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Estratégias de Intervenção

No documento Arte e corpo no espaço educativo (páginas 61-69)

cidade do início do século A ambiência urbana no eixo da via Frei Caneca era, certamente, bastante distinta da atual, repleta de muros bastante verticalizados e

6.1. Estratégias de Intervenção

Respeitando as preexistências físicas e sociais do local de implantação e tendo por base as discussões pedagógicas que exploram o importante papel do corpo na aprendizagem, as estratégias de intervenção para implantação do edifício são:

Ÿ Respeitar a insolação e a ventilação naturais;

Ÿ Minimizar o impacto visual no pano de fundo das edicações preexistentes, bem com evitar a remoção da cobertura vegetal;

Ÿ Respeitar um programa não só funcional, mas especialmente ambiental, pautado nas necessidades locais;

Ÿ Respeitar os acessos naturalmente sugeridos pela organização do entorno;

Ÿ Respeitar os eixos e alinhamentos sugeridos pelas preexistências do local;

Ÿ Possibilitar a personalização do ensino a partir da regulação dos níveis de privacidade e da exibilização dos espaços;

Ÿ Explorar o desenvolvimento de habilidades não cognitivas a partir do contato entre o conhecimento empírico e o cientíco e as quatro modalidades artísticas - artes plásticas, teatro, música e dança - regulamentadas nos documentos ociais;

Ÿ Integrar as edicações preexistentes e as comunidades circundantes;

6.2. Proposta

Acessos

N

Praça Principal

F59 - Esquema ilustrativo com as principais diretrizes de implantação Praça Secudária

Área de preservação

Subtrações realizadas para a implantação Eixo a ser explorado

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N

N

F61 - Zoneamento do edifício segundo as principais disciplinas que envolvem o corpo

F60 - Áreas públicas x áreas privadas Público Privado Semi-Público

Preservação Zona de Wetlands Música Dança Teatro Artes Plásticas Educação Física

A partir das estratégias de implantação (F59) e do processo de desenho, chegou-se a uma proposta que utiliza a porção frontal do terreno, liberando a parte posterior como área de preservação (F60). Estabeleceu-se, então uma zona de wetlands no meio do terreno como oportunidade de aliar o aproveitamento das águas cinzas com a criação de uma barreira pouco agressiva entre o edifício e uma área de preservação.

Partindo dos alinhamentos sugeridos pelas edicações preexistentes e a m de evitar grande interferência visual no plano de fundo das casas preexistentes, criou-se um eixo central de acesso e de permeabilidade visual e estabeleceu-se um gabarito de 7m (altura do friso na platibanda da casa maior) na área de implantação mais próxima à Rua Frei Caneca, bem como áreas de arquitetura semi-enterrada.

A l é m d i s s o , v i s a n d o f a v o r e c e r a apropriação do edifício pelas comunidades do entorno, uma grande cobertura foi criada para receber o uxo oriundo do Morro do 25, e às

6.2.1. Programa

edicações preexistentes, localizadas na borda do terreno, foram atribuídos usos semi-públicos, de centro comunitário e de biblioteca.

Ao redor do edifício, um perímetro público com hortas, estares, áreas livres e áreas de suporte favorece a apropriação do terreno, bem como o exercício de novas relações das comunidades entre si e com o local. O macrozonaemento do edifício, por sua vez, estrutura-se de acordo com as principais disciplinas que envolvem o corpo, no intuito de incentivar seu exercício (F61).

6. O PROJETO

elementos ressaltam carências e potencialidades que junto com as discussões pedagógicas nas quais este trabalho se baseia, auxiliam na denição de um programa ambiental.

A justicativa e análise das ambiências são realizadas no item abaixo, que também apresenta as perspectivas dos ambientes propostos para contemplá-las.

6.2.1.1. As Ambiências

A ambiência de rua visa responder a uma carência da comunidade local, que a utiliza mais em sua dimensão física, como elemento de ligação e circulação, do que em sua dimensão metafórica, como lugar de encontro e construção de relações. A rua é um elemento cujo traçado retilíneo é bastante marcante na paisagem do Morro, percorrendo toda a sua extensão.

