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2. O ICMS ECOLÓGICO

2.3. Estados brasileiros que já implantaram o ICMS Ecológico

Ao todo, são onze estados brasileiros que aprovaram legislações que tratam do critério ambiental para repasse dos recursos do ICMS. A Tabela 2.1 mostra os estados com legislações já aprovadas, a distribuição percentual e os critérios atuais de distribuição dos recursos do ICMS Ecológico dos estados brasileiros.

Tabela 2.1. Estados brasileiros que possuem ICMS Ecológico implementado e os percentuais para o repasse de recursos financeiros

CRITÉRIOS (%) ESTADO Unidades de Conservação, terras indígenas e outras áreas especialmente protegidas Coleta e destinação final de lixo, esgoto Controle de queimadas, combate a incêndios, conservação manejo do solo. Mananciais de abastecimento público de água Paraná 2,5 - - 2,5 São Paulo 0,5 - - - Minas Gerais8 0,5 0,5 - - Rondônia 5,0 - - - Amapá 1,4 - - -

Rio Grande do Sul 7,0 - - -

Mato Grosso do Sul 5,0 - - - Pernambuco 1,0 5,0 - - Mato Grosso 5,0 2,5 Tocantins 3,5 3,5 6,0 - Rio de Janeiro 1,1 0,6 - 0,8

Fonte: PARANÁ (1991); SÃO PAULO (1993); MINAS GERAIS (1995); RONDÔNIA (1996); AMAPÁ (1996); RIO GRANDE DO SUL (1997); MATO GROSSO (2000); MATO GROSSO DO SUL (2000); PERNAMBUCO (2000); TOCANTINS (2002); RIO DE JANEIRO (2007).

O ICMS Ecológico foi criado pioneiramente no Estado do Paraná, em 1991, através da Lei Complementar n° 9491/90. O Estado estimula a manutenção de mananciais de abastecimento público de água e Unidades de Conservação, conferindo a este critério ambiental um peso de 5%. A distribuição dos 5% é da seguinte maneira: 2,5% para o critério Unidades de Conservação e 2,5% para o critério mananciais de abastecimento público de água (PARANÁ, 1991).

Segundo Tupiassu (2006), inicialmente adotou-se apenas uma medição quantitativa dos critérios, mas posteriormente foi introduzido um mecanismo de análise qualitativa das Unidades de Conservação. Com a entrada do critério

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ecológico, o número de municípios beneficiados elevou-se a cada ano. Em 1992, foram 112; em 1998 já havia 192 municípios paranaenses beneficiados.

O Estado de São Paulo foi o segundo que implantou o ICMS Ecológico através da Lei 8510/93, estabelecendo que 0,5% dos recursos financeiros deveriam ser destinados aos municípios que possuem Unidades de Conservação. A lei prevê beneficiar somente os municípios que possuem em seus territórios Unidades de Conservação criadas pelo estado, não considerando áreas criadas por outros níveis de gestão. Fixa também as categorias de Unidades de Conservação que podem gerar benefícios, deixando de fora as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (SÃO PAULO, 1993).

Segundo Tupiassu (2006), o critério ecológico beneficiou, em 1994, 104 municípios paulistas. Em 1999, foram 152 e, em 2002, chega a 169 municípios beneficiados.

Em Rondônia, o ICMS Ecológico foi criado em 1996, através da Lei Complementar n°147/96. O modelo contempla os municípios que possuem Unidades de Conservação e terras indígenas, representado 5,0% dos recursos financeiros. Segundo Loureiro (2002), foi incorporado na própria lei um dispositivo punitivo, reduzindo os recursos do ICMS Ecológico aos municípios cujas Unidades de Conservação sofram invasões ou outros tipos de agressões (RONDÔNIA, 1996).

O Amapá aprovou o ICMS Ecológico através da Lei n° 322 de 23 de dezembro de 1996. Foi instituído um processo gradual de implantação da legislação, a partir de 1998, que se completou em 2002. O critério ambiental contempla 1,4% aos municípios que tenham áreas de conservação federais, estaduais e privadas bem como as unidades municipais que venham a ser cadastradas segundo os critérios do órgão ambiental do Estado. Além do critério ambiental, a lei inclui outros critérios como políticas sociais, patrimônio cultural, área cultivada etc (AMAPÁ, 1996).

Em 1997, foi aprovada no Rio Grande do Sul a Lei n° 11038/97 que criou seu ICMS Ecológico. A legislação determina que 7% dos recursos devem ser destinados aos municípios com área de conservação e aqueles inundados por barragens. Não foi imposta aos municípios a observância de qualquer critério qualitativo em relação ao manejo e manutenção das áreas de conservação ambiental (RIO GRANDE DO SUL, 1997).

Unidades de Conservação, áreas indígenas e aos mananciais de abastecimento de água, correspondendo a 5% dos recursos (MATO GROSSO DO SUL, 2000).

No Estado de Pernambuco, o ICMS Ecológico é denominado de ICMS- Sócio-Ambiental e foi aprovado pela Lei n° 11899 de 2000. De acordo com a Lei, a parcela do ICMS destinada ao meio ambiente deverá ser distribuída da seguinte maneira: 1% para os municípios que possuem Unidades de Conservação e 5% para os municípios que possuam unidade de compostagem de lixo ou aterros sanitários controlados. O principal objetivo do ICMS Ecológico no Estado de Pernambuco é de recompensar os municípios que possuam áreas protegidas pertencentes a seu território e que estão impedidos de praticar atividades produtivas tradicionais que poderiam gerar uma maior arrecadação (PERNAMBUCO, 2000).

Segundo Tupiassu (2006), perdem o direito aos recursos aqueles municípios onde a fiscalização encontre crianças em áreas de lixões, em depósitos de resíduos irregulares com produtos tóxicos, inflamáveis, corrosivos e sem tratamento. O repasse também será suspenso nos municípios onde forem encontrados catadores de lixo residindo nas áreas dos depósitos, e mais de 20% dos lixos sem tratamento.

No Estado do Mato Grosso, o ICMS Ecológico foi aprovado em 2000 através da Lei Complementar n° 73/2000. Os critérios de destinação dos recursos são os seguintes: 5% para Unidades de Conservação e terras indígenas e 2,5% aos municípios que possuem saneamento ambiental, sistema de tratamento de lixo e água tratada (MATO GROSSO, 2000).

No Estado do Tocantins, o ICMS Ecológico foi aprovado através da Lei n° 1323 de 4 de abril de 2002. De acordo com a Lei, a parcela do ICMS destinada ao meio ambiente deverá ser distribuída da seguinte maneira: 3,5% para as Unidades de Conservação e terras indígenas, 6,0% para controle e combate a queimadas e conservação dos solos e 3,5% para saneamento básico e conservação da água (TOCANTINS, 2002).

No Rio de Janeiro, o ICMS Ecológico foi aprovado através da Lei n° 5100 de 4 de outubro de 2007. A legislação determina que 1,1% dos recursos devem ser distribuídos aos municípios com Unidades de Conservação, 0,6% aos municípios que possuem tratamento de lixo e esgoto e 0,8% aos municípios que possuem recursos hídricos (RIO DE JANEIRO, 2007).

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