Estimativas totais dos resíduos de construção civil gerados no Município de São Paulo

O resultado da pesquisa realizada com os agentes geradores, de coleta e de transporte dos RCC, no município de São Paulo, está demonstrado na Tabela 16, que apresenta os resultados finais do diagnóstico de geração destes resíduos.

Tabela 16 – Total de resíduos no município de São Paulo

Tipo t/mês t/dia % (mês)

Resíduos de construções novas 19.744,68 759,41 1,445

Resíduos de reformas e demolições 394.274,63 15.164,41 28,854

Resíduos dos Ecopontos 2.894,90 111,34 0,212

Depósito irregular 949.545,96 36.521,00 69,489

Total de resíduos 1.366.460,17 52.556,16 100,000

Obs: O cálculo da média mensal foi considerando o mês com 26 dias.

Analisando os dados da Tabela 16, recomenda-se que, para efeito de cálculo dos resíduos gerados, leve-se em consideração também a captação dos

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resíduos transportados pelo setor informal (depósito irregular), que representa cerca de 69,5%.

Pode-se estimar que nos valores obtidos nas ATT´s e nos aterros de inertes estão contidos os valores de resíduos de reformas e demolições e os resíduos de construções novas.

A Figura 55 descreve a localização e distribuição de todas as áreas de transbordo, triagem, ecopontos e aterros na região metropolitana de São Paulo.

Figura 55 – Ecopontos/Aterros/Transbordos e ATT em operação na cidade de São Paulo

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Com base nos resultados encontrados é possível afirmar que:

9 na região metropolitana de São Paulo foram encontrados os seguintes pontos de descarte:

o Áreas de Trasnsbordos licenciados: Vila Leopoldina e Itatinga;

o Áreas de Transbordos e Triagem licenciados: Base, Pari, Sete Praias, Pepec e Multilix;

o Ecopontos: Bresser, Pinheiros, Viaduto Vereador José Diniz, Tatuapé, Imperador, Padre Nogueira Lopez, Cupecê, Vigário Godoi, Viaduto Engº. Alberto Badra, Mirandópolis, Penha I, Carlito Maia, Bandeirantes, Recanto dos Humildes, Astarte, Santo Dias, Vila Guilherme, São João Clímaco, Jardim Maria do Carmo, Oliveira, Mãe Preta e Jardim Nicolau;

o Aterro de inertes licenciados: Epron, Gotesp, Moroco, José Maria, Klabin, Claro, Jairo Rodrigues, Itaquareia, João Carlos, Prefeitura Ribeirão Pires, Constran, Anaconda, Clamo, Marquise, Engeterra, Espólio, Iudice, Pedreira, Sete Praias, Telc e Ecoforte;

o Recicladora: Urbem

9 Estima-se que a geração dos RCC nos pontos encontrados sejam: o 19.744,68 t/mês de resíduos de construções novas;

o 394.274,63 t/mês de resíduos de reformas e demolições; o 2.894,90 t/mês de resíduos coletados nos ecopontos;

o 949.545,96 t/mês de resíduos coletados em depósitos irregulares;

9 O total de resíduos gerados no município de São Paulo é de 1.366.460,17 t/mês.

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Apesar da publicação de diversas leis, normas e especificações técnicas, não foram constatadas mudanças nas políticas públicas ou alternativas voltadas ao equacionamento dos problemas provocados pelos RCC na região metropolitana de São Paulo.

Dos últimos estudos realizados por acadêmicos, pode-se observar a criação de mais Ecopontos, com uma infra-estrutura de boa qualidade para o atendimento da população, mas pouco divulgado.

Dos valores encontrados por Schneider (2003) no total de deposição irregular de RCC, de 1.520.869 t/ano, no município de São Paulo, poucas foram as diferenças, pois o valor encontrado pelo presente estudo foi de 949.445,96 54 t/mês.

