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Estratégias adotas pelos serviços farmacêuticos para reduzir a troca de

Catarina Miranda Carvalhido da Cunha Osório

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Moreno

novembro de 2019 a fevereiro de 2020

Catarina Miranda Carvalhido da Cunha Osório

Orientador: Dr. João Almeida

Tutor FFUP: Prof. Doutora Manuela Morato

Abril de 2020

Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 8 de março de 2020 Catarina Miranda Carvalhido da Cunha Osório

Agradecimentos

O estágio é o culminar de cinco anos memoráveis de trabalho árduo, mas também recompensante. No entanto, chegar à meta não teria sido possível sem a ajuda e o apoio de inúmeras pessoas, vindo por isso registar o meu agradecimento.

Em primeiro lugar, agradeço profundamente ao Dr. João Almeida por me ter aberto a possibilidade de estagiar na Farmácia Moreno, e pela orientação que me deu ao longo de todo o estágio. Agradeço também à Dr.ª Ana Rita Silva, à Dr.ª Bruna Costa, à Dr.ª Filipa Araújo, ao Dr. José Carlos Santos, à Dr.ª Mariana Fonseca, às técnicas Elisa Amaro e Sofia Fonseca e em especial à Dr.ª Cátia Moreira. Obrigada por me terem recebido de braços abertos, pelos desafios que me colocaram, pela paciência e por tudo o que me ensinaram. Sem dúvida que saio da farmácia não só uma melhor profissional, mas também uma melhor pessoa.

À Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e à Comissão de Estágios por me terem aberto a possibilidade de fazer estágio em Farmácia Comunitária. À Professora Manuela Morato, obrigada pela disponibilidade ao longo de todo o estágio e ajuda no delineamento dos projetos.

À Professora Maria Beatriz Oliveira, à Professora Rita Alves e à técnica Anabela Costa. Obrigada por me terem aberto as portas à investigação na Bromatologia, por todo o apoio e por nunca terem desistido de mim.

Às minhas eternas e fiéis companheiras de coordenação do Núcleo de Mobilidade, Carolina Laranjo e Mafalda Costa. Obrigada pela paciência, motivação e por tudo o que me ensinaram.

À minha família agradeço o apoio, compreensão e acompanhamento não só neste estágio, mas ao longo de toda a minha vida. Obrigada por me terem sempre incentivado a fazer mais e melhor e nunca me terem deixado desistir mesmo quando era a única coisa que queria fazer.

Aos meus amigos, em especial à Ana Catarina Azevedo, Ana Sofia Oliveira, Beatriz Menezes, João Lima, Luísa Negrão, Mariana Cunha e Rita Gameiro. Agradeço a paciência, compreensão pela minha ausência em muitos momentos, por terem estado sempre presentes quando precisei e por serem uma segunda família.

Resumo

O estágio profissionalizante é o culminar de cinco anos de trabalho, onde pudemos colocar em prática tudo o que de teórico aprendemos nos quatro anos e meio anteriores. É a oportunidade de contactarmos com o mundo real, com algum do trabalho, dificuldades e desafios que muito provavelmente vamos encontrar, assim que nos tornarmos farmacêuticos. Ter tido a oportunidade de estagiar na Farmácia Moreno, sob orientação do Dr. João Almeida, foi sem dúvida, fundamental para me tornar uma melhor profissional.

O presente relatório, está dividido em duas partes. Na primeira parte é feita uma breve descrição de todos os aspetos relacionados com o funcionamento e gestão da farmácia, bem como do que tive oportunidade de vivenciar. Na segunda parte, são apresentados os três projetos que desenvolvi. O primeiro consta de uma formação interna sobre amigdalites que contribuiu para a revisão de inúmeros conceitos teóricos, nomeadamente no que toca à etiologia e tratamento não farmacológico da infeção. O segundo trata-se de um projeto solidário em parceria com a Médicos do Mundo® que promoveu a visita ao museu “Memórias da Pharmácia” junto de turistas que na época natalícia visitam a cidade. Ao abrigo deste projeto foram angariados 123€ posteriormente convertidos em bens de higiene e doados à Médicos do Mundo®. O terceiro projeto corresponde a um estudo sobre a utilização e perceção para os respetivos riscos da utilização de suplementos alimentares à base de plantas aquando da toma concomitante de medicação crónica por parte dos utentes da Farmácia Moreno. Os resultados indiciaram que ainda há uma reduzida perceção para o risco da utilização destes produtos com apenas 7% dos inquiridos a considerarem que os suplementos alimentares à base de plantas não são seguros e mais de metade nunca terem ouvido falar de interações medicamento-planta.

