3 Casos de estudo
3.2 Estrada Nacional 2 (Portugal)
Figura 25 Estrada Nacional n.º: 2: Almodôvar - S. Brás de Alportel (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.). 3.2.1 Enquadramento e metodologia
A Estrada Nacional n.º: 2, construída a partir dos anos 30, foi para gerações anteriores a principal ligação ao Algarve, desenvolvendo-se ao longo de um eixo praticamente central de Norte a Sul do País. Esta via constitui um marco na história da comunicação, permitindo a ligação de Chaves a Faro, e é atualmente a única Estrada Património intervencionada e classificada nas suas três vertentes conceptuais – panorâmica, interesse histórico e rota turístico-patrimonial (Melo 2003: 12).
A intervenção no lanço entre Almodôvar e S. Brás de Alportel, efetuada no âmbito do projeto Estradas Património, permitiu planear e executar uma obra com significativa extensão (55Km), intervindo não só na estrada, onde se pretendeu promover uma atuação de forma integrada de forma a manter as garantias de funcionalidade, segurança e economia de todos os seus domínios; como também no seu espaço marginal onde foram executadas intervenções em todos os elementos e equipamentos adjacentes à plataforma de circulação, procurando-se a manutenção das características, materiais e técnicas de construção existentes, numa perspetiva de durabilidade, economia e readaptação dos usos da estrada aos novos tempos (Melo 2003: 12).
Como resultado da intervenção oferece-se ao utilizador uma outra alternativa de percurso, melhorada no conforto de rolamento e associada a possibilidades de usufruto dos valores que o património rodoviário tem a oferecer.
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3.2.2 Análise do património rodoviário
Tabela 1 Análise do património rodoviário na E.N. 2 (Portugal).
Estrutura Elemento Estratégias de intervenção aplicadas
Estrada
Plataforma de circulação Preservação do traçado longitudinal e transversal da estrada.
Interseções Reabilitação geométrica das interseções mais importantes.
Pavimento
Restauro através da correção das deformações mais acentuadas e
da reposição das condições de impermeabilização, atrito e conforto de rolamento.
Bermas Preservação e restauro do intradorso das curvas em pedra e enchimento lateral com materiais naturais.
Dispositivos de drenagem
Preservação dos elementos existentes e sem deformações. Reabilitação dos elementos deformados ou danificados e aplicação
de novos dispositivos onde se afigurava necessário.
Sinalização vertical
Perigo e regulamentação Reabilitação através da aplicação de sinalização metálica e de dar cumprimento às disposições do RST.
Indicação
Preservação, restauro e reconstrução de alguns elementos de
acordo com os critérios da época de construção da estrada (altura de colocação e manutenção das distâncias quilométricas).
Reabilitação através da aplicação de sinalização metálica.
Turístico cultural Reabilitação através da aplicação de sinalética personalizada.
Sinalização horizontal
Traçado Preservação das linhas através da aplicação de nova pintura.
Interseções Reabilitação geométrica de acordo com a estrutura da interseção.
Elementos de segurança
Guiamento e balizagem Preservação e restauro de grande parte dos elementos.
Guardas de segurança
Preservação e restauro das guardas e barreiras que se encontram
em espaços que se afigurem seguros, removendo-se as restantes para serem reposicionadas em locais necessários e reutilizadas como materiais da mesma natureza e forma dos existentes.
Reabilitação através da aplicação de guardas metálicas em grande
parte do traçado.
Muros e taludes
Taludes Preservação de grande parte dos taludes existentes.
Reabilitação de taludes instáveis através do seu reperfilamento.
Muros Preservação dos elementos existentes.
Obras de arte Pontes e pontões Preservação através da picagem de rebocos deteriorados e execução de pinturas como acabamento.
Vegetação Preservação do estrato vegetal através da execução de podas de elevação da copa onde necessário e abate de espécies invasoras e/ou atacadas por pragas e doenças.
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Figura 26 Intradorso das curvas em pedra da região (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 27 Interseções mais importantes reabilitadas (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 28 Sinalização vertical reabilitada (Fonte:
http://www.panoramio.com).
Figura 29 Preservação de alguma sinalética de indicação (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 30 Restauro de alguma sinalética de indicação (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 31 Introdução de sinalização turístico cultural (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 32 Preservação e restauro de elementos de guiamento e balizagem (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 33 Elementos de segurança preservados (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 34 Preservação e restauro das guardas de segurança
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3.2.3 Análise do património construído pertencente ao domínio rodoviário Tabela 2 Análise do património construído pertencente ao domínio rodoviário na E.N. 2 (Portugal).
Estrutura Elemento Estratégias de intervenção aplicadas
Equipamentos
Casas de cantoneiro
Preservação das fachadas e estruturas agregadas através da
execução de intervenções mínimas como rebocos e pinturas.
Reabilitação das funções dos edifícios como são os casos da Casa
de Cantoneiros de Cavalos e de Vale Maria Dias que passaram a desempenhar funções de casa de montanha.
Paragens de autocarros Preservação de alguns equipamentos através da execução de intervenções mínimas de construção civil.
Espaços de lazer
Áreas de repouso
Reabilitação através da construção de um conjunto de áreas de
repouso, respetivos acessos e zonas de lazer, incluindo todos os equipamentos (ex.: bancos, mesas, recetáculos de lixo, etc.).
Parques de merendas Preservação através da execução de intervenções mínimas de construção civil.
Miradouro
Preservação e restauro dos elementos construídos através da
lavagem a jato de água e reposição de materiais danificados.
Reabilitação do espaço com a implantação de bancos e
recetáculos de lixo, e a execução de paredes de alvenaria com acabamentos em material idêntico ao existente.
Figura 36 Casa de cantoneiros reabilitada para a função de casa de montanha (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 37 Reabilitação de áreas de repouso (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 38 Reabilitação de área de repouso e parque de estacionamento (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
Figura 39 Miradouro após intervenção (Fonte: Estradas de Portugal, S.A.).
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