O mesmo autor justifica que deveria-se cobrar uma taxa para a deposição de RCC e com isso ampliaria o uso de recicladoras, mas o município não abriu a recicladora que fechou por falta de manutenção. A única recicladora que a região metropolitana pode utilizar fica localizada em São Bernardo do Campo, só comercializando o material reciclado para distâncias de 20 a 30 km, devido ao custo elevado do frete.

Foram observadas também algumas iniciativas privadas com a instalação de novos aterros de inertes em diversos pontos da região metropolitana, mas ainda há alguns pontos com problemas, como por exemplo a Zona Leste, onde coleta-se um grande montante de entulho e não há aterros de inertes.

Verificou-se a presença dos transportadores ilegais, que devido às grandes distâncias dos aterros, manutenção adequada e impostos cobrados pelo poder público, acabam ficando na clandestinidade e realizando a deposição em locais inadequados.

Embora não tenha sido possível obter todos os dados, pois algumas empresas não quiseram colaborar com a pesquisa, pôde-se efetuar cálculos que chegaram a valores em torno de 1.366.460,17 t/mês de resíduo de construção civil.

Além de um projeto educativo e de conscientização para ampliar a demanda e o mercado é preciso trabalhar com tecnologias que permitam cada vez mais a reciclagem, o aprimorando e a aplicabilidade do material reciclado. Deve-se também pensar em processos construtivos mais limpos e na utilização de matérias

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com maior ciclo de vida, menor consumo de recursos naturais e formas produtivas que consumam menos energia e água.

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Como sugestão, propõe-se o emprego da educação continuada, substituindo as práticas adotadas na indústria da construção civil.

A educação continuada consiste na educação coletiva, que deve envolver os geradores de pequeno e grande porte, formais e informais, além das construtoras e órgãos públicos. Deve-se salientar, que o reaproveitamento do material pode ser adotado, inclusive pelos grandes geradores. Aos geradores informais deve-se disseminar os materiais reciclados, a localização dos Ecopontos e as transportadoras licenciadas.

Para minimizar a variabilidade e a contaminação pelos resíduos de construção, recomenda-se homogeneizar a produção diária na fonte, ou seja, uma pré-seleção, antes desses resíduos serem encaminhados para pilhas de estocagem (por exemplo) e o correto deslocamento. A redução na fonte inclui a reutilização de produtos e a reciclagem interna. Considera-se redução na fonte quando o resíduo não entra no “fluxo dos resíduos” do sistema de limpeza urbana da cidade, ou seja, quando não envolve gastos com transporte, reciclagem, tratamento ou disposição final.

Embora este não seja um desafio simples, pois exige a participação de todos os atores sociais envolvidos no processo, configurando-se uma tarefa multidisciplinar, faz-se necessário evitar desperdícios de todos os materiais que constituem as peças de uma construção, de maneira que não ocorram sobras, nem retrabalhos, nem a geração dos mais perigosos resíduos, aqueles que ficam agregados à estrutura. Dessa forma, será possível preservar áreas de jazidas de materiais e minimizar a utilização de áreas para destinação final dos resíduos.

Recomenda-se que a administração municipal crie um departamento para o trato das questões que envolvem o meio ambiente, a fim de verificar a quantidade de problemas causados pela falta de um planejamento adequado, ou seja, políticas que contemplem o impacto gerado pelos projetos aprovados e a solução para esse impacto.

Cabe ressaltar que, paralelamente à busca do aumento do entendimento, previsão e intervenção na geração de resíduos, esta pesquisa pode alcançar outros

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vários própositos, tais como melhorar as atividades de planejamento, de avaliação da qualidade, de orçamento, de seleção tecnológica, entre outros.

Acredita-se que o processo de reciclagem no Brasil deva evoluir para o sistema de triagem na origem ou em ATT, à medida que forem surgindo leis que determinem o procedimento de gestão dos resíduos de construção em canteiros e que sejam instaladas mais usinas de reciclagem de RCC no país.