Índice

Declaração de Integridade ... II Agradecimentos ... III Resumo ... IV Índice ... V Índice de figuras ... VII Índice de anexos ... VII Lista de abreviaturas ... IX Parte I – Descrição das atividades desenvolvidas na Farmácia Moreno ... 1 1. Introdução e contextualização ... 1 2. Farmácia Moreno ... 2

2.1. História, localização e horário de funcionamento ... 2 2.2. Perfil dos utentes ... 2 2.3. Recursos humanos ... 2 2.4. Organização do espaço ... 3 2.4.1. Espaço exterior ... 3 2.4.2. Espaço interior ... 3 2.5. Recursos informáticos ... 4 2.6. Fontes de informação ... 5

3. Gestão em farmácia comunitária ... 5

3.1. Metodologia Kaizen ... 5 3.2. Gestão de stocks ... 6 3.3. Fornecedores e aquisição de produtos ... 6 3.4. Receção e conferência de encomendas ... 8 3.5. Marcação de preços ... 9 3.6. Reservas ... 9 3.7. Armazenamento ... 9 3.8. Devoluções ... 10

4. Dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde ... 11

4.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ... 11 4.1.1. Prescrição médica ... 12 4.1.2. Medicamentos sujeitos a controlo especial: psicotrópicos e estupefacientes ... 13 4.1.3. Sistema de preços de referência ... 14 4.1.4. Sistemas de comparticipação ... 14 4.2. Conferencia do receituário e faturação ... 15 4.3. Medicamentos não sujeitos a receita médica ... 15 4.4. Outros produtos de saúde ... 16

5.1. Determinação da pressão arterial e de parâmetros bioquímicos e antropométricos17 5.2. Administração de injetáveis e vacinas ... 18 5.3. Programa de recolha de resíduos – VALORMED ... 18 5.4. Programa de Troca de Seringas (PTS) ... 18

6. Formação complementar ... 18 Parte II – Desenvolvimento de projetos durante o estágio ... 19 1. Projeto I – Amigdalites ... 19 1.1.Enquadramento e objetivos ... 19 1.2.Etiologia e sintomatologia ... 20 1.3.Prevenção do contágio ... 20 1.4.Diagnóstico ... 21 1.5.Tratamento ... 21 1.6.Métodos ... 23 1.7.Conclusões ... 23

2. Projeto II – Museu Farmácia Moreno ... 23

2.1. Enquadramento e objetivos ... 23 2.2. Métodos ... 24 2.3. Resultados e conclusões ... 25

3. Projeto III – Interações medicamentos – plantas ... 26

3.1.Enquadramento e objetivos ... 26 3.2.Legislação dos suplementos alimentares ... 27 3.3.Interações medicamento-planta ... 28 3.3.1.Anti-hipertensores ... 29 3.3.2.Antidislipidémicos ... 29 3.3.3.Anticoagulantes ... 30 3.3.4.Antidiabéticos ... 31 3.4.Métodos ... 31 3.5.Resultados e discussão ... 31 3.6.Conclusões ... 35 Referências ... 37 Anexos ... 43

Índice de figuras

Figura 1 - Resultados da questão “Género” ... 32 Figura 2 – Resultados da questão “Idade” ... 32 Figura 3 – Resultados da questão “Nível de escolaridade” ... 32 Figura 5 – Distribuição da toma simultânea de dois ou mais fármacos ... 32 Figura 4 – Resultados da questão “Que tipo de medicação faz de forma crónica?” ... 32 Figura 6 – Resultados da questão “Tem algum cuidado especial com a alimentação tendo em

conta a medicação que toma?” ... 33

Figura 7 – Resultados da questão “Tem por hábito utilizar alho na sua dieta?” ... 33 Figura 9 – Resultados da questão “Já tomou algum suplemento alimentar à base de plantas?”

