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Estatísticas descritivas das estimativas do impacto das projeções de mudanças

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.6 Impacto das projeções de mudanças climáticas globais (MCG) na produtividade da

4.6.1 Estatísticas descritivas das estimativas do impacto das projeções de mudanças

válidas para o cenário A2 de 2040

As Figuras 4.17 a 4.24 apresentam as estatísticas descritivas do conjunto de 30 índices de produtividades anuais (1979 a 2008) estimadas para as 39 localidades e três tipos de solos estudados, para plantios nos meses de outubro a janeiro.

Se forem confirmadas as projeções de aumento da temperatura, e preservadas as condições atuais de oferta hídrica na região de Cerrados, os resultados do modelo de simulação de crescimento e produtividade indicam incremento da produtividade de até 7,3 t/ha em certas localidades, bem como de redução de até 1,6 t/ha em outras, em determinadas condições de solo e período simulados. Alguns resultados podem ser destacados:

As estatísticas de produtividade para plantios efetuados no mês de outubro estão apresentadas nas Figuras 4.17 e 4.18. Observam-se valores médios de 79 t/ha para os LVA (Figura 4.17C), 132 t/ha nos NQ (Figura 4.17B) e de 140 t/ha nos LV (Figura 4.17A). Em comparação com as produtividades atuais, observam-se ganhos médios de 1,1, 4,3 e 3,4 t/ha nos respectivos solos (Figuras 4.18C, B e A). Embora os valores sejam relativamente pequenos, pouco significativos e possam representar pequeno impacto econômico, eles indicam tendência de aumento das produtividades.

A B C

Figura 4.17. Estatísticas descritivas da produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO para plantio em outubro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho- Amarelo (C), válido para o ano de 2040 (cenário A2 de MCG).

A B C

Figura 4.18. Estatísticas descritivas da diferença de produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO, entre 2010 e 2040 (cenário A2 de MCG), para plantio em outubro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho-Amarelo (C).

As Figuras 4.19 e 4.20 apresentam as estatísticas da produção simulada para plantio em novembro no cenário A2, bem como a diferença quando comparada à produtividade atual. Obtiveram-se valores médios de 69, 118 e 129 t/ha nos LVA (C), NQ (B) e LV (A), respectivamente. Na mesma ordem (Figuras 4.20C, B e A), observou-se que o impacto médio na produção foi um ganho de aproximadamente 2,0, 3,9 e 3,12 t/ha. Podem ser considerados pouco significativos economicamente, mas apontam para aumento e não redução das produtividades.

A B C

Figura 4.19. Estatísticas descritivas da produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO para plantio em novembro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho- Amarelo (C), válido para o ano de 2040 (cenário A2 de MCG).

A B C

Figura 4.20. Estatísticas descritivas da diferença de produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO, entre 2010 e 2040 (cenário A2 de MCG), para plantio em novembro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho-Amarelo (C).

Para as simulações de plantios no mês de dezembro, observaram-se produtividades médias de 125 t/ha nos LV (Figura 4.21A), de 112 t/ha nos NQ (Figura 4.21B) e redução para 61 t/ha nos LVA (Figura 4.21C), com diferenças positivas, em relação ao cenário atual, de 2,4, 3,1 e 2,6 t/ha (Figura 4.22A, B e C). Esses valores apresentaram pouca diferença em relação ao mês de novembro.

A B C

Figura 4.21. Estatísticas descritivas da produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO para plantio em dezembro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho- Amarelo (C), válido para o ano de 2040 (cenário A2 de MCG).

A B C

Figura 4.22. Estatísticas descritivas da diferença de produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO, entre 2010 e 2040 (cenário A2 de MCG), para plantio em dezembro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho-Amarelo (C).

Conforme apresentado na Figura 4.23, o impacto das elevações das temperaturas sobre a produção de cana-de-açúcar com plantios em janeiro apresentou produtividades médias de 125, 113 e 61 t/ha para os solos LV (A), NQ (B) e LVA (C), respectivamente, representando ganhos médios de 2,1, 3,0 e 2,4 t/ha (Figuras 4.24A, 4.24B e 4.24C). Também podem ser considerados pouco significativos estatisticamente, mas indicam tendência de aumento da produtividade.

A B C

Figura 4.23. Estatísticas descritivas da produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO para plantio em janeiro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho- Amarelo (C), válido para o ano de 2040 (cenário A2 de MCG).

A B C

Figura 4.24. Estatísticas descritivas da diferença de produtividade da cana-de-açúcar, variedade RB72454, em Goiás e Distrito Federal, estimada pelo DSSAT/CANEGRO, entre 2010 e 2040 (cenário A2 de MCG), para plantio em janeiro num Latossolo Vermelho (A), Neossolo Quartzarênico (B) e Latossolo Vermelho-Amarelo (C).

Em resumo, alguns resultados obtidos podem ser destacados:

I - O impacto médio foi de 1,1, 2,0, 2,6 e 2,4 t/ha, nas simulações realizadas para plantios em Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA), nos meses de outubro a janeiro, respectivamente. Os índices projetados podem ser considerados pouco significativos e há indícios de que, em ambientes de restrições hídricas fortes, independentemente da época de plantio, a elevação da temperatura nos níveis simulados praticamente não reflete na produtividade da cana-de-açúcar

nos Cerrados. Ressalta-se que estudos conduzidos por ASSAD et al. (2008) sobre o impacto das mudanças climáticas na produção agrícola brasileira, apontam para perdas significativas e redução de áreas de cultivo com baixos riscos nas culturas anuais na região central do Brasil, com impactos fortes na produção de grãos, especialmente, nas áreas de cerrados nordestino. As culturas de algodão, feijão, soja e milho serão afetadas, mas com maior impacto sobre a soja.

II - O impacto médio nas produtividades simuladas para plantios em Neossolo Quartzarênico, representando solos com CAD média, foi de 4,2, 3,9, 3,1 e 3,0 t/ha nos meses de outubro a janeiro, respectivamente. Embora ainda pequenos, os índices apresentam evidência da resposta da temperatura ao aumento da reserva hídrica dos solos.

III - Das simulações realizadas para plantio num Latossolo Vermelho, representando os solos com AD mais elevada, foi observado aumento na produtividade média de 3,4, 3,1, 2,4 e 2,1 t/ha, para os meses de outubro a janeiro, respectivamente. Embora as produtividades estimadas para esse solo tenham sido maiores que no NQ, os ganhos em produtividade também foram pequenos e, ainda, menores que os LVA. Provavelmente, porque nestas condições a cana atingiu o máximo do potencial produtivo, reduzindo os ganhos.

IV - Em condições de mudanças climáticas globais, o mês de outubro continuou tendo os maiores índices de produtividade, refletindo o aproveitamento melhor das chuvas pela cultura da cana-de-açúcar e, também, por sua condição C4, de maior eficiência no aproveitamento da energia para síntese de fotoassimilados.

V - A partir da análise da distribuição das classes frequenciais conclui-se que, de maneira geral, as distribuições das produtividades estimadas apresentaram comportamento normal, com simetria maior no mês de outubro. As assimetrias maiores ocorreram nas estatísticas dos resíduos ou diferenças entre o cenário atual e o A2.

VI - O impacto da temperatura sobre a produtividade potencial observado aqui, apresentou índices aproximados aos encontrados por MARIN et al. (2009) e EVANGELISTA et al. (2009), mas, inferiores aos obtidos por GOUVÊA et al.(2009).

4.6.2 Análise espacial das estimativas do impacto das projeções mudanças climáticas

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