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CAPÍTULO IV ESTUDO DE CASO

4.1. Análise e interpretação dos dados

4.1.1. Estatística Descritiva

A estatística descritiva tem por objetivo a apresentação, análise e interpretação de dados numéricos, através da criação de instrumentos adequados: quadros, gráficos e indicadores numéricos, visando somente a descrição e análise da amostra sem dai retirar conclusões ou inferências sobre a população da qual foi retirada a amostra.

A análise que se segue procura fazer a leitura para cada uma das respostas ao conjunto de questões constantes do questionário.

Tabela 5 –Q0- Anos de experiência na aplicação de normas internacionais

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido [0 a 3 anos] 1 1,4 1,4 1,4 [3 a 5 anos] 6 8,2 8,2 9,6 [5 a 10 anos] 22 30,1 30,1 39,7 [+ 10 anos] 44 60,3 60,3 100,0 Total 73 100,0 100,0

Verificámos que 1.4% dos inquiridos têm entre ]0;3] anos de experiência relevante na aplicação das IFRS, cerca de 8.2% dos inquiridos têm entre ]3;5] anos de experiência relevante, 30.1% entre ]5;10] anos e cerca de 60.3% têm mais de 10 anos de experiência relevante, o que demonstra que os inquiridos estão bem enquadrados com o tema desconto.

4.1.1.1 IAS 19 - Benefícios dos Empregados

Tabela 6- Utilização do método de valor presente para atualizar as obrigações de benefícios pós-emprego (com fundo ou sem fundo), de IAS 19

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Sim 68 93,2 93,2 93,2

Não 5 6,8 6,8 100,0

Total 73 100,0 100,0

Relativamente ao tratamento das obrigações de benefícios pós-emprego, a maioria dos inquiridos (93.2%, 68 inquiridos) utiliza o Método da Unidade de Crédito Projetada no desconto dessas obrigações, sendo que 6.8% utilizam outros métodos.

Tabela 7- Taxa que a empresa utiliza para descontar as obrigações de benefícios pós-emprego (com fundo ou sem fundo)

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Obrigações de alta qualidade de sociedades 28 38,4 38,4 38,4

Obrigações governamentais 40 54,8 54,8 93,2

Outras 5 6,8 6,8 100,0

Total 73 100,0 100,0

Questionados sobre qual a taxa que a empresa utiliza para descontar as obrigações de benefícios pós-emprego (com fundo ou sem fundo). Verificámos que cerca de 38.4% (cerca de 28 inquiridos), responderam que utilizam obrigações de alta qualidade de sociedades, 54.8% (cerca de 40 inquiridos), responderam que a sua empresa utiliza as “obrigações governamentais” e 6.8% (cerca de 5 inquiridos), responderam que a sua empresa utiliza “outras taxas de desconto” para descontar as obrigações de benefícios pós-emprego.

De acordo com a IAS 19 - Benefícios dos Empregados, o método recomendado para a atualização de pensões e benefícios dos empregados (ver tabela 3), é o valor presente, sendo que a norma aconselha que em termos de taxas seja utilizada as “obrigações de alta qualidade de sociedades na moeda em que são pagos os benefícios” ou em alternativa as “obrigações governamentais para países em que não exista deep market para obrigações corporate”.

De forma a confrontar os resultados do questionário com a realidade das empresas que reportam em IFRS, fizemos uma análise documental às divulgações efetuadas nos relatórios de contas consolidadas referentes ao exercício de 2017 das empresas cotadas no PSI-20, que aplicam e divulgam o método e taxas utilizadas no desconto de obrigações enquadradas na norma IAS 19 - Benefícios dos Empregados:

EMPRESA MÉTODO UTILIZADO TAXA DE DESCONTO DIVULGADA

Altri SGPS Método da Unidade de Crédito

Projetada. “Retorno esperado dos ativos do plano no longo prazo.” Banco Comercial Português Método da Unidade de Crédito

Projetada. “Yields de mercado, de um universo de emissões de obrigações - de elevada qualidade.” CTT – Correios de Portugal,

S.A

Método da Unidade de Crédito Projetada.

