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Capítulo VI- Perspectivas dos Participantes Sobre o Género

_______________________________________________________________________________ 46 encarregados de educação do sexo masculino sendo, portanto, as actividades que os homens

2.3 Estereotipia em Profissões

A maioria dos encarregados de educação (83,3%) considera que a profissão que desempenha não é típica do seu sexo de pertença. Apenas 16,7% dos encarregados de educação referem desempenhar uma profissão típica do seu sexo de pertença.

_______________________________________________________________________________48

77,8%

22,2%

Gráfico 16- A profissão desempenhada por alguém deverá depender do seu sexo de pertença.

Discordo Totalmente Discordo Parcialmente Discordo Totalmente Discordo Parcialmente Concordo Parcialmente Concordo Totalmente 7 6 5 4 3 2 1 0 Frequênci a 38,9% 33,3% 22,2% 5,6%

Gráfico 17- O futuro de alguém é facilitado ou dificultado, consoante o sexo de pertença.

O facto de 16,7% dos encarregados de educação considerarem que desempenham uma profissão típica do seu sexo de pertença leva-nos a acreditar que não é adequado um indivíduo do sexo oposto ter essa mesma profissão. Os progenitores que não reconheçam a sua profissão como típica de algum dos sexos apresentam um discurso mais igualitário, pois tanto indivíduos do sexo masculino como feminino, poderiam desempenhar essas profissões.

Todos os encarregados de educação são da opinião que a profissão desempenhada não deve depender do sexo de pertença. Contudo, nem todos partilham o mesmo nível de concordância.

Alguns encarregados de educação (22,2%) demostram incertezas pois, à afirmação “A

profissão desempenhada por alguém deverá depender do seu sexo de pertença” respondem discordar parcialmente. Os restantes 77,8% apresentam certezas, demostrando que não têm preconceitos sobre a receptividade das profissões ao género.

Quanto ao facilitar ou dificultar o futuro de alguém consoante o sexo de pertença, a opinião dos encarregados de educação é muito díspar. Sobre a afirmação “O futuro de alguém é facilitado ou dificultado consoante o sexo de pertença”, 38,9% encarregados de educação discordaram totalmente; 33,3%

discordaram parcialmente; 22,2% concordaram parcialmente e 5,6 concorda totalmente.

A maioria dos encarregados de educação (72,2%) apresenta uma mentalidade aberta, pois estão a cooperar para alcançar a igualdade de género, em concreto, a igualdade de direitos para indivíduos de ambos os sexos. Todavia, apesar de se encontrarem em minoria,

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61,1%

38,9%

Gráfico 18- Qual o sexo que terá o seu futuro facilitado?

Não haverá diferenças Masculino

27,8% dos encarregados de educação são da opinião que os indivíduos de um dos sexos poderá ter um futuro mais facilitado, tradicionalmente o masculino, ou mais dificultado, tipicamente o feminino.

Quanto ao sexo que terá o futuro mais facilitado, na opinião da maioria dos encarregados de educação (61,1%) não haverá diferenças, demostrando ter um pensamento mais aberto, no qual se espelha a promoção da igualdade de género.

Para os restantes encarregados de

educação (38,9%), os indivíduos do sexo masculino terão um futuro mais facilitado, tal como tradicionalmente estereotipado.

Para estes encarregados de educação verifica-se este facilitismo sobre o masculino, pelo facto de persistirem desigualdades entre homens e mulheres, como sejam: as responsabilidades no trabalho doméstico, na educação do(a)s filho(a)s, os salários auferidos pelas mulheres em cargos idênticos, inferiores aos dos homens e a gravidez, considerada como „handicap‟.

“As mulheres acumularam tanto as responsabilidades do "trazer" dinheiro para a família, bem como ainda têm a responsabilidade quase que total do trabalho doméstico, da educação” EE18.

“Basta verificar as diferenças salariais entre membros de uma mesma empresa, ocupando cargos idênticos, em que o sexo parece ser o único mobile para que haja descriminação. Também o

acesso a algumas empresas e instituições é negado às mulheres pela probabilidade de vir a haver absentismo decorrente da maternidade ou assistência à família. Os despedimentos por estes motivos

também são frequentes. Finalmente, a responsabilidade dupla trabalho/família nem sempre é partilhada pelo casal, sobrecarregando usualmente a mulher” EE10.

