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As filmagens mais importantes foram realizadas durante duas semanas do mês de Janeiro. Mas muitas das entrevistas já tinham sido filmadas durante os meses de Novembro e de Dezembro de acordo com a disponibilidade das pessoas com quem marcávamos. A produção contactou pessoas como Sérgio Godinho, Francisco Louçã, Mário Augusto, professores de línguas estrangeiras e pessoas estrangeiras para poderem dar o seu testemunho acerca do realizador Artur Ramadas. Desta forma, estávamos a trazer pessoas reais, conhecidas do nosso dia a dia, de maneira a que fosse mais fácil levar o público a acreditar na possível existência de Artur Ramadas.

Durante o mês de Janeiro foram filmadas as cenas descritas no argumento com os diversos actores contratados. As filmagens correram conforme o planeado, de tal forma que a equipa técnica e os actores deram um feedback positivo quanto ao

funcionamento da equipa principal. Agradeceram pela disponibilidade e abertura e elogiaram o projecto por ser diferente e inovador. Infelizmente, durante as filmagens, um dos actores precisou de se deslocar ao hospital por se ter sentido mal. Isto fez com que fosse necessário ajustar algumas filmagens de modo a que pudéssemos filmar o que estava planeado com o actor numa altura em que se sentisse melhor e já reabilitado.

Existiam duas cenas do argumento de extrema complexidade e delicadeza e que exigiam um maior cuidado e atenção por parte da equipa durante as filmagens. As cenas do filme “Trevas” e do filme “Decrepitude I” continham temas de cariz sexual. O primeiro consistia num hermafrodita a masturbar-se enquanto se cortava e declamava um texto, o segundo num idoso que violava uma criança enquanto cantava o hino nacional. De forma a que os actores não se sentissem mal, as cenas foram filmadas com o mínimo de pessoas possível. No caso do “Trevas”, visto o actor precisar de estar nu, sempre que havia um corte de filmagem, havia alguém que lhe ia colocar um manto por cima. Para além disso, como a personagem se cortava, foram necessários efeitos especiais, o que fez com que a preparação para a cena fosse mais demorada. Foi necessária uma noite (desde as 22h até às 4h) para esta cena estar concretizada. Em relação ao filme “Decrepitude I”, de forma a que a criança não se apercebesse o que se estava a passar, o realizador e o director de fotografia optaram por filmar do geral para o particular, de forma a que não se tivesse de obrigar a criança a fazer algo que a podia traumatizar. O cuidado maior foi em explicar ao actor infantil uma história diferente mas que o fizesse actuar de forma credível. Foi-lhe dito que era um senhor maluco que a queria agarrar porque tencionava muito cantar-lhe uma música, mas como o menino não o conhecia, iria tentar fugir pois os pais tinham ensinado a não falar com estranhos. Estes excertos foram censurados pela Universidade Católica Portuguesa durante o processo de pós-produção. A cena do filme “Trevas” ficou reduzida, mas a da criança foi totalmente cortada, apesar da qualidade fílmica e de prestação de actores. Perante os valores da Universidade Católica Portuguesa, é compreensível que tais cenas tenham sido cortadas. No entanto, o argumento foi apresentado aos professores orientadores, ao Instituto de Cinema e Audiovisual e, nessa altura, foi aceite.

Aconselharam a filmar estas cenas, mesmo conhecendo o conteúdo. Os excertos dos filmes não eram explícitos, mas o Director da Escola das Artes não quis assistir à edição, afirmando que caso estas cenas não fossem retiradas do filme, “Artur” não poderia ser visto nem na Universidade Católica Portuguesa, nem em festivais nacionais e internacionais. Não é compreensível esta censura quando o conteúdo do projecto era conhecido e desde o princípio que tinha sido aceite e encorajado a filmar. Na altura das filmagens foram feitos gastos nos pagamentos a actores, nas deslocações e na alimentação. Caso tivesse acontecido aquando a apresentação do argumento, este teria sido modificado e adaptado, mas visto ter acontecido a um mês antes da ante-estreia de “Artur” na Universidade Católica Portuguesa, não foi possível uma modificação do argumento ou até a realização de novas filmagens.