“Taxas de juro de obrigações de dívida privada com qualidade de crédito elevada (“AA” ou equivalente)”

EDP- Energias de Portugal & EDP Renováveis

Método da Unidade de Crédito

Projetada. “Taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de “rating” elevado.” Galp Energia, SGPS, S.A. Método da Unidade de Crédito

Projetada. “A taxa de desconto consiste em half-yearly (i.e., zero coupon) rates desenvolvida a partir de informação de pricing e yield de obrigações corporate de alta qualidade em conformidade com a norma IAS 19.”

EMPRESA Método Utilizado Taxa de desconto divulgada

Jerónimo Martins SGPS, SA Método de rendas vitalícias imediatas

“Taxas de juro de obrigações corporativas com uma notação de crédito de ‘AA’ ou superior, dadas por reconhecidas agências internacionais de notação de crédito.”

Mota - Engil SGPS Método da Unidade de Crédito Projetada.

“Taxas de mercado de obrigações de empresas de bom risco e de prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.”

REN - Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S.A.

Plano de pensões: método da unidade de crédito projetada

Plano de assistência médica (cuidados médicos) e outros benefícios: método da unidade de crédito projetada

“A taxa de desconto utilizada resulta da conversão da curva de taxa de juro numa taxa spot. Uma obrigação é considerada como tendo notação de risco AA se receber essa notação (ou equivalente) por uma, ou ambas, das duas principais agências de rating: Standard and Poor’s e Moody’s.”

Taxas de rendimento das obrigações consideradas adequadas e alinhada com a duração das responsabilidades associadas aos diferentes planos de benefícios

SEMAPA- Sociedade de Investimento e Gestão SGPS S.A. / The Navigator Company, S.A.

Método de crédito da unidade projetada.

“Taxa técnica de juro”

Verificámos que as empresas cotadas no PSI-20 com planos de pensões de contribuição definida, beneficio definido ou de contribuição variável para os empregados, utilizam o “Método de Crédito da Unidade Projetada”, sendo que em termos de taxas de desconto a maioria destas empresas utilizam “obrigações de alta qualidade de sociedades”, o que vêm contra os resultados do inquirido segundo os quais 54.8% dos inquiridos indicam que utilizam a taxa de “obrigações governamentais”.

Tabela 8 - Dificuldades observadas na aplicação dos métodos e taxas recomendadas pela IAS 19 - Benefícios dos Empregados

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Dificuldade de compreensão da norma 35 47,9 47,9 47,9

Dificuldade na obtenção dos inputs 32 43,8 43,8 91,8

Falta de aplicabilidade 5 6,8 6,8 98,6

Sem dificuldade 1 1,4 1,4 100,0

Total 73 100,0 100,0

Relativamente às dificuldades sentidas pelos utilizadores da IAS 19 - Benefícios dos Empregados, 47.9% dos inquiridos (cerca de 35 inquiridos), afirmam que a norma é complexa e têm “dificuldade de compreensão da norma”, sendo que 43.8% dos inquiridos (cerca de 32 inquiridos), afirmam que têm “dificuldades na obtenção dos inputs” necessários à sua aplicação, ainda 6.8% dos inquiridos não têm hábito de aplicar a norma e cerca de 1.4% não encontram qualquer dificuldade na aplicação do normativo.

Tabela 9- Utilização do Método da taxa de juro efetiva para mensurar o valor inicial dos subsídios reembolsáveis do governo, de acordo com a IAS 20- Contabilização de subsídios governamentais e divulgação de assistência governamental

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Sim 63 86,3 86,3 86,3

Não 10 13,7 13,7 100,0

Total 73 100,0 100,0

No que se refere ao tratamento dos subsídios governamentais reembolsáveis, a maioria dos inquiridos (86.3%, 63 inquiridos), utiliza o “Método da taxa de juro efetiva” para reconhecer os benefícios de um empréstimo governamental com uma taxa de juro inferior à do mercado e, cerca de 13.7% (10 inquiridos), não utilizam o método preconizado pela IAS 20.