... 34

Figura 8 – Resultados da questão “Já tomou algum suplemento alimentar?” ... 34 Figura 11 – Resultados da questão “Onde é que o adquiriu?” ... 35 Figura 10 – Resultados da questão “Por que razão decidiu fazê-lo?” ... 35 Figura 12 – Resultados da questão “Os suplementos alimentares à base de plantas são, no seu

entender, seguros?” ... 35

Figura 13 – Resultados da questão “Já alguma vez ouviu falar sobre interações medicamento –

planta?” ... 35

Figura 14 – Resultados da questão “Já alguma vez ouviu falar sobre interações medicamento –

medicamento?” ... 35

Índice de anexos

Anexo I – Tabelas criadas com o objetivo de auxiliar o atendimento a utentes que procuravam

... 43

Anexo II – Documento elaborado com o objetivo de auxiliar a exposição da informação relativa

às amigdalites e que ficou na farmácia para posterior consulta ... 44

Anexo III – Cartazes utilizados na divulgação das visitas solidárias ao museu “Memórias da

Pharmácia” ... 45

Anexo IV – Publicação feita pela Dr.a Mariana Fonseca na página da FM na rede social

Facebook® para divulgar as visitas solidárias ao museu “Memórias da Pharmácia” ... 46

Anexo V – Placar a expor o material fornecido pela Médicos do Mundo® utilizado no final das visitas para explicar o trabalho desta organização ... 47

Anexo VI – Senhas utilizadas para a doação de bens de higiene corporal à Médicos do Mundo® ... 48

Anexo VII – Disposição do material utilizado para as doações à Médicos do Mundo® no museu “Memórias da Pharmácia” durante a realização do projeto ... 49

Anexo VIII – Publicação feita pela Dr.a Mariana Fonseca na página da FM na rede social

Anexo IX – Inquérito realizado aos utentes da FM com o objetivo de avaliar a utilização e a

perceção para os respetivos riscos de suplementos alimentares à base de plantas aquando da toma concomitante de medicação crónica ... 51

Lista de abreviaturas

ANF Associação Nacional de Farmácias

CNP Código Nacional do Produto

DG Distribuidor Grossista

DT Diretor Técnico

FC Farmácia Comunitária

FM Farmácia Moreno

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde I.P.

IVA Índice de Valor Acrescentado

MNSRM Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MSRM Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

PFV Preço de Venda à Farmácia

PIC Preço Impresso na Cartonagem

PUV Produtos de Uso Veterinário

PVP Preço de Venda ao Público

RCM Resumo das Características do Medicamento

SA Suplemento alimentar

SGA Streptococcus do grupo A

Sifarma® MA Sifarma® – Módulo de Atendimento

Parte I – Descrição das atividades desenvolvidas na Farmácia Moreno

1. Introdução e contextualização

Dada a proximidade à população, a Farmácia Comunitária (FC) desempenha um papel essencial no acesso a cuidados de saúde, sendo muitas vezes o primeiro local onde as pessoas se dirigem quando apresentam algum problema de saúde ou pretendem esclarecer alguma dúvida. Deste modo, cada vez mais o farmacêutico desempenha um papel que vai além da dispensa de medicamentos e transmissão de informação referente a esta. A gestão da terapêutica, a avaliação de parâmetros bioquímicos e antropogénicos, a farmacovigilância, a monitorização de doentes com patologias crónicas e a educação para a saúde passaram a fazer parte das funções de um profissional que atualmente tem como principal foco zelar pela saúde e bem-estar do doente, garantindo sempre o acesso a um tratamento com qualidade, eficácia e segurança.

O estágio curricular é o culminar de cinco anos de aprendizagem, onde podemos colocar em prática todos os conceitos que adquirimos ao longo dos quatro anos e meio anteriores e nos permite contactar com a realidade profissional e perceber como uma farmácia comunitária funciona.

Durante os quatro meses que estagiei na Farmácia Moreno (FM), entre 4 de novembro de 2019 e 28 de fevereiro de 2020, sob orientação do Dr. João Almeida tive oportunidade contactar com os diferentes aspetos da farmácia comunitária. As atividades em que estive inserida no decorrer do estágio encontram-se descritas na tabela 1.

Tabela 1 – Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio

Atividades desenvolvidas Período de estágio

Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

Armazenamento de medicamentos

e produtos de saúde ü ü ü ü

Receção de encomendas ü ü ü

Determinação de parâmetros

bioquímicos e pressão arterial ü ü ü ü

Atendimento ü ü

Projeto I ü ü

Projeto II ü ü

2. Farmácia Moreno

2.1. História, localização e horário de funcionamento

A FM é a segunda farmácia mais antiga do Porto tendo mais de dois séculos de história. Fundada em 1804 com o nome Drogaria Félix & Filho, por volta de 1890 passa para o médico e farmacêutico Rodrigo Moreno, mudando o nome para Pharmácia São Domingos. Em 1920, Rodrigo Moreno passa a farmácia para o seu sobrinho António que em 1928, muda novamente o nome, desta vez para Farmácia Moreno, denominação que permanece até hoje.