Outro exemplo do bom funcionamento da equipa foi durante o dia das filmagens da cena de Artur Ramadas, na Universidade de Paris. Devido ao facto do actor precisar de se deslocar ao hospital, foi também necessário filmar nesse dia a cena que tinha ficado adiada. Como as filmagens da Universidade de Paris eram importantes, a equipa dividiu-se em dois: enquanto uma parte estava no local de filmagens da cena da Universidade de Paris a preparar tudo o que fosse necessário (colocar o púlpito, preparar o som e as luzes...), a outra metade estava no outro set de filmagens a realizar a cena que tinha ficado adiada.

A última cena a ser filmada foi a de Artur Ramadas no cinema a assistir aos seus próprios filmes. Era necessário ser filmada uns meses depois, em Março, pois Artur, nessa cena, estaria a assistir aos seus filmes. Filmes esses que tinham sido gravados em Janeiro e, por isso, precisavam de ser editados para que pudessem ser projectados na sala de cinema.

Apesar de no início das filmagens ter existido um pouco de receio por não se saber se tudo ia correr perfeitamente, ou se poderia surgir alguma questão de última hora e se as cenas mais delicadas iam ter algum problema. A equipa esteve sempre concentrada e empenhada para que tudo pudesse correr da melhor forma, de tal maneira que até foi possível serem filmadas ainda mais cenas extras. Não se passou nada de grave entre a equipa ou com os actores pois, apesar do cansaço das

gravações, houve sempre boa disposição. É um trabalho que se nota que tem um pouco de cada elemento da equipa e isso é que importa.

4.3 “Artur” existe: divulgação

De acordo com o que concluímos no capítulo 3 desta Dissertação, os maiores problemas no cinema português têm a ver com os seguintes aspectos: falta de divulgação e promoção na estreia; curto período de exibição; existe uma manutenção de mentalidades (ideia de marasmo...). O objectivo primário da divulgação do “Artur” era ultrapassar estes problemas.

A divulgação foi centrada em três pontos importantes: divulgação nas redes sociais, nos blogues e sites de cinema e criação de cartazes e panfletos. Sendo assim, durante os três meses que se antecediam à ante-estreia (10 de Maio de 2011), a produção concentrou-se em contactar sites importantes como o IMDb (Internet Movie Database) e a Sapo Cinema. Os contactos foram bem sucedidos. O Sapo Cinema tornou-se um Media Partner assim como o blogue de cinema Split Screen, o Canal Universitário UP e a revista Total Film. Todos quiseram participar no nosso objectivo de tornar “real” Artur Ramadas, excepto o Canal UP que, no final, optou apenas por fazer uma reportagem da ante-estreia, assim como por revelar a “verdade” logo que o soubesse através da produção. Os três Media Partners restantes escrevem artigos (ver anexos 8, 9 e 10) antes da primeira exibição pública e também depois. A produção preferiu não marcar uma data para revelar a identidade de Artur Ramadas, visto, depois da ante-estreia, o projecto entrar no circuito de festivais nacionais e internacionais. O IMDb não aceitou criar uma página fictícia, mas concordou em criar uma página do projecto universitário assim que este fosse estreado e publicitado pelos devidos sites de cinema (ver anexo 11).

Infelizmente o orçamento teve alguns imprevistos e, por isso, o que tinha sido orçamentado para a divulgação, não foi o esperado. Por essa razão, foram procuradas empresas e um designer de comunicação que pudessem apoiar o

projecto. Foram os casos da Citylab, que entrou como patrocínio, e de João Neves, que aceitou participar pela quantia de 70€ (euros).

João Neves, como designer de comunicação, de modo a poder captar a ideia de Artur Ramadas, viu o filme antes de este ter sido exibido. Após a sua visualização foi-lhe pedido que criasse o cartaz, o panfleto, o convite, a capa do DVD e a imagem para o DVD (ver anexos 12, 13, 14, 15 e 16). Ao longo de três meses mantivemos contacto com o designer de maneira a que lhe pudéssemos dar todas as informações necessárias e para que o resultado final resultasse tal como a equipa tinha idealizado.

