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2. Metodologia

3.4. Estimativa dos alojamentos de acordo com a reorganização administrativa do território

3.4.2 Estimativa do Número de Alojamentos

Após a atualização de todos os conjuntos de dados para a atual organização administrativa do território português, procedeu-se à determinação do número de alojamentos, discriminados por data de construção e número de pisos. Na base de dados do INE encontram-se disponíveis dados relativos ao número de alojamentos por unidade territorial. Porém, é essencial ter os dados dos alojamentos desagregados pelas características “data de construção” e “número de pisos”, pois as tipologias de construção, que serão utilizadas mais adiante, baseiam-se nessas mesmas características.

Foram recolhidos e organizados consoante a reorganização administrativa três conjuntos de dados: “Edifícios segundo data de construção e número de pisos”; “Edifícios por número de

alojamentos, número de pisos e tipo de edifício”, e ainda “Alojamentos segundo a forma de

ocupação e data de construção”. Estes conjuntos de dados foram tratados de forma a dispor-se da informação na disposição necessária para a concretização do objetivo.

O conjunto de dados “Alojamentos segundo a forma de ocupação e data de construção” foi recolhido com o propósito de se calcular as percentagens dos alojamentos ocupados como residência habitual, para todas as circunscrições territoriais do país. Estas percentagens foram determinadas fazendo o quociente entre os alojamentos ocupados de residência habitual e o respetivo número total de alojamentos para cada unidade territorial. A utilização desta percentagem mais adiante, aquando da estimativa dos alojamentos segundo data de construção

e número de pisos, ditará, tal como se pretende, a exclusão dos alojamentos ocupados de segunda residência, bem como os alojamentos desocupados, que não serão considerados neste estudo.

No que respeita ao conjunto de dados “Edifícios por número de alojamentos, número de pisos e

tipo de edifício”, cada divisão territorial tem associada uma matriz com nove linhas, como ilustrado na Figura 3.9. A primeira linha contém o número total de edifícios, a segunda linha corresponde ao número total de edifícios residenciais e as restantes representam os diferentes números de alojamentos sobre os quais o número total de edifícios residenciais está discriminado. Todos estes valores encontram-se desagregados por número de pisos, representados pelas diferentes colunas.

O objetivo da utilização deste conjunto de dados foi obter os dados relativos às percentagens dos edifícios residenciais, segundo o número de alojamentos, para todas as divisões territoriais. Para tal, os valores dos edifícios residenciais correspondentes a cada classe de número de alojamentos foram divididos pelo número total de edifícios, para a coluna correspondente, ou seja, para o correspondente número de pisos (Figura 3.10). Isto significa que, se forem somadas todas as percentagens dos edifícios por número de alojamentos para um certo número de pisos, o resultado dessa soma será idêntico à percentagem total de edifícios residenciais com o respetivo número de pisos. Como o número total de edifícios engloba os edifícios residenciais e edifícios não-residenciais, as percentagens calculadas, se somadas, não contabilizarão cem porcento.

Assim, ao utilizar estas percentagens, os edifícios não-residenciais estão a ser descartados, o que significa que na determinação do conjunto de dados dos alojamentos que se pretende obter, alguns alojamentos localizados nestes edifícios para fins não-residenciais não serão contabilizados para esses cálculos. Devido a este passo, é possível afirmar que se verificará uma ligeira subestimação dos números dos alojamentos, que serão determinados posteriormente.

Figura 3.9 - Matriz genérica dos edificios por número de pisos e alojamentos, para determinada unidade territorial

Finalmente, após se obter os conjuntos de dados relativos aos edifícios ocupados de residência habitual, em percentagem, segundo data de construção, e as percentagens dos edifícios residenciais por número de alojamentos e número de pisos, foi possível avançar para a determinação dos dados dos alojamentos desagregados pelas características necessárias, utilizando, igualmente, os dados dos edifícios por data de construção e número de pisos. Considerando estes três conjuntos dados, ilustrados nas Figuras 3.11, 3.12 e 3.13, denota-se que não se encontram todos discriminados exatamente pelas mesmas características, circunstância que ditará a execução dos procedimentos que, de seguida, se descreverão.