A FM localiza-se no centro histórico do Porto, no Largo São Domingos, 44, estando muito próxima de transportes públicos, como a estação de comboios de S. Bento e o metro, permitindo o fácil acesso quer de turistas, quer de residentes da cidade. O seu horário de funcionamento é todos os dias (excluindo feriados) das 9:00h às 21:00h. Nos dias de serviço permanente, estabelecidos previamente, encontra-se aberta 24h.

No início do meu estágio foi-me atribuído um horário de trabalho das 10h às 18:30h, com uma hora de almoço (das 13h às 14h), de segunda a sexta-feira totalizando assim 37,5 horas semanais.

2.2. Perfil dos utentes

Devido à sua localização no centro histórico, proximidade a transportes públicos e o crescente turismo que se tem verificado nos últimos anos na cidade, a FM tem como principal grupo de utentes, turistas nomeadamente durante as épocas altas como o carnaval, verão, Natal e Páscoa. Este grupo, com faixas etárias e nacionalidades muito diversas, é extremamente heterogéneo tendo necessidades muito distintas: desde os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), até aos produtos cosméticos, de higiene corporal e buco-dentários. Para além deste grupo, a FM é frequentada por pessoas que trabalham junto da farmácia e por residentes da zona. Este último grupo, é constituído por indivíduos de idade mais avançada, muitas vezes com patologias crónicas e, por isso, polimedicados.

2.3. Recursos humanos

De acordo com o Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, a equipa de recursos humanos de uma farmácia deve incluir pelo menos dois farmacêuticos, desempenhando um deles o cargo de diretor técnico. Este, deve procurar garantir a qualidade e segurança dos serviços prestados, seguindo as regras deontológicas inerentes ao cargo. Para além disso, ainda segundo este decreto, “os farmacêuticos devem, tendencialmente, constituir a maioria dos trabalhadores da farmácia”1.

O quadro de pessoal da FM é constituído por uma equipa multidisciplinar, que conta com seis farmacêuticos, duas técnicas de farmácia, uma gestora, três profissionais de saúde (uma podologista, uma nutricionista e um osteopata) e ainda uma auxiliar de limpeza. Toda esta equipa

2.4. Organização do espaço

Segundo o Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, as farmácias devem apresentar instalações adequadas de forma a garantir “a segurança, conservação e preparação dos medicamentos” e “a acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes e do respetivo

pessoal”1. A FM cumpre ambos os requisitos bem como as recomendações do Manual de Boas

Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária2.

2.4.1. Espaço exterior

Localizada num edifício histórico da cidade do Porto, a FM tem uma imponente fachada que exibe, no centro, o nome, o ano de fundação da farmácia (1804) e o cálice de Hígia, um dos símbolos da profissão farmacêutica. A farmácia está também identificada com um letreiro com a inscrição “FARMÁCIA” em quatro línguas (português, francês, inglês e alemão) e o símbolo “cruz verde”, que se encontra iluminado durante a noite e quando a farmácia está de serviço permanente. Estão também visíveis, as informações relativas à direção técnica, ao horário de funcionamento e as farmácias do município em regime de serviço permanente e a respetiva localização. A entrada da farmácia encontra-se ao nível do passeio, não tendo qualquer obstáculo que impeça ou dificulte a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida. Para além disso, é dotada de uma porta de vidro semiautomática, que protege os utentes do contacto externo enquanto se encontram à espera1,2. De cada lado da entrada, está presente uma montra, uma das quais tem um ecrã LED. Em ambas são exibidas diferentes campanhas e informações de produtos em destaque na farmácia.

2.4.2. Espaço interior

O espaço interior da FM encontra-se dividido em cinco pisos. O piso 0 é onde se encontra a área de atendimento, que dispõe de quatro postos, cada um equipado com computador, impressora de recibos, leitor de código de barras e leitor de cartões de cidadão. Dois dos balcões, têm ainda impressoras de etiquetas de posologia. Esta área apresenta ainda um sofá (onde é muitas vezes medida a pressão arterial aos utentes), uma balança, uma máquina para retirar senhas, um ecrã (onde são mostrados os números das senhas e o respetivo balcão) e ainda inúmeros lineares, quer do lado do público, quer atrás dos balcões. Do lado do público estão expostos Produtos de Uso Veterinário (PUV), produtos cosméticos, de higiene corporal e buco- dentários e ainda alguns suplementos alimentares. Já atrás dos balcões, encontram-se os produtos de alimentação infantil, suplementos alimentares, medicamentos homeopáticos, dispositivos médicos e inúmeros MNSRM. No piso 0 existe também a área de backoffice, local onde é realizada a gestão e receção de encomendas, a gestão das reservas e o armazenamento de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM), de MNSRM e de outros produtos de saúde. Nesta área, a FM dispõe igualmente de um gabinete de atendimento privado onde é