Por ter um orçamento reduzido, e por ainda ser necessário dar a conhecer Artur Ramadas, optou-se por fazer uma divulgação estilo marketing viral. Foram criados comentários acerca do realizador em diversos sites de cinema, assim como a página de Artur Ramadas na Wikipedia. Para além disso, as entrevistas que não foram utilizadas no filme, foram usadas para a publicidade do mesmo. Ao longo das semanas, até ao dia da estreia, foi colocada uma entrevista diferente a falar de Artur Ramadas, e também o trailer do filme, tanto no Facebook como no Youtube.

De forma a que todos os intervenientes e pessoas exteriores pudessem assistir, foram enviados via e-mail convites para a estreia do “Artur”. Durante a ante-estreia, equipas da Sapo Cinema e do Canal UP estiveram presentes de forma a cobrir o evento e a entrevistar a equipa base do projecto “Artur”. Estas entrevistas e respectivas reportagens estariam presentes on-line e no circuito de vídeos das universidades, de modo a que o documentário pudesse ser reconhecido nos diversos típicos locais que os seguidores de cinema costumam frequentar.

Optou-se por efectuar a divulgação maioritariamente a nível on-line, já que nos dias de hoje a maior parte das pessoas estão presentes na Internet e, quando querem conhecer coisas novas, procuram mais depressa na web do que num jornal.

A resposta por parte do público à divulgação foi muito interessante, de tal forma que muitos acreditam hoje em dia, que Artur Ramadas existe (pela presença de artigos na Internet a falarem do mesmo), outros aceitam quando vêem pessoas conhecidas a falar do realizador e muitos ficam na dúvida quando comparam certas entrevistas do filme umas com as outras (acham um actor menos credível que o

outro, mas como existem pessoas que se conhecem, começam a duvidar). No entanto, quando acreditam, acham que é apenas mais um filme acerca de um realizador. Este facto leva a que seja cada vez mais importante, a aproximação de uma data onde se revele a verdade acerca de Artur Ramadas. O planeado pela produção foi aproveitar a estreia do filme documental no 19º Festival de Curtas Vila do Conde para continuar a história de Artur Ramadas e, depois dele, contar ao público os factos através da Sapo Cinema.

Depois da ante-estreia, vários artigos foram postos na Internet acerca do filme como a entrevista ao realizador Flávio Pires e aos produtores Fernando Ribeiro e Mafalda Castelo-Branco da Sapo Cinema e os artigos do blog de cinema Split- Screen o do blog pessoal de Catarina Norte (ver anexos 17, 18 e 19).

A divulgação de Artur Ramadas não parou no dia da ante-estreia na Universidade Católica Portuguesa do Porto, mas continuará por alguns anos, visto estar prevista a participação nos diversos festivais nacionais e internacionais de forma a manter vida a identidade de Artur Ramadas. A sua estreia nacional ficou marcada para o dia 13 de Julho de 2011, no Festival de Curtas Vila do Conde, na secção competitiva “Take One!” reservada aos filmes de escola (ver anexo 20). Esta novidade foi também anunciada por um dos media partners do “Artur”, o blogue de cinema Split Screen (ver anexo 21).

4.4 “Artur” como Projecto Final

“Artur”, ao longo deste ano curricular de 2010/2011, ganhou vida própria. Desde a criação da história, à procura de maneiras para tornar esta personagem credível, Artur Ramadas passou por várias cidades, empresas, pessoas e espaços virtuais.

Durante a pré-produção não existiram patrocínios monetários para além dos 8.765€ (euros) vindos do Instituto de Cinema e Audiovisual. Isto não constituiu uma limitação já que não existiam mais grupos de Projecto Final. Caso contrário, a realização do documentário “Artur” teria sido bastante complicada, uma vez que

todas as empresas que contactámos não quiseram participar no projecto por acharem que o tema de “Artur” não ia ao encontro dos valores da empresa. Por essa razão, o orçamento teve de ser muito estruturado e bem gerido, de forma a que pudesse ser usado nas diferentes fases do projecto.