“Porque acho que face ao enquadramento legal que existe, a possibilidade de as mulheres terem filhos constitui-se um "handicap" EE6.

_______________________________________________________________________________50 Discordo Totalmente Discordo Parcialmente Concordo Parcialmente 12 10 8 6 4 2 0 Frequênci a 61,1% 27,8% 11,1%

Gráfico 19- Educo o(a)s meu(s)/minha(s) filho(a)s de forma diferente, consoante o seu sexo de pertença.

94,4% 5,6%

Gráfico 20- O(a)s docentes deverão diferenciar a sua forma de educar o(a)s aluno(a)s, consoante sexo de pertença do(a)s

aluno(a)s.

Discordo Totalmente Discordo Parcialmente 2.4 Estereotipia Inerente à Educação

No que concerne à educação do(a)s filho(a)s, a maioria dos encarregados de educação (88,9%) refere não pautar a educação transmitida em função do sexo de pertença do(a)s seu(s)/sua(s) filho(a)s.

Contudo, dos 88,9% encarregados de educação, 27,8% apresentam dúvidas, pois discordam

parcialmente com a afirmação “Educo o(a)s meu(a)/minha(a)s filho(a)s de forma diferente, consoante o sexo de pertença”, indicador de que transmitem aos seus filho(a)s alguns estereótipos, dificultando desta forma a difusão da igualdade de género, a qual cremos ser promovida, maioritariamente, pelo(a)s pais/mães que responderam discordar totalmente.

Dos 18 encarregados de educação, 11,1% concordaram parcialmente com a afirmação mencionada anteriormente, referindo como principais distinções a educação relativamente às preferências, aos hábitos de higiene, ao vestuário e à protecção social.

“Na educação básica (moral, princípios, regras, etc.) não há distinções. Mas sendo os gostos diferentes e adequados ao sexo, existem diferenças que para mim são naturais” EE2.

“Relativamente a hábitos de higiene, vestuário e protecção social” EE11.

Quanto à educação ao nível escolar, todos os encarregados de educação são da opinião que o(a)s docentes não devem diferenciar a educação do(a)s aluno(a)s em função do seu sexo de pertença. Do total dos encarregados de educação, apenas 5,6% apresenta dúvidas quanto à plenitude dessa igualdade,

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93,8% 6,2%

Gráfico 21- A escola deverá facilitar ou inibir a criação de expectativas do(a)s aluno(a)s consoante o seu sexo de

pertença. Discordo Totalmente Discordo Parcialmente Discordo Totalmente Discordo Parcialmente Concordo Parcialmente Concordo Totalmente 10 8 6 4 2 0 Frequênci a 16,7% 27,8% 5,6% 50,0%

Gráfico 22- A minha educação destinou-se a desenvolver o que, socialmente, se espera do meu sexo de pertença.

educar o(a)s aluno(a)s, consoante o sexo de pertença do(a)s aluno(a)s”. Porém, os encarregados de educação não deixam de revelar abertura à mudança e à plena coeducação, na qual não se verifica desigualdades.

No que concerne à inibição ou criação de expectativas no(a)s aluno(a)s por parte da escola, todos os encarregados de educação (93,8%) são da opinião que a escola não deve facilitar ou inibir a criação de expectativas no(a)s aluno(a)s, consoante o seu sexo de pertença.

Apesar da incerteza de 6,2% dos encarregados de educação,

todos demostram considerar, como fundamental, perspectivar as mesmas expectativas no(a)s aluno(a)s, independentemente do sexo de pertença.

Da mesma forma que os encarregados de educação se manifestarem a favor de uma plena

coeducação, apresentam

perspectivas diferentes sobre a afirmação “A minha educação destinou-se a desenvolver o que, socialmente, se espera do meu sexo de pertença”. Do total de encarregados de educação, 50%

discordaram totalmente, 5,6% discordaram parcialmente, 27,8% concordaram parcialmente e 16,7% concordaram totalmente.

Verificamos que, apesar da maioria dos encarregados de educação considerarem que a sua educação não se destinou a desenvolver o que socialmente se espera do seu sexo de pertença, 44,5% pensam que sim, o que nos sugere que tiveram uma educação muito dirigida face à aprendizagem do que deve um menino ou uma menina ser e fazer.

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