, a matriz foi posicionada sobre a platina do projetor de perfil de tal forma que um dos sulcos lineares coincidisse com uma linha de referência horizontal, presente no visor do equipamento. Além disso,

próximo ao ponto A, duas marcas na matriz proporcionaram condições para a padronização do seu posicionamento, bem como dos corpos-de-prova, durante as leituras. Doze mensurações de cada linha de referência foram realizadas e a média aritmética foi, então, calculada. Esse valor foi considerado como medida padrão com a qual os valores obtidos nos corpos-de-prova foram comparados.

As mensurações nos corpos-de-prova foram realizadas de maneira similar à da matriz metálica (Figura 3). Contudo, apenas três leituras foram realizadas da distância entre os pontos de referência (AB e CD), sendo as médias calculadas. A diferença entre as dimensões da matriz e aquelas dos corpos-de- prova foram registradas e utilizadas para o cálculo da alteração dimensional linear em micrometros e em porcentagem (%). Os resultados obtidos foram tabulados de acordo com os materiais e grupos avaliados.

FIGURA 2 – Projetor de perfil FIGURA 3 – Sulco visualizado na tela do projetor de perfil

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