Com base nisso, os ambientes inspirados na rua consistem tanto nos eixos de ligação, como a passarela que conecta a casa maior com o novo edifício (F63) e o eixo denido pelo afastamento lateral entre as duas casas preexistentes (F62), como nas grandes praças de acesso (F64 e F65), servidas por hortas e grandes áreas cobertas no intuito de fomentar o contato com o outro, a dinamização de atividades - favorecendo o uso de feiras, por exemplo - e tanto a passagem, quanto o estar. A m de facilitar a leitura do espaço, as áreas com função de acesso e circulação são demarcadas com pisos de cor amarela (ver quadro de materiais, item 6.2.7).

A Rua

F62

F63

6. O PROJETO

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As Caixas

As caixas, por sua vez, são outros elementos que se sobressaem na morfologia do bairro, uma vez que predomina o uso residencial, bem como as residencias unifamiliares de baixo gabarito, com pequenos afastamentos entre si. Esta ideia evoca a possibilidade de reunião de pequenos e grandes grupos e de regulação dos níveis de privacidade. Por este motivo, a ambiência de caixa se reete, no projeto, nas salas de uso exível - tanto livre, quanto especíco (ver item 6.2.1.2) - , ilustradas aqui pelas salas de dança (F66), de teatro (F67) e de música (F68). Ressalta-se que, apesar de este ser o uso sugerido pelo projeto e suportado pelas características espaciais, estas salas são de livre apropriação, e não impedem a apropriação de uma sala de aula convencional.

O Clube do 25

Segundo exposto no item 5.5.3., o Clube do 25, extinto em 2005, era a única instituição comunitária do bairro. Atualmente, ele caracteriza uma grande carência do bairro, que não possui espaços de reuniões e lazer. Desta forma, a ambiência de Clube visa resgatar as relações de comunidade e dar a ela um local de encontro, o que se reete, no projeto, com o uso das casas preexistentes - sendo a menor gerida pela comunidade com funções como centro comunitário, sala de ocinas e salas para ONGs, e a maior, gerida pela escola, com função de biblioteca aberta ao entorno em seu pavimento superior -. e das praças públicas de livre apropriação (F69, F70 e F71).

F66

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As Janelas

As janelas, por sua vez, são entendidas como pontos de contato entre o interior e o exterior das residências, ou seja, entre o público e o privado. Elas são importantes na criação de pontos de interesse. Desta forma, espaços inspirados nas janelas tem a função de facilitar a aproximação do edifício com o seu entorno. As ambiências criadas em projeto inspiradas neste elemento consistem nos terraços acessíveis e abertos (F72 e F73), que permitem fácil relação visual com as praças e ruas do entorno, e nas áreas de uso público, como a quadra poliesportiva e a pista de skate (F74 e F75), elementos atratores que facilitam o contato entre os diversos sujeitos da escola e da comunidade.

F71

6. O PROJETO

56

F72

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As Paredes

As paredes, por m, são elementos que denem a maioria dos trajetos. Especialmente na face anterior do terreno, o embasamento dos grandes edifícios gera muros altos e com poucas aberturas. Ao longo do percurso em direção ao morro, também são percebidos paredes e muros denidores, de apropriação frequente por artistas, assim como ocorre na fachada das edicações preexistentes no terreno. Desta maneira, busca-se fazer uso das paredes como elementos exíveis e apropriáveis de conformação espacial, reetindo-as, no projeto, nos paines pivotantes e de correr que, com diversos revestimentos, como madeira, pintura branca, espelhos e pintura de quadro negro, permitem conformar diversos ambientes e motivar a apropriação diversicada. Desta maneira, o exterior do depósito que serve à sala de educação física dá suporte aos espelhos desta sala e a um quadro negro que permite reuniões em seu exterior (F76).

F74

F75

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A RUA

AS CAIXAS

O CLUBE

AS JANELAS

AS PAREDES

Circulações, praças e estares

Salas Áreas de uso

comunitário

Áreas de contato Conformadores espaciais

Uso livre Uso

especíco Salas de dança, teatro, música, e artes plásticas Ocinas; Cozinha; Refeitório; Biblioteca; Adminis- tração Hortas; Biblioteca; Casa preexistente menor: sala de ocinas, sala do centro comunitário, salas de aluguel para ONGs Terraços; Quadra poliesportiva; Pista de skate Paineis personalizáveis que permitem a  e x i b i l i z a ç ã o d o s espaços;

Praça sob a grande cobertura; Circulações horizon- tais demarcadas em amarelo; Circulações verticais (elevadores, rampas e escadas com pa- tamares de encontro)

6.2.1.2. Quadro Resumo do Programa

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