Tendo em conta o tipo de cinema que este documentário tem – Segundo Cinema – a audiência a que precisávamos de nos dirigir seria a estudantes universitários, cineastas profissionais e amadores e pessoas que tenham interesse num cinema mais reflexivo e informativo, com pouca acção. Por isso, a divulgação foi feita em locais onde este público pudesse estar presente: sites, blogues e revistas de cinema e universidades. Apesar da falta de apoios dos principais investidores em cinema – indústrias de telecomunicações, televisões... – a divulgação de “Artur” foi bem sucedida a nível on-line através das redes sociais. No entanto, era necessário ter entrado no circuito televisivo, já que é onde maior parte dos espectadores de cinema portugueses recolhem mais informações acerca do meio audiovisual.

O mais interessante neste projecto é a maneira como a personagem principal se relaciona, de certa forma, com o estado do cinema português: existem preconceitos sobre Artur Ramadas por ser convencido e por fazer o possível e o impossível para realizar os seus filmes. Mas ao conhecê-lo melhor, acabamos por perceber que este “monstro” dos filmes afinal tem coração, conduzindo o público a gostar da personagem. Quando falamos em cinema português, estamos familiarizados às habituais críticas: ideia de marasmo, muito sexo, vulgarismos, lentidão... Mas ao olharmos com maior atenção, podemos perceber que não existem apenas estes exemplos. Existem ainda muitos exemplares dos quais as pessoas podem gostar, reconhecer-se e deixar para trás os estereótipos criados à volta do cinema nacional. Queremos dizer com isto, que existem por Portugal muitos “Artures”, com filmes pouco conhecidos e sem reconhecimento nacional, que têm muito mérito e possibilidades de serem bem sucedidos mas, por falta de apoios e de divulgação, não têm o sucesso merecido.

5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS DE TRABALHO FUTURO

Um filme é algo que não se faz apenas com uma pessoa. É uma obra que surge a partir do trabalho colectivo de todos. Que abarca desde o realizador até ao responsável pelo serviço de buffet. É uma produção que surge a partir da junção da criatividade e da dinâmica de uma equipa inteira.

Perguntámo-nos porque é que o produtor não é tão conhecido como um actor ou um realizador? O produtor é quem acompanha todo o processo do princípio ao fim, desde a escolha do argumento até à estreia do filme. Tem o papel de fiscalizar o processo e de garantir que o filme é realizado dentro dos objectivos definidos. Se é alguém tão importante, porque não é conhecido? Se fizermos uma analogia com uma casa, podemos comparar o produtor a um alicerce: a base de qualquer construção. Sem eles, nenhuma edificação permanece sólida. São tão importantes, mas não os vemos. Tal como um produtor. É alguém importante, que dá forma e vida ao processo da criação de um filme, mas muitas vezes não o conhecemos.

Dependendo das condições existentes em cada país, cada produtor tem a sua forma de trabalhar. Hollywood é considerada como uma indústria que produz filmes para grandes públicos e que visa o sucesso das bilheteiras. Muitas vezes o conteúdo dos seus filmes é sacrificado, de modo a que o sucesso comercial seja beneficiado. Na Europa, os filmes têm um aspecto mais criativo e seguem muito mais os circuitos dos festivais e prémios, centrando-se assim numa questão de prestígio e de cultura e não tão comercial.

Portugal tem uma cinematografia especial, diferente do resto dos outros países. Apesar de, na Europa, o tipo Segundo Cinema se evidenciar mais, o cinema português ainda precisa encontrar uma identidade própria. Por não a ter, a audiência fica confusa e não a consume. Pensamos que a solução passa por não competir entre o que se faz de melhor – se é o filme do tipo comercial ou o de autor – mas sim aproveitar as valências de cada um. Acreditamos que é necessário que a cinematografia portuguesa inove, reflicta o país e se inspire pela sua inovação.

