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ESTADOS-MEMBROS

No documento APOSTILA DE DIREITO CONSTITUCIONAL I (páginas 42-46)

1. Características:

Os Estados são pessoas jurídicas de direito público interno. São autônomos, uma vez que possuem capacidade de auto-organização, autogoverno, auto- administração e autolegislação.

- Auto-organização (art. 25 da CF): Os Estados organizam-se e regem-se pelas constituições e leis que adotarem, observados os princípios da Constituição Federal.

Segundo Alexandre de Morais, devem observar os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII da CF), extensíveis (aquelas normas comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e estabelecidos (aquelas normas que organizam a federação, estabelecem preceitos centrais de observância obrigatória aos estados-membros em sua auto-organização).

- Autogoverno: Os Estados estruturam os poderes Legislativo (art. 27 da CF), Executivo (art. 28 da CF) e Judiciário (art. 125 da CF).

- Auto-administração e autolegislação: Os Estados têm competências legislativas e não-legislativas próprias (art. 25 §1º da CF).

2. Formação dos Estados-membros:

“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através

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de plebiscito e do Congresso Nacional, por meio de lei complementar” (art. 18, §3º da CF).

Hipótese de alterabilidade divisional interna do território brasileiro:

- Incorporação: Dois ou mais Estados se unem formando outro. Subdivisão: Um Estado divide-se em outros.

- Desmembramento-anexação: Parte de um Estado separa-se para anexar-se em outro, sem que o originário perca a sua personalidade.

- Desmembramento-formação: Parte de um Estado separa-se para constituir outro, sem que o originário perca a sua personalidade.

Requisitos:

- Aprovação por plebiscito da população diretamente interessada: esta é condição essencial, de tal forma que se não houver aprovação por plebiscito nem se passa à próxima fase.

- Aprovação do Congresso Nacional por meio de lei complementar: Superada a aprovação por plebiscito, é necessário que haja propositura de projeto de lei complementar a qualquer uma das casas. A aprovação ocorrerá por maioria absoluta.

Cabe ao Congresso Nacional com a sanção do Presidente da República dispor sobre a incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de territórios ou Estados, ouvidas as respectivas assembléias legislativas (art. 48, VI da CF). O parecer das Assembléias Legislativas não é vinculativo.

3. Bens dos Estados-membros (art. 26 da CF):

- As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

- As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

- As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

- As terras devolutas não compreendidas entre as da União.

4. Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões:

“Os Estado poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por

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agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções políticas de interesse público” (art. 25, §3º da CF).

- Regiões metropolitanas: Conjunto de municípios limítrofes, ligados por

certa continuidade urbana, que se reúnem em volta de um município-pólo.

- Aglomerações urbanas: Conjunto de municípios limítrofes que possuem

as mesmas características e problemas comuns, mas não estão ligados por uma continuidade urbana. Haverá um município-sede.

- Microrregiões: Áreas urbanas de municípios limítrofes, caracterizados pela

grande densidade demográfica e continuidade urbana. Não há um município- sede. MUNICÍPIOS 1. Características:

Os Municípios são pessoas jurídicas de direito público interno. São autônomos, uma vez que possuem capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação.

- Auto-organização: Os Municípios organizam-se através da lei orgânica,

votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição estadual e os preceitos estabelecidos no art. 29 da CF (art. 29 da CF). Antes de 1988, os Municípios de determinado Estado eram regidos por uma única Lei orgânica estadual.

- Autogoverno: Os Municípios estruturam o Poder Executivo e Legislativo.

Não têm Poder Judiciário próprio.

- Auto-administração e autolegislação (art. 30 da CF): Os Municípios

têm competências legislativas e não-legislativas próprias.

2. Formação dos Municípios:

“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far- se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações

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dos Municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei” (art. 18, §4º da CF).

- Requisitos:

o Divulgação de estudo de viabilidade municipal

o Aprovação por plebiscito da população municipal: O plebiscito será convocado pela Assembléia legislativa.

o Lei complementar federal: Determinará o período para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios.

o Lei estadual. DISTRITO FEDERAL 1. Características:

O Distrito Federal é autônomo, uma vez que possui capacidade de auto- organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação.

- Auto-organização (art. 32 da CF): O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal.

- Autogoverno (art. 32, §§ 2º e 3º): O Distrito Federal estrutura o Poder Executivo e Legislativo. Quanto ao Poder Judiciário, competirá privativamente à União organizar e mantê-lo, afetando parcialmente a autonomia do Distrito Federal.

Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal. (art. 21, XIII da CF); organizar e manter a polícia civil, polícia militar e o corpo de bombeiros militar, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 21, XIV da CF). “Lei, federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das policias civil, militar e do corpo de bombeiros militar” (art. 32, §4º da CF).

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Compete à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal, bem como sua organização administrativa (art. 22, XVII da CF).

- Auto-administração e autolegislação: O Distrito Federal tem competências legislativas e não-legislativas próprias.

No documento APOSTILA DE DIREITO CONSTITUCIONAL I (páginas 42-46)

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