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4 A GESTÃO DE ATIVOS GEOTÉCNICOS NA EFVM

4.5 ESTRATÉGIA DE MANUTENÇÃO EM

Conforme definido no DocTec 11333 VALE (2015), a estratégia de manutenção define os indicadores que serão monitorados, e um conjunto de ações de manutenção para cada ativo e seus componentes de forma a sustentar o desempenho requerido e a integridade das instalações, das pessoas e do meio ambiente.

Na EFVM as inspeções são as atividades consideradas essenciais dentro de todo o sistema de gestão de ativos. Para taludes de corte e aterro, a estratégia de manutenção define a periodicidade com que as inspeções devem ser realizadas, sendo que ativos criticidade A devem ser inspecionados 2 vezes ao ano, ativos criticidade B devem ser inspecionados 1 vez ao ano, e ativos criticidade C devem ser inspecionados 1 vez a cada dois anos. A tabela 11 apresenta a frequência definida para as inspeções em ativos de infraestrutura, conforme a Estratégia de Manutenção.

TABELA 11 – PERIODICIDADE DAS INSPEÇÕES NA EFVM

Criticidade Inspeções ID IVS A 2 / ano Período chuvoso: 2 / mês; Não chuvoso: 1 / mês B 1 / ano

C 1 vez a cada 2 anos

Fonte: Elaborada pela autora modificado de Vale (2015).

Com relação a manutenção de ativos de corte e aterro, a estratégia se baseia na condição observada na inspeção, sendo que serão priorizados e acompanhados via sistema de gestão SAP os serviços de limpeza de drenagens (canaletas de banquetas e plataforma e valetas de crista) dentre os muito necessários a integridade do ativo. Considera-se os valores de 50% de assoreamento das drenagens como fator preponderante do direcionamento das equipes de manutenção para as realizações dos serviços necessários aos ativos nessas condições.

Para os ativos de infraestrutura da EFVM, em sua maioria, foi observado que as manutenções são com base nas condições do ativo, ou ainda acontecem após a falha do mesmo, caracterizando a manutenção como corretiva e/ou preventiva, sendo que a manutenção preditiva não é observada. Após os serviços necessários serem identificados através das inspeções, esses dados são cadastrados, tratados e priorizados conforme a Estratégia de Manutenção, sendo as equipes de manutenção direcionadas para esses locais a fim de executarem suas atividades. Para os taludes da EFVM as atividades de manutenção desempenhadas pelas equipes de campo são definidas como preventiva e corretiva.

No DocTec 11333 Vale (2015), são definidas como tarefas da equipe de manutenção preventiva realizar os serviços de: limpeza dos dispositivos de drenagem: canaletas plataforma e banquetas, valetas de crista, descidas d’água, caixas coletoras, entre outros; roçada de vegetação herbácea e retirada de vegetação arbórea; limpeza de drenos sub-horizontais profundos; bate choco em taludes rochosos; remoção de lixo e entulhos; revegetação; e implantação de pequenas obras com caráter preventivo como modificação na geometria de taludes a favor da estabilidade e drenagens diversas tipo canaletas e descidas d’água.

O DocTec 11333 Vale (2015) define tarefas da equipe de manutenção corretiva: obturação com calda de cimento das trincas nos taludes; remoção de barreiras; remoção de blocos rochosos caídos sobre a plataforma; reconstrução de dispositivos de drenagem; redirecionamento das águas pluviais; conformação manual de talude; retaludamento mecanizado; remoção de vegetação arbórea sobre a linha férrea; implantação de obras de engenharia em ativos que falharam.

4.6 GESTÃO DE RISCOS NA INFRAESTRUTURA DA EFVM

Como já abordado nos itens 2.2 e 2.3 desta dissertação, existem diversas estratégias e boas práticas relacionadas ao tema Gestão de Ativos em projetos lineares, da qual a Gestão do Risco é fundamental.

