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Cadeia de commodity buyer-driven

3. Empresa 0 Perfil

3.9. Estratégia de Negócios e de Competitividade

3.9.0. Estratégia de I&D

O objetivo óbvio da investigação e desenvolvimento é encontrar tratamentos que atendam às grandes necessidades médicas. Encontrar a cura para a doença é difícil, por isso deve-se desenvolver estratégias de I&D para gerar vendas de medicamentos enquanto se procura um novo tratamento de "alto potencial". A Sanofi-Aventis tem atualmente o luxo de ter um grande orçamento de I&D de cerca de €6 biliões, o que não é nada em comparação com o seu orçamento de marketing ou com o seu lucro operacional, cada um em torno de €8 biliões em 2012. Com o seu grande orçamento, a empresa pode explorar muitos caminhos possíveis de investigação dentro uma

Inês Carvalho – 2014 – Universidade Atlântica 66 determinada doença, aumentando assim a possibilidade de encontrar um tratamento de benefício real. Assim, tem mais de 50 compostos em desenvolvimento clínico e adiciona entre 8 a 10 compostos por ano (e remove aproximadamente o mesmo número). Por outras palavras, ao prosseguir múltiplas abordagens nas mesmas áreas, a empresa espera encontrar um ou mais que funcione.

O seguimento de muitos produtos em diversas áreas pode também permitir que a empresa se afaste do modelo blockbuster. Ao longo do tempo, se a Sanofi puder produzir múltiplos produtos de mercado de tamanho médio, na gama de $250 - $750 milhões, podem ser capazes de se afastar do modelo dos blockbusters. Esta é uma estratégia não comprovada e arriscada para uma multinacional farmacêutica.

Como se pode observar, as principais áreas de pesquisa da Sanofi-Aventis são cardiovascular, trombose, distúrbios metabólicos, oncologia, sistema nervoso central e medicina interna. Estas escolhas estão enraizadas na história da empresa e nos peritos que foram contratados, mas não é por acaso que eles representam alguns dos maiores mercados potenciais na medicina. Também fazem parte dos mais difíceis, especialmente, o cardiovascular, a oncologia e o sistema nervoso central. Sanofi-Aventis persegue a cura em todas essas áreas, mas a que tem o maior potencial de mercado é no sistema nervoso central e nos distúrbios metabólicos, especialmente com os lançamentos do Acomplia para perda de peso e cessação do tabagismo e o Exubera, a insulina para diabetes.59

Tal como a maioria das outras multinacionais, a Sanofi-Aventis concentra grande parte do seu trabalho de investigação e desenvolvimento no aumento da vida útil dos produtos já descobertos. Mesmo que o trabalho de pesquisa vise "proporcionar apoio científico a compostos em desenvolvimento ou que já são comercializados (por exemplo, extensão da gama, mecanismos de ação, os bio marcadores)." Ninguém sabe a quantia do orçamento pago à chamada gestão da atividade do ciclo de vida do produto, porque a empresa não o divulga.

A Sanofi foi a primeira empresa a cair no ranking de 2010, caindo da 2ª para 4ª posição, com os genéricos a sustentar o aumento das suas receitas farmacêuticas. (A queda de 5% no valor do euro em relação ao dólar também não ajudou, mas mesmo à taxa de câmbio constante, a taxa de crescimento de 1% teria-a deixado para trás com a Merck em 3 º.) A Sanofi registou perdas significativas para os genéricos de Lovenox, Plavix, Ambien e Allegra; as vendas dos seus 10 principais medicamentos caíram num total de $1,2 biliões ao ano. O Eloxatin também registou uma queda de receitas acentuada em 2010, mas os seus genéricos foram mandados retirar do mercado por um tribunal dos EUA, em Junho de 2010, dando à Sanofi espaço para respirar em relação ao tratamento do cancro do cólon, até Agosto de 2012.

59 Para uma avaliação do potencial de mercado para cada um dos principais medicamentos vide Oh ,

Inês Carvalho – 2014 – Universidade Atlântica 67 Internamente, a empresa ainda espera ver Multaq, o tratamento da fibrilação atrial aprovado em 2009, se torne num dos principais contribuintes. Multaq apresentou um aumento constante na receita, registando €172 milhões em 2010 e €255 milhões em 2012, mas ainda falta alguns anos para (potencialmente), atingir o estatuto de blockbuster, e as questões de segurança sobre ele continuam a circular. Por agora, o segmento dos diabetes da Sanofi mantêm-na à superfície. A Sanofi espera manter o controlo deste segmento em atividade com o Lixisenatide, um agonista recetor de GLP- 1 diário e que se destina a derrubar Byetta (o que iria alcançar a marca de € 500 milhões em receitas anuais). O mais novo produto Jevtana (cancro da próstata), veio com a mega-aquisição da Aventis em 2004. Este medicamento apresentou €82.295 em receitas no seu primeiro ano parcial no mercado, e €1.9 milhões em relação a 2012. O seu primeiro lançamento na UE foi em Abril de 2011, portanto existe muito espaço para o crescimento.

A Sanofi e a Merck tinham planeado (re) fundir os seus negócios de saúde animal numa joint-venture, transformando-a na maior empresa na sua categoria. As questões anti- trust 60 tornaram-se demasiado complexas e refutaram o acordo em Março de 2011. As empresas tencionam vender alguns dos ativos para satisfazer as entidades reguladoras, mas neste momento, ambas as empresas irão operar os por conta própria. A Merial, a unidade da Sanofi registou receitas no valor de € 2.0 biliões em 2010 e €2.2 em 2012. No lado pior das M&A, a aquisição em 2009 da BiSpar trouxe BSI-201, um tratamento oncológico altamente elogiado, mas o produto não conseguiu chegar ao estudo de fase III, em cancro da mama, em Janeiro de 2011, após tremendos resultados da Fase II. Depois, há a compra de Shantha em 2009, um fabricante de vacinas localizado em Hyderabad. Em Julho de 2010, a Organização Mundial da Saúde retirou Shan5 e Shanthera da sua lista de vacinas aprovadas, devido a problemas de fabrico. Isso contabilizou cerca de €256 milhões em receitas perdidas por parte da UNICEF entre 2010-12. A Sanofi espera obter as vacinas reintegradas em 2013, mas esta não pode arriscar a perder oportunidades como esta.