No piso 1 é possível encontrar um armazém onde são colocados excedentes de produtos, um laboratório onde são feitos testes à urina e a Preparação Individualizada da Medicação (PIM) e dois gabinetes onde se realizam consultas de podologia, nutrição e osteopatia. É também neste piso que se localiza o museu “Memórias da Pharmácia”, local onde estão expostas inúmeras peças com importância para história quer da FM quer da própria Farmácia Comunitária e que está aberto para visitas, geralmente marcadas atempadamente. O piso 2 contém gabinetes de administração e um armazém, onde é colocado material publicitário e artigos utilizados noutras atividades realizadas na farmácia. No piso 3 encontra-se também um gabinete de administração e ainda a copa. Por fim, no piso 4 é onde são realizadas reuniões e formações. Todos os pisos, com exceção do 0, estão equipados com casa de banho.

2.5. Recursos informáticos

Os recursos informáticos constituem instrumentos essenciais na gestão de uma farmácia comunitária, facilitando de forma significativa a realização das tarefas diárias.

Na FM são atualmente utilizados dois sistemas informáticos, ambos desenvolvidos pela

Glintt® (Global Intelligent Technologies S.A.), que pertence à Associação Nacional de Farmácias

(ANF): o Sifarma® 2000 e o Sifarma® – Módulo de Atendimento (Sifarma® MA).

O Sifarma® é um sistema com inúmeras funcionalidades, quer a nível de backoffice quer, a nível do atendimento. A nível de backoffice é especialmente importante, uma vez que permite a realização e receção de encomendas, a realização de devoluções, o controlo do prazo de validade de todos os produtos que entram na farmácia e a gestão de stocks. Outra das funcionalidades é a existência das Fichas de Produto, onde consta informação científica (como indicações, posologia, contraindicações e reações adversas), o stock mínimo e máximo, o histórico de compras e movimentos de stock. Existe também a Ficha do Utente, onde se encontram informações como a morada e contactos sendo ainda possível consultar o histórico de vendas, algo muito útil quando o utente não se recorda sobre o genérico que costuma levar. O Sifarma® MA é mais apelativo, moderno, intuitivo e de fácil utilização comparativamente ao Sifarma® 2000. No entanto, o facto de ser muito recente leva a que algumas funcionalidades presentes no Sifarma® 2000 ainda não estejam disponíveis, pelo que há uma constante utilização simultânea de ambos os sistemas. Fazer a faturação do receituário, imprimir faturas em A4 e o sistema de alerta para interações são algumas das funcionalidades que ainda não estão disponíveis no Sifarma® MA.

Para haver um maior controlo de todas as movimentações, na FM cada colaborador tem um código de utilizador e respetiva palavra-passe para cada um dos sistemas.

Tendo tido muito pouco contacto com o Sifarma® 2000, e nunca tendo trabalhado com

Sifarma® MA ao longo do curso, a utilização simultânea dos sistemas foi para mim, por vezes,

principalmente quando me surgiam dúvidas relativas à posologia de um MNSRM ou genérico a dispensar.

2.6. Fontes de informação

Segundo o Manual de Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária, “o farmacêutico deve dispor de fontes de informação sobre medicamentos”2. Na FM, a fonte de informação à qual mais se recorre é o Sifarma®, que permite confirmar a indicação terapêutica, posologia, contraindicações e reações adversas, algo extremamente útil quando surgem dúvidas durante o atendimento, considerando que este deve ser rápido e fluído. Para além desta fonte de informação, também se utiliza o Infomed, base de dados criada pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde I.P. (INFARMED) (que permite aceder tanto ao Resumo das Características do Medicamento (RCM) como ao Folheto Informativo), o Prontuário Terapêutico, a Farmacopeia Portuguesa e o Index de Merck.

Durante o estágio recorri inúmeras vezes a diferentes fontes de informação, nomeadamente ao Sifarma®, ao Prontuário Terapêutico e ao Infomed, tendo-se revelado essencial para

relembrar diversos conceitos e esclarecer dúvidas.

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