A gestão do risco na EFVM é feita através de sistema próprio onde estão mapeados os principais riscos inerentes as operações da ferrovia. Iniciou-se com a identificação, definição das medidas de controle, ações necessárias e acompanhamento sistemático destas, objetivando eliminar ou mitigar os riscos mapeados. Esse trabalho suporta a defesa e priorização de investimentos plurianuais, sendo considerado primordial devido a importância do tema.

Conforme diagnosticado por Alves (2012), verifica-se que somente após um deslizamento e a consequente interdição de um trecho é que são tomadas providências para a estabilização dos taludes. A fim de se evitar que isso aconteça e organizar/estruturar as medidas tomadas pela EFVM para a efetiva gestão de risco de deslizamento de terras, decidiu-se correlacionar a estratégia adotada pela ferrovia com a estratégia proposta em Undro (1991), devido a simplicidade e facilidade de compreensão desta.

Após a constatação de que a postura frente a gestão de risco em infraestrutura na EFVM é proativa, se faz necessário o apontamento de todas as medidas e ações tomadas pela empresa no que se refere a estratégia para o gerenciamento de risco em seus ativos:

 Identificação e análise de riscos: englobada pela gestão de ativos, os processos estabelecidos e padronizados cujo protagonista é a inspeção dos ativos, propiciam a identificação dos pontos mais críticos a serem tratados, e a partir destes, são definidas ações e controles necessários a eliminar ou minimizar os riscos encontrados;

 Ações não estruturais de redução de risco: criação de planos preventivos, de monitoramentos e de atendimento a emergências, como: (a) Cumprimento da Estratégia de Manutenção definida para taludes, quer seja com as inspeções,

quer seja com a realização das manutenções preventivas propriamente ditas; (b) acompanhamento dos dados coletados nas inspeções de campo, priorizando ações de revisita aos pontos problemáticos para definição de medidas a serem implantadas; (c) implantação de sistemas de alertas de deslizamento de terra via fibra ótica e sistemas de monitoramento da movimentação dos taludes críticos: em teste/ desenvolvimento; e (d) definição da área de Socorro Ferroviário e procedimentos para o atendimento a emergências.

 Ações estruturais de redução de riscos: através da defesa e priorização de investimentos plurianuais para: (a) implantação de obras de integridade estrutural como contenções diversas, drenagens e retaludamento; e (b) mudança na geometria da via permanente com o afastamento da mesma para longe dos taludes problemáticos (em casos específicos).

 Informações e treinamentos aos colaboradores: através de treinamentos aos inúmeros colaboradores que trabalham ao longo da ferrovia, são divulgados todos os anos, antes do período chuvoso, informativos com imagens esclarecedoras referentes à início de processos erosivos, abatimento na plataforma, alagamentos, carreamento de material para cima da plataforma, entre outros, a fim de que todos estejam aptos a identificarem esses processos instabilizadores no início de sua evolução. Com a confirmação da condição de risco, são acionadas equipes especializadas para o tratamento e definição das medidas restritivas necessárias até o restabelecimento da condição segura.  Planejamento para emergências: há uma estrutura que abrange todas as

gerências da EFVM designada para atendimento dos acidentes ferroviários, denominada de Socorro Ferroviário. Toda vez em que um incidente acontece essa estrutura entra em ação, atuando para liberar a ferrovia e restabelecer a circulação de trens. Os colaboradores que atuam nessas ocorrências são de diversas áreas, como gerência de Vagões, Locomotivas, Máquinas de Via, Via Permanente, Saúde e Segurança, Relações com a Comunidade, entre outras, que unem suas forças a fim de que os trabalhos necessários ocorram com a maior presteza e segurança possíveis. Nesses trabalhos são utilizados equipamentos de pequeno e grande porte, materiais de via diversos, bem como há uma logística e planos de ações bem estruturados para atendimento do

momento de emergência. De acordo com o tamanho do incidente, profissionais de áreas matriciais também são envolvidos quando necessário, como psicólogos, assistente social e advogados, entre outros.