Tabela 10-Utilização da “Taxa de juro corrente do mercado (Taxa à qual a empresa é financiada)”na aplicação do método de custo amortizado relacionado com subsídios reembolsáveis

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Sim 64 87,7 87,7 87,7

Não 9 12,3 12,3 100,0

Total 73 100,0 100,0

Na aplicação do método de custo amortizado relacionado com subsídios reembolsáveis a maioria dos inquiridos (87.7%, 64 inquiridos), utilizam a "taxa de juro corrente do mercado (taxa à qual a empresa é financiada)", sendo que 12.3% (9 inquiridos), não utilizam ou utilizam outras taxas de mercado.

De acordo com a IAS 20- Contabilização de subsídios governamentais e divulgação de assistência governamental, o benefício da taxa de juro inferior à do mercado deve ser medido como a diferença entre a quantia escriturada inicial do empréstimo determinada em conformidade com a IFRS 9 e os subsídios recebidos.

Com o objetivo de confrontar os resultados do questionário com a realidade das empresas que reportam em IFRS, fizemos uma análise documental às divulgações efetuadas nos relatórios de contas consolidadas referentes ao exercício de 2017 das empresas cotadas no PSI-20, que aplicam e divulgam o método e taxas utilizadas no desconto de obrigações enquadradas na norma IAS 20- Contabilização de subsídios governamentais e divulgação de assistência governamental:

EMPRESA MÉTODO UTILIZADO TAXA DE DESCONTO DIVULGADA

Altri SGPS Método do juro efetivo 4 Taxa de juro efetiva5 Corticeira Amorim S.G.P.S.,

S.A.

Mensurado ao custo amortizado Taxa de financiamento da empresa à data do reconhecimento, para empréstimos de prazos semelhantes.

Das empresas que têm contabilizado estes subsídios nas contas e divulgam os subsídios com caracter reembolsável, que no fundo são empréstimos concedidos á uma taxa de juro mais favorável verifica-se que os métodos de utilização divulgados estão de acordo com IAS 20. Uma vez que a IAS 20 remete por sua vez à IFRS 9 para o tratamento dos subsídios reembolsáveis, esta dá um tratamento semelhante aos empréstimos sem juros, e recomenda o uso da taxa de juro efetiva ou em alternativa, a taxa de juro que a empresa é financiada.

Tabela 11- Dificuldade observada na aplicação dos métodos e taxas recomendadas pela IAS 20

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Dificuldade de compreensão da norma 25 34.2 34.2 34.2

Dificuldade na obtenção dos inputs 37 50.7 50.7 84.9

Falta de aplicabilidade 10 13.7 13.7 98.6

Sem dificuldade 1 1.4 1.4 100.0

Total 73 100.0 100.0

No que se refere às dificuldades sentidas pelos utilizadores da IAS 20- Contabilização de subsídios governamentais e divulgação de assistência, 34.2% dos inquiridos (cerca de 25 inquiridos), afirmam que a norma é complexa e têm “dificuldade de compreensão da norma”, sendo que 50.7% dos inquiridos (cerca de 37 inquiridos), afirmam que têm “dificuldades na obtenção dos inputs” necessários à sua aplicação, ainda 13.7% dos inquiridos (cerca de 10 inquiridos), não têm hábito de aplicar a norma e cerca de 1.4% não encontram qualquer dificuldade na aplicação do normativo.

4.1.1.3 IAS 28 - Investimentos em Associadas

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Sim 70 95,9 95,9 95,9

Não 3 4,1 4,1 100,0

Total 73 100,0 100,0

No tratamento dos investimentos em associadas, a maioria dos inquiridos (95.9%, 70 inquiridos), utiliza o “Método de Fluxo de Caixa Descontados”, para determinar o valor de uso dos

4Método de calcular o custo amortizado de um ativo financeiro ou de um passivo financeiro

5 Taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro

investimentos e, cerca de 4.1% (cerca de 3 inquiridos) não utilizam o método recomendado pela

IAS 28.

