• Nenhum resultado encontrado

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 O projeto SACI / EXERN – uma experiência de inovação na educação

3.1.5 Estratégias para o ensino da química dos elementos

O ponto de partida inspirador do presente trabalho foi a relevância do estudo dos elementos químicos, envolvendo suas características, propriedades e aplicabilidades, para a aprendizagem da Química. Além disso, foi considerada a importância desse conteúdo e as dificuldades enfrentadas pelos professores para os quais as aulas expositivas não contemplam a realidade dos discentes.

Com os primórdios da construção da Tabela Periódica, por Mendeleev há 150 anos, o estudo dos elementos químicos foi sendo ampliado graças à ação e à colaboração de inúmeros outros cientistas, até se chegar à forma atual desse importante instrumento para estudantes e profissionais da Química. (FERREIRA et al, 2016).

Se, do ponto de vista científico, a relevância do estudo dos elementos químicos é basilar para as mais diversas pesquisas de química no campo acadêmico, também sua importância é fundamental no universo escolar, compondo-se num dos conteúdos mais abordados e presentes na totalidade dos manuais didáticos (TOLENTINO, 1995).

As estratégias de ensino dos elementos químicos também foram modificadas ao longo do tempo, incrementada por novas descobertas científicas, pela ampliação das variadas inovações tecnológicas e pela necessidade de adaptação a um público em constante mutação, considerando o período de um século e meio desde a sua criação até os dias de hoje.

Com efeito, o levantamento bibliográfico realizado neste trabalho acerca do tema revelou grande quantidade de material sobre a temática, o que permite construir uma noção mais elaborada acerca do processo de ensino dos elementos químicos ao longo do tempo.

Primeiro, faz-se necessário desconstruir com os estudantes a noção de que o estudo dos elementos químicos é algo pronto e imutável (CÉSAR et al, 2015), partindo-se do pressuposto de que a classificação dos elementos se relaciona com os demais conteúdos abordados em sala de aula, tais como a teoria atômica e as ligações químicas. Assim, pretende-se contribuir para romper com uma noção, já profundamente arraigada, de que o conhecimento dos elementos

químicos está atrelado a algo maçante e enfadonho, no plano abstrato, e que tem que ser decorado. Muitas vezes, utilizam-se táticas metodológicas ineficientes, uma vez que não é despertada nos estudantes a necessária motivação para o aprendizado de conteúdos que aparentemente estão longe do seu cotidiano: “(...) A falta de práticas escolares voltadas à realidade dos alunos leva a um desinteresse geral pelos conteúdos abordados em sala de aula, pois estes, em sua grande maioria, não se identificam com o que é ensinado” (César, 2015, p.181).

Desta forma, a adoção de estratégias diferenciadas de ensino dos elementos químicos se faz necessária, em especial nestes dias atuais, quando o professor tem que disputar efetivamente a atenção dos alunos com as novas, complexas, interativas e instigantes ferramentas tecnológicas e suas diversas plataformas. Dessa necessidade, surgem, ao longo do tempo, variadas metodologias, como, por exemplo, os jogos educativos e o ensino da História da Ciência e dos elementos químicos (FERREIRA, 2016).

A introdução das TIC, contudo, representou uma verdadeira e inexorável revolução naquilo que se pensava sobre a educação, na medida em que, em pouquíssimo tempo, foi preciso que a escola se adaptasse a novas abordagens de ensino que contemplassem um novo tipo de aluno, sedento não apenas por conhecimento, mas, sobretudo, preocupado com a forma pela qual esse conhecimento chega até ele.

No caso do estudo da química dos elementos usando, por exemplo, a Tabela Periódica, pode-se acrescentar o adjetivo “Interativa”, em que se busca estabelecer uma relação entre o conhecimento dado e o seu receptor. É uma inovação importante e que representa uma adaptação a uma realidade nova, na qual se pressupõe que o conhecimento é construído com o aluno, numa clara superação da ideia do aluno passivo.

Souza et al (2013) apontam que é exatamente nesses momentos que a introdução das TIC se torna relevante e pode auxiliar na melhoria do ensino, pois, esses recursos, quando utilizados de forma adequada, ampliam conceitos e criam “pontes cognitivas”. Essas, por sua vez, é o que se pode chamar de novas abordagens, essenciais para a prática de estratégias que facilitem a compreensão das diversas informações do cotidiano. Dessa maneira, uma ação que contemple determinado conteúdo pode (e deve) levar em consideração a totalidade dos alunos.

A nova era da informação trouxe uma nova realidade − para além do advento de novos conceitos como o de “sociedade da informática”, “sociedade da informação” e “sociedade do conhecimento”, e dos novos valores daí decorrentes −, na qual o ser humano interage em tempo

real com o conhecimento produzido. Isso gerou, como uma das resultantes desse processo, o que Eichler e Del Pino (2002) chamam de popularização da Ciência e Mídia Digital no Ensino de Química.

Os autores consideram o desafio de que “embora a Química seja uma das principais áreas produtoras de conhecimento, ela raramente é mencionada nos jornais e revistas dirigidas ao público leigo” (EICHLER, DEL PINO, 2002, p.1). Além disso, esses autores completam apontando que tal dificuldade decorre do fato de que, para a compreensão da importância da Química, seria preciso uma ampla base teórica e prática, e criticam o interesse imediato da mídia “sensacionalista” divulgadora da ciência, mais preocupada em vender e, por isso mesmo, “provocar emoções no público consumidor”.

Com efeito, é possível constatar um bom número de publicações científicas já existentes na internet, além de outras plataformas, como próprio Youtube, com a existência de vários canais produzidos por alunos e professores das mais variadas faixas etárias, que apresentam o conhecimento científico com maior ou menor grau de exatidão.

Considerando essa premissa (até para agir no sentido de filtrar aquilo que está equivocado), deve-se partir do princípio básico sobre as expectativas que se alimenta quanto ao que interessa ao aluno, em clara oposição à visão arraigada, que atrelava o ensino centrado no professor.

Documentos relacionados