Figura 3.11 – Dados relativos aos edifícios por número de pisos e data de construção

Figura 3.12 – Dados relativos aos edifícios residenciais por piso e número de alojamentos (%)

Unidade Territorial A

Figura 3.13 – Dados relativos aos edifícios ocupados de residência habitual (%)

O primeiro procedimento envolveu multiplicar os valores dos edifícios, do conjunto de dados “Edifícios segundo data de construção e número de pisos”, pelas percentagens dos edifícios residenciais segundo o número de alojamentos e número de pisos, e pelo respetivo número de alojamentos por edifício. O parâmetro “número de pisos”, o único comum aos dois conjuntos, representa a base da conexão e do produto entre estes dois conjuntos de dados. Isto significa que, para cada número de pisos e data de construção específicos, foi feito o produto entre o número de edifícios, as diferentes percentagens dos edifícios, segundo o número de alojamentos que contêm, e os respetivos números de alojamentos associados a essas percentagens. Como os dados relativos às percentagens dos edifícios por número de alojamentos e número de pisos não estão desagregados consoante a data de construção, para a mesma classe de número de pisos, as percentagens a serem multiplicadas são iguais para todas as datas de construção. No entanto, o número de edifícios a serem multiplicados varia consoante a data de construção, pelo que, para cada data, um diferente número de edifícios será multiplicado pelas percentagens referidas. Na Figura 3.14 observa-se um exemplo genérico deste procedimento, onde o número de edifícios com um piso e de data de construção de 1991-1995 é multiplicado pelas diferentes percentagens dos edifícios residenciais segundo o número de alojamentos, que têm apenas um piso, e também pelos respetivos números de alojamentos. O resultado deste cálculo corresponde ao número de alojamentos em edifícios com um piso e de data de construção de 1991 -1995. É relevante referir que o conjunto de dados “Edifícios por número de pisos e número de

alojamentos” possui sete diferentes classes de números de alojamentos, ou seja, a sua matriz de valores possui sete linhas. As últimas três linhas ou classes são intervalos de valores, ao invés de serem apenas um valor. Foi necessário atribuir um valor que representasse cada um desses intervalos, de modo a tornar possível o cálculo descrito previamente. Como os dois primeiros intervalos, 5-9 alojamentos e 10-15 alojamento, são constituídos por um mínimo e um máximo, procedeu-se ao cálculo do valor médio de cada um, 7,5 e 12,5 respetivamente, valores estes que foram utilizados para o cálculo. O último intervalo, designado de 16 ou mais alojamentos, possui apenas a indicação do valor mínimo, pelo que se utilizou o valor 18 para representar o referido intervalo. Da soma de todos estes produtos resulta o conjunto de dados “Alojamentos por data de construção e número de pisos do edifício”.

Este cálculo assume como pressuposto que as percentagens dos edifícios residenciais segundo o número de alojamentos são iguais para os edifícios de todas as datas de construção, com o mesmo número de pisos. Assim, considera-se que estas percentagens variam unicamente com o número de pisos. Foi necessário fazer esta assunção, devido à falta de dados relativos aos edifícios simultaneamente organizados segundo número de alojamentos e data de construção, e pelo parâmetro número de pisos ser o único comum aos conjuntos de dados utilizados. Sem um parâmetro em comum, não seria possível realizar este cálculo. Na realidade, é pouco provável que os edifícios de todas as datas, para o mesmo número de pisos, tenham associada exatamente a mesma variação de percentagem do número de alojamentos, pelo que esta consideração poderá ser responsável pela introdução de alguma incerteza ou erro no valor final de alojamentos. Ressalva-se que o resultado desta determinação é o número de alojamentos por data de construção e número de pisos do edifício a que pertencem e não o número de alojamento por número de pisos, ou seja, o número de pisos é referente ao edifício e não à unidade de alojamento em si.

Após obter este conjunto de dados, o próximo passo foi calcular o número de alojamento ocupados e de residência habitual. Para tal, foi utilizado o terceiro conjunto de dados, previamente atualizado - as percentagens dos alojamentos ocupados de residência habitual. Apesar destas percentagens estarem desagregadas por data de construção, apenas o valor total para cada unidade territorial foi utilizado para todos os valores de alojamentos da matriz. Como

Alojamentos por data de construção e número de pisos do edifício

Número de edifícios por data de construção e número de Pisos Percentagem de Edifícios residenciais por

número de alojamentos e pisos

Figura 3.14 - Processo genérico de cálculo do número de alojamentos por número de pisos e data de construção do edifício

o conjunto de dados “Edifícios por número de alojamento e pisos” não se encontrava organizado por data de construção, os valores de alojamentos estimados a partir desse conjunto, no que concerne à data de construção, não estão com o maior nível de rigor, pelo que isso significará que a proporção do número de alojamentos segundo as datas de construção não será a mesma que no conjunto de dados “Alojamentos segundo a forma de ocupação e data de construção” . Se as percentagens dos alojamentos consoante as datas de construção fossem utilizadas para todos os alojamentos dos vários pisos, o resultado da soma dos alojamentos de toda a matriz não seria idêntico ao número de alojamentos total. Um exemplo do procedimento genérico encontra-se ilustrado na Figura 3.15.

3.5.

Determinação das necessidades e consumo de energia final para