Tabela 12- Taxa de desconto para determinar o valor de uso do investimento na(s) associada (s)

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

A taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade 36 49,3 49,3 49,3

O custo médio ponderado de capital da entidade

determinado pelo uso de modelos tais como o CAPM 30 41,1 41,1 90,4

Outras taxas de mercado de empréstimos obtidos 4 5,5 5,5 95,9

Outras 3 4,1 4,1 100,0

Total 73 100,0 100,0

Questionados sobre qual a taxa utilizada para determinar o valor de uso dos investimentos em associadas, verificámos que cerca de 49.3% (cerca de 36 inquiridos), responderam que utilizam a “taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade”, cerca de 41.1% (total de 30 inquiridos), responderam que utilizam o “WACC determinado pelo uso de modelos tais como o

CAPM”, cerca de 5.5% (cerca de 4 inquiridos), responderam que utilizam “outras taxas de mercado de empréstimos obtidos” para determinar o valor de uso dos investimentos e, 4.1% dos inquiridos utilizam outras taxas.

Após a aplicação do método da equivalência patrimonial, incluindo o reconhecimento das perdas da associada, a investidora aplica os requisitos da IFRS 9 para determinar se é necessário reconhecer qualquer perda por imparidade adicional com respeito ao investimento líquido da investidora na associada. Desta forma a IFRS 9 recomenda que para a determinação do valor de uso das participadas (associadas) deve ser usada uma “taxa implícita nas transações correntes de mercado para ativos semelhantes”, ou em alternativa, o “WACC” da entidade determinado pelo uso de modelos tais como o CAPM; (ii) Taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade; (iii) Outras taxas de mercado de empréstimos obtidos.

Confrontamos os resultados do questionário com a realidade das empresas que reportam em

IFRS, fizemos uma análise documental às divulgações efetuadas nos relatórios de contas consolidadas referentes ao exercício de 2017 das empresas cotadas no PSI-20, que aplicam e divulgam o método e taxas utilizadas no desconto dos de ativos enquadrados na norma IAS 28 - Investimentos em Associadas.

EMPRESA MÉTODO UTILIZADO TAXA DE DESCONTO DIVULGADA

Altri SGPS Método: Fluxos de caixa descontado

(base um plano de negócios a 7 anos (uma vez que é entendimento do Conselho de Administração ser este o período mais adequado face à natureza cíclica das respetivas operações do Grupo)

Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

Banco Comercial Português Método: Fluxos de caixa descontado

(O valor em uso foi determinado tendo por base: (i) o plano de negócios aprovado pela gestão de cada sociedade para o exercício de 2018 a 2022 e (ii) os seguintes pressupostos consoante a natureza das atividades das sociedades e a respetiva geografia)

Imparidade de Goodwill: WACC (Weighted Average Cost of Capital) (Considera o risco associado à unidade a ser testada)

Corticeira Amorim S.G.P.S.,

S.A. Método: Fluxos de caixa descontado Taxa de desconto: Taxa específica para a unidade geradora de caixa, que contempla o risco de mercado onde ela opera

CTT – Correios de Portugal,

S.A Método: Fluxos de caixa descontado Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital) EDP- Energias de Portugal

& EDP Renováveis Método: Fluxos de caixa descontado Taxa de desconto: as taxas utilizadas refletem a melhor estimativa do Grupo EDP considerando os riscos específicos associados a cada unidade geradora de caixa.

Galp Energia, SGPS, S.A. Método: Fluxos de caixa descontado

(Fatores importantes: Avaliação das reservas petrolíferas, cotações futuras estimadas de crude e gás, estimativas de custos operacionais e investimentos necessários).

Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

(Estimado para cada segmento de negócio em função do risco específico inerente a este segmento.)

Jerónimo Martins SGPS, SA Método: Fluxos de caixa descontado

(Incorporam os crescimentos anuais expectáveis das vendas, margens e custos operacionais de cada uma das áreas de negócio).

Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

(Estimado para cada

um dos segmentos operacionais das diferentes geografias.)

NOS, SGPS S.A Método: Fluxos de caixa descontado

(com base nos últimos planos de negócio de cada participada aprovados, os quais são preparados recorrendo à utilização de fluxos de caixa descontados para períodos de 5 anos e/ou avaliações externas, no caso específico das empresas detentoras de imóveis.)

Taxa de desconto: taxa de desconto que reflita as expectativas do mercado quanto ao valor temporal do dinheiro e quanto aos riscos específicos do ativo ou da unidade geradora de Caixa.

Taxa de desconto (antes de impostos) NOVABASE S.G.P.S., S.A. Método: Fluxos de caixa descontado

(Considerando plano de negócios de 5 anos estimado pela Gestão)

Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

Taxa de atualização (depois de imposto PHAROL, SGPS S.A. Método: Não divulgam Taxa de desconto: Não divulgam REN - Redes Energéticas

Nacionais, SGPS, S.A. Método: Fluxos de caixa descontado Taxa de desconto: Taxa de desconto antes de impostos que reflete as avaliações correntes do mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do ativo em questão.

SEMAPA- Sociedade de Investimento e Gestão SGPS S.A. / The Navigator Company, S.A.

Método: modelo de desconto de cash-flows

post‐tax, denominado “income‐split method” Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

Sonae SGPS, S.A. / Sonae Capital

Método: Fluxos de caixa descontado Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

(de acordo com o segmento onde as empresas se inserem)

Verificámos que algumas empresas cotadas fazem divulgações mais explícitas do que outras, e que pelo fato de não existir muitas empresas comparáveis em termos de estrutura, dimensão e risco, na determinação do valor de uso em vez de estas usarem uma “taxa implícita nas transações correntes de mercado para ativos semelhantes”, usam na sua maioria a taxa alternativa, o “WACC” da entidade determinado pelo uso de modelos tais como o CAPM.

Tabela 13- Dificuldade observada na aplicação dos métodos e taxas recomendadas pela IAS 28

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Dificuldade de compreensão da norma 24 32,9 32,9 32,9

Dificuldade na obtenção dos inputs 44 60,3 60,3 93,2

Falta de aplicabilidade 5 6,8 6,8 100,0

Total 73 100,0 100,0

No que toca às dificuldades sentidas pelos utilizadores da IAS 28 - Investimentos em Associadas, 32.9% dos inquiridos (cerca de 24 inquiridos), afirmam que a norma é complexa e têm “dificuldade de compreensão da norma”, sendo que 60.3% (cerca de 44 inquiridos) dos inquiridos afirmam que têm “dificuldades na obtenção dos inputs” necessários à sua aplicação, ainda 6.8% dos inquiridos não têm hábito de aplicar a norma.

4.1.1.4 IAS 36 - Imparidade de Ativos

Tabela 14 -Utilização do método de Fluxo de Caixa Descontado na avaliação da imparidade de ativos de acordo com o método valor de uso

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

Sim 70 95,9 95,9 95,9

Não 3 4,1 4,1 100,0

Total 73 100,0 100,0

Para a determinação do valor do valor de uso de acordo com a IAS 36 - Imparidade de Ativos, a maioria dos inquiridos (95.9%, 70 inquiridos), utiliza o “Método de Fluxo de Caixa Descontado”, sendo que a minoria, cerca de 4.1% (cerca de 3 inquiridos) não utilizam o método preconizado pela IAS 36.

Tabela 15 - Q11. Para o cálculo da imparidade que taxa a empresa usa para aplicar o método?