Já afirmámos que o cinema em Portugal tem falta de patrocínios, é uma evidência. Os investimentos públicos nos filmes são relativamente baixos, consequentemente é necessário arranjar apoios financeiros através de empresas privadas. Mas, visto Portugal ainda não ter uma identidade cinematográfica própria, julgamos nós, e não existir a certeza absoluta do sucesso dos filmes apoiados, a maior parte das empresas receia o investimento num cinema com pouco ou nenhum retorno financeiro e não querem arriscar.

No projecto final “Artur”, talvez por ser uma equipa universitária e por a história contada abordar a questão de um realizador “inventado”, também tivemos dificuldade em conseguir patrocínios. Leva-nos a perguntar o seguinte: caso o produtor de “Artur” fosse Paulo Branco, ou o realizador Raul Ruíz, a razão da história ser “falseada” não seria desconsiderada e as empresas investiriam na mesma no filme, apenas e só por serem nomes conhecidos e mediáticos no contexto nacional de cinema português que davam a cara pela obra?

Caso a nova Lei do Cinema seja aprovada, é previsível que o investimento do Ministério da Cultura para o cinema aumente; e que as emissoras de televisão e as distribuidoras contribuam para um maior empenho na produção e promoção dos filmes nacionais. Isto levaria que a produção cinematográfica nacional aumentasse em quantidade e em qualidade, existindo assim a probabilidade de haver mais e melhores filmes. No entanto, não existe um ideal quando falamos na relação entre quantidade e qualidade. Sabemos apenas que o treino leva à perfeição e, julgamos que quanto maior o número de produções, torna-se mais provável que haja um número maior de filmes com mais qualidade. No entanto, com a tomada de posse do XIX Governo Institucional, o Ministério da Cultura passou a ter um Secretário de Estado da Cultura, o escritor Francisco José Viegas. Por essa razão, continuamos sem saber se a nova Lei do Cinema será aprovada nos próximos anos, por Portugal se encontrar num grave problema económico previsto até ao ano de 2013.

A construção da Cidade da Imagem, em Sintra, pode contribuir para um maior desenvolvimento da produção nacional das novelas como do cinema. Assim que este projecto da Media Capital estiver concluído, é possível que consigamos

alcançar os níveis da produção internacional, visto a Cidade da Imagem poder potenciar o seu crescimento e uma maior abrangência comercial. Para além disto, a própria criação da Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas, pelo produtor Paulo Trancoso, que tem o objectivo de “divulgar, promover, conservar, melhorar e premiar a criação cinematográfica nacional, através dos seus técnicos e criadores”, deverá contribuir para uma maior dinamização da produção cinematográfica portuguesa.

Como já foi referido anteriormente, existem em Portugal muitos “Artures” que precisam ser conhecidos. Artistas como realizadores, actores, produtores, directores de fotografia, editores, etc., com muita potencialidade, capazes de criar projectos criativos e interessantes, que precisam sair do desconhecido e potenciar o meio cinematográfico português. São necessários projectos de qualidade, com rigor, com histórias que cativem as audiências (e a equipa técnica e artística ao mesmo tempo). Não afirmamos que devemos apostar na estratégia dos produtores de Hollywood, que passa pela escolha de soluções que potencializem a possibilidade de um filme ser mais um blockbuster, pondo de lado as ideias e a criatividade da toda uma equipa artística e técnica mas, pelo contrário, apostar em projectos que visem mostrar a identidade de Portugal. Isto é possível tanto para filmes de Primeiro, Segundo ou Terceiro Cinema. Mesmo em contexto nacional, não tem de haver apenas um tipo de cinema. Um cinema nacional é tanto mais rico quanto mais variedade tiver, pois as pessoas são diferentes e todas têm gostos distintos e, por isso mesmo, devem existir produtos cinematográficos para todos os gostos.

Visto o produtor ser o alicerce do projecto, é também, julgamos nós, quem une a equipa. É necessário que exista bom ambiente e que todos estejam unidos e concentrados para a realização de um produto onde se note um trabalho uníssono e harmónico. Uma possível extensão desta Dissertação, seria a influência que o produtor tem sobre a equipa. Como deve reagir para que todos estejam a olhar na mesma direcção e focados num trabalho em conjunto. Como manter um ambiente rico em criatividade e boa disposição, de forma a que a produção de um projecto

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