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OFICINAS DE PAIS BOLSAS DE PAIS

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Júlia Serpa Pimentel

Doutorada em Psicologia do Desenvolvimento e Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Trabalhou como Psicóloga, sempre em serviços do âmbito da Segurança Social com atuação junto de crianças em situação de ris- co ou com defi ciência e respetivas famílias, desde 1973 até 1998, com particular interesse pela área da Interven- ção Precoce. É atualmente Professora auxiliar no ISPA - Instituto Universitário.

No âmbito da Intervenção Precoce, foi fundadora da Associação Portage e Formadora do Programa Portage desde 1985. Para além da docência, sempre colaborou em inúmeras ações de formação em serviço para profi s- sionais de educação, nos domínios da sua especialidade. Tem participado em diversos Encontros Científi cos Nacionais e Internacionais e é autora de vários artigos, publicados em revistas de referência.

Em conjunto com a Associação Pais-Em-Rede (PER) organizou e dinamizou a Edição Experimental das “Ofi cinas de Pais” que decorreu no ISPA - Instituto Uni- versitário entre Abril e Maio de 2010. É coordenadora do projeto “Ofi cinas de Pais/Bolsas de Pais” fi nanciado pelo Alto Comissariado para a Saúde e pela Fundação Gulbenkian, atualmente em fase de implementação em Lisboa (protocolo ISPA-PER), Porto, Évora e Aveiro (em parceria com as estas Universidades).

Luísa Beltrão

Autora de várias publicações, representou, em 1991, Portugal na Comissão de Trabalho do Conselho da Europa para a Uniformização do Apoio às Pessoas com Defi ciência. Fundadora da Quinta-Essência, estrutura pedagógica e residencial inovadora para pessoas com incapacidade, maiores de 18 anos. Em fi nais de 2008, cofundou o movimento cívico Pais em Rede, de que é presidente nacional, com o objetivo de capacitar as famílias com fi lhos portadores de defi ciência para a sua real inclusão social, tendo recebido o 3º prémio Mulher- Ativa em Março de 2010. Coautora com a Prof. Doutora Júlia Serpa Pimentel do Projeto nacional Ofi cinas de Pais/Bolsas de Pais, fi nanciado pelo Alto Comissariado da Saúde e Fundação Calouste Gulbenkian, já em fun- cionamento.

Mª João Santos

Psicóloga Educacional, pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, iniciou a sua atividade no ESCA – Espaço para a Saúde da Criança e do Adolescente, onde é responsável pela Consulta de Psicologia Educacional, de Orientação Vocacional e pelo Gabinete de Aconse-

lhamento aos Pais. Entre Janeiro de 2004 e Maio de 2010 acumulou funções de Direção e de Direção de Formação no ESCA.

Atualmente, é colaboradora do Projeto “Ofi cinas de Pais / Bolsas de Pais” assumindo as funções de facilitado- ra dos Grupos de Apoio Emocional (GAE) – O primeiro nível deste projeto pioneiro. Colabora com a Associação A-Par – Aprender em Parceria, como Líder de grupos de pais e crianças dos 0 aos 5 anos, num projeto de preven- ção primária.

Tem realizado algumas formações e colaborado com a imprensa escrita, com diversos artigos e entrevistas, nas áreas temáticas da criança, adolescente, família e escola. Desde 2008, colabora com a Revista Pais e Filhos na realização de crónicas para a página de Psicologia nos Cadernos Pais e Filhos e é responsável pela área de Psicologia Educacional no Consultório Online.

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O constructo social de inclusão, por oposição ao de exclusão das pessoas em situação de desvantagem, é muito recente. Começa a alicerçar-se nos anos 70 do século XX e poderemos compreendê-lo ainda num processo de desenvolvimento e de construção social . Confere-se assim que, num curto espaço de tempo, identifi cam-se diferentes orientações e práticas relativas à maneira como a sociedade ocidental tem encarado a intervenção com as crianças pequenas com defi ciência e as respetivas famílias. O assistencialismo, a reabilitação, a educação especial, a integração, a inclusão constituem alguns termos que transparecem uma evolução concetu- al e pragmática em relação a esta matéria.

Num panorama internacional, na segunda metade do século XX, independentemente do valor obtido pelo Índice de Desenvolvimento Humano, e de forma mais ou menos participativa, podemos entender que os países enquadram-se numa movimentação política que pro- curava estabelecer acordos e convenções, que recomen- davam a apologia de valores internacionais. Ainda na sequência das duas Grandes Guerras, urgia a manuten- ção e garante da paz internacional.

É neste contexto político que a Organização das Na- ções Unidas tem, até aos nossos dias, proclamado várias convenções que procuram estabelecer orientações e práticas que garantam os direitos humanos, tendo vindo a especifi cá-los em vários domínios.

Especifi camente no que diz respeito à criança, a agência das Nações Unidas que tem como objetivo promover a defesa dos direitos das crianças, ajudar a dar resposta às suas necessidades básicas e contribuir para o seu pleno desenvolvimento, a UNICEF, em 1989, aprova o documento que enuncia os direitos fundamentais de todas as crianças e evidencia no artigo 23º “as crianças com defi ciência têm direito à participação na comunida- de e a sua educação deve conduzir à plena integração e desenvolvimento pessoal possível”.

Mais tarde, em 1994, poderemos ler nos princípios orientadores da Declaração de Salamanca, proferida pela mesma organização internacional, “inclusão e partici- pação são essenciais à dignidade humana e ao desfruto e exercício dos direitos humanos. Dentro do campo da educação, isto refl ete-se no desenvolvimento de estraté- gias que procuram promover a genuína equalização de oportunidades”. A mesma declaração esclarece ainda nos seus princípios orientadores que o “princípio fundamen- tal da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independente- mente de quaisquer difi culdades ou diferenças que elas possam ter.”

Nesta mesma linha, em 2002, a Declaração de Madrid alerta que “as medidas visando, originalmente, a reabi- litação do indivíduo de forma a ‘adaptá-lo’ à sociedade tendem a evoluir para uma conceção global que reclama