Frequência Percentagem Percentagem válida Percentagem acumulativa

Válido

A taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade 39 53,4 53,4 53,4

O WACC da entidade determinado pelo uso de técnicas

tais como o CAPM (Capital Asset Pricing Model) 26 35,6 35,6 89,0

Outras taxas de mercado de empréstimos obtidos 6 8,2 8,2 97,3

Outras 2 2,7 2,7 100,0

Total 73 100,0 100,0

Questionados sobre qual a taxa que a empresa utiliza para determinar o valor de uso dos ativos enquadrados na IAS 36 – Imparidade de ativos, verificámos 53.4% (cerca de 39 inquiridos),

responderam que utilizam a “taxa incremental de empréstimos obtidos pela entidade”, por seu lado 35.6% (cerca de 26 inquiridos), utilizam o “WACC” da entidade determinado pelo uso de técnicas tais como o CAPM ainda, cerca de 8.2% (cerca de 6 inquiridos), responderam que a sua empresa utiliza “outras taxas de mercado de empréstimos obtidos” para determinar o valor de uso dos investimentos e, 2.7% dos inquiridos utilizam outras taxas.

Com o objetivo de confrontar os resultados do questionário com a realidade das empresas que reportam em IFRS, fizemos uma análise documental às divulgações efetuadas nos relatórios de contas consolidadas referentes ao exercício de 2017 das empresas cotadas no PSI-20, que aplicam e divulgam o método e taxas utilizadas no desconto dos ativos enquadrados na norma

IAS 36- Imparidade de ativos:

Empresa Método Utilizado Taxa de desconto divulgada

Altri SGPS Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado

Imparidade de Ativos Biológicos: Fluxos de caixa descontado

Imparidade de Goodwill: WACC (Weighted Average Cost of Capital) Imparidade de Ativos Biológicos: Preço de venda expectável da madeira e gastos a incorrer até as mesmas estarem prontas para corte

Banco Comercial Português Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado

(Condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio)

Imparidade de Goodwill: WACC (Weighted Average Cost of Capital) (Considera o risco associado à unidade a ser testada)

Corticeira Amorim S.G.P.S., S.A.

Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado

(Crescimento esperado para o mercado de vinho, champanhe e espumante, bem como a evolução da quota, bem como a evolução da quota de mercado das subsidiárias neste negocio)

Imparidade de Goodwill: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

CTT – Correios de Portugal, S.A

Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado

(Condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio)

Imparidade de Goodwill: WACC (Weighted Average Cost of Capital) (Estimada a partir das taxas e estruturas de capital de entidades do sector) EDP- Energias de Portugal

& EDP Renováveis Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado (Condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio)

Imparidade de Ativos Não Financeiros: Fluxos de caixa descontado

Imparidade de Goodwill: WACC (Weighted Average Cost of Capital) (As taxas utilizadas refletem a melhor estimativa do Grupo EDP considerando os riscos específicos associados a cada unidade geradora de caixa.)

Imparidade de ativos não financeiros: Taxa de desconto depois de imposto que reflita a avaliação corrente do mercado, sobre o valor temporal do dinheiro e o risco específico do ativo.

Empresa Método Utilizado Taxa de desconto divulgada

Galp Energia, SGPS, S.A. Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado

Imparidades de ativos tangíveis e intangíveis: Fluxos de caixa descontado Imparidade de ativos do segmento de Refinação e Distribuição: Fluxos de caixa descontado

Imparidade de ativos do segmento Gás & Power: Fluxos de caixa descontado Imparidade de ativos do segmento de atividade de Exploração e Produção: Expected Monetary Value (EMV)

Taxa de desconto: WACC (Weighted Average Cost of Capital)

Ibersol Sgps, SA Imparidades de ativos financeiros: Fluxos de caixa descontado

Imparidade Ativos – Restaurantes: Fluxos de caixa descontado

Imparidade de Goodwill: Fluxos de caixa descontado

Taxa de desconto: Taxa de juro efetiva.